Buscar

ATOS INFRACIONAIS PRATICADOS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE CEUMA 
PRO-REITORIA DE GRADUAÇÃO 
COORDENADORIA DO CURSO DE DIREITO 
 
ADRIELE DE OLIVEIRA PEREIRA 
ALAN JORGE RODRIGUES CARVALHO 
ANA JULIA PESSOA TORRES 
KELLY MENDES AMARAL 
LETÍCIA NASCIMENTO DOS SANTOS SOUSA 
LIA RAQUEL VIANA DE ABREU 
MARIA GABRIELA SOUSA CARDOSO 
MAYARA LUDMILA SOUZA PESQUEIRO 
MYRELA NASCIMENTO MEIRELES 
NEUSA PINHEIRO DE OLIVEIRA 
RENATO SOARES PIRES 
 
ATOS INFRACIONAIS COMETIDOS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM 
SÃO LUIS: 
A ATUAÇÃO DO CONSELHO TUTELAR NA SITUAÇÃO 
 
 
 
 
São Luís 
2018 
 
 
ADRIELE DE OLIVEIRA PEREIRA 
ALAN JORGE RODRIGUES CARVALHO 
ANA JULIA PESSOA TORRES 
KELLY MENDES AMARAL 
LETÍCIA NASCIMENTO DOS SANTOS SOUSA 
LIA RAQUEL VIANA DE ABREU 
MARIA GABRIELA SOUSA CARDOSO 
MAYRA LUDMILA SOUZA PESQUEIRO 
MYRELA NASCIMENTO MEIRELES 
NEUSA PINHEIRO DE OLIVEIRA 
RENATO SOARES PIRES 
 
 
ATOS INFRACIONAIS COMETIDOS POR CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM 
SÃO LUÍS: 
A ATUAÇÃO DO CONSELHO TUTELAR NA SITUAÇÃO 
 
Projeto de pesquisa apresentado como requisito para 
aprovação na disciplina de Sociologia Geral e Jurídica do 
Curso de Direito da CEUMA Universidade. 
Orientador: Prof. Dr. Marcio Aleandro Correia Teixeira. 
 
 
 
São Luís 
2018
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................03 
2. PROBLEMATIZAÇÃO...........................................................................................04 
3. JUSTIFICATIVA.....................................................................................................05 
4. OBJETIVOS...........................................................................................................06 
4.1 Gerais...................................................................................................................06 
4.2 Específicos..........................................................................................................06 
5. REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLÓGICO...................................................07 
5.1 Referencial teórico..............................................................................................22 
5.1 Referencial metodológico..................................................................................22 
6. CRONOGRAMA.....................................................................................................23 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Neste projeto de pesquisa trataremos sobre os atos infracionais cometidos 
por crianças e adolescentes e a atuação do conselho tutelar na situação. “Considera-
se atos infracionais a conduta descrita como crime ou contravenção” (ECA, art. 103). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 2º considera criança (pessoa 
de até 12 anos incompletos) e adolescente (entre 12 a 18 anos de idade). “O conselho 
tutelar é o órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela 
sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente” (ECA, 
art. 131). 
Nesta pesquisa, tentaremos esclarecer sobre o que leva os jovens a irem 
de encontros com a lei, bem como a real atribuição do conselho tutelar e sua medidas 
mediatas ao saber da notícia de um ato infracional e as medidas tomadas no sentido 
de preservar os direitos da criança e do adolescente. 
A abordagem feita nesta pesquisa recai sobre os atos infracionais e a 
atuação do conselho tutelar tomando-se como base, o município de São Luís - MA 
nos meses de janeiro a agosto de 2018. Traçaremos, também, por uma breve visão 
histórica do tratamento dado à criança e ao adolescente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2. PROBLEMATIZAÇÃO 
Segundo dados do IBGE de 2018, São Luís é um município com cerca de 
1.094.667 de pessoas, dentre elas, como sabemos, existem milhares de crianças e 
adolescente. No entanto, é preocupante a situação de que muitos jovens cometem 
crimes todos os dias. Diante do problema, quais os atos praticados pelas crianças e 
adolescente e o que os levam a irem de encontro com a lei? Qual a atuação do 
Conselho tutelar acerca de tal situação? 
É notório que a vulnerabilidade social e a desorganização familiar sejam 
um dos fatores. Diante disse, deve se buscar com mais profundidade onde esses 
fatores venham a interferir no desenvolvimento da criança e do adolescente. Bem 
como é mister saber qual o real papel do Conselho Tutelar e quais as suas principais 
atribuições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
3. JUSTIFICATIVA 
O trabalho em questão foi realizado com o intuito de expor dados e 
promover reflexões acerca do tema “atos infracionais cometidos por crianças e 
adolescentes.” 
O tema se mostra relevante no que concerne às condições de crianças e 
adolescentes em conflito com a Lei, como o assunto é tratado pelos órgãos 
responsáveis e até que ponto a Lei alcança a realidade dessas crianças e 
adolescentes. 
O Direito é uma Ciência Humana por excelência, ou seja, uma área do 
conhecimento voltada para o estudo do homem como ser social. Sendo assim, a 
questão dos infantes e adolescentes em conflito com a Lei é urgencial para Direito 
Brasileiro atual, não só pelo apelo social, mas também pelo humanista. Acreditamos 
que o dito trabalho poderá ser útil à análise e ao entendimento da problemática dos 
Infratores na região de São Luís. 
Ao nos debruçarmos sobre o tema e adquirirmos vivência de campo, fomos 
confrontados com a realidade dos Órgãos responsáveis: seus mecanismos, falhas e 
acertos no processo de amparo à essas crianças e adolescentes. Como estudantes 
do Direito, a pesquisa permitiu-nos ver e enxergar o tema por vias não convencionais, 
sendo essencial para nossa formação como futuros operadores do Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
4. OBJETIVOS 
4.1 Gerais 
 Analisar as possíveis causas que levam a criança e o adolescente a irem de 
encontro com as normas e analisar papel do Conselho Tutelar quando se 
depara com uma denúncia, bem como suas atribuições e medidas à 
problemática dos menores infratores no município de São Luís. 
4.2 Específicos 
 Identificar como a desorganização na família pode contribuir para o problema; 
 Identificar a contribuição que a vulnerabilidade social tem em relação aos 
problemas que temos com jovens; 
 Compreender o real papel do Conselho Tutelar traçando por uma breve 
regressão história para entender como este órgão surgiu e destrinchar suas 
atribuições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
5. REFERENCIAL TEÓRICO E METODOLÓGICO 
5.1 Referencial teórico 
5.1.1 A desorganização familiar e suas consequências: 
A família está presente e permanece enquanto espaço privilegiado de 
socialização e exercício da cidadania de casa pessoa. A concordância quanto a 
família como locus privilegiado para o perfeito desenvolvimento humano está 
consagrado em documentos internacionais. Mas não basta apenas uma série de Leis, 
Tratados e Documentos para um pleno exercício das funções de uma família e as 
consequências tanto benéficas quanto maléficas para a criança. 
Um vínculo familiar estável e o apoio efetivo às famílias através de uma 
oferta pública de serviços constituem-se em fator decisivo na busca dos objetivos 
prioritários do desenvolvimento humano, tais como a eliminação da pobreza, o acesso 
a saúde, à educação e à alimentação, a erradicação do trabalho infantil, a promoção 
da igualdade entre gênerose a proteção integral de seus membros, das crianças 
adolescentes. 
O livro “Família Brasileira - a base de tudo”, traz um conjunto de debates a 
respeito dessa problematização, o UNICEF uniu uma série de autores quem esperam 
contribuir significativamente para o debate em torno da promoção e o apoio às 
famílias, sobretudo àquelas em situação mais vulnerável, com o reconhecimento das 
mesmas enquanto agente social ativo, merecedor de políticas públicas adequadas, 
por ser essencial para as transformações às quais a sociedade brasileira aspira, e um 
dos eixos fundamentais de uma política para a infância. 
Becker (2004) traz um debate acerca de como a Ruptura Dos Vínculos 
desencadeia uma série de problemas futuros, e também o que leva a essa Rupturas. 
Será o abandono pela pobreza? Ou por conta dos pais não estarem cumprindo com 
seus deveres de sustentar, ter sob guarda e educar os filhos, submetendo a abusos e 
maus-tratos ou, ainda, deixarem de cumprir determinações judiciais no seu interesse. 
Ela ressalta que embora isso de fato seja um problema, no Artigo 23 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente diz que a falta de carência de recursos matérias não 
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio poder e que não 
existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou 
8 
 
 
adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente 
ser incluída em programas oficiais de auxílio. 
Depois de toda exposição do que leva a ruptura da criança com a família, 
Becker (2004) traz duas possíveis soluções para o problema: 
“Com o objetivo de garantir o direito das crianças e dos adolescentes à convivência familiar e 
comunitária, são necessárias medidas visando, em primeiro lugar, a manutenção dos vínculos 
com a família natural. Na impossibilidade de assim proceder, tomar todos os cuidados para 
que a colocação em família substituta seja feita a partir dos interesses e direitos das crianças 
e dos adolescentes que dela necessitem. Assim recomenda-se: 
1) Apoio aos vínculos famílias: 
- Promover programa de assistência social especialmente destinados a complementar a 
renda das famílias empobrecidas, para que possam criar e educar seus filhos; 
- Disseminar a criação de equipamentos sociais e educacionais para o cuidado das crianças 
durante o período de trabalho de seus pais; 
2) princípios básicos para a colocação em família substituta: 
- Dar preferência, nos casos de crianças necessariamente afastadas de seus pais biológicos, 
a solução dentro da família extensa (avós, tios etc.) ou da comunidade onde ela vive; 
- Nos casos em que a adoção for a medida mais adequada, privilegiar os candidatos 
nacionais”. (BECKER, 2004, p. 74-75) 
5.1.2 Das consequências da vulnerabilidade: 
Vulnerabilidade social é o conceito que caracteriza a condição dos grupos 
de indivíduos que estão à margem da sociedade, ou seja, pessoas ou famílias que 
estão em processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos. 
De acordo com o art. 3°, do Estatuto da Criança e do Adolescente, toda 
criança e adolescente goza de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa 
humana, sendo assim, a proteção integrada e todos os instrumentos necessários para 
assegurar seu desenvolvimento físico, mental e espiritual, em condições de liberdade 
e dignidade, tendo com a ausência desses direitos o caso da vulnerabilidade social, 
são aquelas que vivem negativamente as consequências das desigualdades sociais, 
da pobreza e da exclusão social, da falta de vínculos afetivos na família e nos demais 
espaços de socialização, da falta de acesso à educação, trabalho, saúde, lazer, 
alimentação e cultura, da inserção precoce no mundo do trabalho, da falta de 
perspectivas de entrada no mercado formal de trabalho, da exploração do trabalho 
infantil, da falta de perspectivas profissionais e projetos para o futuro, do alto índice 
9 
 
 
de reprovação ou abandono escolar, da oferta de integração ao consumo de drogas 
e de bens, ao uso de armas, ao tráfico de drogas. Por isso, em conformidade com o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei n. 8.069/90), a falta de recursos 
materiais por si só não constitui motivo suficiente para afastar crianças e adolescentes 
do seu convívio familiar, encaminhá-los para serviços de acolhimento ou inviabilizar 
sua reintegração, representam um avanço extraordinário. Colocam o Brasil na 
vanguarda de legislações a respeito da criança. São, portanto, instrumentos muito 
significativos. A realidade, de outro lado, é adversa. Todavia, é melhor termos 
ferramentas jurídicas qualificadas para a luta pela modificação desta realidade. O 
afastamento apenas é justificado quando o dever de sustento, guarda e educação dos 
filhos menores é descumprido (ECA, art.22). 
Portanto, para se trabalhar com crianças e adolescentes em situação de 
vulnerabilidade social, marcadas pelo abandono ou afastamento do convívio familiar, 
devesse compreender antes de tudo que esta “vulnerabilidade” aborda diversas 
modalidades de desvantagem social, mas principalmente a fragilização dos vínculos 
afetivos, relacionais, de pertencimento social ou vinculados à violência. 
As relações em contexto de vulnerabilidade social geram crianças, 
adolescentes e famílias passivas e dependentes, com a autoestima 
consideravelmente comprometida. Estes jovens e suas famílias intrometam como 
atributos negativos pessoais as falhas próprias de sua condição histórico-social. De 
forma circular e quase inevitável, este ciclo se instala reforçando-se a condição de 
miséria, não só no nível material, como no nível afetivo. As pessoas, desde muito 
jovens, percebem-se como inferiores, incapazes, desvalorizadas, sem o 
reconhecimento social mínimo que as faça crer em seu próprio potencial como ser 
humano. 
O número de crianças e jovens que estão ingressando no mundo do crime 
é cada vez maior, e o pioneiro para esse acontecimento são diversos fatores que 
levam milhares e milhares de jovens a praticar atos delituoso é a falta de estrutura 
familiar, falta de um projeto de vida, valorização do ter ao invés do ser, falta de políticas 
públicas que combatam a desigualdade social, impunidade da estrutura penal 
brasileira, aumento de consumo de drogas. 
10 
 
 
A cada dia que passa mais crianças deixam a inocência da infância de lado 
para dar lugar ao universo sombrio do crime. Ao invés dos carrinhos, bolas e bonecas 
para brincar no quintal de casa, meninos que com 11, 12, 13 anos de idade brincam 
com armas, canivetes, e facas. A droga ganhou espaço no meio familiar que, cada 
vez mais desestruturado, não sabe impor limites, ensinar valores e educar para a vida. 
Estes são alguns fatores apontados por especialistas como motivadores para o 
envolvimento de adolescentes com o crime. 
Uma sociedade só será justa no momento em que oportunizar a todas as 
crianças e aos adolescentes estas condições de desenvolvimento íntegro, nas 
diferentes dimensões fundamentais do ser humano. Para que este desenvolvimento 
não seja transporto como objetivo para organizações autoritárias, sufocantes, como 
muitas vezes acontece em seu nome, o Estatuto condiciona explicitamente a liberdade 
e a dignidade da criança ou do adolescente. 
5.1.3 Evolução histórica dos direitos da criança e do adolescente e natureza jurídica 
do Conselho Tutelar: 
Para começar a se avaliar a situação das crianças e adolescentes em 
conflito com a lei é necessário fazer-se uma regressão histórica, observando assim 
como a lei brasileira os tratou durante os anos, conforme Ishida (2014, p.246): 
“O direito infracional no Brasil pode ser dividido em três etapas: (1) Doutrina 
do direitopenal do menor que vai do início do século XIX e finaliza com o 
início do século XX, o tratamento penal era indiferenciado em relação aos 
adultos, os menores entre sete e dezoito anos só possuíam direito a uma 
diminuição de 1/3 da pena, tendo essa caráter retributivo” (ISHIDA, 2014, 
p.246) 
O primeiro código que tratou de forma especifica dedicada à proteção da 
infância e da adolescência foi o Código Mello Matos, assinado por Washington Luiz 
em 1927, foi o Código Mello Matos que estabeleceu que o jovem é penalmente 
inimputável até os 17 anos e que somente a partir dos 18 responde por seus crimes e 
pode ser condenado à prisão, anos depois, em 1979 um novo código batizado de 
Código de Menores entrou em vigor, trazendo consigo uma visão um pouco mais 
abrangente para a lei brasileira, pois seguia a doutrina jurídica de proteção do “menor 
em situação irregular”, que abrange os casos de abandono, prática de infração penal, 
desvio de conduta, falta de assistência ou representação legal, entre outros. A 
11 
 
 
regulamentação da situação da criança e do adolescente finda-se com a criação do 
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, sendo criado, junto a esse novo 
estatuto, um órgão permanente e autônomo, não-jurisdicional chamado Conselho 
Tutelar. O Estatuto da Criança e do Adolescente chega definindo, enfim, o que é 
criança e o que é adolescente na visão da lei: Conforme o ECA (Lei Nº 8.069, de 13 
de julho de 1990) em seu art. 2º determina: 
“Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de 
idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente 
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.” (ECA, 
art. 2º). 
A revolução do modo de pensar a criança e o adolescente no Brasil que já 
havia se iniciado com o advento do ECA e do Conselho Tutelar, acabou que se 
concretizou com a Constituição Federal de 1988, que incluiu os ideais dos direitos 
humanos sendo eles uma das mais importantes dimensões na construção de um 
sistema de valores compartilhados, segundo Amaral e Silva (2005, p.45): 
“A extensão dos regimes de direitos humanos perpassa os cidadãos mais 
vulneráveis como as minorias éticas, raciais e religiosas, assim como 
mulheres e crianças, postulando que todos, segundo a lei, apresentam o 
mesmo direito à proteção”. (AMARAL E SILVA, 2005, p.45) 
Estando prevista na Constituição Federal de 1988, a doutrina da proteção 
integral (art. 227 e art. 228, da CF/88) é a nova forma de se tratar as crianças e 
adolescentes na ordem jurídica brasileira e declarou ser dever da família, da 
sociedade e do Estado assegurar, à criança e ao adolescente, com absoluta 
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Basicamente, a doutrina 
jurídica da proteção integral adotada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente 
assenta-se em três princípios, a saber: Criança e adolescente como sujeitos de direito 
- deixam de ser objetos passivos para se tornarem titulares de direitos, destinatários 
de absoluta prioridade e respeitando a condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento. Dessa forma, a criança e o adolescente assume o papel de vítima. 
Nesse sentido Saraiva (2009), diz que: 
12 
 
 
“Seja da exclusão social, seja da negligência familiar etc., faz-se sujeito de 
medida de proteção (do sistema secundário de prevenção, de nítido caráter 
preventivo à delinquência)”. (SARAIVA,2009, p.89) 
5.1.4 Do Conselho Tutelar e suas atribuições: 
A importância de estudar as atribuições do Conselho, é porque muitos têm 
uma visão inversa das reais atribuições que o Conselho tutelar tem, principalmente 
pela falta de capacitação, isto é, por desconhecerem as normas do Estatuto. Uma das 
principais interpretações que se tem do Conselho é este sendo como um órgão 
repressor. Esse tipo de interpretação se dá também por algumas vezes os próprios 
profissionais do Conselho, erroneamente, agem de tal forma fazendo o papel de pai 
da criança. 
Deve-se entender que o Conselho tutelar não é um órgão repressor, pois, 
“não é revestido de poder para fazer cumprir determinações legais ou punir quem as 
infrinja” (LIBERATI, 2008, p. 132). O primordial papel do Conselho tutelar é adotar 
medidas de proteção todas as vezes que a criança ou o adolescente tiverem os 
direitos reconhecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente violados ou 
ameaçados. Ele é também, como ensina Liberati (2008), um órgão da sociedade, pois 
divide com o Estado e a família a responsabilidade da execução da política e 
atendimento social da criança e do adolescente. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe órgão Conselho tutelar e 
conferindo a ele atribuições específicas extremamente sérias e importantes na defesa 
do cumprimento do direito da criança e do adolescente. Para cumprir com eficiência a 
sua missão, o Conselho Tutelar deve efetuar com zelo as atribuições que lhe foram 
conferidas, as quais estão estabelecidas no art. 136 do referido Estatuto. “Por essas 
atribuições verifica-se a importância que terá esse órgão” (LIBERATI, 2008, p. 135). 
5.1.4.1 Atender a crianças e adolescentes e aplicar medidas de proteção (art. 136, I, 
ECA): 
Incumbe, pois, ao Concelho Tutelar, nos termos inciso I do art. 136 do ECA: 
“I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, 
aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII”. Atender à criança é, sobre tudo, 
ouvir o que ela tem a dizer, ouvir o que o adolescente tem a dizer, como sujeitos de 
13 
 
 
direitos. O papel do conselheiro é atender, em todas as hipóteses a criança e/ou o 
adolescente, por qualquer meio, seja por telefone, pessoalmente, etc. de forma que, 
sempre verifique, de imediato e sem complicações, se há realmente uma violação ou 
ameaça ao direito adquirido e, verificado essa violação ou ameaça, adotar medidas. 
Devemos lembrar que, se há um direito violado, há um violador, que deverá ser 
responsabilizado civil e penalmente. 
Feitas essas considerações, podemos dizer, que o art. 101 dos incisos I ao 
VII do ECA estabelece como medidas de proteção: 
a) através de termo de responsabilidade, encaminhamento aos pais ou 
responsável; 
b) dar orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
c) matrícula e frequência obrigatória em estabelecimento oficial de ensino 
fundamental, visto que, a educação básica é obrigatória (art. 208, I, CF); 
d) dever constitucional que o profissional tem de fazer a inclusão de 
crianças, adolescente e sua família em serviços e programas oficiais ou comunitários 
de proteção, apoio e promoção; 
e) requisitar de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico em regime 
hospitalar ou ambulatorial; 
f) determinar a inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 
orientação e tratamento de alcoólatras e toxicômanos; 
g) como medida excepcional, o acolhimento institucional em entidade; 
h) promover inclusão em programas de proteção; 
I) colocação em família substituta, caso em que não for possível a 
reintegração familiar. 
5.1.4.2 – Atender e acolher pais ou responsável e aplicar medidas cabíveis (art. 136, 
II, ECA): 
14 
 
 
Há na Constituição Federal, uma previsão legal afirmando que “a família é 
a base da sociedade e, constitucional e legalmente, tem especial proteção do Estado” 
(MORAES, 2016, p. 897). Sendo assim, quando os pais, não puderam, por razõeseconômicas, de saúde, etc. assistir (proteger) os seus filhos, têm o direito de serem 
acolhidos pelas órgãos assistenciais competentes para serem assistidos em proteção 
do Estado. 
Nesse sentido, é mister as palavras de Liberati (2008): 
“Como núcleo principal da sociedade, a família deve receber imprescindível 
tratamento tutelar para proteger sua constituição, pois é no lar que a criança 
ou o adolescente irá receber a melhor preparação para a vida adulta” 
(LIBERATI, 2008, p. 126). 
Vale ressaltar que, o Conselho Tutelar não é aplique punições aos pais. 
Sendo assim, se os pais praticarem qualquer crime previsto no art. 13 do Estatuto, 
quais sejam: castigo físico, maus-tratos, etc. contra a criança ou o adolescente, e tal 
conduta chegar a conhecimento do Conselho Tutelar, seja por terceiros ou pela 
própria criança, o que este deve fazer é requisitar investigação policial para apurar o 
delito cometido e requisitar a Assistência Social pra zelar pela proteção da vítima. 
Sendo assim, as medidas previstas no art. 129 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente que são aplicadas pelo Conselho Tutelar são, especificamente, para 
atender às necessidades dos pais ou responsável, não para puni-los, pois, como já 
vimos, o Conselho não é órgão repressor. Em exemplo, temos a medida de 
advertência prevista no art. 129, VII do Estatuto, que trata-se de uma forma de orientar 
os pais ou responsável. 
5.1.4.3 Promover a execução de suas decisões (art. 136, III, ECA): 
O Conselho Tutelar não executa suas decisões, pois não é órgão e 
execução. Entretanto, o instrumento administrativo do Conselho Tutelar, como forma 
de fazer valer o que decide é, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, 
nos termos do art. 136 é: a) requisitar serviços públicos nas áreas da saúde, 
educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança, em outras palavras, 
determinar que o requisitado cumpra um dever de prestar um serviço previsto 
15 
 
 
legalmente; e b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de 
descumprimento injustificado de suas deliberações. 
Com efeito, quem descumpriu um serviço requisitado pelo Conselho 
Tutelar, comete o crime previsto no art. 249 do Estatuto, pois, vale lembrar que a 
requisição não se trata de um simples pedido e sim de uma ordem, portanto, sendo a 
ordem descumprida, o destinatário da requisição será processado. Bem como, 
quando há um descumprimento injustificado da determinação do Conselho, este pode, 
recorrer a via judicial para que o juiz determine que a determinação do Conselho seja 
cumprida. 
5.1.4.4 Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração 
administrativa ou penal contra os direitos da criança e do adolescente (art. 136, IV, 
ECA): 
Cabe ao Conselho Tutelar encaminhar ao Ministério Público os fatos que 
constituem crime. Porém, são crimes em que o Conselho não tem competência para 
requerer ao juiz, por se tratar de matéria exclusiva do promotor de justiça, a quem o 
Conselho comunica assim que toma ciência do fato. São exemplos: a entrega do filho 
menor a pessoa inidônea, previsto no art. 245 do CP, bem como o abandono de 
intelectual previsto no art. 246 também do código penal, entre outros. 
Em suma, Conselho tutelar deverá encaminhar nos casos em que ocorrer 
infrações penais e administrativas contra os direitos da criança e do adolescente todas 
as vezes que tiver conhecimento. 
5.1.4.5 Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência (art. 136, V, 
ECA): 
São as hipóteses em que o Conselho tutelar verificar que a situação não é 
de sua alçada, ou seja, não é de sua competência. São as questões litigiosas, de 
conflitos de interesses, como por exemplo: guarda, tutela, etc. 
A lista da competência da Justiça da Infância e da Juventude estão 
previstas nos arts. 148 e 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Portanto, as 
partes deverão ser encaminhas ao órgão competente os casos de sua competência, 
16 
 
 
onde as partes, no dizer de Liberati (2008), terão uma orientação certa acerca da 
solução de seus problemas. 
5.1.4.6 Providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as 
previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional (art. 136, 
VI, ECA): 
Conforme estabelece o art. 151 do Estatuto, o Conselho Tutelar não é 
órgão executor de medidas, isto é, não investiga, não pune, etc. podendo somente, 
desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação, entre outros. Entretanto, 
segundo o inciso I do art. 136 do ECA, o Conselho é competente para acionar os pais 
ou responsáveis, serviços públicos e outras medidas ao adolescente infrator desde 
que seja qualquer das previstas nos incisos I a VI do art. 101 do ECA. 
5.1.4.7 Expedir notificações (art. 136, VII, ECA): 
Notificar é, segundo Liberati (2008), levar ou dar a alguém uma notícia de 
um fato ou de um ato praticado que gera modificações no campo jurídico-social. 
Portanto, expedir notificação é levar ou dar uma notícia a alguém, por qualquer meio, 
acerca de um fato ou de um ato passado ou futuro que deva gerar direitos ou 
obrigações para a criança e/ou adolescente. 
Sendo assim, o Conselho Tutelar, ao determinar uma matrícula nos casos 
em a criança não seja matriculado, deverá notificar o diretor da escola, bem como 
também deverá notificar os pais da criança de que o Conselho determinou a matrícula. 
5.1.4.8 Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente 
quando necessário (art. 136, VIII, ECA): 
Como sabemos, certidão de nascimento são extremamente importantes, 
principalmente para o mundo jurídico, visto que, uma pessoa sem registro de 
nascimento, é uma pessoa que não existe para qualquer efeitos jurídicos, assim como, 
a certidão de óbito não deixa de ser importante. 
Sendo assim, por exemplo, nos casos em que a criança ou adolescente 
não possuir certidão de nascimento, cabe ao Conselho, assim que tiver ciência, 
requisitar a certidão ao cartório. O Conselho Tutelar tem apenas competência para 
17 
 
 
requisitar certidão e não para determinar tais registros, de forma que, o Cartório de 
Registros é que deverá cumprir tais requisições. 
Vale ressaltar que, uma requisição não se trata de um pedido e sim de uma 
ordem e, sendo esta legal, deve ser cumprida, caso haja descumprimento, como já 
vimos, o destinatário da requisição será processado criminalmente. 
5.1.4.9 Assessorar o Poder Executivo na elaboração da proposta orçamentária para 
planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente (art. 136, 
IX, ECA): 
O inciso IX, do art. 136 do Estatuto, traz uma atribuição muito importante 
ao Conselho Tutelar. Salienta Ramos (2005) sobre o assunto: 
“Consta o de prestar assessoramento ao Poder Executivo local na elaboração 
da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos 
direitos de crianças e adolescentes” (RAMOS, 2005, p. 41). 
E Rodrigues (2005): 
“Na lei orçamentária (Municipal, Estadual ou Federal) o Executivo deverá 
prever recursos para o desenvolvimento da política de proteção integral à 
criança e ao adolescente, sendo representadas por planos e programas, 
condizentes com as necessidades da comunidade, ou seja, deverá indicar o 
concelho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a não oferta ou 
oferta irregular dos serviços públicos de atendimento à população infanto-
juvenil e às suas famílias” (RODRIGUES, 2005, p. 35). 
O Conselho Tutelar, a partir de seus atendimentos, dispõe de dados 
estatísticos úteis que são capazes de fazer um verdadeiro diagnósticos sobre as 
carências e/ou deficiências que tem os serviços públicos prestados às crianças e aos 
adolescentes. Comisso, tem plena capacidade de assessorar o Poder Executivo na 
elaboração da proposta orçamentária. 
5.1.4.10 Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos 
previsto no art. 220, § 3.º, inciso II da Constituição Federal (art. 136, X, ECA): 
O Conselho Tutelar tem como uma de suas atribuições, representar 
perante a autoridade judiciária ou o Ministério Público, as pessoas que, no dizer de 
Liberati (2008), se sintam ofendidas em seu direitos ou desrespeitados em seus 
valores éticos, sociais e morais, visto que os meios de comunicação, como rádio e 
18 
 
 
televisão não respeitam o horário estabelecido pelo Ministério da Justiça, de modo 
que estes, recebem sansão de pena prevista nos termos do art. 254 do Estatuto da 
Criança e do Adolescente. 
5.1.4.11 Representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou 
suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da 
criança ou do adolescente junto à família natural (art. 136, XI, ECA): 
A Constituição Federal, em seu art. 229 dispões que “os pais têm o dever 
de assistir, criar e educar os filhos menores [...]”. Bem como, o Estatuto da Criança e 
do Adolescente, em seu art. 22, também dispões que “aos pais incube o dever de 
sustento, guarda e educação dos filhos menores”. Entretanto, quando o pais 
descumprem o dever assistir, criar e educar seus filhos, incube ao Conselho Tutelar, 
após esgotadas todas as formas possíveis de orientação e atendimento, como assim 
determinar o inciso XI, do art. 136 do ECA, encaminhar representação ao promotor de 
Justiça da Infância e da Juventude para que este promova as ações de perda ou 
suspensão do poder pátrio. 
Deve o Conselho, ao realizar o encaminhamento, expor a situação e a 
norma violada apresentando as devidas provas. Por conseguinte, o promotor de 
justiça nos termos do art. 201, III c/c 155 do ECA, irá propor ação de suspensão e 
destituição do poder familiar. 
5.1.4.12 Promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de 
divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em 
crianças e adolescentes (art. 136, XII, ECA): 
O inciso XII, do art. 136 do ECA é uma novidade acrescentado pela Lei n. 
13.046 de 2014. Este dispositivo trata de mais uma das atribuições conferidas ao 
Conselho Tutelar para que este órgão possa promover mecanismos com o intuito de 
diminuir os maus-tratos causados por pais ou responsáveis em seus filhos, problema 
este, muito presente no dia a dia. 
Todas essas atribuições conferidas ao Conselho, como vimos, são de 
extrema relevância para entender a importância deste órgão. Os direitos conferidos 
19 
 
 
às crianças e aos adolescentes devem ser assegurados em todos os sentidos. Nesse 
sentido, Liberati (2008): 
“Se o Estado protege e garante os direitos do cidadãos, com igualdade e sem 
discriminação, com maias razão deverá assegurar os direitos da criança e do 
adolescente, que gozam de prioridade absoluta no atendimento de qualquer 
necessidade ou direito” (LIBERATI, 2008. p. 138-139). 
Convém ressaltar que, a atuação do Conselho Tutelar, como registrado, 
tem uma importância fundamental. Sua atuação em São Luís não deixa de ser 
importante também. Quando este órgão se depara como uma situação, ele não deve 
reprimir o infrator, nem lhe aplicar pena alguma, “não deverá passar nem em frente à 
delegacia de Polícia, não devendo ser lavrado qualquer auto de apreensão” 
(MARCOS, 2006, p. 51). O Conselho deve acolher o caso e o encaminhar ao um órgão 
competente. Se a criança ou o adolescente tem seu direito, garantido pelo ECA, 
violado, o Conselho deve adotar as medidas cabíveis até onde pode, e encaminhar 
ao órgão competente, em São Luís temos a Delegacia de Proteção à Criança e ao 
Adolescente – DPCA, localizada na Rua Coelho Neto. Já quando uma um adolescente 
comete um ato infracional, o Conselho deve encaminhar também a um órgão 
competente para que possa resolver o caso, em São Luís temos a Delegacia do 
Adolescente Infrator - DAI, localizada na Avenida Cajazeiras. 
5.1.5 Dos atos praticados por crianças e adolescentes em São Luís: 
Para melhor ilustrar o número de atos infracionais cometidos por menores, 
verificou-se, de acordo com estatísticas obtidas junto a Centro Integrado de Justiça 
Juvenil – CIJJUV, no período de jan/2018 a ago/2018, foram registrados 399 atos 
infracionais praticados por adolescentes de 12 a 21 anos. 
Logo abaixo estão as tabelas acerca dos atos praticados, idades e 
quantidade de atos praticados dentro desses meses. Vejamos: 
 
Tipo de atos praticados Total 
Ameaça 04 
Associação Criminosa 01 
Estupro 07 
20 
 
 
Furto 02 
Homicídio 10 
Latrocínio 01 
Lesão Corporal 02 
Porte ilegal de arma de fogo 02 
Receptação 01 
Roubo 357 
Tentativa de Homicídio 02 
Tentativa de Roubo 02 
Tráfico de Drogas 08 
Fonte: CIJJUV – Centro Integrado de Justiça Juvenil 
Quadro 1 – Tipo de atos praticados 
Fonte: CIJJUV – Centro Integrado de Justiça Juvenil, 2018 
Gráfico 1 – Idade dos infratores. 
De acordo com este gráfico, podemos observar que dentre os jovens 
infratores, os de idade entre 15 a 17 anos de idade são os que mais cometem crimes. 
Sendo que os de 12 anos, foram registrados 3 atos; de 13 anos, 5 cometeram atos; 
de 14 anos, foram 31 registros; de 15 anos, 66 cometeram tais atos; de 16 anos, 106 
IDADE DOS INFRATORES
12 Anos
13 Anos
14 Anos
15 Anos
16 Anos
17 Anos
18 Anos
19 Anos
20 Anos
21 
 
 
cometeram atos; 17 anos com 174 registros e; de 18 19 e 20anos, foram registrados, 
respectivamente, 7, 6 e 1 atos infracionais. 
Fonte: CIJJUV – Centro Integrado de Justiça Juvenil, 2018. 
Gráfico 2 – Número de atos praticados 
As ilustrações acima apresentada nos revelam como é grande o problema 
com que vivemos hoje. Vale ressaltar que os dados obtidos são apenas os casos que 
são registrados. Pois, como sabemos, na maioria das vezes, esses atos praticados 
por menores nem chegam a conhecimento do poder público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
10
20
30
40
50
60
70
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto
N
ú
m
er
o
 d
e 
ca
so
s
Meses 2018
NÚMERO DE ATOS PRATICADOS
22 
 
 
5.2 Referencial metodológico 
Esta elaboração do projeto de pesquisa será feita com o levantamento 
bibliográfico. Segundo Köche (1997) esse tipo de pesquisa fornece as contribuições 
já existentes na área, que através da investigação acerca das teorias, o pesquisador 
analisa e avalia obtendo a compreensão de modo que possibilite a explicar o problema 
objeto. Isso é fundamental, haja vista que não se pode proceder com o estudo de algo 
sem averiguar o que já foi produzido sobre o mesmo, evitando um conhecimento 
inédito pré-existente que possa desguarnecer a fundamentação teórica. 
Assim, os pilares de sustentação para a fundamentação deste projeto são 
as fontes referências teóricas ou fontes bibliográficas encontradas, conforme Lakatos 
e Marconi (1996) retrata, em livros, monografias, pesquisas, artigos, etc. Destes meios 
foram utilizados, neste projeto de pesquisa, apenas livros, monografias e 
levantamento de dados estatísticos, nos quais disponibilizaram seus conhecimentos 
a partir de autores competentes e especializados no assunto, nas pertinentes áreas 
do ordenamento jurídico brasileiro. 
O presente estudo discorre sobre os atos infracionais cometidos por 
crianças e adolescentes, discorrendo sobre a atuação do Concelho Tutelar na 
situação. Além da repercussão dos seus atos praticados que implica, 
preocupantemente, a ordem social. Vale ressaltar que a ótica,da elaboração do 
projeto de pesquisa, almeja a atuação do Concelho Tutelar na situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
6. CRONOGRAMA 
 
 1ª 
Sem. 
2ª 
Sem. 
3ª 
Sem. 
4ª 
Sem. 
5ª 
Sem. 
6ª 
Sem. 
7ª 
Sem. 
8ª 
Sem. 
Elaboração do 
Projeto X X 
Leituras de 
Aprofundamento X X 
Coleta de 
Dados X 
Análise de 
Dados X X 
Revisão de 
Leitura X 
Redação do 
Texto X X 
Depósito do 
Texto X 
Publicação do 
Texto X 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMARAL E SILVA, Antônio Fernando do. Poder Judiciário e Rede de Atendimento. In 
MARQUES, Antônio Emílio Sendim; BRANCHER, Leoberto Narciso (coords.) – 
Encontros pela Justiça na Educação. Brasília: Fundescola/MEC, 2001. 
BECKER, Maria Josefina. A ruptura dos vínculos: quando a tragédia acontece. In: 
Família brasileira: a base de tudo. 6.ed. São Paulo: Cortez, 2004, p. 60-76. 
ISHIDA, Valter Kenji. Estatuto da Criança e do Adolescente: Doutrina e 
Jurisprudência. 15.ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e 
prática da pesquisa. 14.ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997. 
LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de 
Metodologia Científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991. 
LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao estatuto da criança e do adolescente. 
10.ed. São Paulo: Malheiros, 2008. 
MARCOS, Bandeira. Atos infracionais e medidas socioeducativas: uma leitura 
dogmática, crítica e constitucional. 1.ed. Bahia: Editus, 2006. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 32.ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
RAMOS, Bianca Batista. A importância do Conselho Tutelar na garantia da cidadania 
das crianças e dos adolescentes. 2005. Monografia (Bacharelado em Direito) – Centro 
Universitário do Maranhão – UniCeuma, 2005. 
RODRIGUES, José Franklin Seba. Atuação do conselho tutelar em São Luís. 2005. 
Monografia (Bacharelado em Direito) – Centro Universitário do Maranhão – 
UniCeuma, 2005. 
SARAIVA, João Batista Costa. Adolescente em conflito com a Lei: Da indiferença 
à proteção integral – uma abordagem sobre a responsabilidade penal juvenil. 3.ed. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

Continue navegando