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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC 
CURSO DE ARTES VISUAIS - LICENCIATURA 
 
 
 
 
 
 
MICHELE COELHO MODESTO 
 
 
 
 
 
O ENSINO DA ARTE E A INCLUSÃO: DIFICULDADES DE ATUAÇÃO 
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS COM ALUNO 
DEFICIENTE MÚLTIPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010.
 
MICHELE COELHO MODESTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ENSINO DA ARTE E A INCLUSÃO: DIFICULDADES DE ATUAÇÃO 
NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS COM ALUNO 
DEFICIENTE MÚLTIPLO 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado 
para obtenção do grau de Licenciada no Curso 
de Artes Visuais - Licenciatura da Universidade 
do Extremo Sul Catarinense, UNESC. 
 
Orientadora: Profª.Esp.Maria Neiva Mezari 
Borges 
 
 
 
 
 
 
CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2010.
 
MICHELE COELHO MODESTO 
 
 
 
O ENSINO DA ARTE E A INCLUSÃO: DIFICULDADES DE ATUAÇÃO NAS 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS COM ALUNO DEFICIENTE MÚLTIPLO 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela 
Banca Examinadora para obtenção do Grau de 
Licenciada, no Curso de Artes Visuais da 
Universidade do Extremo Sul Catarinense, 
UNESC, com Linha de Pesquisa em Educação 
e Arte. 
 
 
Criciúma, 03 de Dezembro de 2010. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
__________________________________________________________ 
Prof ª. Maria Neiva Mezari Borges - Especialista - UNESC – Orientadora 
 
 
_________________________________________________________ 
Prof ª. Edna Regina Baumer - Mestre - UNESC 
 
 
_________________________________________________________ 
Prof ª. Mileine Crispim Baum Joaquim - Especialista - UNESC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta pesquisa a meus pais e irmãos 
que sempre estiveram presentes na minha 
vida, acreditando em mim, me ajudando de 
forma direta e indireta e, acima de tudo, 
confiando na minha capacidade de concretizar 
esta pesquisa. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças e paciência, para 
conseguir concretizar esta pesquisa. Aos meus pais que sempre me deram o maior 
apoio para realizar o meu sonho. Ao meu irmão Saimon que sempre esteve do meu 
lado nos momentos bons e ruins me mostrando que a vida é feita de baixos e altos e 
que sempre com muito esforço conseguiremos ir longe. Ao meu irmão Cristian que, 
com a sua alma de criança me faz enxergar um mundo colorido como o arco-íris. 
Aos meus tios e tias que indiretamente fizeram parte da minha vida acadêmica 
sempre me incentivando e dando total apoio nos meus estudos. A minha madrinha 
Madalena e meu padrinho Daniel que estiveram presentes nesta jornada e que 
sempre me deram forças para chegar á reta final do curso. Aos meus primos e 
primas, mas, em especial, para minhas primas Gisele, Carla e Deise que sempre 
acreditaram no meu potencial, me deram o maior apoio em tudo que eu fosse 
realizar. Fica aqui o meu muito obrigado a todos. 
Dedico também, esta pesquisa, para meus colegas de classe que de certa 
forma nestes quatros anos sempre me apoiaram e me deram forças nos momentos 
em que pensei desistir, mas, em especial, a minhas amigas que levarei para sempre 
em meu coração Suzana e Marielen. Aos meus amigos que mesmo distantes 
sempre me apoiaram. Dedico também, aos meus alunos da APAE Caminho da luz 
de Criciúma que tornaram as minhas manhãs mais alegres e, em especial, ao meu 
aluno José que estuda no ensino regular que, com sua alma de criança e o seu 
amável sorriso me fez aprender muito e acreditar em mim. Com ele passei dois anos 
trabalhando e conquistando pequenos gestos de amizade e amor que significaram 
muito para mim. 
A todos os meus professores do curso que contribuíram para a minha 
formação, mas, em especial, a minha orientadora Neiva, que teve uma paciência 
incrível comigo, que confiou na minha capacidade de realizar este estudo. Agradeço 
também, a professora Édina que, quando pensei em desistir, esteve ali para me 
mostrar o caminho, e dedicou seu tempo para contribuir na minha pesquisa. 
Fica aqui a minha eterna gratidão por tudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Temos o direito a sermos iguais quando a 
diferença nos inferioriza; temos o direito a 
sermos diferentes quando a igualdade nos 
descaracteriza”. 
 Boaventura de Souza Santos 
 
RESUMO 
 
 
A presente pesquisa é proveniente de minhas vivências de trabalho e aborda como 
tema “O Ensino da Arte e a inclusão: dificuldades de atuação nas práticas 
pedagógicas inclusivas com aluno deficiente múltiplo”. Refere-se às dificuldades que 
as professora de artes e eu encontramos perante a educação deste aluno no ensino 
regular, buscando afirmar essas dificuldades com autores mencionados na pesquisa. 
Mesmo sabendo das dificuldades dos professores em trabalhar no ensino regular 
com alunos que tem deficiência múltipla e intelectual, vemos a importância que a 
arte tem na vida destes educandos, e o quanto eles tem o direito de uma educação 
de qualidade. A escolha do tema surgiu quando comecei a trabalhar no ensino 
regular, como estagiária, com um aluno que tem deficiência múltipla. O objetivo 
desta pesquisa é analisar o despreparo dos professores de artes do ensino regular 
em trabalhar com alunos que sofrem de deficiência múltipla, apresentando como 
problema: quais são as dificuldades do professor de arte em contato com o aluno 
com deficiência múltipla no ensino regular? A abordagem é qualitativa sobre os 
dados obtidos na pesquisa bibliográfica e pesquisa participante, onde relato a minha 
vivência e experiência. A pesquisa demonstrou que falta capacitação para os 
professores e estagiários se sentirem mais preparados para dar uma educação de 
qualidade para os alunos com deficiência, e também o apoio das partes envolvidas 
sobre a inclusão. 
 
Palavras Chaves: Ensino da Arte. Inclusão. Deficiência Múltipla. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais 
LDB – Lei de Diretrizes de Base 
MEC – Ministério da Educação 
ONU – Organizações das Nações Unidas 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9 
2 A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ........................................................ 11 
2.1 Deficiência ........................................................................................................... 13 
2.2 Deficiência Física ................................................................................................ 13 
2.2.1 Caracterização da Deficiência física ................................................................ 14 
2.3 Deficiência Intelectual.......................................................................................... 15 
2.3.1 Caracterização da Deficiência Intelectual ......................................................... 15 
3 ARTE E EDUCAÇÃO ESPECIAL ........................................................................... 17 
3.1 Inclusão Escolar .................................................................................................. 21 
3.2 Arte no Contexto Escolar Inclusivo ...................................................................... 25 
3.3 Atendimento Educacional Especializado para Deficiente Físico e Intelectual ..... 26 
4 METODOLOGIADA PESQUISA ........................................................................... 30 
5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE DE DADOS ........................................................ 32 
6 PROJETO DE CURSO........................................................................................... 38 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 43 
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ............. 46 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
O meu interesse de pesquisa nasceu quando comecei a trabalhar como 
estagiária no ensino regular com um aluno que sofre de Paralisia Cerebral, o José. 
Um aluno com deficiência múltipla que, além de frequentar o ensino regular, estuda 
também na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O Trabalho de 
Conclusão de Curso que desenvolvi fala sobre essa vivência e experiência. Nesse 
tempo de convivência, José e eu criamos um elo de amizade e carinho muito forte. 
José estuda na escola regular desde o jardim e atualmente frequenta o 2º 
ano; duas a três vezes por semana ele ainda vai para a APAE de Içara, no período 
inverso ao da escola. Essa rotina acaba tornando-se cansativa para a criança, que 
precisa acordar cedo para ir para a APAE e enfrentar a jornada de um dia inteiro 
estudando. Em seu atual estágio de desenvolvimento, ele não fala, não anda, não 
tem coordenação motora, não fixa o olhar nas coisas, enfim, é disperso. Então surge 
o problema desta pesquisa: quais são as dificuldades do professor de arte, em 
contato com o aluno com deficiência múltipla no ensino regular? 
As professoras que trabalham com o José, e eu, na função de estagiária, 
conversamos muito sobre sua situação de inclusão e de sua aprendizagem na 
escola e muitas vezes me sinto incapaz, pensando que não há resultados da parte 
dele; outras vezes parece que eu sou uma babá e não uma professora estagiária. 
Essa frustração me leva a questionar se, na universidade, o fato de termos somente 
dois créditos da disciplina de Fundamentos e Metodologia da Educação Especial, 
nos deixa despreparada para oportunizar a aprendizagem desses alunos especiais. 
Questiono, também, se a Secretaria Municipal de Educação não deveria 
preparar seus professores e estagiários para trabalhar com alunos especiais, por 
meio de cursos de capacitação ou aperfeiçoamento, contribuindo assim com a 
inclusão. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é falar sobre a inclusão e investigar 
as dificuldades que as professoras, em especial a professora de arte, apresentam no 
processo de ensino e aprendizagem do aluno com deficiência múltipla no ensino 
regular. 
Para alcançar este objetivo utilizei a metodologia do estudo de caso por 
meio de observação nas aulas com as professoras que se encontram lidando com o 
10 
 
José nesse semestre. O referencial teórico para fundamentar a análise dos dados 
envolve os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), Saldanha et al, (1999), Tibola 
(2001), Ministério da Educação: Secretaria de Educação Especial (2005), Ministério 
da Educação: Secretaria de Educação Especial (2006), Ministério da Educação: 
Secretaria de Educação Especial (2007), Revista de Educação Especial: Inclusão 
(2006). 
Iniciamos a pesquisa trazendo algumas informações sobre a trajetória da 
educação especial; de como eram tratadas as pessoas com deficiência na 
antiguidade, até os dias atuais. Nos capítulos seguintes apresentamos o que é 
deficiência, esclarecemos a diferença e a caracterização entre deficiência física e 
intelectual. Falamos também, sobre a arte e a educação especial, a inclusão escolar 
refletindo sobre o ensino da arte no contexto escolar inclusivo e o atendimento 
educacional especializado para deficientes físicos e intelectuais. 
Nos últimos capítulos descrevemos a metodologia usada nesta pesquisa. 
Em seguida as análises de dados coletados durante algumas vivências com o José. 
Logo após, trago um projeto de curso que tem como título: A arte no contexto 
escolar inclusivo: trabalhando com diversas adaptações de materiais pedagógicos 
para incluir alunos com deficiências múltiplas nas atividades. Este projeto tem o 
objetivo de possibilitar que os professores de artes possam ter uma ampliação de 
referencial teórico e que troquem experiências e depois confeccionem materiais que 
servirão de apoio nas atividades que forem trabalhar. Ao final deste trabalho 
concluímos a pesquisa dando o nosso parecer e trazendo propostas para a reflexão 
do assunto abordado neste trabalho. 
 
11 
 
2 A TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
 
Todo o ser humano tem o direito à educação, saúde, entre outros, porém, 
nem sempre foi assim no passado. Até o século XV, as crianças com qualquer tipo 
de deficiência eram jogadas em esgotos, precipícios, ou seja, excluídas totalmente 
da sociedade. Como afirma Nascimento (2009), para Martinho Lutero eram seres 
diabólicos que deveriam ser castigados para ganharem a purificação. Essas crianças 
com deficiência, ainda entre o século XVI e o século XIX, continuavam sendo 
isoladas da sociedade, porém, não mais jogadas em precipícios, mas sim, em 
abrigos, conventos, entre outros. Essas crianças não tinham nenhum tratamento, 
viviam como prisioneiras; a estrutura desses lugares não era propícia para atender 
essas crianças. 
Já no século XX, as crianças com deficiência passam a ser tratadas como 
cidadãos de direitos, porém a sociedade ainda os discrimina. Nos anos 60, parentes 
e pessoas lutam pela causa dos deficientes para a normalização que permita a 
integração na sociedade. Com isso surge pela primeira vez, na Lei de Diretrizes e 
Bases (LDB) n. 4.024 de 1961, a educação especial. Em 1988, a nova constituição 
brasileira garante o atendimento educacional especializado para deficientes, 
preferencialmente na rede do ensino regular. 
Como coloca Nascimento (2009), no ano de 2000 foi aprovada a Lei n. 
10.098 que trata de normas e critérios para a acessibilidade das pessoas com 
deficiência a modalidade reduzida. Já, no ano de 2001, houve uma convenção na 
Guatemala, onde o documento final foi aprovado pelo Congresso Nacional, por meio 
do Decreto Legislativo 198, de 13 de julho de 200,1 e tornado público no Decreto n. 
3.956, de 08 de outubro de 2001, cujo princípio é que todas as crianças estejam 
inclusas no ensino público regular, buscando a eliminação de todas as possíveis 
formas de discriminação contra a pessoa com deficiência. 
Comungando com Nascimento: 
 
As pessoas com deficiência têm o mesmo direito que qualquer cidadão ao 
acesso de bens e serviços públicos e algumas leis vieram para formalizar 
estes direitos que, na maioria das vezes e, cotidianamente são negados, 
ainda não há efetividade no cumprimento destes, mas houve épocas em 
que eles não existiam (NASCIMENTO, 2009, p.8). 
 
12 
 
As primeiras iniciativas brasileiras de serviços para atendimento das 
pessoas com deficiência ocorreram com a criação dos Institutos: Imperial Instituto 
dos Meninos Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant (IBC) e o Imperial Instituto 
dos Surdos-Mudos, atualmente com o nome de Instituto Nacional de Educação de 
Surdos (INES), ambos no ano de 1857. A primeira APAE em Santa Catarina foi 
organizada em 1955, na cidade de Brusque. No entanto, a iniciativa pioneira na 
implantação de serviço, voltado ao atendimento da pessoa com deficiência mental 
ocorre no ano de 1926, com a sociedade Pestalozzi, na cidade de Canoas 
(http://www.fcee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=45&I
temid=91). 
De acordo com Carvalho, na nova LDB, aprovada em 1996: 
 
a luta pela qualidade da educação e pela integração é uma luta pedagógica 
e social, concomitantemente. A escola para todos,a escola inclusiva, tem 
como princípio fundamental que todas as crianças devem aprender juntas, 
sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou 
diferenças que elas possam ter (CARVALHO, 1998, p. 59). 
 
As pessoas com deficiências lutam pela igualdade e respeito desde os 
séculos passados; eram discriminadas e não tinham o direito de ir e vir, direito de 
estudar ou ter uma vida comum como qualquer ser humano. Porém, nos dias atuais, 
elas ganharam o tão merecido espaço na sociedade e com isso o direito de uma 
educação de qualidade, escola para todos, onde aprendem juntos nas dificuldades e 
superações do dia a dia. 
Para Brasil, em seu artigo 3°, 
 
Art. 3° Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se 
um processo educacional definido por uma proposta pedagógica que 
assegura recursos e serviços educacionais especiais, organizados 
institucionalmente pra apoiar, complementar e, em alguns casos, substituir 
os serviços educacionais comuns, de modo a garantir a educação escolar e 
promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que 
apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e 
modalidades da educação básica (BRASIL, 2006b, p. 48). 
 
Sabendo que a inclusão escolar representa um direito de todas as 
pessoas com deficiência de estarem frequentando o ensino regular, temos que 
entender qual o papel que a escola fará e, qual o papel que as escolas especiais 
farão, pois uma educação para todos, não negará nenhuma delas (BATISTA, et al, 
2006). 
13 
 
2.1 Deficiência 
 
 
A pessoa que possui alguma deficiência tem o seu direito, isso é fato. Ela 
existe, sente, pensa e cria. Tem uma limitação, seja ela corporal ou mental, que 
pode afetar os aspectos de comportamento, que muitas vezes são fortes e 
adaptativos, outros fracos e pouco funcionais, que lhe dão um perfil de intraindividual 
e especial (FONSECA, 1995). 
De acordo com Fonseca (1995, p. 9) “o deficiente pode não ver, mas não 
tem dificuldades em orientar-se ou em fazer música. Não ouve, mas escreve poesia. 
Não aprende matérias escolares, mas pode ser excepcional numa atividade 
profissional ou num desporto”. Como salienta Fonseca (1995), a pessoa que possui 
algum tipo de deficiência se desvia da média ou da pessoa dita normal. Essas 
deficiências são classificadas da seguinte forma: características mentais, aptidões 
sensoriais, características neuromusculares e corporais, comportamento emocional, 
aptidões de comunicação, múltiplas deficiências. 
Segundo Carvalho, 
 
Deficiência - é qualquer perda de função psicológica, fisiológica ou 
anatômica. Tem como características: anormalidades temporárias ou 
permanentes em membros, órgãos, ou outra estrutura do corpo, inclusive os 
sistemas próprios da função mental. Servem como exemplos, sob a ótica 
orgânica, a perda da capacidade de ver, ouvir, andar, decorrentes de 
deficiências visuais, auditivas e motoras, respectivamente (CARVALHO, 
1998, p. 38). 
 
Como diz a Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre 
Necessidades Educativas Especiais (1994), a expressão “necessidades educativas 
especiais” diz respeito a todas as pessoas cujas necessidades decorrem de sua 
capacidade ou dificuldades de aprendizagem. 
 
 
2.2 Deficiência Física 
 
 
 A deficiência física acontece quando o comprometimento da função física 
14 
 
se limita a falta de um membro (amputação); a má-formação ou a deformação; as 
alterações que acometem o sistema muscular e esquelético. 
Sendo assim, como se refere Brasil (apud BERSCH; MACHADO et al), 
 
A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor 
que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema 
Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, 
isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de 
grau e gravidades variáveis, segundo os seguimentos corporais afetados e 
o tipo de lesão ocorrida (BRASIL, 2006, apud BERSCH; MACHADI et al, 
2007, p. 23). 
 
A deficiência física, como já foi dito, apresenta comprometimentos 
diversos nas funções motoras do organismo físico que variam em número e grau, de 
pessoa para pessoa, pois isso dependerá da causa do problema. O deficiente físico 
apresenta comprometimentos relativos, tais como: o cambalear no andar, 
necessidades do uso de muletas ou andador adequados para melhor locomoção, 
uso de cadeiras de rodas que poderá ser manobrada pela pessoa com deficiência 
ou cadeira de rodas manobradas por outras pessoas pelo fato da impossibilidade da 
pessoa. Também o uso de cadeiras motorizadas que poderá ser acionada por 
qualquer parte do corpo que predomine alguma função voluntária, como diz Brasil 
(2005). 
 
 
2.2.1 Caracterização da Deficiência física 
 
 
Segundo Brasil (2005), a deficiência física se constitui em vários tipos e 
caracterizações, como a lesão cerebral, que consiste em uma paralisia cerebral; 
lesão medular, que causa a tetraplegia e a paraplegia; miopatias que consistem em 
distrofias musculares, amputações, lesões nervosas periféricas, sequelas de 
politraumatismo, as malformações congênitas, os distúrbios posturais da coluna, 
sequelas das patologias da coluna, entre outros. 
 
 
 
15 
 
2.3 Deficiência Intelectual 
 
 
A deficiência mental ou intelectual se define na condição do cérebro 
(órgão essencial da aprendizagem) que fica impedido de atingir um desenvolvimento 
adequado onde dificulta a aprendizagem da pessoa. Segundo (Mantoan et al., 2007, 
p. 16) “o aluno com deficiência mental tem dificuldades de construir conhecimento 
como os demais e de demonstrar a sua capacidade cognitiva”. 
 Comungando com o artigo de Santana, 
 
A deficiência intelectual ou mental é conhecida por problemas com origem 
no cérebro e que causam baixa produção de conhecimento, dificuldade de 
aprendizagem e um baixo nível intelectual. Entre as causas mais comuns 
deste transtorno estão os fatores de ordem genética, as complicações 
ocorridas ao longo da gestação ou durante o parto e as pós-natais 
(SANTANA, http://www.indianopolis.com.br ...,). 
 
Com isso a pessoa que tem deficiência intelectual irá encontrar várias 
barreiras na sua vida, por causa da sua deficiência, porém, nada que possa 
impedi-lo de ter uma vida social inclusiva. 
 
 
2.3.1 Caracterização da Deficiência Intelectual 
 
 
A deficiência intelectual tem na sua caracterização um funcionamento 
global inferior à média, juntamente com limitações unidas em duas ou mais das 
habilidades como a comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, habilidades 
escolares, administração do ócio e trabalho. A pessoa que tem essa deficiência, 
dependendo do grau, ás vezes depende integralmente de outra para cuidá-la, pelo 
fato de ter classificações da deficiência como profunda que se caracteriza por 
pessoas que tem incapacidade total de autonomia. A aguda grave se refere às 
pessoas que necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia 
já que a sua capacidade de comunicação é muito primária. Tem também a 
deficiência moderada que se limita a capacidade de conseguir alcançar a sua 
16 
 
autonomia sozinho e a leve onde os casos são perfeitamente educáveis. 
 
O atraso no desenvolvimento dos portadores de Deficiência Mental pode se 
dar em nível neuro-psicomotor, quando então a criança demora em firmar a 
cabeça, sentar, andar, falar. Pode ainda dar-se em nível de aprendizado 
com notável dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade 
não aprendizado escolar (DEFICIÊNCIA MENTAL, 
http://gballone.sites.uol.com.br ...). 
 
 Essas características irão afetar o aprendizado do aluno com 
deficiência intelectual pela sua dificuldade de compreender as coisas,que muitas 
vezes não será reconhecida e valorizada pelas pessoas que o cercam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3 ARTE E EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
 
A arte tem a sua importância na formação escolar do ser humano, 
contribuindo para que possam conhecer a si mesmos, conhecer o outro e seu 
espaço na sociedade em busca da cidadania. Sendo assim, a arte faz parte da vida 
de qualquer pessoa, seja ela deficiente ou não, contribuindo para que o ser humano 
seja mais sensível, tenha uma percepção aguçada e possa usar a sua imaginação 
sem medo de ser criticado. 
 
Arte não é apenas básico, mas fundamental na educação de um país que 
se desenvolve. Arte não é enfeite. Arte é cognição, é profissão, é uma forma 
diferente da palavra para interpretar o mundo, a realidade, o imaginário, e é 
conteúdo. Como conteúdo, arte representa o melhor trabalho do ser 
humano (BARBOSA, 2004, p. 4). 
 
Como diz Barbosa (2004), se pretendemos uma educação não apenas 
intelectual, mas principalmente humanizadora, a necessidade da arte é ainda mais 
crucial para desenvolver a percepção e a imaginação, pois assim captará a realidade 
onde se vive e desenvolverá a capacidade de criar, para que haja uma necessária 
modificação desta realidade. Então, se arte não fosse importante não existiria desde 
os tempos das cavernas, resistindo a todas as tentativas de menosprezo. 
Conhecer e entender a arte é fundamental para a construção da nossa 
identidade. Por outro lado, o contato com a arte de outras culturas dá oportunidade 
de perceber o que temos de singular, e também amplia nossa visão do mundo, 
afinal, de acordo com Cauquelin (2005, p. 161), “aonde quer que se vá, não importa 
o que se faça para escapar, a arte está presente em toda parte, em todos os lugares 
e em todos os ramos de atividade”. Diante desse cenário, torna-se indispensável à 
presença da arte nas escolas. Historicamente, sabemos que o ensino da arte passou 
por várias transformações durante os tempos, e visto que a arte vive em constante 
inovação penso que o professor tem que ser também um propositor, inovador, e 
estar se renovando a cada dia para não ficar desatualizado. 
Segundo Saldanha et al (1999, p. 17), “o ensino da arte nas escolas 
possibilitará aos alunos portadores de necessidades especiais o despertar da 
criatividade, facilitará o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção 
estética do homem”. Sendo assim, a arte nos ensina que é possível realizar 
18 
 
mudanças, ser flexível, ter fluência, originalidade, ser capaz de elaborar, avaliar e 
deixar dentre um grupo maior para conhecer, criar e aprender. 
Como afirma Tibola, 
 
Desse modo, entende-se que cumpre á escola assegurar aos seus alunos a 
efetiva construção de conhecimento em arte, o que significa mais do que a 
mera reprodução de formas, ou execução de técnicas muitas vezes 
destituídas de qualquer dimensão estética efetiva. Significa oportunizar aos 
alunos o domínio dos elementos das diversas linguagens, de modo que 
possam expressar-se com autonomia por meio delas, e, ao mesmo tempo, 
possam apreciar diferentes fazeres artísticos, reconhecendo seu valor 
estético e compreendendo suas relações com o tempo, a história e o 
ambiente em que foram produzidos (TIBOLA, 2001, p.16). 
 
A Proposta Curricular da Rede Municipal de Criciúma (2008) fala que a 
arte, enquanto área de conhecimento estimula a linguagem simbólica e 
presentacional nos indivíduos que a ela tem acesso. E assim propõe: 
 
No contexto da escola atual o debate acerca da inclusão não pode se tornar 
uma falácia, deixando que a inclusão só exista nos discursos e na 
legislação. Nestes contextos de diversidade já apontados, o papel da arte 
se constitui como espaço de direito á manifestação coletiva, do fazer, do 
simbólico e manifestação subjetiva a partir de outras linguagens além da 
oral e da escrita (CRICIÚMA, 2008, p. 109). 
 
Compreender a importância do fazer artístico como uma manifestação de 
atividade criativa do ser humano no mundo em que vive, nos leva a reconhecer a 
relevância da arte na escola como uma área de conhecimento. Por meio da arte o 
ser humano vai dando formas a seus próprios valores e consegue contribuir para a 
evolução histórica (SALDANHA et al, 1999). Como afirmam os autores “Arte, 
portanto, é leitura que o artista faz do mundo que o cerca através de seus sentidos” 
(SALDANHA et al, 1999, p. 11). 
O ensino da arte como área de conhecimento é de grande valia para o 
crescimento de nossos alunos, pois o mesmo os possibilita o desenvolvimento da 
sensibilidade e criatividade, bem como, a socialização e imaginação. A arte na 
escola não está para fazermos de nossos alunos, artistas, mas para que, 
desenvolvam habilidades que os levem a uma melhor qualidade de vida. Sendo 
assim, a arte oferece um contato com a realidade e a imaginação para que se 
tornem mais conscientes de sua participação no mundo em que vivem, tornando-os 
mais críticos e exigentes (SALDANHA et al, 1999). 
19 
 
Comungando com Saldanha et al, pensamos que: 
 
A arte na escola significa abertura para a riqueza da própria vida. Quem tem 
oportunidade de conhecer a arte, com certeza, terá uma vida mais 
significativa! O ensino da arte existiu desde a origem do homem. Ensinar foi, 
na verdade, a marca da evolução. Para que a arte chegasse aos dias de 
hoje, certamente houve quem ensinasse e quem aprendesse. [...] e assim 
encontrará o verdadeiro ganho que a arte pode trazer para o ser humano, 
como marca de conhecimento adquirido pelo ensino, sem vincular seu 
aprendizado artístico à ideia de utilidade final, baseada na referência 
constante do professor (SALDANHA; et al, 1999, p.12). 
 
Assim, a arte é de grande valia para a vida do ser humano, pois, com ela 
podemos nos tornar seres críticos e sensíveis sobre a visão do meio em que 
vivemos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte (BRASIL) citam que: 
 
A arte é um conhecimento que permite a aproximação entre indivíduos, 
mesmo os de culturas distintas, pois favorece a percepção de semelhanças 
e diferenças entre as culturas, expressas nos produtos artísticos e 
concepções estéticas, em um plano diferenciado da informação discursiva. 
[...] A arte na escola tem uma função importante a cumprir. Ela situa o fazer 
artístico dos alunos como fato humanizador, cultural e histórico, no qual as 
características da arte podem ser percebidas nos pontos de interação entre 
o fazer artístico dos alunos e o fazer artístico dos artistas de todos os 
tempos, que sempre inauguram formas de tornar presente o inexistente. 
(BRASIL, 1998, p. 35). 
 
Acredito que a arte desenvolve um papel principal no cotidiano do ser 
humano, pois ela permite uma aproximação dos sujeitos, sejam eles de distintas 
culturas e diferentes características, incluindo os alunos com deficiências. No ensino 
regular a inclusão dá oportunidade para que esses alunos especiais possam fazer 
parte das experimentações do fazer artístico, desempenhando um trabalho onde 
terão o mesmo reconhecimento que os outros alunos. 
Conforme relata Saldanha et al: 
 
Acreditar na capacidade da pessoa portadora de deficiência, sem enfatizar 
sua deficiência, fazendo com que estas capacidades se destaquem em 
detrimento as dificuldades reais, é fundamental para que consigamos da 
sociedade uma postura aberta e sem preconceitos (SALDANHA; et al, 1999, 
p.15). 
 
Nessa direção, os PCNs afirmam que todos os alunos têm que ter acesso 
as várias linguagens artísticas, como a artes visuais, dança, música, teatro. Sobre a 
20 
 
linguagem das artes visuais o documento diz que: 
 
Ao perceber e criar formas visuais, está-se trabalhando com elementos 
específicos da linguagem e suas relações no espaço (bi e tridimensional).Elementos como ponto, linha, plano, cor, luz, volume, textura, movimento e 
ritmo relacionam-se dando origem a códigos, representações e sistemas de 
significações. Os códigos e as formas se apresentam de maneiras diversas 
ao longo da história da arte, pois têm correlação com o imaginário do tempo 
histórico nas diversas culturas. O aluno, quando cria suas poéticas visuais, 
também gera códigos que estão correlacionados com o seu tempo (BRASIL, 
1998, p. 64). 
 
A dança também é uma forma de expressão, pois como diz o documento 
(BRASIL, 1998), a escola pode desempenhar um papel de grande valia na educação 
dos corpos e do processo interpretativo e criativo de dança, não estamos ali para 
formar dançarinos, mas sim dar aos nossos alunos sem exclusão de raça, cor, 
crença ou deficiência, subsídios para melhor compreender, desvelar, desconstruir, 
revelar e, se for o caso, transformar as relações que se estabelecem entre o corpo a 
dança e a sociedade. Como afirmam os PCNs (BRASIL, 1998, p. 73) “Para os 
alunos dançarem é uma possibilidade de se perceberem livres e estarem vivos”. 
A música é de extrema importância para o desenvolvimento dos alunos, 
pois a música acalma e os deixa mais livres para criarem. Como a música faz parte 
das linguagens da arte, ela segue uma sequência de objetivos gerais. Sendo assim, 
saber alcançar o desenvolvimento musical, seja ele rítmico, melódico, harmônico, 
timbres, oportunizará aos alunos improvisarem, interpretarem e apreciarem diversos 
gêneros musicais e fazer com que eduquem os seus ouvidos, respeitando sempre o 
gosto do outro. Fazer uso de formas de registro sonoro seja ela convencional ou 
não, dar oportunidades dos alunos comporem músicas ou criarem a partir de 
músicas prontas, utilizando algum instrumento musical, vozes, sons ou outros, 
sempre desenvolvendo variadas maneiras de comunicação (BRASIL, 1998). 
 
Valorizar as diversas culturas musicais, especialmente as brasileiras, 
estabelecendo relações entre a música produzida na escola, as veiculadas 
pelas mídias e as que são produzidas individualmente e/ou por grupos 
musicais da localidade e região; bem como procurar a participação em 
eventos musicais de cultura popular, shows, concertos, festivais, 
apresentações musicais diversas, buscando enriquecer suas criações, 
interpretações musicais e momentos de apreciação musical. (BRASIL, 1998, 
p. 81) 
 
 A linguagem do teatro é uma maneira que o aluno, seja ele especial ou 
21 
 
não, tem de mostrar sua sensibilidade, pois se trabalha muito com o corpo, 
movimento, favorecendo que se expressem usando sua imaginação, improvisação e 
tornando-se seres mais críticos de si mesmos. Comungando com os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (1998, p. 88) acreditamos que “o teatro favorece aos jovens e 
adultos, possibilidades de compartilharem descobertas, ideias, sentimentos, atitudes, 
ao permitir a observação de diversos pontos de vista, estabelecendo a relação do 
indivíduo com o coletivo e desenvolvimento a socialização”. 
 Sendo assim, todos os alunos têm direito de ter acesso à educação de 
qualidade, pois a lei garante isso a eles. “Toda pessoa com deficiência tem o direito 
de manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade 
de estar certa disso” (BRASIL, 2006b, p. 18). Enquanto acadêmica de licenciatura 
em Artes Visuais, acredito que educação de qualidade se faz também com o ensino 
da arte e por esse motivo iniciei esta pesquisa. 
 
 
3.1 Inclusão Escolar 
 
 
A inclusão dos educandos portadores de necessidades especiais vêm 
ganhando espaço a cada dia, no ensino regular. 
De acordo com Brasil: 
 
Pensando nas escolas especiais, como suporte ao processo de inclusão 
dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular 
comum, a coordenação entre serviços de educação, saúde e assistência 
social aparece como essencial, apontando, nesse sentido, a possibilidade 
das escolas especiais funcionarem como centros de apoio e formação para 
a escola regular, facilitando a inclusão dos alunos nas classes comuns ou 
mesmo a frequência concomitante nos dois lugares (BRASIL, 2007, p. 20). 
 
Porém, a realidade nem sempre é essa, pois, os alunos especiais 
frequentam o ensino regular, mas, poucos fazem uso das escolas especializadas 
como a APAE1. Então, fica uma tarefa difícil para o educador, pois não tem um apoio 
geral, seja dos pais ou, principalmente, com a formação dos professores em cursos 
especializados, como podemos encontrar nas APAEs. Esse apoio é necessário para 
 
1
 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. 
22 
 
melhorar o processo de ensino e para o enfrentamento das diferentes situações que 
implicam a tarefa de educar, pois sem sombra de dúvida os professores encontram 
na sala de aula, mais de um aluno especial estudando e com deficiências diferentes. 
Então, cabe ao professor a tarefa de não excluir o aluno especial, assim como, 
buscar um trabalho cada vez mais qualificado para isso. 
Com o passar dos anos, os alunos especiais ganharam espaços cada vez 
mais fortes na sociedade, pois no passado eram vistos como anormais, e, com muito 
esforço e lutas ganharam o seu justo reconhecimento na sociedade atual. 
 De acordo com a LDB n. 9.394/96, art. 58 (CARNEIRO, 1998, p. 142), 
“entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de 
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos portadores de deficiência especiais”. 
Geralmente a criança especial está no ensino regular apenas para 
mostrar para a sociedade que a escola está aderindo à inclusão, pois o governo não 
dá o total apoio para que o sucesso desse aluno seja alcançado. 
 
A educação inclusiva desloca o enfoque individual, centrado no/a aluno/a, 
para a escola, reconhecendo no seu interior a diversidade de diferenças: 
individuais, físicas, culturais e sociais. A educação especial passa a ser 
compreendida inserida na educação geral, onde todos aprendem juntos, 
convivendo com as diferenças. Isto significa uma visão crítica da escola 
atual (excludente) e que a escola precisa realizar modificações estruturais, o 
que nos remete a uma nova política educacional, a multicultural (OLIVEIRA, 
2004, p. 71). 
 
Nos dias atuais a educação inclusiva está sendo inserida em quase todas 
as escolas, porém, nem todas têm a estrutura adequada para atender a esse aluno 
especial. Para uma educação de qualidade a escola tem que estar preparada em 
todos os sentidos, seja a estrutura física, qualificação para os professores, apoio 
total dos pais. Mas, a questão ainda é: quais são as dificuldades que o professor de 
arte encontra no seu trabalho com esse aluno especial? 
A inclusão escolar se apresenta como uma revolução na sociedade, pois 
está produzindo um turbilhão de movimentos que invadem todas as áreas, entram 
pelos mecanismos legais e forçam a presença nas escolas, nas empresas, nos 
lugares públicos, nas diferentes formas de cultura, lazer e diversão (BRASIL, 2008). 
De acordo com Brasil (Saberes e Práticas da Inclusão): 
 
23 
 
A integração de crianças com deficiência deverá fazer parte dos planos 
nacionais de educação para todos. Mesmo naqueles casos excepcionais 
em que crianças sejam colocadas em escolas especiais, não é necessário 
que sua educação seja completamente isolada. Dever-se á procurar que 
frequente, em tempo parcial, as escolas comuns. Deverão ser tomadas 
medidas necessárias para conseguir a mesma política integradora de jovens 
e adultos com necessidades especiais, no ensino secundário e superior, 
assim como nos programas de formação (BRASIL, 2006a, p. 23). 
 
A inclusão de alunos com deficiência múltipla é algo relativamente recente 
na educação brasileira. É natural que a escola,educadores e pais se sintam 
preocupados e apreensivos com relação à possibilidade de sucesso nesta tarefa, 
pois qualquer avanço que a criança não tenha se torna algo de frustração para 
todos, principalmente para o educador (BRASIL, 2006a). 
Em 1961 o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a 
ser fundamentado pela LDB n. 4.024/61, que diz do direito dos excepcionais à 
educação, dando preferência ao sistema geral de ensino. Depois veio a Lei n. 
5.692/71 que altera a LDB de 1961, ao definir tratamento especial para os alunos 
com deficiências físicas e mentais. Já, para os alunos que tem atraso considerável 
quanto à idade regular de matrícula e os superdotados, o governo não promove um 
sistema de ensino capaz de atender a essas necessidades educacionais e acabam 
reforçando o encaminhamento dos alunos pra as escolas especiais (BRASIL, 2008). 
Encontramos em Brasil (Revista da Educação Especial), a seguinte 
informação: 
 
A constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos 
fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso 
IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo 
o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a 
qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “ 
igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos 
princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular 
de ensino (art. 208) (BRASIL, 2008, p.10). 
 
No Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069/90, o artigo 55 
reforça que a responsabilidade dos pais ou responsáveis é matricular o aluno 
especial no ensino regular (BRASIL, 2008). Para melhor compreensão dos direitos 
dos alunos com necessidades especiais, a Revista de Educação Especial (BRASIL) 
traz que: 
24 
 
[...] Decreto nº 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os 
mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais 
pessoas, definindo com discriminação com base na deficiência toda 
diferenciação ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos 
direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Este Decreto tem 
importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação da 
educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado 
para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso á 
escolarização (BRASIL, 2008, p.11). 
 
Em 2003, é implementado pelo MEC o programa Educação Inclusiva: 
direito á diversidade. Assim, se estabeleceu uma transformação dos sistemas de 
ensino em sistemas educacionais inclusivos, fazendo com que um amplo processo 
de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros tivesse início, para 
a garantia do direito do acesso de todos ao ensino regular. No ano de 2004, o 
Ministério Público Federal publica um documento onde estabelece o acesso de 
alunos com deficiência, ás escolas e classes comuns da rede de ensino regular 
(BRASIL, 2008). 
A Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência que foi 
aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 estabelece que os 
Estados devem assegurar uma educação inclusiva em todos os níveis de ensino e, 
para isso, devem adotar algumas medidas. Essas medidas venho apresentar 
segundo a Revista de Educação Especial (BRASIL) 
 
As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional 
geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não 
sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e compulsório, sob 
alegação de deficiência; As pessoas com deficiência possam ter acesso ao 
ensino fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de 
condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem ( Art. 24) 
(BRASIL, 2008, p.12). 
 
No entanto, “fazer valer o direito à educação para todos não se limita a 
cumprir o que está na lei e aplicá-la, sumariamente, às situações discriminadoras” 
(MANTOAN; PRIETO, 2006, p. 16). Infelizmente vivemos em um país onde o 
preconceito sempre existirá, seja com negros, brancos, deficientes e outros. Porém, 
para que possamos mudar essa realidade, temos que fazer muito mais do que a lei 
pede, pois para que se possa fazer com que a inclusão seja de extrema relevância 
para a sociedade e para os alunos, sejam eles especiais ou não, devemos mudar 
nossos conceitos sobre esse assunto. 
25 
 
A inclusão do aluno com deficiência no ensino regular vem estabelecendo 
mudanças na educação e, a escola, quando tem um aluno especial, tem que estar 
preparada para atendê-lo, dar uma educação de qualidade, sem excluí-lo mesmo 
estando ‘incluso’ aparentemente. 
Comungando com Mantoan e Pietro, 
 
A inclusão escolar tem sido mal compreendida, principalmente no seu apelo 
a mudanças nas escolas comuns e especiais. Sabemos, contudo, que sem 
essas mudanças não garantiremos a condição de nossas escolas 
receberem, indistintamente, a todos os alunos, oferecendo-lhes condições 
de prosseguir em seus estudos, segundo a capacidade de cada um, sem 
discriminações nem espaços segregados de educação (MANTOAN; 
PIETRO, 2006, p.23). 
 
 A constituição garante a todas as pessoas o direito à educação e o 
acesso à escola. Sendo assim, as escolas devem atender aos princípios 
constitucionais não excluindo nenhuma pessoa em razão de sua origem, seja ela de 
raça, sexo, cor, idade, deficiência ou ausência da mesma (CARNEIRO, 2007). 
 
 
3.2 Arte no Contexto Escolar Inclusivo 
 
 
A arte na escola tem um papel primordial na vida do ser humano, pois 
com ela podemos formar pessoas capazes de terem uma compreensão artística, 
potencializando uma habilidade manual, mas também, e, sobretudo, desenvolvendo 
a mente, as suas capacidades de diferenciar, interpretar, compreender, representar, 
imaginar, mostrando em particular como o desenvolvimento estético pode promover 
domínios de aprendizagem sócioemocional, sociocultural e cognitivo. O ensino da 
arte não está ligado para que possamos formar artistas, como a matemática não 
está para formar matemáticos, porém as duas têm um papel fundamental na 
sociedade. 
Acredito como Barbosa, que: 
 
O que a arte na escola principalmente pretende é formar o conhecedor, 
fruidor, decodificador da obra de arte. Uma sociedade só é artisticamente 
desenvolvida quando ao lado de uma produção artística de alta qualidade 
há também uma alta capacidade de entendimento desta produção pelo 
público (BARBOSA, 1999, p.3). 
26 
 
Sendo assim, todas as pessoas, inclusive as com deficiência, têm o direito 
de terem na sua vida escolar o ensino da arte incluso no seu contexto escolar. 
 
Aprender é uma ação humana criativa, individual heterogênea e regulada 
pelo sujeito da aprendizagem, independentemente de sua condição 
intelectual ser mais ou menos privilegiada. São as diferentes ideias, 
opiniões, níveis de compreensão que enriquecem o processo escolar e que 
clareiam o entendimento dos alunos e professores – essa diversidade deriva 
das formas singulares de nos adaptarmos cognitivamente a um dado 
conteúdo e da possibilidade de nos expressarmos abertamente sobre ele. 
(MANTOAN; et al, 2006, p. 13). 
 
Preparar o aluno oferecendo a ele a oportunidade de compreender a arte 
na sua dimensão histórica, cultural, e das linguagens artísticas lhes possibilitam o 
acesso a esses e outros conhecimentos. 
Comungando com Tibola, 
 
A LDB nº 9.394/96 (Brasil, 1996) assegura a obrigatoriedade do ensino de 
Arte na Educação Básica, em todos os níveis, bem como, em vários artigos, 
aponta o direito de todo cidadão ao exercício das manifestações de cunho 
artístico – cultural. Do mesmo modo, trata do direito áformação escolar 
plena de todo cidadão, respeitadas e atendidas as suas necessidades no 
processo de construção de aprendizagens, de conhecimento, de interação 
com seu meio natural e social, de estabelecimento das inter-relações por 
meio das manifestações artístico - culturais. Assim, a todas as pessoas 
deve ser assegurado o direito á Educação de qualidade e, nela, a 
construção de conhecimento em Arte, independentemente de gênero, 
classe social, raça, características físicas cognitivas e afetivas individuais 
(TIBOLA, 2001, p.18). 
 
Nesse sentido, uma educação de qualidade pode fazer com que, a 
inclusão não seja vista como um obstáculo que não podemos ultrapassar, logo, com 
muito esforço e apoio conseguiremos um ensino digno para todos. 
 
 
3.3 Atendimento Educacional Especializado para Deficiente Físico e Intelectual 
 
 
O atendimento educacional especializado tem uma nova visão da 
Educação Especial, pois é sustentado legalmente e é uma das condições para que a 
inclusão escolar dos alunos deficientes seja um sucesso (MANTOAN et al, 2006). 
“Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente do 
27 
 
currículo do ensino comum e que é necessário para que possam ultrapassar as 
barreiras impostas pela deficiência” (MANTOAN et al, 2006, p. 17). 
Para que o aluno com deficiência física possa ter acesso ao 
conhecimento escolar e interagir com o meio em que frequenta, é necessário criar 
condições adequadas para sua locomoção, conforto e principalmente a sua 
segurança no transitar pela escola (BERSCH; MACHADO et al, 2007). 
 
[...] É o Atendimento Educacional Especializado, ministrado 
preferencialmente nas escolas do ensino regular, que deverá realizar uma 
seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento 
para o desempenho das atividades escolares. O objetivo é que o aluno 
tenha um atendimento especializado capaz de melhorar a sua comunicação 
e a sua mobilidade. (BERSCH; MACHADO et al., 2007, p. 27). 
 
De acordo com (BERSCH; MACHADO et al, 2007), o atendimento 
educacional especializado, visa fazer uso das tecnologias para melhor desempenho 
dos alunos com deficiência física, e com isso melhorar a vida escolar dos 
educandos. A tecnologia assistiva é uma forma de expressão utilizada para 
identificar todo recurso e serviço que possam contribuir para ampliar habilidades 
funcionais de pessoas com deficiência e assim promover a inclusão. 
Esse atendimento educacional especializado tem modalidades de 
tecnologia assistiva para a realização e adequação do espaço escolar, pois de 
acordo com Bersch e Machado et al, essas adequações se definem como: 
 
Uso da comunicação Aumentativa e Alternativa, para atender as 
necessidades dos educandos com dificuldades de fala e de escrita. 
Adequação dos matérias didático – pedagógicos ás necessidades dos 
educandos, tais como engrossadores de lápis, quadro magnético com letras 
com imã fixado, tesouras adaptadas, entre outros. [...] Adequação de 
recursos da informática: teclado, mouse, ponteira de cabeça, programas 
especiais, acionadores, entre outros. Uso de mobiliário adequado. [...] 
Mesas, cadeiras, quadro, entre outros, bem como recursos de auxílio á 
mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, entre outros (BERSCH; 
MACHADO; et al, 2007, p.27-28). 
 
Usando a tecnologia podemos, com criatividade, criar alternativas para 
que o aluno realize o que deseja ou precisa. Sendo assim, estaremos valorizando o 
aluno com deficiência a aumentar suas capacidades de ação a partir das suas 
habilidades. É conhecer e criar novas alternativas para a comunicação, escrita, 
artes, entre outros, utilizando materiais e técnicas para alcançar nossos objetivos 
28 
 
perante o nosso aluno especial, dando-lhe a oportunidade de desenvolver a 
autoestima e confiança. Segundo Bersch e Machado (2007, p. 31) “é envolver o 
aluno ativamente, desafiando-se a experimentar e conhecer, permitindo que 
construa individualmente e coletivamente novos conhecimentos. É retirar do aluno o 
papel de espectador e atribuir-lhe a função de ator”. 
A pessoa com deficiência intelectual apresenta barreiras na maneira de 
demonstrar o seu conhecimento geral, no entanto o atendimento educacional 
especializado com deficientes intelectuais trata-se na maneira pela qual o aluno vê 
todo e qualquer conteúdo que é apresentado a ele e, a forma como ele consegue 
compreender (TESTA, 2010). Segundo a autora, devemos, 
 
[...] propiciar condições e liberdade para que o estudante com deficiência 
intelectual possa construir sua inteligência, a partir dos recursos intelectuais 
que possui, sendo ativo no seu processo de produzir conhecimento. Aliado 
a isso se trabalha com a ampliação da capacidade de abstração, memória, 
atenção, as noções de espaço, casualidade, raciocínio lógico e também 
com ação sobre os objetos de conhecimento, não podendo deixar de 
propiciar, nas estratégias pedagógicas, a autonomia intelectual deixando de 
lado práticas alienantes e descontextualizadas (TESTA, 2010, p. 64). 
 
A acessibilidade do aluno com deficiência intelectual, não depende de 
suportes externos ao sujeito. Ao contrário, como diz Mantoan et al, (2007, p. 22), 
“[...] tem a ver com saída de uma posição passiva e automatizada diante da 
aprendizagem para o acesso e a apropriação ativa do próprio saber”. 
 
Por maior que seja a limitação do aluno com deficiência mental, ir á escola 
comum para aprender conteúdos acadêmicos e participar do grupo social 
mais amplo favorece o seu aproveitamento no Atendimento Educacional 
Especializado e vice – versa. O Atendimento Educacional Especializado é, 
de fato, muito importante para o progresso escolar do aluno com deficiência 
mental. (MANTOAN et al, 2007, p. 27). 
 
O espaço físico para atender esses alunos com deficiência intelectual 
precisa ser propício para o desenvolvimento cognitivo do aluno, e oferecer-lhe 
maiores alternativas de envolvimento e interação com que compõe o espaço. 
Comungando com Mantoan et al. (2007), define-se qual o objetivo do Atendimento 
Educacional Especializado para deficientes intelectuais: 
 
O objetivo do Atendimento Educacional Especializado é propiciar condições 
e liberdade para que o aluno com deficiência mental possa construir a sua 
inteligência, dentro do quadro de recursos intelectuais que lhe é disponível, 
29 
 
tornando-se agente capaz de produzir significado/conhecimento 
(MANTOAN; et al, 2007, p. 25). 
 
Sendo assim, o aluno com deficiência intelectual tem que frequentar o 
ensino regular para que possa aprender conteúdos curriculares e participar da vida 
escolar, aproveitando o Atendimento Educacional Especializado. Esse atendimento 
é de fato muito importante para que o aluno com deficiência intelectual possa 
desenvolver a sua capacidade de aprender e interagir no meio em que vive. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
 
Este estudo tem como tema, a educação especial, e discute as 
dificuldades do professor de arte em lidar com alunos com deficiências múltiplas no 
ensino regular. 
Sabendo que toda investigação tem que ter uma questão a ser 
pesquisada, precisamos de teorias, ou seja, referenciais teóricos, autores que 
abordam o nosso tema para que possamos questionar e analisar o problema de 
pesquisa, que nesse caso é quais são as dificuldades do professor de arte, em 
contato com o aluno com deficiência múltipla no ensino regular? 
De acordo com Deslandes et al (2009, p.16): “Toda investigação se inicia 
por uma questão, por um problema, por uma pergunta, por uma dúvida. A resposta a 
esse movimento do pensamento geralmente se vincula a conhecimentoanteriores 
ou demanda a criação de novos referenciais. 
A pesquisa tem como objetivo, analisar quais as dificuldades de atuação 
da professora de artes perante um aluno com deficiência múltipla e, insere-se na 
linha de pesquisa Educação e Arte, do Curso de Artes Visuais da Unesc. 
Quanto à forma de abordagem, a pesquisa foi desenvolvida dentro de um 
caráter qualitativo, pois segundo Deslandes, 
 
[...] análise qualitativa não é uma mera classificação de opinião dos 
informantes, é muito mais. É a descoberta de seus códigos sociais a partir 
das falas, símbolos e observações. A busca da compreensão e da 
interpretação á luz da teoria aporta uma contribuição singular e 
contextualizada do pesquisador (DESLANDES et al, 2009, p.27). 
 
Utilizei também na presente pesquisa, diversos referenciais teóricos para 
fundamentar os dados obtidos por meio da pesquisa participante, onde relatei e 
analisei os fatos em que percebemos as dificuldades de desenvolver o ensino da 
arte com um aluno deficiente múltiplo, na minha própria vivência como estagiária na 
escola. 
Comungando com Deslandes, 
 
Definimos observação participante como um processo pelo qual um 
pesquisador se coloca como observador de uma situação social, com a 
finalidade de realizar uma investigação científica. O observar, no caso, fica 
31 
 
em relação direta com seus interlocutores no espaço social da pesquisa, na 
medida do possível, participando da vida deles, no seu cenário cultural, mas 
com a finalidade de colher dados e compreender o contexto da pesquisa. 
Por isso, o observador faz parte do contexto sob sua observação e, sem 
dúvida, modifica esse contexto, pois interfere nele, assim como é modificado 
pessoalmente (DESLANDES et al, 2009, p.70). 
 
A observação envolveu, também, as dificuldades da professora de artes, 
mostrando as barreiras que encontramos no dia a dia com esse aluno, nós, na 
disciplina de arte e, de certa forma, os demais professores do corpo docente da 
escola que trabalha com a inclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE DE DADOS 
 
 
A presente pesquisa surgiu quando fui trabalhar no ano de 2009, como 
estagiária no ensino regular, com um aluno que tem deficiência múltipla, que no caso 
do José se caracteriza como deficiência física e intelectual. Com a vivência neste 
quase dois anos trabalhando juntos, pude sentir na pele, a dificuldade de incluir o 
aluno José nas atividades, pois como ele tem deficiência intelectual isso acaba 
interferindo no processo de atingir o seu desenvolvimento de aprendizagem. Ás 
vezes me sinto inútil pelo fato de não conseguir entendê-lo, pois ele não fala. 
José nasceu no dia 18/07/2002 e atualmente está com oito anos de idade. 
Iniciou seu atendimento na APAE de Criciúma, no setor de estimulação essencial, 
recebendo atendimento em todas as áreas: fonoaudiologia, fisioterapia, assistência 
social, psicologia, entre outros, e ainda recebia o trabalho de estimulação de uma 
pedagoga. Esse tipo de atendimento era feito com a presença da mãe e em algumas 
vezes, individual, no período oposto de quando ele frequentava a escola regular. As 
mães também recebiam orientações com os técnicos, de como atender seus filhos 
especiais em casa, com o objetivo de contribuir com o trabalho que a escola 
desenvolvia. No ensino regular, José frequenta a classe desde o ano de 2006, no 
jardim I e atualmente, na mesma escola, está no segundo ano. 
Com base nos dados da ficha evolutiva de José, feito por três 
fisioterapeutas, posso relatar melhor a sua deficiência. O aluno apresenta paralisia 
cerebral por lesão, é tetraplégico espástico grave. É usuário de cadeira de rodas, 
não possui sustentação cervical completa, e nem sustentação no controle de tronco. 
Apresenta flexão de tronco com inclinação para a esquerda, ombros em rotação 
interna, anteriorizados e flexionados, cotovelos semi-flexionados, antebraços 
pronados, punhos em desvio ulnar e flexionados, dedos das mãos flexionados e 
vagos, quadris flexionados e rodados internamente, joelhos flexionados e vagos. 
Apresenta tornozelos pronados e em flexão plantar. 
Pude perceber, nesses dois anos, que José acompanha objetos que 
produzam sons colocados ou movendo-os próximos a ele. Raramente apresenta 
intenção de segurá-los. Ele tem uma boa compreensão das coisas, sabe o que é 
certo e errado, emite sons com a boca e se comunica através de expressões faciais, 
33 
 
gestos indicadores com a cabeça e ao sorrir, porém muitas vezes essas expressões 
tornam-se difíceis de distinguir. Segundo a ficha evolutiva do educando, feita pela 
fonoaudióloga, ele apresenta uma discriminação auditiva e visual atualmente boa. 
Pensando em situações vividas neste quase dois anos de convivência 
com José, relato aqui três experiências em que obtive sucesso quanto ao seu 
desenvolvimento nas aulas de artes, as quais fazem parte desta pesquisa. Inicio 
citando uma experiência com a linguagem musical. 
A música faz parte das quatro linguagens artísticas. Sabendo disso, a 
professora de arte trabalhou a música em sala de aula e segundo os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (BRASIL), 
 
Aprender a sentir, expressar e pensar a realidade sonora ao redor do ser 
humano, que constantemente se modifica nessa rede em que se encontra, 
auxilia o jovem e o adulto em fase de escolarização básica a desenvolver 
capacidades, habilidades e competências em música. Construindo sua 
competência artística nessa linguagem, sabendo comunicar-se e expressar-
se musicalmente, o aluno poderá, ao conectar o imaginário e a fantasia aos 
processos de criação, interpretação e fruição, desenvolver o poético, a 
dimensão sensível que a música traz ao ser humano (BRASIL, 1998, p.80). 
 
Nessa aula pude notar que o aluno José, ao contrário das outras aulas, 
ficou muito eufórico na cadeira, pois pulava, gritava, sorria ao escutar a música e ao 
ver seus colegas dançando e cantando a mesma. Como ele tem uma boa 
compreensão das coisas, percebi que nessa aula o aluno teve um avanço e que a 
música propôs isso a ele. Apresentando reações nunca vista antes, José agiu 
conforme diz Saldanha et al (1999, p. 54) tendo a oportunidade de “despertar o 
prazer de ouvir música, cantar, dançar e movimentar-se individualmente em grupo, 
conduzido por sons, melodias e ritmos diversos”. Assim, acreditamos que o aluno 
José conseguiu, do seu jeito, se expressar e movimentar-se na cadeira com o auxilio 
da música. 
Outra experiência que considero de grande valia para este estudo foi 
quando a professora Maria trabalhou com guache na aula de arte. A proposição da 
professora de arte era que todos teriam que fazer um desenho em uma folha e 
depois cortar dentro do desenho para ficar vazado, e assim eu fiz com o José. Como 
ele não consegue recortar, eu cortei para ele uma nuvem e depois peguei um pincel 
e dei na mão dele para que segurasse, mas, como ele não tem a mão firme, ajudei-o 
a segurar o pincel para que pudesse fazer a atividade proposta pela professora. 
34 
 
 Pude perceber nessa atividade, pela expressão facial dele, que José 
estava adorando manusear o pincel e molhar no guache, pois cada vez que ele 
colocava o pincel no guache e pintava em cima do desenho ele sorria muito, o que 
me levou a pensar que, mesmo que eu não conseguisse interpretar o que ele 
realmente estava sentindo, a atividade foi de grande valia para o desenvolvimento 
motor dele e para que ele se sentisse feliz, participando com os colegas. No nosso 
olhar, de professoras e estagiária, ele estava se incluindo na atividade. 
Segundo Tibola (2001, p. 20), “o trabalho com os alunos portadores de 
deficiência, os conhecimentos a serem construídos não devem ser minimizados, ou 
desconsiderados”. Sendoassim, não devemos em hipóteses alguma subestimar a 
capacidade desses alunos, pois temos que respeitar o seu processo de 
aprendizagem que muitas vezes é lenta. 
Perguntei para a professora Maria quais as dificuldades que ela tinha em 
trabalhar com esse aluno, e ela citou a falta de material pedagógico, a falta de 
comunicação entre eles, pois como são só duas aulas por semana, o contato fica 
restrito e, aparentemente, as conquistas se perdem. Sabemos que pessoas com 
deficiência múltipla geralmente apresentam dificuldades de comunicar seus desejos 
e intenções, porém a maior parte desses alunos não apresenta linguagem verbal, 
mas podem se comunicar através de gesto, olhar, movimentos corporais mínimos 
(BRASIL, 2006a). O aluno José apresenta todas essas características e, como toda 
criança, às vezes não quer fazer nada e com isso temos que respeitar suas 
limitações, e tentar entendê-las. 
 A partir dessas situações foi possível notar como a professora de artes e 
eu, temos dificuldades em trabalhar com o Artur. Nos falta à capacitação para incluir 
esse aluno nas aulas e o que temos feito são observações, tentativas e pesquisas. 
Refiro-me à capacitação específica, pois na universidade não temos muitas 
disciplinas sobre a Educação Especial e, quando temos é somente dois créditos, ou 
seja, uma carga horária pequena para o tamanho de nossas necessidades enquanto 
educadores. Sendo assim não ficamos preparados e seguros para encarar a 
inclusão de uma forma confiante e sentindo-nos preparados para atendê-los sem 
excluí-los. Penso também, que a própria Secretaria de Educação deveria oferecer 
cursos de capacitação durante o ano letivo, para os professores e também os 
estagiários. 
35 
 
Como conceitua Brasil: 
 
Uma das dificuldades encontradas na formação dos educadores, no estudo 
de alguns fundamentos teóricos para o trabalho com alunos com 
necessidades educacionais especiais, é o amplo leque de realidades sócio 
– culturais existentes em nosso país. Para atender esta demanda tão 
diversa, o material dirigido á formação tem se proposto oferecer uma 
linguagem suficientemente abrangente para ser acessível a todos. Porém, 
em alguns casos, se observa a excessiva simplificação dos conteúdos 
propostos, aliada a uma superficialidade que se distancia das situações 
problemáticas concretas de cada realidade (BRASIL, 2001, p. 21). 
 
A formação de professores é sem dúvida uma tarefa essencial para uma 
educação de qualidade, pois irá melhorar o processo de ensino e o enfrentamento 
das diferentes situações que implicam na tarefa de educar. 
 
Disso decorre que, a cada etapa de formação e de transformação nas 
práticas pedagógicas, seguem-se análises criticas de suas consequências, 
levando, eventualmente, a uma mudança de rota, rumo a novos mares do 
processo educacional, mares desconhecidos ainda, cujo fascínio e 
profundidade, porém, nos convidam a conhecê-los melhor. Mergulhar nas 
novas ações, além disso, requer o compartilhamento dos problemas, 
angústias e incertezas surgidas dos novos olhares e atitudes adotados, da 
experimentação e da nova vivência, refletidas e reelaboradas pelo corpo 
docente de maneira coletiva (BRASIL, 2005, p. 25-26). 
 
É necessário que as escolas e todo o corpo docente que fazem parte do 
processo educacional, se envolvam para que haja transformação e sensibilização, 
para que possam atender esses alunos com deficiência em todos os processos de 
sua vida escolar (BRASIL, 2005). 
Sabemos que existem os pontos positivos que não podemos 
menosprezar, que nada como um dia após o outro, que esse processo de ensino 
aprendizagem é, de fato, condicionado à deficiência do aluno e que é um processo 
lento, acreditando principalmente que qualquer avanço é motivo de conquista. Como 
uma última vivência a ser destacada nesta pesquisa, considero uma experiência que 
ficará marcada para sempre em minha memória: foi quando José conseguiu sozinho, 
e com muito estímulo alcançar com o seu dedo a letra “A”. Nessa atividade, a 
proposição da professora pedagoga foi a de que José conseguisse sozinho colocar 
o seu dedo na letra “A” que era a letra de seu nome, pois estávamos trabalhando 
durante o ano letivo o alfabeto com ele e naquele dia ele nos presenteou alcançando 
sozinho o objetivo da atividade. Nesse dia chorei muito de alegria, pois trabalhar 
36 
 
com alunos com deficiências é uma luta nada fácil, porém um aprendizado enorme. 
Esta atividade não foi na aula de artes e sim na aula de alfabetização, porém não 
poderia deixar de falar desta experiência, pois foi algo que marcou muito nesta 
minha vivência com José. 
O que está faltando na realidade, para que a inclusão seja aceita e 
efetivada na sociedade com outro olhar, é a preparação de cursos de capacitação 
para professores e estagiários, o apoio incondicional dos pais, o olhar atento da 
escola, governantes, entre outros, e que a estrutura física da escola seja adequada 
para esses alunos especiais. 
Pois como relata a Revista de Educação Especial: Inclusão (BRASIL, 
2008), até certo ponto o professor era visto como o ser que distribuía conhecimento 
e não dava a chance de seus alunos falarem, porém nos dias atuais essa troca de 
informação com os alunos é muito frequente na sala de aula. Do mesmo modo é 
grande a diversidade dos interesses e das necessidades de aprendizagem de cada 
indivíduo, particularmente, em uma sala que tem alunos especiais onde todos - 
inclusive os que têm necessidades especiais - participam das atividades. Não 
podemos esperar que os professores dispensem todo o seu conhecimento somente 
para atender as necessidades de cada aluno, mas de acordo com a Revista de 
Educação Especial: Inclusão (BRASIL), 
 
Como professores necessitarão ser, cada vez mais, capazes de achar 
alternativas ás habilidades básicas tradicionais e recursos disponíveis para 
atender ás necessidades originais de cada um dos alunos dentro de uma 
sala de aula. Alguns alunos talvez precisem de habilidades especiais 
básicas tais como braile, equipamentos para se comunicarem usando 
computadores, calculadoras, assim podendo permitir que cada individuo 
tenha habilidades necessárias para lhes garantir sucesso quando em 
sociedade (BRASIL, 2008, p. 10). 
 
Para finalizar esta análise, fixo a ideia de que os professores e alunos 
precisam de um apoio que possa lhes ajudar a realizar suas atividades diárias com 
sucesso. Muitos destes se sentem sozinhos e frustrados, pois não tem a devida 
ajuda necessária para que possamos fazer que a inclusão seja um sucesso. 
No próximo capítulo sugiro um projeto de curso tendo como objetivo 
possibilitar aos professores de artes um referencial teórico mais pertinente e que os 
mesmos troquem experiências e confeccionem materiais pedagógicos que lhes 
servirão de apoio para as atividades que irão desenvolver com os seus alunos 
37 
 
deficientes múltiplos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
6 PROJETO DE CURSO 
 
 
TÍTULO: A arte no contexto escolar inclusivo: trabalhando com diversas adaptações 
de materiais pedagógicos para incluir alunos com deficiências múltiplas nas 
atividades. 
 
JUSTIFICATIVA 
A arte é de grande valia para o ser humano, pois com ela podemos nos 
expressar, experimentar, criar e desenvolver uma percepção mais crítica perante a 
sociedade. 
A formação de professores de artes tem as suas especificidades, e diante 
da necessidade da inclusão percebemos que não estamos preparados 
adequadamente para trabalhar com alunos especiais. Em nossa formação 
acadêmica temos somente dois créditos da disciplina Fundamentos e Metodologia 
da Educação Especial, que não nos oportuniza uma experiência mais ampla e 
profunda, capazde nos preparar para realizar uma educação de qualidade, em arte, 
para nossos alunos especiais. Ao mesmo tempo, sentimos, enquanto professores 
(formados ou em formação), que as secretarias de educação não estão nos dando o 
apoio nesse sentido, proporcionando cursos de capacitação sobre a educação 
especial. 
Com todas essas questões, neste evento trataremos somente da 
integração da inclusão de alunos deficientes múltiplos, para que os professores de 
artes dos municípios vizinhos possam se encontrar para relatarem suas 
experiências, desabafando as frustrações e as conquistas, e refletindo, por meio de 
textos específicos, sobre possíveis soluções para os problemas. Numa segunda 
etapa poderemos confeccionar juntos materiais de apoio para incluir nossos alunos 
especiais, socializando ideias e referenciais teóricos. 
 
OBJETIVO GERAL 
Possibilitar aos professores de artes a ampliação do referencial teórico 
pertinente e a experiência de confeccionarem materiais que os ajudarão a incluir os 
alunos com deficiências múltiplas no processo de ensino aprendizagem. 
39 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
a) Ampliar o conhecimento sobre referencial teórico relacionado à 
Educação Especial e Inclusão; 
b) Trocar experiências de atuação no ensino da arte; 
c) Construir materiais pedagógicos. 
 
PROPOSTA DE CARGA HORÁRIA 
Horas-aula: Teóricas: 04h 
 Práticas: 16h 
 Total: 20 horas 
 
PÚBLICO ALVO: Professores de arte. 
 
EMENTA 
Indicação de autores e documentos norteadores da educação especial. 
Socialização de experiências. Construção de materiais de apoio pedagógico. 
 
METODOLOGIA 
O curso será realizado na Fundação Cultural de Criciúma, com vinte 
professores de artes que trabalham com alunos que tem deficiência múltipla e outros 
que tenham esse interesse. Fundamentaremos nosso curso com textos sobre a 
inclusão. Na prática confeccionaremos materiais pedagógicos para socializar entre 
os presentes. 
Em nossos encontros, que acontecerão em quatro momentos estaremos 
discutindo sobre a importância da arte no contexto social inclusivo, relatando 
dificuldades apresentadas na sala de aula com alunos especiais e a 
construção/socialização de materiais para apoio pedagógico. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
REFERÊNCIAS 
FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAES. Manual de Arte Educação: Uma dinâmica 
para o Desenvolvimento. Brasília: 1999. 
 
NASCIMENTO, Márcia M. do; RAFFA, Ivete. Inclusão Social: primeiros passos. 
São Paulo: Giracor, 2009. 
POLÍTICA de Educação Especial do Estado de Santa Catarina. Disponível em: 
http://www.fcee.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=45&It
emid=91. 
 
TATI, Ana; MACHADO, Maria Silvia M. 300 Propostas de artes visuais. São Paulo: 
Loyola, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A arte tem uma grande importância na vida do ser humano, pois com ela 
nos tornamos seres mais críticos, sensíveis, capazes de conhecer o outro e a si 
mesmos perante a sociedade. A arte no ensino inclusivo é de grande valia para que 
a pessoa com deficiência múltipla possa desenvolver a sua compreensão nas 
diferentes linguagens artísticas, com criatividade e imaginação para que possam ser 
capazes de desenvolver atividades sozinhos, ou seja, que possam ter autonomia 
sobre si próprio, no campo da expressão. 
Essas pessoas que possuem algum tipo de deficiência têm o mesmo 
direito a uma educação de qualidade e ao acesso ao ensino da arte. 
Para que os educandos com deficiência múltipla possam ter um ensino 
digno e de qualidade, cabe aos pais, à escola, ao corpo docente, à secretaria de 
educação, enfim, a toda a comunidade escolar, promover a inclusão. Para 
oportunizar as pessoas com deficiência física e intelectual, o ensino da arte, os 
estagiários e professores tem que estar preparados para propor situações especiais 
de ensino e aprendizagem em arte e para valorizar as pequenas conquistas do dia a 
dia do aluno com necessidades especiais. 
O objetivo deste estudo foi tratar das dificuldades que o professor de arte 
tem com o aluno com necessidades especiais, na escola regular. E o que 
observamos é que as dificuldades existem, não são fáceis de serem resolvidas, mas 
que o professor é capaz de superar essa situação. 
Sendo assim, o problema de pesquisa foi investigar quais são as 
dificuldades do professor de arte, em contato com o aluno com deficiência múltipla 
no ensino regular. Com esse questionamento pude observar a falta de capacitação 
do corpo docente para atuar na educação inclusiva, a falta de apoio da Secretaria de 
Educação, materiais adequados para auxiliar nas atividades, enfim, falta empenho 
dessas partes citadas para que a inclusão seja realizada e aceita pela sociedade. 
Nesta pesquisa tivemos a oportunidade de refletir sobre três vivências 
com o aluno José e podemos concluir que, para trabalhar com alunos especiais, 
precisamos de capacitação, para que não tenhamos tantas dificuldades em 
interpretar esse aluno, propor atividades e reconhecer aprendizados. 
42 
 
Nessas vivências relatadas, evidenciei as conquistas que, a princípio, 
pode parecer pouco avanço, mas acredito que para o José é uma aprendizagem e 
uma superação enorme. Falo também de frustrações, minhas e da professora de 
arte, ao reconhecer o nosso despreparo em trabalhar com o José, pois acreditamos 
que deixamos muito a desejar nas ações para o ensino e aprendizagem com ele. 
Chegamos à conclusão de que todas as pessoas, inclusive as com 
deficiências múltiplas, se identificam em algumas das quatros linguagens artísticas, 
e no caso de José, é a linguagem musical, pois quando trabalhamos essa linguagem 
na turma, foi possível notar com muita precisão o quanto ele gosta de música. Nesse 
momento, não nos sentimos tão frustradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BARBOSA, Ana Mae Tavares Bastos. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e 
novos tempos. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 1999. 
 
 
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 2004. 
 
 
BATISTA, Cristina Abranches Mota; MANTOAN, Maria Teresa Egler. Educação 
Inclusiva: Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Mental. 
Brasília: MEC, SEESP, 2006. 
 
 
BERSCH, Rita; MACHADO, Rosângela. Conhecendo o aluno com deficiência. In: 
SCHIRMER, Carolina R. et al. Atendimento Educacional Especializado: 
Deficiência Física. São Paulo: MEC/SEESP, 2007. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Educação Infantil: 
Saberes e Práticas da Inclusão: Dificuldades de comunicação e sinalização 
deficiência física. Brasília: MEC, SEESP, 2005. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Educação Infantil: 
Saberes e Práticas da Inclusão: Dificuldades Acentuadas de Aprendizagem 
Deficiência Múltipla. Brasília: MEC, 2006a. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Saberes e 
Práticas da Inclusão: Recomendações para a Construção de Escolas Inclusivas. 
Brasília: MEC, 2006b. 
 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação. Educação Especial: 
Documento Subsidiário á Política da Inclusão. Brasília: 2007. 
 
 
BRASIL. MEC. Secretaria de Educação Especial. Inclusão. Revista da Educação 
Especial, Brasília: v.4, n.1, 2008. 
 
 
 
44 
 
CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: Uma Introdução. São Paulo: Martins, 
2005. 
 
 
CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil: Leitura Crítico - Compreensiva Artigo a Artigo.

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