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MUDANÇAS QUÍMICAS DA RIZOSFERA Docente: Dr. Antonio Rodrigues Fernandes Discente: Eng. Agrônomo Vinicius Negrão Saldanha Fonte: Celulose On Line Fonte: Cofrupo MUDANÇAS QUÍMICAS DA RIZOSFERA CONTEÚDO: A RIZOSFERA (A RAÍZ E O RIZOPLANO) MICRORGANISMOS PRESENTES NOS SOLOS BACTÉRIAS (ESPÉCIES FIXADORAS DE N₂) FUNGOS (FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS ACIDEZ ATIVA (pH) POTENCIAL REDOX MUDANÇAS QUÍMICAS DA RIZOSFERA CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES - NITROGÊNIO - FÓSFORO - POTÁSSIO, CÁLCIO E MAGNÉSIO - FERRO - ZINCO, COBRE E MANGANÊS - BORO E MOLIBDÊNIO MUDANÇAS QUÍMICAS DA RIZOSFERA REDUÇÃO DO ALUMÍNIO TÓXICO PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO ALELOPATIA CONSIDERAÇÕES FINAIS BIBLIOGRAFIA QUESTIONÁRIO A RIZOSFERA Definição Clássica : A rizosfera foi definida por Hiltner (1904) como a região ao redor das raízes, geralmente com 1 a 3 mm, onde há crescimento bacteriano, podendo variar de acordo com fatores relacionados ao solo, idade e espécie vegetal, dentre outros (Campbell & Greaves, 1990; apud Silveira & Freitas, 2007, p. 87). Atualmente, a rizosfera é definida como “a região do solo que recebe influência direta das raízes, possibilitando proliferação microbiana”. Nela, os microrganismos desempenham importante papel nos sistemas naturais e agrícolas, já que participam das transformações da matéria orgânica e dos ciclos biogeoquímicos dos nutrientes (Andrade, 1999; apud Silveira & Freitas, 2007, p. 87 ). A RIZOSFERA Fonte: Apuntes de Fisiología Vegetal A RIZOSFERA Extensão da rizosfera está em função: Do gradiente de substâncias orgânicas, Microrganismos, pH, e concentrações de O₂, CO₂, e H₂O. ...“a rizosfera pode estender-se até 20 mm.”... Fonte: Adaptado de Hubel & Beck (1993) Fonte: Novusag A RAÍZ Esquema geral das raízes de vegetais superiores Fonte: OpenStax CNX O RIZOPLANO “Rizoplano – É a superfície das raízes” ... Fonte: Nature “Endorizosfera - tecido vegetal do sistema radicular que é colonizado por microrganismos.” “Ectorizosfera - camada de solo que circunda as raízes”... Fonte: Adaptado de Kloepper et al. (1992) A RIZOSFERA Fonte: Cell “O rizoplano provê uma importante base nutricional para muitas espécies de fungos e bactérias, sendo desta forma, juntamente com a ectorizosfera considerados a interface solo- planta.” Fonte: Adaptado de Kloepper et al. (1992) MICRORGANISMOS PRESENTES NOS SOLOS Fonte: AECWeb Actinomicetos Algas Bactérias Fungos Nematóides Protozoários Fonte: Mundo Horta Fonte: Ecotelhado MICRORGANISMOS PRESENTES NOS SOLOS MICRORGANISMOS PRESENTES NOS SOLOS Fonte: Adaptada de Bazin et al. (1990) MICRORGANISMOS PRESENTES NOS SOLOS BACTÉRIAS São organismos unicelulares. Podem ser encontrados de forma isolada ou em colônias; são constituídos por uma célula (unicelulares), não possuem núcleo celular definido (procariontes) e não possuem organelas membranosas (Veira & Queiroz, 2012). Fonte: Professor Neto - Bio Fonte: Embrapa BACTÉRIAS Figura 3.4: Estrutura de uma célula bacteriana Fonte: (Teixeira, 2010) BACTÉRIAS Figura 3.1: Diferentes arranjos de bactérias esféricas (cocos): (a) Coco: Methanococcus sp; (b) Diplococo: Neisseria sp (gonococo); (c) Tétrade: Deinococcus sp; (d) Sarcina: Methanosarcina sp; (e) Estreptococo: Streptococcus sp e (f) Estáfilococo: Staphylococcus sp. Fonte: (Veira & Queiroz, 2012) ESPÉCIES FIXADORAS DE N₂ ...“Apenas uma parcela relativamente pequena das espécies de procariotos possui a enzima nitrogenase que é capaz de reduzir o N₂ para a forma combinada NH₃ que pode então, tornar-se disponível para as plantas e outros organismos, os quais são chamados de fixadores de N₂ ou diazotróficos”... (Moreira, 2006). N₂ + 8H⁺ + 16ATP + e⁻ → 2NH₃ + H₂ + 16ADP + 16 Pi NITROGENASE ESPÉCIES FIXADORAS DE N₂ Fonte: Elohim Heaven Forum ESPÉCIES FIXADORAS DE N₂ Fonte: Quadros et al. (2014) FUNGOS Os fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos e, geralmente, multicelulares. São encontrados na superfície de alimentos, formando colônias algodonosas e coloridas (Teixeira, 2010). Os fungos, em sua maioria, são constituídos por filamentos microscópicos e ramificados, as hifas. O conjunto de hifas de um fungo constitui o micélio (Teixeira, 2010). FUNGOS Fonte: Blog do Prof. Djalma Santos FUNGOS Figura 4.1: Penicilium Fonte: (Teixeira, 2010) FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e microrganismos rizosféricos podem influenciar seu mútuo desenvolvimento e exercer efeitos combinados sobre o crescimento das plantas (Meyer & Linderman, 1986 a, b; apud Silveira & Freitas, 2007, p. 94). As hifas externas dos fungos micorrízicos também podem servir de substrato para o crescimento microbiano, sendo consumidas (Andrade, 1999) ou ainda os esporos podem ser parasitados, perdendo sua viabilidade (Siqueira et al., 1984; apud Silveira & Freitas, 2007, p. 94). FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES Fonte: Th Jardins FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES Fonte: Silveira et al. (2003) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Os compostos orgânicos e inorgânicos liberados pelas raízes das plantas na rizosfera alteram a população microbiana e a disponibilidade de nutrientes, em virtude das mudanças químicas que os mesmos promovem nesta região. Fonte: Conews Quantidade e qualidade : espécie de planta, genótipos dentro da espécie, idade da planta, tipo de solo, atributos físicos do solo, presença de microrganismos. Fonte: Adaptado de Melo & Alleoni (2009) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS (CLASSIFICAÇÃO) • Compostos liberados pela autólise de células velhas •São polissacarídeos que podem ser produzidos pelas células da coifa, células da epiderme, dos pelos absorventes da zona pilífera • Compostos liberados metabolicamente, com gasto de energia, de células ativas das plantas • Possuem baixo peso molecular e são liberados passivamente Exsudatos Secreções Lisatos Mucilagens Fonte: Adaptado de Melo & Alleoni (2009) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Mobilização e adsorção de nutrientes, detoxificação, Proliferação microbiana da rizosfera e da extremidade das raízes Ácidos Orgânicos Açúcares e Aminoácidos Açúcares e aminoácidos provêm energia para os microrganismos na rizosfera que mineralizam ou solubilizam compostos fontes de nutrientes (Jones, 1998, apud Melo & Alleoni, 2009) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Fonte: Lisa Livre Saber LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Fonte: Bioquímica UFAL LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS Mucilagens Protege as extremidades das raízes de injúrias e dessecação, adsorção de nutrientes por meio de sua capacidade de troca de cátions dependente do pH Obs: Os compostos orgânicos liberados pelarizosfera podem estimular a decomposição da M.O.S., mas este efeito varia com a espécie vegetal e a relação C⁄N dos compostos depositados. (Cheng et al.,2003, apud Melo & Alleoni, 2009) (Jenny & Grossembacher,1963, apud Melo & Alleoni, 2009) LIBERAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS ACIDEZ ATIVA (pH) O pH do solo é uma das propriedades químicas que mais influencia a solubilidade de nutrientes e, assim, sua disponibilidade para as plantas. As mudanças no pH da rizosfera estão associadas com o balanço entre a absorção de cátions e ânions, e em menor escala, a exsudação de ácidos orgânicos, a respiração de raízes e microrganismos e alterações do potencial redox. Fonte: Adaptado de Melo & Alleoni (2009) ACIDEZ ATIVA (pH) Fonte: Gramados.net Obs: A absorção de NH₄⁺ ou NO₃⁻ pode mudar o pH da rizosfera até duas unidades para cima ou para baixo, comparado com o restante do solo. Nitrogênio (Mengel et al., 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) ACIDEZ ATIVA (pH) Balanço Interno de Cargas ACIDEZ ATIVA (pH) Ácidos Orgânicos (dissociados no citosol) Ácido Carbônico H₂CO₃ (respiração das raízes e da microbiota – CO ₂+H₂O) Fixação Biológica de N₂ Disponibilidade de nutrientes, atividade de íons tóxicos, metabolismo de raízes e de microrganismos (↑⁄↓:H⁺) (Jones, 1998, apud Melo & Alleoni, 2009) (Hinsinger et al., 2003, apud Melo & Alleoni, 2009) Mengel et al., 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) POTENCIAL REDOX O Potencial REDOX, designado por EH, indica a tendência de uma substância de perder ou ganhar elétrons: valores altos de EH, indicam um ambiente oxidante; valores baixos de EH, indicam um ambiente redutor. Oxidação – perda de e⁻ Redução – ganho de e⁻ Agente Oxidante – sofre redução Agente Redutor – sofre oxidação Fonte: Adaptado de Jackson & Bloom (1990) POTENCIAL REDOX Processos e fatores reguladores: respiração e exsudação de íons pelo sistema radicular, respiração e exsudação de íons pela atividade microbiana, reduções de Fe, Mn e Cu, matéria orgânica do solo (fornecedora de e⁻), aeração, pH. POTENCIAL REDOX POTENCIAL REDOX CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES A natureza e a concentração de nutrientes na rizosfera dependem do tipo e fertilidade do solo e da intensidade do cultivo. Similarmente, a absorção de nutrientes e sua utilização pelas plantas são alteradas por muitos fatores do solo e das plantas e por suas interações. As raízes estão em contato com pequena fração dos nutrientes na solução do solo, e os nutrientes devem transportar-se do solo até a superfície radicular. Este transporte ocorre por processos de fluxo de massa e difusão. Gregory (2006) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (INTERAÇÃO NUTRIENTES – RAÍZES) Fonte: Fonte Adapta Sertão CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (INTERAÇÃO NUTRIENTES – RAÍZES) Fonte: Projeto Solo Planta CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (INTERAÇÃO NUTRIENTES – RAÍZES) Fonte: Temas em Fisiologia Vegetal/UFLA CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (QUANTIDADE RELATIVA DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES) Fonte: Unifertil CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Fonte: Unifertil CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES Fonte: Unifertil CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (NITROGÊNIO) A fixação biológica de N₂, a qual este gás presente no ar atmosférico é reduzido enzimaticamente por bactérias diazotróficas simbióticas, que realizam simbiose com raízes de plantas, e não simbióticas, ou de vida livre, promove um incremento de N passível de ser absorvido pelas plantas. Em função: espécie vegetal, estirpe da bactéria, condições ambientais Fonte: WA Rural Fonte: Adaptado de Boddey et al. (1997) 99% Fluxo de Massa 1% Inter. Radicular Fonte: Unoeste CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (NITROGÊNIO) Fixação Biológica de N₂ Bactérias Simbióticas Grupo Rizóbio 50 – 300 Kg ha⁻¹ Fixação Biológica de N₂ Bactérias Não Simbióticas 15 – 30 Kg ha⁻¹ ano⁻¹ Fonte: Adaptado de Boddey et al. (1997) Fonte: Adaptado de Boddey & Döbereiner(1997) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (NITROGÊNIO) Além de suprir as plantas com o N fixado, os organismos da rizosfera influenciam grandemente o ciclo do N no sistema solo-planta, por meio de processos como: mineralização - conversão de um elemento da forma orgânica em inorgânica, imobilização - conversão de íons inorgânicos como o NO₃⁻ e NH₄⁺ para a forma orgânica, nitrificação - oxidação biológica de NH₄⁺ para NO₂⁻ e NO₃⁻, denitrificação - redução de NO₃⁻ para NO₂⁻, NO e N₂. Fonte: Adaptado de Melo & Alleoni (2009) Fonte: Agrolink Capacidade apresentada pelas plantas mobilizarem NH₄⁺, a partir de H⁺ Fonte: Adaptado de Nommik & Vathras (1982); Bottner et al.(1988) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÓSFORO) Fatores que definem a disponibilidade de P no solo: Intensidade – representada pela concentração de P na solução do solo, Quantidade – representada pelo P que pode passar para solução do solo e está em equilíbrio com a mesma (P-Lábil), Capacidade – poder tampão de P, representado pela condição do solo de poder manter ou restabelecer o P em solução, em níveis adequados, através da dissolução do elemento da fase sólida, Difusão – representado pelas características que permitem aos íons fosfato migrarem da superfície da fase sólida do solo, onde se dissolvem, até a superfície da raiz. Fonte: Adaptado de Raij (1991) 94% Difusão 4% Fluxo de Massa 2% Inter. Radicular Fonte: Agro 100 Fonte: Research Gate CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÓSFORO) Mudanças promovidas pelos vegetais a partir da deficiência de P: Mudanças na Morfologia Radicular Produção de raízes mais finas, Produção de raízes proteóides (emaranhado de radículas de espécies da família Proteaceae), aumento da densidade e comprimento dos pelos radiculares Panopsis sp. Fonte: Plantil lustrations CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÓSFORO) Liberação de Compostos Orgânicos A provisão de fotosintatos para a exploração do solo, por fungos micorrízicos, para além da rizosfera, Liberação de fosfatases para hidrolisar o P em formas orgânicas, Liberação de ácidos orgânicos e H⁺ para solubilizar o P inorgânico. Fonte: Adaptado de Melo & Alleoni (2009) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÓSFORO) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÓSFORO) Desta forma, o manejo de adubação nitrogenada com a aplicação de NH₄⁺, em solos moderadamente ácidos ou alcalinos, ou NO₃⁻, em solos ácidos, pode ser efetivo para promover mudanças no pH de rizosfera e aumentar a absorção de P. (Hinsinger, 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) Solos moderadamente ácidos ou alcalinos (pH: 5,8 – 7,6) Disponibilidade de P ↑: ↓ acidificação da rizosfera Predomina: fosfatos de cálcio Solos muito intemperizados (pH:<5,0) Disponibilidade de P ↑: ↑ acidificação da rizosfera Predomina: P associado a Fe/Al CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADEDE NUTRIENTES (FÓSFORO) Fonte: Adaptado de Embrapa Milho e Sorgo/UNIFEMM (2010) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (POTÁSSIO) Em milho, foi detectado o aumento da exsudação de açúcares, ácidos orgânicos e aminoácidos nas raízes em resposta a deficiência de K 72% Difusão 25% Fluxo de Massa 3% Inter. Radicular (Neumann & Romheld, 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) Solos com ↑ - K⁺ - nã- trocável Predomina: K⁺ ligado a feldspatos Liberação de ácidos orgânicos cítrico/oxálico: ↑disponibilidade de K⁺ Fonte: Acrissul Outros ácidos orgânicos como: maleico, tartárico, succínico, fórmico, acético, propiônico, butírico também são liberados pelas raízes na rizosfera e podem ajudar na dissolução de minerais que contêm K (Wang et al., 2000, apud Melo & Alleoni, 2009) (Moritsuka et al., 2004, apud Melo & Alleoni, 2009) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (CÁLCIO/MAGNÉSIO) A baixa demanda vegetal pelo Ca, Mg e Na, em relação ao suprimento pelo fluxo de massa, ocasiona frequentemente o acúmulo desses cátions na rizosfera e adsorção nos sítios de troca da fase sólida. A adsorção destes cátions nos sítios de troca na rizosfera pode ser importante processo de liberação do K das entre-camadas de minerais 2:1. Ca 0% Difusão 73% Fluxo de Massa 27% Inter. Radicular Mg 0% Difusão 87% Fluxo de Massa 13% Inter. Radicular (Moritsuka et al., 2004, apud Melo & Alleoni, 2009) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÉRRO) As plantas desenvolveram diferentes mecanismos para aquisição de Fe em solos com baixa disponibilidade deste nutriente. As plantas são classificadas quanto à aquisição de Fe em solos com baixo teor desse elemento, ou quanto à adaptação ao estresse de deficiência de Fe, como plantas com estratégia I e plantas com estratégia II. (Marschner, 1995, apud Melo & Alleoni, 2009) Fe 50% Difusão 10% Fluxo de Massa 40% Inter. Radicular CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÉRRO) Solos Deficientes em Fe Liberação na rizosfera: H⁺ ↑ da Absorção de Fe Estratégia I Redução: Fe³⁺→Fe²⁺ (FRO – Ferro Quelato Redutase) Transporte: Fe²⁺→Interior das Células (ITR – Transportador Específico) Fonte: Adaptado de Hell et al. (2003) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÉRRO) Estratégia II Solos Deficientes em Fe Liberação na rizosfera: Fitosideróforos Quelatização: Fe³⁺→Fe-FS (FRO – Ferro Quelato Redutase) Transporte: Fe-FS →Interior das Células (YS – Transportador Específico) ↑ da Absorção de Fe Fonte: Adaptado de Briat et al. (1997), Guerinot e Yi (1994) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (FÉRRO) Obs: Essas respostas radiculares são geralmente confinadas às zonas subapicais das raízes e estão associadas com distintas mudanças na morfologia radicular, como o engrossamento das extremidades das raízes e formação de células rizodermais de transferência. (Neumann & Romheld, 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (ZINCO, COBRE E MANGANÊS) Espécie Vegetal Condições Ambientais Exsudação Difusão pH Mn 80% Difusão 5% Fluxo de Massa 15% Inter. Radicular Cu 80% Difusão 5% Fluxo de Massa 15% Inter. Radicular Zn 60% Difusão 20% Fluxo de Massa 20% Inter. Radicular Fonte: Adaptado de Loosemore et al. (2004) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (ZINCO, COBRE E MANGANÊS) Solos Deficientes em Fe Liberação na rizosfera: Fitosideróforos Estratégia II Fe ↑ da Absorção de Fe/Zn/Cu Formação de Quelantes Fonte: Adaptado de Chaignon et al. (2002) Liberação: Ácido Málico/Cítrico ↑ da Absorção de Mn Formação de Quelantes/Óxidos Fonte: Adaptado de Jones (1998) CONCENTRAÇÃO E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES (BORO E MOLIBDÊNIO) • pH • pH Fornecimento: CaCo₃ • Adsorção: B • Adsorção: Mo Fornecimento: NH₄⁺ • pH/ Abs. pH/ Abs. B 0% Difusão 97% Fluxo de Massa 3% Inter. Radicular Mo 0% Difusão 95% Fluxo de Massa 5% Inter. Radicular Fonte: Adaptado de Barber (2004) REDUÇÃO DO ALUMÍNIO TÓXICO O Al ocorre em diferentes formas no solo e parte da dificuldade em estudar os processos que ocorrem nas plantas, decorrentes da ação deste metal, pode ser atribuída à complexa química do mesmo. pH<5,00 Predomina Al³⁺ pH>5,00 Predomina Al(OH)²⁺ AL(OH)₂⁺ 6,50>pH <7,00 Al(OH)₃ Predomina Fonte: Adaptado de Delhaize & Ryan (1995) REDUÇÃO DO ALUMÍNIO TÓXICO Os mecanismos associados à tolerância vegetal ao Al: compartimentalização do Al desintoxicação após sua absorção imobilização na parede celular baixa CTC das raízes permeabilidade seletiva da membrana mudanças induzidas no pH da rizosfera exsudação de compostos quelantes efluxo de Al Mecanismos Internos Mecanismos Externos Fonte: Adaptado de Delhaize & Ryan (1995) REDUÇÃO DO ALUMÍNIO TÓXICO Fonte: Fortunato & Nicoloso (2004) REDUÇÃO DO ALUMÍNIO TÓXICO Fonte: Mendonça et al. (2005) PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO Os principais metais pesados presentes no solo são: Cádmio (Cd) Cobre (Cu) Chumbo (Pb) Zinco (Zn) Cromo (Cr) Níquel (Ni) Bário (Ba) Argônio (Ag) Cobalto (Co) Mercúrio (Hg) Antimónio (Sb) Fonte: Super Biologia Fonte: Adaptado de Marsola et al. (2004), Oliveira e Oliveira (2011) Fonte: Perfil News PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO Contudo, o emprego desses elementos em fungicidas, fertilizantes, esterco de animais, lixo urbano, lodo de esgoto no solo e deposição de poeiras industriais, pode elevar suas concentrações no solo, tornando-os tóxicos. Fonte: Capaz (Marsola et al. 2004, Oliveira e Oliveira 2011, apud Alexandre, 2012) Fitotoxidade Inibição do Crescimento Vegetal: alteração nas comunidades vegetais/microbianas Fonte: Adaptado de Vangronsveld et al. (1997), Chen et al. (2003) PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO ...“a biorremediação, que é caracterizada como uma técnica que objetiva descontaminar o solo por meio de organismos vivos, como microrganismos e plantas.” A fitorremediação é uma técnica de biorremediação bastante utilizada, pois mantém as propriedades biológicas e estrutura física do solo, além de ser barata e não prejudicar o meio ambiente. (Pires et al. 2003, apud Alexandre, 2012) (Khan et al., 2000 , apud Alexandre, 2012) PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO Fonte: Ciimar na Escola PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO Interceptação Radicular pH Liberação: Quelantes Fitorremediação PROCESSOS DE FITORREMEDIAÇÃO Fonte: Procópio et al. (2008) ALELOPATIA A alelopatia é qualquer efeito prejudicial ou benéfico, direto ou indireto, de uma planta sobre outra pela produção de compostos químicos que são liberados no ambiente. Esse termo é empregado para uma amplagama de interações resultantes de compostos químicos lixiviados de folhas e outros tecidos, liberados pela decomposição de materiais vegetais ou exsudados pelas raízes. (Rice, 1979, apud Melo & Alleoni, 2009) (Gregory, 2006, apud Melo & Alleoni, 2009) Fonte: Bioquímica Brasil ALELOPATIA Os compostos orgânicos envolvidos na alelopatia são chamados coletivamente de aleloquímicos e incluem: ácidos fenólicos simples, ácidos alifáticos, coumarinas, terpenóides, lactonas, taninos, flavonóides, alcalóides, glicosídeos cianogênicos, glucosinolatos. (Fageria & Baligar, 2003, apud Melo & Alleoni, 2009) Fatores abióticos (físicos e químicos) e bióticos (microbianos) podem influenciar a fitotoxidez desses compostos químicos em termos de qualidade e quantidade requeridas para causar injúrias (Inderjit, 2001, apud Melo & Alleoni, 2009) ALELOPATIA Fonte: Ribeiro & Bedendo (1999) CONSIDERAÇÕES FINAIS As transformações químicas operadas na rizosfera têm sido estabelecidas ao longo de décadas de pesquisa científica, apresentando o estudo desta fronteira entre o solo e a planta grande potencial para o melhor aproveitamento dos recursos edáficos, em particular dos nutrientes do solo. Muitos estudos sobre a rizosfera foram realizados em plantas em hidroponia ou em condições controladas, razão pela qual se torna necessário estabelecer a importância dos diferentes mecanismos operantes na rizosfera para cultivos em condições de campo CONSIDERAÇÕES FINAIS Muitas das mudanças químicas na rizosfera, como as alterações de pH e a liberação de ácidos orgânicos, foram induzidas em plantas sob condições de estresse nutricional, devendo ser estabelecida a magnitude da contribuição desses mecanismos para a absorção de nutrientes em condições agrícolas. (Melo & Alleoni, 2009) BIBLIOGRAFIA MELO, V. F.; ALLEONI, L. R. Química e Mineralogia do Solo: Parte II, Aplicações. Viçosa (MG): Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2009. p. 161-182. SILVEIRA, A. P. D. da; FREITAS, S. dos S. Microbiota do Solo e Qualidade Ambiental. Campinas (SP): Instituto Agronômico, 2007. p. 79 - 91. MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. 2ª edição atualizada e ampliada. Lavras (MG): Universidade Federal de Lavras, 2006. p. 449 – 465. VEIRA, D. A. de; QUEIROZ, N. C. de A. Microbiologia Geral. Inhumas: IFG; Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2012. 100 p. : il. BIBLIOGRAFIA CARVALHO, I. T. Microbiologia Básica. Recife: EDUFRPE, 2010. 108 p. : il. ALEXANDRE, J. R.; OLIVEIRA, M. L. F.; SANTOS, T. C. dos; CANTON, G. C.; CONCEIÇÃO, J. M. da; EUTRÓPIO, F. J.; CRUZ, Z. M. A.; DOBBS, L. B.; RAMOS, A. C. (2012). Zinco e Ferro: de Micronutrientes a Contaminantes do Solo. Natureza On Line. 1806–7409. ECHART, C. L.; CAVALLI-MOLINA, S. (2001). Fitotoxicidade do alumínio: efeitos, mecanismo de tolerância e seu controle genético. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.3, p.531-541, 2001 OBRIGADO !!! QUESTIONÁRIO Qual é a definição clássica de rizosfera ou região rizosférica ? Cite quais os fatores que determinam a extensão da rizosfera: O que é o rizoplano, o mesmo apresenta alguma subdivisão?, caso apresente, cite quais são essas subdivisões. Como pode ser caracterizado o gradiente de microrganismos, partindo do solo rizosférico em direção ao solo não rizosférico? Justifique. Qual é a enzima presente nos microrganismos diazotróficos que não é produzida pela grande maioria das espécies procarióticas, e qual é a sua função? QUESTIONÁRIO De maneira geral, quais sãos as partes que constituem os fungos? Com relação à liberação de compostos orgânicos pelas plantas na rizosfera, quais são os fatores que determinam a quantidade e a qualidade destes produtos? Qual é o papel das mucilagens em para plantas? Quais são os mecanismos que influenciam o ciclo do N no sistema solo-planta e suas respectivas funções? O que é alelopatia? E cite cinco compostos referentes a esse fenômeno.
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