Buscar

Direito Penal


Continue navegando


Prévia do material em texto

Direito Penal - Profª. Tatiana Ormeleze
09/02/2015
Bibliografia: Direito Penal volume 1 – Fernando Capez
|| - Júlio Fabrini Mirabete
||		 - Damásio de Jesus
||	 - Flávio Monteiro de Barros
|| - André Estefam
Princípios de Direito Penal- Assis Toledo
Noções fundamentais de Direito Penal
Conceito de Direito Penal: Ramo do Dir. Público que se ocupa de definir as infrações penais e prever as respectivas sanções penais que serão aplicadas.
Crime: Conduta penosa que lesa os bens jurídicos mais importantes, ex.: vida, patrimônio, e regulamenta-os para que não mais ocorram.
“Direito Penal: conjunto de princípios e normas jurídicas estipuladas para combater o crime e a contravenção através da pena e da medida de segurança.” (Flávio Augusto Monteiro de Barros)
Infração penal: crime e contravenção
Sanção penal pena
Medida de Segurança
Quem recebe a pena: são os imputáveis, ou seja, aqueles que possuem capacidade de discernimento e autodeterminação.
Quem recebe a medida de segurança: são os inimputáveis, aqueles que não possuem capacidade de autodeterminação.
Obs.: Não confundir os incapazes do Dir. Civil com os inimputáveis do Dir. Penal.
Pena Reduzida: recebem os semi-imputáveis, aqueles que têm a capacidade de discernimento reduzida.
Evolução do Dir. Penal: O Dir. Penal nasceu junto com a humanidade.
Fases da Vingança:
Vingança Divina: era realizada por sacerdotes, castigo divino; a punição é necessária para a limpeza e purificação da alma.
Vingança Privada: realizada pela vítima ou por seus familiares; recaía sobre o ofensor e sobre seus familiares; baseada na proporcionalidade (Lei de Talião); pena de banimento (expulsão da família e do ofensor), confisco de bens, podendo chegar até mesmo à escravidão.
Vingança Pública: O Estado assume o poder de punir o delinquente. No século XVIII com a publicação do livro de Beccaria: Dos Delitos e Das Penas a pena passa a ser justa.
A morte continua sendo a pena principal, somente após o livro de Beccaria surgiu a ideia da humanização das penas, além da busca por justiça.
*Parole: direito de pedir para terminar o regime fora da cadeia.
III) Evolução do Dir. Penal no Brasil:
Período Colonial: vigoravam as ordenações: leis e compilações (regras jurídicas) elaboradas ao longo da história de Portugal.
- Ordenações Afonsinas: elaboradas por D. Afonso V em 1500.
- Ordenações Manuelinas: elaboradas por D. Manuel I em 1500.
- Código de D. Sebastião: elaborada em 1569
- Ordenações Filipinas: elaboradas pelo rei Filipe VI da Espanha 1603 a 1830
Reflexos do Dir. Penal Medieval:
=> Penas Cruéis: gravidade do crime + qualidade da pessoa
=> Beccaria mudou a legislação penal também do Brasil
=> Em 1830: Código Criminal do Império; manteve a pena de morte; circunstância atenuante da menoridade; criou o dia multa; criou o concurso de agentes.
=> 1890: Código Penal Republicano: elaborado às pressas em virtude da proclamação da República, foi modificado posteriormente por diversas leis.
-Abolição da pena de morte; criação do regime penitenciário para cumprimento de pena.
=> 1940: atual código penal: sob a égide da Constituição Federal de 1937 (polaca), código penal autoritário.
=> 1984: Reforma do Código Penal
Relação do Dir. Penal com outras ciências:
Processo Penal: disciplina a aplicação com a lei penal através do procedimento a ser utilizado.
Direito Constitucional: ampla defesa e o contraditório; princípios constitucionais são parâmetros para a criação das normas penais; princípio da legalidade; irretroatividade da lei penal prejudicial (art. 2° CP).
Direito Administrativo: conjunto de normas e princípios que regula a organização e o funcionamento da administração pública, bem como a relação com os particulares; lei de improbidade administrativa; crime de licitações.
Direito Civil: posse e propriedade; crimes contra o patrimônio; crimes contra a organização familiar; bigamia; casar com a pessoa sabendo que há impedimento.
Direito Internacional: Extraterritorialidade: aplicação da lei penal brasileira em crimes ocorridos fora do território nacional; territorialidade temperada: a lei brasileira é aplicada em crimes aqui; a lei estrangeira pode ser aplicada, garantida por Tratados Internacionais.
Criminologia: estuda as causas do crime; como prevenir a prática do crime; a pessoa do criminoso; os meios utilizados para a prática do crime.
Divisões do Dir. Penal:
Dir. Penal Objetivo: ordenamento jurídico penal (leis penais).
Dir. Penal Subjetivo: direito de punir do Estado.
Dir. Penal Comum: aplicado a todas as pessoas indistintamente (código penal)
Dir. Penal Especial: aplicado a algumas pessoas que possuem características especiais (próprias), ex.: código penal militar, Lei 1079/1950, aplicada ao Presidente da República, ministros do STF, procurador- geral da República.
Dir. Penal Formal ou Adjetivo: são as normas processuais penais em vigor.
Dir. Penal Material ou Substantivo: normas penais.
Fontes do Direito Penal:
Fonte Material: origem do Dir. Penal => União (art. 22, I, CF/88)
*Pode o Estado legislar sobre o Dir. Penal?
-Sim, através da lei complementar (questões especiais). => Excepcionalmente, conforme está no art. 22 § único CF /88
* Obs.: Município não pode legislar sobre Dir. Penal
23/02/2015
Fonte Formal => apresenta
F.F. imediata => Lei
F.F. mediata costumes
Princípios gerais do direito
Lei => criar crimes e penas (art. 1° CP).
Classificação da lei penal:
Lei penal incriminadora: ex.: art 121, caput CP => Tipo Penal
Matar Alguém	 Preceito Primário => Aplica-se a todos
Pena: 6 a 20 anos	 Preceito Secundário => Aplica-se ao juiz
b.1.) lei penal permissiva: a lei penal autoriza a prática de conduta criminosa.
Ex.: art. 128 CP. Aborto permitido em casos de estupro e risco para a saúde da mãe.
O STF reconhece a anencefalia como justificativa para o aborto.
Exs.: Legítima defesa/ Estado de Necessidade
b.2.) lei penal exculpante: é a lei penal que estabelece a inculpabilidade do agente, torna o agente não culpável não há impunidade.
Ex.: art. 26 CP que trata da doença mental, tira a culpa. Mas não a punibilidade; receberá medida de segurança.
b.3.) lei penal interpretativa: a lei penal interpretativa esclarece o conteúdo de outras leis penais.
Ex.: art. 327 CP que define quem são os funcionários públicos para as leis penais.
Art. 150 § 4° CP sobre a violação de domicílio.
b.4.) leis penais diretivas: estabelece os princípios de determinada matéria.
Ex.: art. 1° CP => princípio da legalidade.
Lei penal de extensão ou norma de adequação típica de subordinação mediata.
Aquela que complementa a tipicidade do fato.
Ex.: matar alguém art. 121 CP c.c. art. 14, II CP.
Lei penal completa: define todos os elementos da conduta criminosa.
Lei penal incompleta: é complementada por ato da administração pública ou pelo próprio juiz.
Características da lei penal:
Exclusividade: só a lei pode criar tipos penais (crimes e penas, art. 1° CP).
Imperatividade: violada a lei penal o infrator fica sujeito à pena ou à medida de segurança
Generalidade: a lei penal se aplica a todas as pessoas.
Impessoalidade: a lei penal aplica-se às condutas futuras praticadas por qualquer pessoa.
Lei penal em branco:
Preceito primário incompleto – necessita de um complemento
Lei penal
Preceito secundário
3.1.) Lei penal em branco homogênea ou em sentido lato:
O complemento é da mesma hierarquia do código penal.
Lei federal: complemento na norma penal em branco homogênea; art. 236 CP -> o complemento vem do artigo 1521 CC (impedimentos do casamento).
3.2.) Lei Penal em Branco heterogênea ou em sentido estrito:
O complemento é uma norma de outra hierarquia (portaria, decreto).
Ex.: art. 33 da Lei 113433/06 Lei de Drogas -> Portaria n° 344/98 da Anvisa define o que é droga.
Art. 269 CP complementado pela portaria1100/96 do Ministério da Saúde sobre quais são as doenças de notificação compulsória.
Fonte Formal Mediata:
Costumes: repetição da conduta de maneira uniforme e constante com a convicção de sua obrigatoriedade.
É possível um costume incriminador?
- Não, o costume não cria nenhum tipo penal, somente a lei pode criar tipos penais.
O Costume pode revogar uma infração penal (crime/contravenção penal)?
- A primeira corrente diz que sim, pode revogar a infração penal desde que a sociedade aceite a sua prática. Ex.: jogo do bicho.
- A segunda corrente diz que não, mas se o fato não é mais aceito socialmente pode o juiz deixar de aplicar a pena. A revogação formal somente ocorreria por meio da lei.
- A terceira corrente diz que não existe costume revogador, aplica- se a lei enquanto não revogada por outra lei. * A terceira corrente prevalece.
Pra que serve o costume no dir. Penal?
- No dir. Penal utiliza-se o costume interpretativo -> ‘ Secundum legem’; a fim de clarear o sentido de um palavra ou uma frase.
Ex.: o que era ato obsceno há 50 anos atrás pode não ser mais ato obsceno hoje.
Art. 155 § 1° CP -> furto cometido durante repouso noturno; recorre-se ao costume do lugar para verificar o que seria o repouso noturno.
Princípios gerais do direito: São premissas éticas que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas.
XVIII) Interpretação da lei penal:
Quanto ao sujeito:
Autêntica ou legislativa: é aquela dada pela própria lei. Ex.: art. 327 CP.
Doutrinária ou científica: feita pelos estudiosos do direito. Ex.: exposição de motivos do código penal.
Jurisprudencial: fruto das decisões reiteradas dos tribunais.
Quanto ao modo:
Literal ou gramatical: leva em conta o sentido das palavras.
Teleológica ou finalística: que busca a intenção objetivada pela lei.
Histórica: busca a origem da lei.
Sistemática: a lei é interpretada em conjunto com a legislação
Evolutiva ou progressiva: exige do intérprete a atualização dos diplomas normativos de acordo com o avanço da ciência.
Quanto ao resultado:
Declarativa: a letra da lei corresponde exatamente à vontade do legislador.
Restritiva: reduzir o alcance; a lei disse mais do que deveria.
Extensiva: ampliar o alcance da lei. Ex.: art. 235 Crime de Bigamia.
A ordem jurídica admite interpretação extensiva contra o réu?
- Admite-se a interpretação extensiva contra o réu conforme a maioria da doutrina.
Interpretação Extensiva ≠ Interpretação Analógica
Na Analógica: o significado que se busca está no próprio dispositivo o texto da lei abrange uma fórmula casuística/ exemplificativa seguida de uma fórmula genérica
Ex.: art. 121 § 2°, III, CP.
Veneno ou outro
Fogo seguida meio insidioso
Explosivo ou cruel ou
Asfixia que possa resultar em
Tortura perigo comum
Fórmula Casuística			Fórmula Genérica
02/03/2015
Analogia: aplicação de um caso não previsto em lei de disposição relativa à um caso semelhante.
Analogia ‘in malam partem’: analogia usada para prejudicar o réu vedada no direito penal. Ex.: furto de uso.
Analogia ‘ in bonam partem’: analogia utilizada para beneficiar o réu. Admitida no direito penal. Art. 181, I quando a pessoa rouba o cônjuge não é punido, mesmo caso em união estável.
Interpretação extensiva: há lei a ser aplicada / ampliar o alcance da norma, ex.: arma, 157 CP.
Interpretação analógica: há lei a ser aplicada no caso concreto.
São exemplos seguidos de um comando genérico. Ex.: art. 121, § 2°, I , III e IV CP.
Aplicação da Lei Penal:
Princípio da legalidade: art. 5°, XXXIX CF/ Art. 1° CP- Cláusula Pétrea.
Origem: o princípio da legalidade surgiu (para a maioria da doutrina) na Magna Carta de 1215 do rei João Sem Terra.
Se espalhou junto com os ideais da Revolução Francesa; A primeira legislação que trata do princípio da legalidade foi o código penal francês de 1610.
Brasil: apareceu em 1824 na Constituição do Império.
Código Criminal de 1830 => Brasil
Aspectos: Aspecto jurídico: subsunção => uma conduta só será considerada como criminosa se existir total e absoluta adequação do fato à norma.
Aspecto político: segurança jurídica => confere um mínimo de tranquilidade na esfera social.
A lei que prevê o crime deve ser anterior à conduta.
O agente somente será responsabilizado criminalmente se o fato praticado for considerado crime por uma lei anterior à prática da sua conduta.
Desdobramentos do Princípio da Legalidade:
“NÃO HÁ CRIME ¹ SEM LEI ² ANTERIOR ³ QUE O DEFINA, NEM PENA ¹ SEM PRÉVIA ³ COMINAÇÃO LEGAL ²”.
Crime e pena: Crime => sentido lato sensu, infração penal e contravenções penais.
Pena: Determinada Espécies (Pena privativa de Liberdade, pena restritiva de direito ou multa)
 Quantidade: mínimo e máximo da pena.
Abrange a medida de segurança:
1 ª Corrente: não, porque a medida de segurança tem caráter curativo e não punitivo.	Comment by Fernanda de Paulo: 	Comment by Fernanda de Paulo: 
2ª Corrente: Sim, porque a medida de segurança é forma de sanção penal, o STF adota a 2ª corrente e entende que os princípios constitucionais da pena também se aplicam à medida de segurança.
Lei e Cominação Legal: Que lei é essa? Lei em sentido estrito => Princípio da Reserva Legal => consiste na exigência de Lei Ordinária ou Complementar ou seja, que respeite o processo legislativo.
Lei => taxativa, determinada.
Deve conter um mandato de certeza, vedadas as expressões genéricas. O legislador deve detalhar a conduta criminosa prevista no tipo penal para permitir o alcance da norma.
Tipo penal vago/ indeterminado: quando o tipo penal não detalha a conduta.
Quando utiliza expressões vagas:
Ex.: art. 20 da Lei 7170/83
LSN - Lei nº 7.170 de 14 de Dezembro de 1983
Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências.
Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.
O que seriam atos de terrorismo?
O que está excluído?
Direito Consuetudinário: costumes, costume não cria lei, do direito penal.
Analogia ‘in malam partem’: não pode criar tipos penais.
Lei Delegada: não pode tratar de tipos penais, ex.: Art. 68, II, CF
Medida Provisória: ex.: art. 62, § 1°, ‘b’, CF.
Decreto –lei: espécie normativa que existia antes da CF/88.
Os decretos lei editados antes de 1988 e que foram recepcionados pela CF são constitucionais.
Princípio da Anterioridade: a lei que cria o crime e a pena deve ser anterior à prática da conduta criminosa.
Princípio da legalidade Princípio da Reserva Legal
 Princípio da Anterioridade
Outros princípios penais:
Princípio da Dignidade de Pessoa Humana:
Art. 1° do CP, art. III da CF => Fundamento da República Federativa do Brasil/ A República está a serviço do homem.
“ valor supremo que unifica todos os direitos fundamentais do homem. Abrange liberdade e igualdade, integridade física e psíquica e o mínimo existencial.”
Mínimo existencial: segurança, saúde, alimentação, moradia, educação.
- As Leis estão a serviço do homem, dessa forma o legislador na sua função seletiva irá selecionar quais os comportamentos serão tutelados pela norma penal respeitadoo princípio da dignidade da pessoa humana.
=> Toda lei que ofende o princípio da dignidade da pessoa humana é inconstitucional.
Princípio da intervenção mínima: Consiste na intervenção do direito penal somente quando outros ramos do direito não deram solução adequada ao conflito => ultima ratio
Ultima ratio significa “última razão” ou “último recurso”. É uma expressão com origem no Latim e frequentemente empregada no Direito. Diz-se que o Direito Penal é a ultima ratio, ou seja, é o último recurso ou último instrumento a ser usado pelo Estado em situações de punição por condutas castigáveis, recorrendo-se apenas quando não seja possível a aplicação de outro tipo de direito, por exemplo, civil, trabalhista, administrativo, etc.
Princípio da Fragmentariedade: O direito penal se ocupa apenas de alguns atos ilícitos dentre todos os atos ilícitos. Somente uma parcela corresponde aos ilícitos penais ou seja que atinjam bens jurídicos ( de grande valor) mais importantes e de forma grave.
Princípio da lesividade ou da ofensividade: O direito penal somente deve punir as condutas que causem lesão efetiva ou potencial a bens jurídicos penalmente tutelados.
Princípio da insignificância ou da bagatela: O direito penal somente deve punir a conduta que cause grave lesão ao bem jurídico se a lesão for insignificante/ ínfima não haverá tipicidade penal.
O princípio da insignificância afasta a Tipicidade.
Critérios adotados pelo STF par definir a insignificância:
Mínima ofensividade da conduta.
Nenhuma periculosidade social.
Reduzida reprovabilidade do ato.
Inexpressividade da lesão jurídica.
Crime de violência não se aplica o princípio da insignificância.
09/03/2015
Princípio da Humanidade: Nenhuma pena imposta ao condenado pode ser cruel ou desumana.
A execução da pena também deve obedecer ao princípio da humanidade,
Execução da Pena => ressocialização do condenado, volta ao convívio em sociedade.
Princípio da proporcionalidade: a sanção penal deve ser proporcional à conduta criminosa. Quanto mais grave a conduta criminosa mais grave deve ser a sanção penal.
Prevenção especial: evitar que o indivíduo volte a praticar mais crimes, volte a reincidir.
Prevenção geral: evitar que outras pessoas cometam o mesmo crime, serve de exemplo.
Litispendência: mesmo autor, mesmo réu/ Exceção de litispendência e coisa julgada
Coisa julgada do direito penal ≠coisa julgada no dir.civil
Princípio da Vedação do ‘bis in idem’: Processual; ninguém será processado duas vezes pelo mesmo fato.
 Material: ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo fato.
 Executório: ninguém pode cumprir pena duas vezes pelo mesmo fato.
Aplicação da Lei penal no tempo (arts. 2° a 4° CP):
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
A lei penal aplicada dentro do tempo da nossa vida, no curso do tempo.
Noções introdutórias: a lei entra em vigor 45 dias após ser oficialmente publicada salvo expressa disposição em contrário.
O legislador leva em conta a complexidade da lei para determinar qual o período para que entre em vigor.
Vacatio legis: intervalo entre a publicação e a sua entrada em vigor.
Uma lei fica em vigor até que outra a lei a revogue => princípio da continuidade das leis. Revogação: a lei perde a sua vigência, deixa de valer.
Revogação expressa: quando a lei diz que revoga a outra lei ou tácita: quando a nova lei é incompatível com a lei anterior.
Revogação parcial ou derrogação: quando apenas da lei é revogada/ Ab- rogação: quando a lei é totalmente revogada (revogação total).
Conflito de direito intertemporal: Pode ocorrer que com a revogação de uma lei penal possam surgir conflitos entre a lei nova e a lei anterior assim denomina-se Direito penal intertemporal as regras e princípios que irão solucionar os conflitos de leis penais no tempo.
Qual é a regra e quais são as exceções no direito penal?
- ‘Tempus Regit Actum’: o tempo vai reger o ato, a conduta (não o resultado). Aplica-se a lei que está em vigor no momento da prática do crime, da conduta.
Exceções: 1) Lei ‘Novatio legis incriminadora’: nova lei que incrimina, que torna uma conduta criminosa que antes era atípica, é a criminalização de uma conduta que anteriormente era lícita. Cria um tipo. Não retroage em virtude do princípio da legalidade.
Conduta -> Fato -> nova lei incriminadora => Lei anterior ao fato.
Ex.: Art. 218. A. CP.
‘Novatio legis in pejus’ ou ‘Lex gravior’: nova lei que piora a situação do agente, lei mais grave. Não retroage, por um mandamento constitucional art. 5°, XL CF, ex.: a lei não retroagirá salvo em benefício do réu.
Ex.: caso de aumento de pena, lei que aumenta a pena.
Caráter penal e processual da lei => lei híbrida
‘Abolitio criminis’ Art. 2° caput CP, a lei posterior de considerar crime o fato, retira a conduta criminosa da ordem jurídica => Causa de extinção da punibilidade, o réu não será punido.
Art. 2°:Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Efeitos da abolitio criminis: atinge a execução, a sanção penal não pode mais ser imposta ou executada (uma forma de irretroatividade) / Extingue a punibilidade por abolitio criminis (art.107, III CP).
Atinge os efeitos penais da sentença condenatória, não gera reincidência, não gera maus antecedentes.
4) ‘Novatio legis in mellius’:art. 2°, § único, CP: Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
A nova lei que dá ao fato tratamento mais favorável ao agente, a pena pode ficar mais branda, ou haver uma causa de diminuição de pena.
Art. 28 Lei 11343/06 – Lei de Drogas/ Art. 28: fala do uso de entorpecente. Porte de entorpecente par uso próprio é crime.
A lei 6368/76 dizia que usar drogas era crime e colocava na cadeia, com a lei 1343/06 o uso de droga continua sendo crime porém mudou a forma de punir, ao invés de ser preso o usuário passou a ter outras punições, como advertência.
Estupro e atentado violento ao pudor: o juiz somava as penas. Análise do § único do art. 2°: Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
“ de qualquer modo”: qualquer maneira que não seja a abolitio criminis (que aparece no caput).
“ decididos por sentença condenatória transitada em julgado”: atinge a coisa julgada (pois leva em conta a liberdade do réu). Ex.: se estiver cumprindo pena ele deve ser solto.
- A lei penal que trata da ‘abolitio criminis’ e ‘novatio legis in mellius’ retroage?
Sim, são leis retroativas que alcançam os fatos passados. Retroagem porque beneficiam o réu.
CUIDADO: A LEI PENAL BENÉFICA PODE SER RETROATIVA OU ULTRA- ATIVA.
RETROATIVIDADE: a lei retroage para o benefício do réu.
 Prática do Fato
<==|=========|========|== 
Lei A Lei B 
Mais grave Mais favorável 
ULTRA-ATIVIDADE: aplicação da lei benéfica mesmo após sua revogação.Prática do Fato
<=|=========|========|==== 
Lei A Lei B
Mais favorável Mais grave
Súmula 611 do STF: o juiz competente para aplicar ‘abolitio criminis’ e ‘novatio legis in mellius’ após o trânsito em julgado da sentença condenatória é o juiz da execução penal (do lugar aonde o réu cumpre a pena).
- É possível a combinação de leis?
Lei A Lei B
Pena: 01 a 04 anos Pena: 02 a 08 anos
Multa 10 a 360 dm. Multa de 10 a 100 dm.
O primeiro entendimento: o juiz não pode juntar os benefícios de uma e outra, pois o juiz estaria legislando criando uma segunda lei.
O segundo entendimento diz que sim, porque haveria benefício para o réu.
O STF e STJ entendem que não é possível a combinação de leis. Aplica-se a integralidade da lei. Súmula 501 do STJ – Lei de Drogas.
16/03/2015
13 de Abril de 2015: Extraterritorialidade art. 7° CP.
Revisão da Aula Passada
Art. 3° - Lei excepcional/ lei temporária.
A lei excepcional é aquela aplicada em situações especiais, anormais.
Lei temporária: provisória, criada para vigorar durante certo tempo. Ex.: art. 36 Lei Geral da Copa.
Características da lei excepcional/ temporária:
Autorrevogáveis: não necessitam outra lei para revogá-las, cessado o tipo penal, a lei fica revogada, acabou o tempo, a lei se revoga.
Ultra-ativas: aplicada à situação de anormalidade mesmo após a revogação.
Praticado o fato durante a guerra a lei atinge; Ex.: cometer um ilícito penal e ser julgada após a revogação da lei; será julgado de acordo com a lei que estava vigente.
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Art. 4° CP- Tempo do crime, momento foi praticado o crime, para saber qual lei penal será aplicada.
Art. 4º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Três Teorias: 1ª Teoria da Atividade: considera praticado o crime no momento da conduta, da ação ou omissão.
2ª Teoria do resultado: o momento da prática do crime é quando ocorre o resultado, ex.: quando atiro e a pessoa morre.
3ª Teoria da ubiquidade ou mista: momento do crime é o momento da conduta ou do resultado
O código penal adota a teoria da atividade.
Aditamento de denúncia, por exemplo: quando a pessoa que sofreu tentativa de homicídio e morreu durante o julgamento.
Quais são os efeitos que a adoção da teoria da atividade produz?
1° “Tempus regit actum”: aplica- se a lei vigente no momento da prática da conduta.
2° A imputabilidade (capacidade de entender a prática) é verificada no momento da prática do crime.
Menor de 18 anos é inimputável, pratica ato infracional/ Se praticar ato enquanto tiver 17 anos e a vítima morrer após completar 18 anos, responde de acordo com o ECA.
Embriaguez não exclui imputabilidade, apenas em caso fortuito (boa noite cinderela)
3° Crime permanente: é aquele em que a conduta criminosa se prolonga no tempo por vontade do agente. Ex.: extorsão mediante sequestro; a liberdade da vítima depende do sequestrador; no momento do cerceamento da liberdade da vítima o crime já está consumado.
No crime permanente a conduta se iniciou sob a vigência de uma lei mas se prolonga no tempo sob o efeito de outra lei mais severa, aplica-se a leis mais severa porque a conduta criminosa continua sendo executada.
Enquanto estiver presa o seu direito a liberdade continua sendo violado.
Exemplo:
20/10/2014 Sequestro para obter R$$$ (pena 08 a 15 anos- Lei X)
10/01/2015 art. 159 alterado pela Lei Y (pena de 10 a 20 anos)
16/03/2015 vítima liberada, a lei a ser aplicada será a lei Y.
Ex.: art. 33 da lei 11343/2006 Lei de Drogas: ter em depósito substância entorpecente
Email: tatianavalverde@hotmail.com
 Crime continuado: art. 71 do CP,
São dois ou mais crimes da mesma espécie que pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução ou outras semelhantes os últimos delitos são considerados como continuação dos primeiros delitos.
Espécie de concurso de crimes, para efeito de aplicação da pena o crime continuado é considerado um único crime.
Ex.: furto por vários dias no mesmo lugar, tempo e maneira de execução mesmo modo operandi.
Crime 1 Lei ‘A’ Pena de 01 a 04 anos
Crime 2 
Crime 3 Lei ‘B’ pena de 02 a 08 anos.
Crime 4
Crime 5 Aumento de pena de 1/6 até ½ 
Ex.: furto continuado, a empregada que leva peças de um faqueiro pra casa.
Aplica- se a lei a toda a continuidade delitiva. * Pois é considerado um único crime.
Súmula 711 do STF: “ A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente se a sua vigência é anterior à cessação/ fim da continuidade ou da permanência.”
Aplicação da Lei penal no espaço
Art. 5° ao 8° do CP. TERRITORIALIDADE
Art. 5º Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Limitação da aplicação da lei penal brasileira
Art. 5° caput adotou o princípio da territorialidade temperada. Porque no território brasileiro aplica-se a lei penal brasileira e o que ficar disposto nas convenções, tratados e regras de direito internacional.
Convenção sobre os portadores de deficiência se incorporou à Constituição.
Convenção de Viena: os embaixadores respondem perante às leis de seus países.
Território brasileiro: espaço onde o Brasil exerce a sua soberania.
Terrestre: superfície terrestre delimitado pelas fronteiras, solo e subsolo, rios e lagos interiores.
Marítima: mar territorial (12 milhas), plataforma continental (188 milhas) para exploração econômica, zona econômica exclusiva.
Aéreo: o espaço aéreo correspondente ao território e ao mar territorial. Teoria da absoluta soberania do país subjacente ou da coluna atmosférica (mapa em 3d)
Extensão do território nacional: Art. 5°, §1° do CP- embarcações, aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem embarcações, aeronaves mercantes ou de propriedade privada. Em qualquer lugar aplica-se a lei brasileira em alto-mar ou em espaço aéreo correspondente ao alto-mar. => Princípio da bandeira ou do pavilhão.
Em espaço aéreo europeu, aplica-se a lei penal do território sobre o qual está passando, quando entra em espaço aéreo de outro país, aplica-se a lei do país.
§ 2º É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Embarcações ou aeronaves estrangeiras se em território brasileiro aplica-se a lei brasileira.
LUGAR DO CRIME
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
	
EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I — os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, deEstado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II — os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
23/03/2015
Na prova: cairá a partir de fontes do direito penal até hoje.
São 5 testes e duas dissertativas. Sem o Vade Mecum
A territorialidade serve para entender aonde o Brasil tem a soberania.
Aplicação da lei penal brasileira no território brasileiro.
Território: compreende os limites geográficos, mar, espaço aéreo, 200 milhas marítimas.
Embarcações/ Aeronaves: públicas ou privadas. Se o avião (privado) estiver em águas internacionais será aplicada a lei brasileira.
Art. 6° se aplica aos crimes à distância. São crimes que ofendem interesses de dois ou mais países, ou seja, podendo ser a conduta no Brasil e o resultado no exterior ou vice –versa.
Por exemplo: a pessoa toma um tiro em outro país e o resultado ocorre em outro país.
Qual lei será aplicada? A lei de qual país será aplicada em casos de crimes à distância?
LUGAR DO CRIME
Art. 6º Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
 3 teorias: 
Teoria da atividade: o local do crime é o local da conduta, da atividade, local da ação ou omissão. 
Teoria do resultado: aplica-se a lei do local onde ocorreu o efeito do crime.
Teoria da ubiquidade ou mista: o local do crime é tanto o local da conduta quanto o do resultado.
O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria da ubiquidade ou mista.
Como não confundir lugar do crime com tempo do crime LUTA : Lu: lugar do crime Ubiquidade. Tempo do crime: Atividade.
O artigo 7° e o artigo 8°:
EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7º Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I — os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder
Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II — os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando
em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.
§ 2º Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade,
segundo a lei mais favorável.
§ 3º A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO
Art. 8º A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
Respeito ao princípio da vedação do bis in idem. 
Pena cumprida fora do Brasil: atenua quando diversas e computa quando idênticas.
Ex.: pena privativa de liberdade de 10 anos no estrangeiro e aqui 50 mil em multa. O legislador não estabeleceu o critério para equivalência de penas, cabendo ao juiz decidir.
Penas idênticas: ex.: prisão aqui no Brasil e no estrangeiro; a pena lá é de 10 anos e aqui é 30 anos, se cumprir os 10 anos lá fora, terá que cumprir 20 anos aqui; desconta-se pois se trata de pena idêntica.
EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA
Art. 9º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:
I — obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II — sujeitá-lo a medida de segurança.
Páragrafo único. A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Sentença estrangeira prolatada por um juiz estrangeiro precisa produzir efeitos no Brasil, precisa para tanto ser homologada pelo STJ, analisa os critérios formais em respeito à soberania do país e não o mérito. 
Só podem ser homologadas sentenças penais estrangeiras que digam respeito a:
Cumprimento de medida de segurança: o STJ homologa a sentença estrangeira para que os inimputáveis, portadores de doença mental. Pode ser cumprida através de internação ou tratamento ambulatorial.
Semi-imputável: aquele que tem capacidade de discernimento reduzida, pode ser receber medida de segurança ou pena restritiva de liberdade de forma reduzida.
Aplicação da lei brasileira no estrangeiro: crime contra o presidente da República, independente de o agente entrar no território brasileiro (incondicionado).
Contra a sociedade de economia mista: 
30/03/2015 Avaliação Intermediária 
06/04/2015
Teoria Geral do Delito
O que é crime?
Noções Preliminares
O Brasil adota o conceito dualista de infração penal Crime = Delito / Contravenção.
Ato infracional: conduta descrita em lei como crime ou contravenção penal (definição do ECA).
Diferença entre crime e contravenção: 
-a pena é uma diferença, na contravenção é menor.
A diferença principal é a gravidade.
Ex.: crimes de trânsito antes eram contravenções penais; 
Diferença entre crime e contravenção penal é questão de política criminal, é uma diferença axiológica/ valorativa.
Contravenção penal sinônimos: Crime anão, crime liliputiano, Crime vagabundo.
Conceito de crime assume três aspectos: 1) aspecto formal: dado pelo legislador, o legislador vai dizer qual é o crime, qual é a norma penal, trata-se daquilo que está previsto na lei.
Crime é a conduta estabelecida na norma penal incriminadora sob ameaça de sanção penal.
2) Aspecto ou conceitomaterial: é o comportamento humano causador de relevante lesão ou perigo de lesão a bem jurídico tutelado. 
Crime de lesão: crime consumado.
Aspecto ou conceito analítico: subdivide-se 3 elementos: 1) Teoria bipartida ou 2) Teoria tripartida.
Ambas trabalham com os mesmos elementos.
Conceito de crime para a teoria bipartida: crime é fato típico e ilícito. A culpabilidade não integra a definição de crime na teoria bipartida. 
- A culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena.
* Damásio e Capez são da teoria bipartida.
Conceito de crime para a teoria tripartida: crime é fato típico, ilícito e culpável.
Adotado o Conceito analítico de crime, pois o conceito analítico abarca todos os elementos.
Crime é fato típico, ilícito e culpável. Adotar esta teoria. As duas estão corretas pois chegam ao mesmo lugar.
Sujeitos do crime:
Sujeito ativo: o autor da infração penal, o réu, pessoa física, maior de 18 anos.
A pessoa jurídica pode ser sujeito ativo de crime?
Duas Correntes. 1) A 1ª corrente diz que não porque a pessoa jurídica não pode ser responsabilizada subjetivamente, isto é porque ela não tem dolo ou culpa sob pena de atuar sob Responsabilidade penal objetiva: punir alguém sem dolo nem culpa, não é possível a responsabilidade penal objetiva.
2) A 2ª corrente diz que sim é possível a responsabilidade pessoa jurídica, porque a pessoa jurídica não pratica crime mas pode ser responsabilizada penalmente.
Ex.: Crimes ambientais; praticados por funcionários ou terceiros seguindo a ordem da pessoa jurídica e em benefício da pessoa jurídica.
A denúncia do MP nos crimes ambientais deve adotar o sistema da dupla imputação, ou seja, denunciar a pessoa física e a pessoa jurídica, art. 3° da Lei 9605/98- Lei de crimes ambientais.
A corrente adotada é segunda e o STJ segue essa corrente.
Frase do STJ em acórdãos sobre crimes penais:
“ A responsabilidade penal da pessoa jurídica é uma responsabilidade penal social.”
A responsabilidade da pessoa jurídica por crimes ambientais independe de culpa ou dolo, é dever da pessoa jurídica não lesar o meio ambiente.
Sujeito passivo: vítima ou ofendido, é a pessoa ou a entidade que sofre as consequências da infração penal, pessoa física, pessoa jurídica. 
Ex.: office boy assaltado que estava com pasta contendo cheques da empresa e teve cheques e celular pessoal roubado. As duas vão para a denúncia.
É possível a pessoa jurídica ser vítima de extorsão mediante sequestro quando a pessoa jurídica paga o resgate.
Crime vago: o sujeito passivo é a coletividade, ex.: crime contra animais.
Extorsão mediante sequestro: privação de liberdade de alguém (pessoa), sob exigência de quantia indevida.
Duas espécies: sujeito passivo constante/ formal: Estado porque o interesse do Estado é que os crimes não ocorram (sujeito passivo implícito), não aparece nas denúncias do MP.
Porque é titular do interesse jurídico de punir que surge com a prática da infração penal.
Sujeito passivo eventual/ material: o titular do bem jurídico protegido, tutelado pela norma penal, qualquer pessoa, pode ser o Estado quando crime contra a administração pública.
Obs.: morto não é sujeito passivo de crime. Em caso de furto de dente ouro ou difamação do morto o sujeito passivo é a família.
Não é possível ser sujeito ativo e passivo ao mesmo tempo.
Crime vago: é aquele que tem como sujeito passivo um ente sem personalidade jurídica.
Tráfico de drogas é um crime vago, o sujeito passivo é a sociedade.
Aborto não é crime vago: o feto já é considerado pessoa pro direito penal.