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ABERTURA DE INVENTÁRIO POR ARROLAMENTO COMUM

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES ANEXOS DA COMARCA DE JOÃO PESSOA – PARAÍBA.
MARIA DO CARMO, brasileira, solteira, residente e domiciliada no bairro de Jaguaribe, João Pessoa-PB, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra constituído, instrumento de procuração anexo, e endereço profissional à Avenida Presidente José Linhares, 169, residencial Ângela Maria, apartamento 101, Bessa, João Pessoa-PB, com endereço eletrônico joanesleonelsz@gmail.com e , com fulcro no artigo 610 e ss, art. 616, II do Código de Processo Civil, e artigos 1.791, 1.784, 1.785, 1.786, 1.787, 1.788, 1.791 e ss, 1.798, 1.824, 2002 e 2016, todos do Código Civil, requerer
ABERTURA DE INVENTÁRIO POR ARROLAMENTO COMUM
do patrimônio deixado em virtude do falecimento, ab intestado, de Maria Lydia, viúva, brasileira, atendendo para tanto, as seguintes declarações:
DA JUSTIÇA GRATUITA
A Requerente, conforme declaração em anexo, não possui meios econômicos que possibilitem patrocinar as custas do processo, os honorários de advogado e demais encargos decorrentes da presente demanda sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarando-se para fins de concessão do benefício da gratuidade de Justiça, pobre nos termos da Lei 7.510/86, requerendo lhe seja concedido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil.
DO AUTOR DA HERANÇA
Maria Lydia faleceu em julho de 2014, em sua residência situada no bairro de Jaguaribe, cidade de João Pessoa-PB. Não deixou testamento conhecido ou disposição de última vontade, mas deixou bens a inventariar e 05 (cinco) filhas e 01(um) filho, sendo este já falecido antes de sua morte, sendo portanto pré-morto, para efeitos do direito de representação para a sucessão, conforme artigo 1.851 do Código Civil.
DOS HERDEIROS
A Falecida deixou os seguintes filhos: Inês, Lygia, Lúcia, Maria do Carmo e Tarcísio, este pré-morto, deixando 4 filhos: Cristian, Danilo, Nilo e Tarcísio Filho. Este último faleceu após dois anos da morte da senhora Maria Lydia e deixou dois filhos, um menor de 5 anos e outro de 24 anos. 
Diante do que preceitua o Código Civil em seu artigo 1.835, os netos herdam por representação, com distribuição por estirpe, daquilo que o pai herdaria por cabeça, ou seja, herdarão igualmente, pois, estarão no mesmo grau de parentesco, importante destacar:
Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.
	Dessa forma, os 4 filhos de Tarcísio(falecido) herdarão cada um, a quarta parte que corresponderá ao valor do pai e os dois filhos de Tarcísio Filho(também falecido) herdarão cada um a metade do que herdaria o pai. 
A herdeira Lúcia transferiu sua quota-parte da herança, devendo ser repassada para Inês e Maria do Carmo. 
DO ESPÓLIO
O espólio deixado pelo inventariado é constituído dos seguintes bens:
Um imóvel no bairro de Jaguaribe avaliado em R$ 120.000,00(cento e vinte mil reais);
Os aluguéis de um imóvel de foreiro no valor de R$ 700,00(setecentos reais) mensais deixado sob a posse de Maria do Carmo, desde o falecimento de sua mãe, em julho de 2014, cujo contrato foi rescindido em julho de 2017, totalizando 36 prestações de aluguel com valor corresponde a R$ 25.200,00( vinte e cinco mil e duzentos reais).
O patrimônio a ser inventariado se constitui, portanto, no valor de R$ 145.200,00(cento e quarenta e três mil e duzentos reais).
Um imóvel de foreiro na posse da filha Maria do Carmo.
Dívidas referentes a IPTU e laudêmio, que nunca foram pagos.
Considerando que o valor correspondente à dívida em relação às despesas com o imóvel como laudêmio e IPTU que nunca foram pagos, solver-se-á no valor da herança, fica cada herdeiro responsável para responder pelas dívidas, na herança que lhe couber, conforme dispõe o artigo 1.997, do Código Civil:
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
DA PARTILHA
No que tange à partilha dos bens, importante destacar o que dispõem alguns artigos do Código Civil, destacando-se:
Art. 2.013. O herdeiro pode sempre requerer a partilha, ainda que o testador o proíba, cabendo igual faculdade aos seus cessionários e credores.
Art. 2.014. Pode o testador indicar os bens e valores que devem compor os quinhões hereditários, deliberando ele próprio a partilha, que prevalecerá, salvo se o valor dos bens não corresponder às quotas estabelecidas.
Art. 2.017. No partilhar os bens, observar-se-á, quanto ao seu valor, natureza e qualidade, a maior igualdade possível.
Assim, considerando a totalidade dos bens deixados por Maria Lydia, que somam R$ 145.200,00 (cento e quarenta e três mil e duzentos reais), o plano de partilha, sugere-se da seguinte forma:
A filha NYDIA ficará com o quinhão de R$ 24.200,00;
As filhas MARIA DO CARMO e INÊS ficarão com este valor acrescido da doação de Lygia, totalizando R$ 36.300,00 para cada uma;
Os netos CRISTIANO, DANILO e NILO ficarão cada um com R$ 6.050,00
Os bisnetos de 5 e 24 anos ficarão com R$ 3.025,00 cada.
Carece destacar que, embora haja um herdeiro menor, herda em terceira classe por representação não ferindo o artigo 1.833 do Código Civil, devendo-se chamar o Ministério Público para melhor atendimento ao menor conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA)
DA INVENTARIANTE
Estabelece o Art. 1.991 do Código Civil: “Desde a assinatura do compromisso até a homologação da partilha, a administração da herança será exercida pelo inventariante”. Ainda o artigo 617 do Código de Processo Civil estabelece situações ordenadas que disciplinam a nomeação do inventariante.
No caso em tela apenas o item III atende aos incisos estabelecidos no referido artigo visto que não há cônjuge supérstite nem herdeiro na administração do espólio, por essa razão, deverá ser procedido por convenção a escolha do inventariante.
DOS PEDIDOS
Conforme todas as situações descritas e com o fito de que a partilha da herança da falecida Maria Lydia obedeça aos mais lídimos direitos solicita a V.Exª
a) A concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei 7.510 de 1.986, e nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil, requerendo lhe seja concedido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, declarando desde já que as Requerentes não possuem recursos para arcar com as custas e despesas processuais;
b) A admissão desta petição como primeiras declarações da Requerente, por conter as informações legalmente necessárias, em homenagem à instrumentalidade do processo e de suas formas;
c) a citação das demais herdeiras, cuja qualificação e cujo domicílio residencial foram elencados em tópico específico dessa petição, para que conheçam esta demanda e ofereçam suas alegações, se desejarem;
d) A participação do Ministério Público para melhor atender aos interesses da criança conforme o ECA
e) a PROCEDÊNCIA do pedido para que, após regular processamento do feito, seja expedido o competente formal de partilha nos termos em que acima estabelecido.
f) Citar a Fazenda Estadual para estipular os devidos impostos, taxas e multas a serem pagas por cada inventariante.
Requer, ainda provar o alegado, por todos os meios de provas em direito admitidas.
Dá-se a causa o valor estimado dos bens a inventariar, R$ 145.200,00 (cento e quarenta e cinco mil e duzentos reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
João Pessoa, 29 de novembro de 2018.
JOANES LEONELDE SOUZA
Advogado OAB/PB nº

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