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Fina Exame Especial Total Direito Tributário III (UFOP 2018.1)

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Direito Tributário III - Exame Especial Total (UFOP 2018.1) 
Prof. Thiago Lage 
8 questões, valendo 1,25 cada 
1. (Ano: 2010 Banca: FEPESE Órgão: UDESC Prova: Advogado) De acordo com a Lei no 5.172/66, é incorreto 
afirmar: 
 a) O espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da 
abertura da sucessão. 
 b) Os pais respondem solidariamente pelos tributos devidos por seus filhos menores nos atos 
em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. 
 c) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade de bens 
imóveis sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, ainda que conste do título a prova 
de sua quitação. 
 d) Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são 
pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de 
atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. 
 e) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de 
outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas 
de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 
2. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa) Sobre responsabilidade 
tributária, 
 a) o representante legal de pessoa jurídica de direito privado, ainda que não seja sócio da 
empresa, é pessoalmente responsável pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias 
resultantes de atos praticados com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou 
estatuto. 
 b) o arrematante é responsável pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à 
arrematação, do mesmo modo que o adquirente de bem móvel. 
 c) o adquirente de estabelecimento comercial é responsável pelos tributos cujos fatos geradores 
sejam anteriores à aquisição quando a aquisição se dá em processo de falência, já que os 
créditos tributários têm preferência sobre créditos extraconcursais. 
 d) a responsabilidade pelo pagamento do tributo, juros de mora e multa é excluída pela 
denúncia espontânea da infração. 
 e) a pessoa jurídica de direito privado que resultar da incorporação, fusão ou transformação é 
responsável pelos tributos relativos aos fatos geradores anteriores à incorporação, fusão ou 
transformação de forma subsidiária, caso o patrimônio da incorporada, fundida ou transformada 
seja insuficiente para quitar os créditos tributários devidos. 
 
3. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: Técnico Judiciário - Área Administrativa) De acordo com as 
normas previstas no Código Tributário Nacional, 
 a) cláusulas contratuais, onde as partes dispõem sobre a capacidade tributária passiva, são 
admitidas, salvo disposição de lei em contrário. 
 b) os co-proprietários de um imóvel são responsáveis solidariamente pelos tributos incidentes 
sobre o mesmo, por expressa designação de lei neste sentido. 
 c) a isenção concedida em caráter individual a um dos co-proprietários do imóvel alcança a 
integralidade do tributo, em razão da solidariedade passiva. 
 d) é irrelevante na definição legal do fato gerador a validade jurídica dos atos efetivamente 
praticados pelo sujeito passivo da obrigação, ou seja, há fato gerador ainda que o negócio 
jurídico seja nulo. 
 e) a sociedade em comum não possui capacidade tributária passiva, pois não está, 
regularmente, constituída nos termos da lei civil. 
 
4. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto) Um contribuinte deixou de 
recolher determinado tributo no prazo previsto em lei e, por isso, foi alvo de ação do fisco, 
que procedeu à lavratura de auto de infração cobrando o valor original do referido tributo 
com juros, correção monetária e multa pecuniária. No referido auto de infração, ficou 
concedido o prazo de vinte dias para que o contribuinte efetuasse o pagamento ou o 
impugnasse. 
Nessa situação hipotética, 
 a) o valor cobrado pelo auto de infração constitui dívida ativa não tributária até a inscrição da 
referida dívida, na forma da lei. 
 b) o valor cobrado pelo fisco constitui dívida ativa não tributária, visto que admite prova em 
contrário. 
 c) o débito constituído por meio de auto de infração corresponde a crédito público, no sentido 
que o direito financeiro dá a essa expressão, podendo, por isso, ser cobrado judicialmente. 
 d) durante o referido prazo de vinte dias, a inscrição de dívida ativa tributária estaria 
impossibilitada, haja vista que o prazo para pagamento ou impugnação não se teria esgotado 
 e) o débito apurado contra o contribuinte consolidou-se com a lavratura do auto de infração em 
dívida ativa tributária. 
 
5. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto) Considerando que um 
contribuinte devedor do fisco adquira precatórios judiciais a fim de compensar o valor de 
face dos títulos com o crédito tributário, assinale a opção correta no que se refere à 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário e cobrança do crédito, conforme previsto 
no CTN. 
 a) O pedido de compensação do crédito tributário pode ser considerado causa de interrupção da 
prescrição da cobrança do crédito tributário 
 b) O pedido de compensação com a utilização de precatórios judiciais é de mesma natureza 
que um parcelamento de crédito tributário, com relação à exigência do crédito tributário. 
 c) A compensação efetiva gera a extinção do crédito tributário, que, desde o pedido, tem sua 
exigibilidade suspensa. 
 d) O pedido de compensação gera a impossibilidade jurídica de se iniciar uma execução fiscal. 
 e) Durante o processo de execução fiscal, não é mais possível a suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário. 
 
6. De acordo com o CTN, autorizam a emissão de certidão positiva de débito, com efeito de 
negativa, as seguintes situações, EXCETO: 
a) créditos não vencidos 
b) créditos cuja garantia esteja suspensa 
c) créditos em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora 
d) créditos cuja exigibilidade esteja suspensa 
e) créditos objeto de parcelamento 
 
7. (Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: PGE-SP Prova: Procurador do Estado) A prescrição, no Direito Tributário, 
atinge: 
a) o direito material do fisco ao crédito tributário 
b) impede o lançamento do crédito tributário 
c) atinge apenas o direito processual de cobrança do crédito tributário 
d) tem os mesmos efeitos da prescrição no Direito Civil 
e) não é passível de interrupção do curso de seu prazo 
 
8. (Ano: 2014 Banca: FUNCAB Órgão: PC-RO Prova: Delegado de Polícia Civil) Constitui modalidade de extinção do 
crédito tributário: 
 a) a anistia. b) a moratória. c) o parcelamento. 
 d) a isenção. e) a transação. 
 
Gabarito: 
1 2 3 4 5 6 7 8 
C A D D A B A E 
 
Correção: 
1) Letra C - Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade de 
bens imóveis sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, ainda que conste do título a 
prova de sua quitação. 
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
 
2) Letra A - Correta: 
Art. 135, CTN. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações 
tributárias resultantes de atos praticadoscom excesso de poderes ou infração de lei, contrato 
social ou estatutos: 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
Letra B - Errada: 
Art. 130, CTN. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, 
o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de 
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos 
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. 
 Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço. 
Letra C - Errada: 
Art. 133, CTN. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por 
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome 
individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até 
à data do ato: 
 I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis 
meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, 
indústria ou profissão. 
§1. O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência; 
Letra D - Errada: 
Art. 138, CTN. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, 
acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora (sem multa), 
ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do 
tributo dependa de apuração. 
Letra E - Errada: 
Art. 132, CTN. A pessoa jurídica de direito 
privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em 
outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito 
privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
 
3) Letra D - Art. 118, CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
 I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
4) Letra A - ERRADA. MOTIVO: A assertiva que dá a entender que enquanto não inscrito em 
dívida ativa todo crédito será considerado não tributário. Contudo essa interpretação não 
procede. A distinção em dívida ativa tributária e não tributária refere-se a origem do débito 
escrito, se tributário ou não, e não ao momento da inscrição. Ademais, conforme estabelecido no 
CTN "Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, 
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo 
fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular." Só será 
inscrito em divida ativa quando esgotado os prazos para pagamento ou recursos. 
Letra B - ERRADA. MOTIVO: Para a norma regente da espécie a identificação da natureza 
jurídica é feita de forma diversa, leva-se em consideração a origem: " Lei nº 4.320/1964, art. 39 
da, § 2º – DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, 
proveniente de OBRIGAÇÃO LEGAL RELATIVA A TRIBUTOS E RESPECTIVOS 
ADICIONAIS E MULTAS, e dívida ativa não tributária são os demais créditos da fazenda 
pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, (...)." 
Letra C - ERRADA. MOTIVO: Resumidamente, crédito público seria um empréstimo obtido 
pelo Poder Público, tendo este a obrigação de paga-lo, com juros. Em sua forma pura e original, 
o crédito público está assentado em um negócio jurídico representado pelo contrato firmado 
entre dois entes jurídicos, quando um deles – o tomador do empréstimo, o Estado – 
necessariamente será de direito público, podendo o outro ser igualmente de direito público ou, 
ainda, de direito privado. Vê-se pois que difere do conceito de tributo, já que este é uma 
obrigação legalmente imposta, o débito do auto de infração na verdade é uma receita derivada 
do Estado, já que quem deve é o sujeito passivo e quem tem direito de receber é o Estado. 
Letra D - CORRETA. MOTIVO: Segundo o CTN, "Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a 
proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa 
competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final 
proferida em processo regular." O prazo serve para dá segurança jurídica de que, pelo menos 
administrativamente, não há como discutir ou impossibilitar a cobrança da dívida. 
Letra E - ERRADA. MOTIVO: Como mencionado, no art.201, há expressão previsão de que a 
consolidação como dívida ativa só se dará depois de transcorrido o prazo. 
 
5) A) CORRETO. Conforme o art. 174, § único, IV do CTN, qualquer ato inequívoco ainda que 
extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor interrompe a prescrição. 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data 
da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor. 
B) ERRADO. Compensação é causa de extinção do crédito tributário (art. 156), já o pedido de 
parcelamento é causa de suspensão do crédito tributário (art. 151). portanto não têm a mesma 
natureza jurídica. 
C) ERRADO. No art. 151 do CTN há os casos onde o crédito tributário ficará suspenso. 
Observe que não há no CTN que a compensação impede o início de uma execução fiscal ou que 
suspende a exigibilidade do crédito. 
- O STJ decidiu que a compensação não suspende a exigibilidade do crédito tributário pela 
inexistência de lei autorizativa. 
1. Esta Corte Superior perfilha o entendimento no sentido da impossibilidade de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário pela inexistência de lei autorizativa da compensação de 
débitos tributários com crédito de precatório. Precedente recente: AgRg no REsp 1.477.896/RS, 
Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 3/3/2015, DJe 9/3/2015. 
D) ERRADO. mesmo motivo da letra "c" 
E) ERRADO. Durante o processo de execução fiscal, é possível sim a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, como por exemplo, se houver o depósito de seu montante 
integral (art. 151, II do CTN) 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
II - o depósito do seu montante integral; 
 
6) Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a 
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido 
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. 
Parcelamento é hipótese de suspensão da exigibilidade. 
 
7) a) CORRETA 
A prescrição extingue o direito, pertencente ao credor, da ação de cobrança do crédito tributário, 
também pelo decurso do prazo de 5 anos, contado da data da sua constituição definitiva (artigo 
174 do CTN). 
b) INCORRETA 
A decadência, prevista no artigo 173 do CTN, representa a perda do direito da Fazenda Pública 
Federal, Estadual ou Municipal, constituir, através do lançamento, o crédito tributário, em razão 
do decurso do prazo de 5 anos 
c) INCORRETA 
A prescrição extingue o direito, pertencente ao credor, refere-se à perda da ação de cobrança do 
crédito lançado. 
E) INCORRETA 
A contagem desse prazo prescricional se interrompe: 
— pela citação pessoal feita ao devedor (até a LC 118/2005– DOU 09.02.2005) – a partir de 
09.06.2005 a prescrição se interrompe a partir de pelo despacho do juiz que ordenar a citação 
em execução fiscal; 
— pelo protesto judicial; 
— por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
— por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do 
débito pelo devedor. 
A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos 
demais (artigo 125, inciso III do CTN).

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