Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
34 R. Periodontia - Março 2009 - Volume 19 - Número 01 INTRODUÇÃO Os agentes químicos têm emergido, cultural- mente ou por pesquisas, no intuito de habilitar os indivíduos a manter sua saúde bucal. A profissão odontológica, em geral, tem o desafio de aperfeiço- ar e também, se possível, desenvolver a miríade de agentes químicos para combater e superar fatores patogênicos, no caso, o biofilme dental. A limpeza mecânica dos dentes através da escovação com dentifrício é a forma de higiene oral mais comumente empregada pelas pessoas nos pa- íses desenvolvidos. Entretanto, é comum observar- mos na clínica odontológica que muitos pacientes falham na prática de um padrão elevado de remo- ção de placa, já que a gengivite é altamente predo- minante mesmo em idades precoces (Lavstedt et al., 1982, Addy, 1986). Isso supostamente se origina tan- to da falha no cumprimento das recomendações sobre a limpeza dos dentes quanto da falta de des- treza em relação aos hábitos de limpeza dos dentes. O nível sócio-econômico e o conhecimento sobre o processo de doença também influenciam o padrão e a qualidade da higiene bucal (Addo-Yobo et al., 1991). Desta forma, o uso complementar de agen- tes químicos tem sido estudado como um modo de superar as deficiências nos hábitos mecânicos de lim- CONTROLE QUÍMICO DO BIOFILME DENTÁRIO SUPRAGENGIVAL: REVISÃO DA LITERATURA Chemical control of supragingivsl dental biofilm Roberto Fraga Moreira Lotufo1 (in memorian), Claudio Mendes Pannuti1, Caroline Morini Calil2, Hsu Shao Feng3, Ricardo Takiy Sekiguchi3, Verônica Franco de Carvalho3 RESUMO A remoção mecânica da placa bacteriana é a forma mais utilizada de higiene bucal. Entretanto, muitos indiví- duos não apresentam destreza e motivação suficientes para realizar uma correta higienização. Assim, o uso complemen- tar de agentes químicos tem sido estudado como um modo de superar as deficiências na higiene bucal. O objetivo des- te trabalho foi apresentar uma revisão sobre o uso de pro- dutos para higiene bucal contendo agentes químicos des- tinados ao controle da placa bacteriana supragengival. Fo- ram revisados estudos in vitro e ensaios clínicos dos seguin- tes agentes químicos: clorexidina, óleos essenciais, triclosan, cloreto de cetilpiridínio e novos produtos como delmopinol e dióxido de cloro. Os autores concluem que diversos estu- dos demonstram eficácia de enxaguatórios contendo clorexidina e óleos essenciais, assim como dentifrícios con- tendo triclosan. No entanto, mais estudos são necessários para comprovar a eficácia dos demais agentes químicos. UNITERMOS: 1 Professor Doutor da Disciplina de Periodontia da FOUSP 2 Pós Doutoranda da Disciplina de Periodontia da FOUSP 3 Mestre em Periodontia pela FOUSP Recebimento: 21/08/08 - Correção: 29/10/08 - Aceite: 16/12/08 controle químico, biofilme dentário, gengivite. R Periodontia 2009; 19:34-42. periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM34 R. Periodontia - 19(1):34-42 35 peza praticados por muitos indivíduos. De acordo com Van der Ouderaa (1991), para ser em- pregado na cavidade bucal, um agente químico deve apre- sentar: 1) segurança, ou seja, não deve ser tóxico ou induzir à reação alérgica, 2) sabor agradável e facilidade de manipu- lação, o que motivaria o paciente a usar o produto, 3) eficá- cia, que consiste na capacidade de reduzir os níveis de biofilme dentário e gengivite, 4) especificidade para a microbiota periodontopatogênica e 5) boa substantividade, ou seja, capacidade de permanecer na cavidade bucal por período de tempo suficiente para exercer seus efeitos. Apesar da grande diversidade de produtos com agentes químicos para higiene bucal, poucos apresentam evidência científica de eficácia e segurança. Assim, o objetivo desta revisão é apresentar uma revisão sobre o uso de produtos para higiene bucal contendo agentes químicos, destinados ao controle da placa bacteriana supragengival. REQUISITOS PARA PRODUTOS ANTI-PLACA E ANTI- GENGIVITE Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) regulamenta produtos antiplaca e antigengivite. Al- guns destes produtos podem ser vendidos sem prescrição médica (OTC: over-the-counter products), enquanto outros necessitam de prescrição. Em 2003, o Dental Plaque Subcommitee of the Non-prescription Drugs Advisory Committee da FDA publicou os requisitos para que produ- tos antiplaca e antigengivite possam ser aceitos como segu- ros e eficazes (Food and Drug Administration, 2003). Por sua vez, a American Dental Association avalia pro- dutos antiplaca e antigengivite desde 1931, por meio de seu Seal of Acceptance Program. No entanto, enquanto a ADA avalia produtos, a FDA avalia ingredientes ativos. Para obter o Seal of Acceptance da ADA, o fabricante deve mostrar evi- dência de que seu produto seja eficaz e seguro, segundo normas publicadas pela ADA em 1986 e revisadas em 1997 (American Dental Association, 1997). Essas normas são mos- tradas no quadro 1: Dois bochechos contendo anti-sépticos (e seus equiva- lentes genéricos) receberam o selo da ADA para controle de placa supragengival e gengivite: digluconato de clorexidina a 0,12% (Peridex) e óleos essenciais (Listerine). No Brasil, qualquer produto, antes de ser comercializado, deve ser apreciado pela Agência Nacional de Vigilância Sani- tária (Anvisa) na gerência competente. Os produtos para hi- giene bucal disponíveis no mercado brasileiro são sujeitos a regularização pela Gerência Geral de Cosméticos da Anvisa, conforme previsto nas Resoluções 79/00 e 335/99. Esta le- gislação, bem como os informes para o registro ou notifica- ção dos produtos, pode ser acessada pelos interessados no banco de dados desta agência (www.anvisa.gov.br/ cosmeticos/index.htm). Estudos de segurança e eficácia dos produtos são itens fundamentais a serem avaliados por este órgão. Alguns dos produtos comercializados no Brasil são mos- trados na tabela 1. 1 - Devem ser testados em populações de típicos usuários do produto, em ensaios clínicos aleatórios de delineamento paralelo ou cruzado. O produto teste deve ser comparado com controle negativo (placebo) ou um controle ativo, se indicado. 2 – Deve haver evidência de pelo menos dois ensaios clínicos aleatórios independentes, com no mínimo 6 meses de duração. Deve ser avaliada gengivite e placa supragengival no início do estudo, algum tempo experimental intermediá- rio (exemplo: 3 meses) e após 6 meses. 3 – Deve ser documentada redução significativa de placa e gengivite nos dois estudos quando comparada com o controle negativo. A redução de gengivite deve ser de pelo menos 15% em um dos estudos e deve haver redução média de 20% nos dois estudos, quando comparado com o controle negativo. 4 – Uma análise microbiológica deve avaliar a placa qualitativamente para complementar os índices que mensuram a placa quantitativamente. 5 – Além de eficaz, o produto deve mostrar segurança. Não deve haver alteração nos tecidos moles bucais (ulcerações, candidíase, infecções secundárias, etc.) e nos dentes. O uso do produto não pode provocar alterações na composição da microbiota bucal ou promover o desenvolvimento de resistência microbiana ou emergência de patógenos oportunis- tas. 6 - O perfil toxicológico dos produtos deve incluir ensaios de carcinogenicidade e mutagenicidade, além dos testes normalmente empregados para segurança da droga. Quadro 1 REQUISITOS PARA PRODUTOS ANTIPLACA E ANTIGENGIVITE (ADA, 1997) periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM35 R. Periodontia - 19(1):34-42 36 CLOREXIDINA A clorexidina é um bisbiguanídio catiônico de amplo es- pectro antimicrobiano, que tem ação contra bactérias Gram- positivas, Gram-negativas e fungos (Heasman & Seymour,1994), sendo considerada atualmente como o padrão ouro para prevenir e reduzir a formação de biofilme dental (Addy et al., 1994). Seu mecanismo de ação depende de sua concentração. Em baixas concentrações, apresenta ação bacteriostática por provocar aumento na permeabilidade celular e resultar no extravasamento de substâncias de baixo peso molecular do interior da bactéria (Hugo & Longworth, 1966). Neste está- gio, os efeitos da clorexidina são reversíveis. Quando a clorexidina se encontra em concentrações elevadas, ela pode penetrar na parede celular bacteriana e causar extravasamento de citoplasma, tendo uma ação bactericida (Hennessey, 1973; Denton, 1991). Esta substância é classificada como um agente antimicrobiano de segunda geração devido à sua substantividade, isto é, a propriedade de ficar retida na cavi- dade bucal e ser liberada lentamente (Kornmann, 1986). Tal propriedade foi sugerida pela primeira vez em 1970 por Princípio ativo Nome do produto Fabricante Concentração Cloreto de Anti-séptico bucal Cool Mint Johnson & Johnson 0,05% Cetilpiridínio Plax Kids® Colgate® 0,05% Plax Sem Álcool® Scope Proctor & Gamble Não informa Triclosan Colgate Total 12 Colgate® 0,03% (creme dental) ® Plax Clássico® Plax Fresh Mint® Óleos essenciais Listerine Original® Johnson & Johnson Timol 0,064% Eucaliptol 0,092% Salicilato de metila 0,06% e mentol 0,042% Listerine Cool Citrus® Johnson & Johnson Timol 0,064% Listerine Cool Mint® Eucaliptol 0,092% Listerine Fresh Burst® Salicilato de metila 0,06% Listerine Tartar control® Mentol 0,042% Listerine Defesa dos dentes Sorbitol e das gengivas® Listerine Vanilla Mint® Gluconato de Periogard® Colgate® 0,12% Clorexidina Gel Dental Maxi Control® Bitufo 0,12% Solução Bucal Perio Therapy® NoPlak Max® Daudt 0,12% Perioxidin Enxaguatório® Laboratório Lacer 0,12% Perioxidin Gel® 0,2% Parodontax® GlaxoSmithKline® 0,2% Tabela 1 ALGUNS AGENTES QUÍMICOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL. Gjermo et al e é, em grande parte, responsável por sua efetividade e superioridade in vivo em relação aos demais agentes. Alguns trabalhos mostraram que a clorexidina retida à superfície dental é a que apresenta maior importância na prevenção da formação de placa bacteriana (Jenkins et al., 1988; Jones, 1997). Após bochecho com a substância, há uma redução imediata no número de bactérias presentes na saliva. Essa redução persiste por várias horas devido à clorexidina ligada a componentes salivares e às superfícies da mucosa bucal. Uma porção da quantidade total de clorexidina liga-se à superfície dental, permanecendo assim por várias horas, interferindo na aderência de bactérias. A clorexidina inibe a formação do biofilme dental e também diminui a quantidade de biofilme previamente formado. Po- rém, o seu efeito sobre o biofilme dental estabelecido é me- nor do que no biofilme em formação (Francis et al., 1987) e daí a importância da remoção mecânica do mesmo. Atualmente, podemos encontrar a clorexidina sob vári- as formas. A clorexidina na forma de enxaguatório bucal parece ser, dos agentes químicos, o mais efetivo na redução de biofilme e gengivite (Siegrist et al., 1986). Sua eficácia foi periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM36 R. Periodontia - 19(1):34-42 37 documentada em estudos de curta (Löe & Schiott, 1970; Flotra et al., 1972) e longa duração (Löe et al., 1976; Grossman et al., 1986; Segreto et al., 1986) mostrando re- duções de placa e gengivite de 55 e 45%, respectivamente. O uso de solução de clorexidina na forma de enxaguatório bucal a 0,12% é um dos mais utilizados pois, segundo a literatura, essa concentração apresentou bons resultados para a redução de biofilme dental e gengivite. Segreto et al. (1986) e Keijser et al. (2003) mostraram que a realização de dois bochechos diários com 15ml de solução de clorexidina a 0,12% produzia efeitos clínicos semelhantes aos de dois bochechos diários com 10 ml da solução a 0,2%. Quando comparada a outros agentes, a clorexidina se mostra bastante superior na redução da formação de biofilme dental. Renton-Harper et al. (1996), compararam clorexidina, cloreto de cetilperidínio, C31G e triclosan na inibição de biofilme dental. A clorexidina se mostrou mais eficaz que os demais agentes, sendo seguida por cloreto de cetilperidínio, triclosan e C31G. Os efeitos adversos mais comuns relacionados com o uso desta droga incluem manchamento ou pigmentação dos dentes e língua, sensação de queimação, lesões descamativas, alteração do paladar e formação acentuada de cálculo supragengival. Quanto à pigmentação dentária, esta parece depender da concentração do produto e varia muito de indivíduo para indivíduo, sendo facilmente removi- da após profilaxia (Al-Tannir & Goodman, 1994). ÓLEOS ESSENCIAIS Produtos contendo óleos essenciais fenólicos (Listerine) apresentam uma combinação de timol (0,064%), mentol (0,042%), eucaliptol (0,092%) e salicilato de metila (0,060%), além de álcool, com concentração variando entre 21,6% e 26,9%. Os óleos essenciais têm a capacidade de romper a mem- brana celular de bactérias, resultando em morte celular. Tam- bém causam desnaturação de proteínas e inibem a ativida- de enzimática de microrganismos (Walker, 1988). Além dis- so, podem extrair endotoxinas de patógenos Gram-negati- vos, o que poderia diminuir a patogenicidade da placa (Ouhayoun, 2003). Há evidência de que óleos essenciais penetram no biofilme dentário e exercem ação bactericida contra bactérias localizadas dentro do biofilme (Pan et al., 2000). Três estudos clínicos de longa duração foram submeti- dos ao Conselho em Terapêutica Dental para mostrar a efetividade do LISTERINE (Warner-Lambert Co) (Lamster et al., 1983; Gordon et al., 1985; De Paola et al., 1989), obten- do o American Dental Association Council on Scientific Affairs Seal of Acceptance, em 1988. Em dois estudos, os indivídu- os foram acompanhados por 6 meses (Lamster et al., 1983; De Paola et al., 1989) e no outro, por 9 meses (Gordon et al., 1985). Nos três estudos o bochecho associado ao controle mecânico do biofilme dental reduziu significativamente os índices de placa e gengival quando comparados ao placebo. Não foram observadas, nestas investigações, alterações aberrantes na mucosa ou aparecimento de manchas sobre os dentes. O efeito colateral associado a este produto foi a sensação de queimação. Uma meta-análise recente avaliou a eficácia de bochechos com óleos essenciais na redução de placa e gengivite (Gunsolley et al., 2006). A meta-análise de ensaios clínicos de 6 meses de duração mostrou eficácia na redução de placa e gengivite. Triclosan O triclosan é um antimicrobiano não iônico pertencente aos fenóis e que tem sido largamente usado em vários pro- dutos, incluindo antiperspirantes e sabonetes (Lindhe et al., 1997). Atualmente, o triclosan tem sido introduzido nos den- tifrícios como uma forma de inibição da placa bacteriana e da gengivite e também pode ser utilizado na forma de bochechos. Sabe-se que esse efeito antimicrobiano é mode- rado e tem duração de aproximadamente cinco horas (Jenkins et al., 1991). Quando o citrato de zinco ou o copolímero (PVM ácido éter) é adicionado ao triclosan, sua substantividade é aumentada consideravelmente (Binney et al., 1996; Cummins & Creeth, 1992; Gaffar et al., 1994). Estudo recente de Davies, Ellwood e Davies (2004) ana- lisou, por meio de uma revisão sistemática, a efetividade dos dentifrícios contendo triclosan (0,3%), copolímero polivinilmetil éter ácido maléico (2%) e fluoreto de sódio em sílica base (0.243%) na melhora do controle de placa e da saúde gengival. Os autores concluíram que os dentifrícioscontendo triclosan e copolímeros demonstraram maior efici- ência no controle da placa e na saúde periodontal em rela- ção aos dentifrícios convencionais. Cloreto de Cetilpriridínio O Cloreto de cetilpiridínio (CPC) é um agente antimicrobiano catiônico, cujo mecanismo de ação é seme- lhante ao da Clorexidina, ambos alteram a estrutura da pa- rede celular microbiana. Compostos de CPC possuem am- plo espectro de ação e rápido efeito bactericida em patógenos Gram-positivos e fungos (Pitten & Kramer, 2001). São rapi- damente adsorvidos às superfícies bucais e perdem sua ati- vidade em três horas. Portanto, são agentes de baixa substantividade e menor eficácia clínica (Bonesvoll & Gjermo, periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM37 R. Periodontia - 19(1):34-42 38 1978; Moran et al., 2000). O colutório que é apresentado normalmente numa concentração de 0,05% mostrou efeti- va inibição da formação de placa bacteriana, quando admi- nistrado pelo menos quatro vezes ao dia (Bonesvoll & Gjermo, 1978). Estudos clínicos controlados de longa duração mostram que quando comparado a um controle negativo ou placebo, o cloreto de cetilpiridínio apresenta efeitos adicionais na re- dução de placa supragengival em relação à remoção mecâ- nica da placa (Witt et al., 2005; Witt et al., 2006; Stookey et al., 2005; Mankodi et al, 2005; Rawlison et al, 2008). Ainda assim, a eficácia superior da clorexidina é indiscutível, o que a caracteriza como controle positivo em alguns desses expe- rimentos (Moran et al, 2000; Stookey et al, 2005; Quirynen et al., 2005). Estudos mais recentes vêm testando uma nova formu- lação para o CPC, sem álcool e com a concentração de 0,07%. Num acompanhamento de seis meses, os resulta- dos mostraram que a redução de placa e gengivite foi tão eficaz quanto à dos óleos essenciais, tidos como controles positivos (Witt et al., 2005; Albert et al., 2007). A associação de clorexidina e CPC também foi analisada com objetivo de manter altos níveis de redução de placa bacteriana com menores efeitos adversos. Quirynen et al. (2005) demonstraram que a formulação não alcoólica de 0,05% de clorexidina associada a 0,05% de CPC foi efetiva como agente antiplaca, quando comparada ao controle positivo (solução alcoólica de clorexidina a 0,2%), e também apresentou redução dos efeitos colaterais subjetivos. Novos produtos A maioria dos agentes químicos antiplaca, incluindo a clorexidina, tem sua efetividade baseada na combinação de atividades bactericidas e bacteriostáticas associadas à substantividade na cavidade oral (Schiott 1972, Jenkins et al., 1988). Agentes de 3ª geração começam a emergir. São caracterizados, entretanto, pela habilidade em inibir ou im- pedir (interromper) a formação de placa bacteriana demons- trando não ter efeito sobre a bactéria. O derivado do morpholinoethanol, delmopinol, é um exemplo dessa cate- goria de novos agentes químicos de controle de placa (Addy et al., 2007). Tem sido demonstrado que esse composto é capaz de inibir a formação de placa in vitro e in vivo e a gengivite (Collaert et al., 1992, Hase et al., 1995), apesar de seu mecanismo de ação ser destituído de efeitos bactericidas e bacteriostáticos (Simonsson et al., 1991; Rundegren et al., 1992a). Estudos envolvendo a placa bacteriana e o delmopinol revelaram que o biofilme neoformado possui a aderência comprometida (Rundegren et al., 1992b) e redu- ção significativa de Streptoccocos produtores de dextrano (Elworthy et al., 1995). Ainda os mesmos autores, através desses resultados, sugerem que o delmopinol pode interfe- rir na formação da matriz da placa reduzindo a aderência dos principais microrganismos formadores do biofilme ou de bactérias successionais. A efetividade do delmopinol, acoplada à sua capacida- de em reduzir o potencial de manchamento dos dentes tan- to qualitativa quanto quantitativamente quando compara- da a clorexidina faz desse composto uma alternativa atrativa a clorexidina para o controle químico da placa bacteriana (Lang et al., 1998, Addy et al., 2007). Enxaguatórios contendo delmopinol ainda não são comercializados no Brasil. A indústria farmacêutica Sinclair® comercializa enxaguatórios contendo decapinol (princípio ativo de mesmo mecanismo de ação do delmopinol) nos Estados Unidos e Europa. Um outro agente alternativo importante, atualmente muito em uso, é o dióxido de cloro (Cl 2 O), que faz parte da família dos compostos clorados. O dióxido de cloro não se hidrolisa em solução aquosa e a maior parte da molécula é considerada o agente ativo. As características desodorizan- tes e antibacterianas do Cl 2 O em solução aquosa são bem conhecidas. (Gordon et al., 1972; White, 1992; Tárzia, 2003). Aparentemente há mais de um mecanismo de ação do cloro sob formas vegetativas de bactérias. Um deles, pro- posto por volta de 1950, sugere que ao penetrar através da membrana celular, elimina a célula bacteriana por inibição da via glicolítica. Porém os mecanismos pelos quais a via glicolítica é inibida e qual concentração de dióxido de cloro presente nos enxaguatórios disponíveis no mercado é efeti- va ainda não estão bem esclarecidos (Andrade e Macedo, 1996). Se existe a possibilidade de inibição dessa via, o Cl 2 O pode ser importante na redução de microorganismos cariogênicos (Tarzia, 2003). Essa hipótese tem sido testada com resultados ainda não publicados. Enxaguatórios con- tendo Cl 2 O são comercializados no Brasil através do nome comercial SaúdeBucal® e também são conhecidos pela sua capacidade de reação e neutralização dos Compostos Sulfurados Voláteis, um dos principais causadores de mau hálito. Na Europa, mais precisamente no Reino Unido, enxaguatórios contendo dióxido de cloro são comercializados com o nome de Retardex®. É importante ressaltar que a realidade do cirurgião-den- tista hoje compreende a relação desse profissional com um paciente que tem acesso a todo tipo de informação, inclusi- ve aquelas relacionadas aos produtos naturais ou chama- dos fitoterápicos. Em resposta, fórmulas personalizadas co- meçam a emergir oferecendo uma variedade de produtos periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM38 R. Periodontia - 19(1):34-42 39 feitos para auxiliar o paciente-consumidor a manter sua saúde sem ingredientes ativos “artificiais”. Além disso, atualmente se nota uma maior aplicação de plantas medicinais e produ- tos de origem natural na terapia de certas doenças e não é inconcebível, portanto, o interesse despertado pelos fitoterápicos na Odontologia. Nos Estados Unidos, fabricantes de produtos para uso odontológico, incluindo também indústrias farmacêuticas, têm direcionado sua produção à necessidade emergente de atender esse mercado de produtos de higiene oral a base de ingredientes naturais requerido por um grupo restrito de pacientes (Haffajee et al., 2008). Porém, os resultados de estudos feitos com esses produtos ainda são empíricos e necessitam de mais investigações tanto laboratoriais quan- to clínicas. O uso de extrato de semente de grapefruit (conhecida no Brasil como pomelo ou toranja) tem mostrado inibir uma ampla variedade de biótipos bacterianos, Gram-positivos e gram-negativos, bem como ter propriedades antioxidativas e protetivas benéficas a mucosa gástrica. Em 2002, Reagor et al. demonstraram o efeito antibacteriano de extrato de semente de grapefruit em concentrações seguras. No estu- do de Haffajee et al., 2008, os autores encontraram que enxaguatórios contendo extrato de planta de grapefruit foi efetivo em inibir bactérias orais, demonstrando assim o uso como potencial agente antiplaca e antigengivite. Apesar de menos potente quando comparadoa clorexidina, esse enxaguatório foi mais efetivo comparado a enxaguatórios contendo óleos essenciais na inibição do crescimento de bactérias orais in vitro. Além disso, esse produto pode servir como alternativa a aqueles pacientes que desejam evitar o uso de álcool, preservativos, flavorizantes e colorantes artifi- ciais. O mesmo grupo de pesquisadores tem conduzido es- tudos clínicos em humanos para esclarecer o entendimento do papel desses enxaguatórios naturais no manejo da do- ença periodontal, mas investigações futuras ainda são ne- cessárias para esclarecer o exato mecanismo de ação de pro- dutos a base desse extrato. Ainda com relação aos produtos naturais, a sanguinarina é um alcalóide vegetal derivado da planta Sanguinarina canadensis e encontrado no enxaguatório de nome comer- cial Viadent® , nos EUA, e Perioguard® , na União Européia. A mesma tem sido adicionada tanto em dentifrícios quanto em enxaguatórios, mas os resultados publicados sobre sua eficácia ainda são contraditórios (Adams and Addys, 1994; Torres et al., 2000). Além dela, outros fitoterápicos como guaco e própolis também estão envolvidos em estudos com resultados satisfatórios (Manara et al., 1999). A diversidade molecular no reino vegetal é ainda consi- derada ilimitada, apesar dos avanços científicos (Simões et al., 1999). Portanto, é bastante lógica a valorização da sabe- doria popular que fornece indícios de plantas portadoras de efeitos terapêuticos, as quais podem representar a etapa ini- cial de novos projetos de pesquisa. Ainda sugere-se que os produtos odontológicos contendo substâncias naturais apre- sentem boas perspectivas no mercado devido à aceitação popular da fitoterapia. Muitos produtos com extratos fitoterápicos estão sendo estudados, porém com resultados ainda empíricos. Estes podem ser introduzidos no mercado odontológico, desde que amplamente amparados, por es- tudos laboratoriais e clínicos específicos. CONCLUSÕES Diversos estudos mostram eficácia de enxaguatórios contendo clorexidina e óleos essenciais. Da mesma forma, estudos têm demonstrado eficácia de dentifrícios contendo triclosan. No entanto, mais estudos são necessários para comprovar a eficácia dos demais agentes químicos. ABSTRACT The mechanical removal of plaque is the most widely used form of oral hygiene. However, many individuals do not have enough dexterity and motivation to carry out a proper cleaning. Thus, the additional use of chemical agents has been studied as an alternative to overcome the deficiencies in oral hygiene. The purpose of this study was to present a review on the use of products for oral hygiene containing chemical agents for the control of supra-gingival plaque. Clinical trials and in vitro studies of the following agents were reviewed: chlorhexidine, essential oils, triclosan, cetylpyridinium chloride and new products such as delmopinol and chlorine dioxide. The authors conclude that several studies show effectiveness of mouthrinses containing chlorhexidine and essential oils as well as dentifrice containing triclosan. However, addicional studies are needed to prove the effectiveness of other chemical agents. UNITERMS: chemical control, dental biofilm, gingivitis. periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM39 R. Periodontia - 19(1):34-42 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Addo-Yobo C, Williams SA, Curzon ME. Oral hygiene practices, oral cleanliness and periodontal treatment needs in 12-year old urban and rural school children in Ghana. Community Dent Health. 1991 Jul;8(2):155-62. 2- Addy M. Chlorhexidine compared with other locally delivered antimicrobials. A short review. J Clin Periodontol 1986; 13: 957-964. 3- Addy M, Moran J, Newcombe RG. Meta-analyses of studies of 0.2% delmopinol mouth rinse as an adjunct to gingival health and plaque control measures. J Clin Periodontol 2007; 34: 58–65. 4- Addy, M, Moran J, Wade W. Chemical plaque control in prevention of gingivitis and periodontitis. In: Lang, N.P. & Karring, T. (eds). Proceedings of the 1st European Workshop on periodontology. London: Quintessence Publishing. 1994; 244-257. 5- Adams D, Addy M. Mouthrinses. Adv Dent Res 1994; 8 (2): 291-301. 6- Albert-Kiszely A, Pjetursson BE, Salvi GE, Witt J, Hamilton A, Persson GR, Lang NP. Comparison of the effects of cetylpyridinium chloride with an essential oil mouth rinse on dental plaque and gingivitis - a six- month randomized controlled clinical trial. J Clin Periodontol. 2007 Aug;34(8):658-67. 7- Al-Tannir M, Goodman HS. A review of chlorexidine and its use in special populations. Spec Care Dent 1994; 14 (3): 116-122. 8- American Dental Association Council on Scientific Affairs. Acceptance Program Guidelines: Chemotherapeutic Products for Control of Gingivitis. Disponível em http://www.ada.org/ada/seal/standards/ guide_chemo_ging.pdf. Publicado em Julho 1997. Acessado em 21 de Abril de 2008. 9- Andrade NJ, Macedo JAB. Higienização na indústria de alimentos. S. Ed., São Paulo, Livraria Varela Ltda, 1996, p. 29, 30, 55, 95. 10- Binney A, Addy M, Mckeown S, Everatt L. The choise of controls in toothpaste studies. J Clin Periodontol 1996;23(6):456-9. 11- Bonesvoll P, Gjermo. A comparison between chlorexidine and some quaternary ammonium compounds with regard to retention, salivary concentration and plaque inhibiting effect in the human mouth after mouthrinses. Archives of Oral Biology. 1978; 23(4): 289-294. 12- Collaert B, Attstrom R, de Bruyn H, Movert R. The effect of delmopinol rinsing on dental plaque formation and gingivitis healing. J Clin Periodontol 1992; 19: 274-280. 13- Cummins D, Creeth JE. Delivery of antiplaque agents from dentifrices, gels and mouthwashes. J Dent Res 1992; 71:1439-49. 14- Davies RM, Ellwood RP, Davies GM . The effectiveness of a toothpaste containing triclosan and polyvinyl-methyl ether maleic acid copolymer in improving plaque control and gingival health. A systematic rewiew. J Clin Periodontol 2004; 31:1029-33. 15- DePaola LG, Overholser CD, Meiller TF, Minah GE, Niehaus C. Chemotherapeutic inhibition of supragingival dental plaque and gingivitis development. J Clin Periodontol 1989; 16(5): 311-5. 16- Denton GW. Chlorexidine. In: Block, S.S. Desinfection, sterilization and preservation. 4.ed. Philadelphia: Lea & Febiger, 1991. 638p. 17- Elworthy A J, Edgar R, Moran J, Movert R, Kelty E. & Wade W G A. 6- month home use trial of 0.1% and 0.2% delmopinol mouthwashes. II. Effects on the plaque microflora. Journal of Clinical Periodontology 1995; 22: 527–532. 18- Flotra L. Different modes of chlorexidine application and related local side effects. J Periodontal Res 1973; 12: 41-44. 19- Food and Drug Administration. Oral Health Care drug products for over-the-counter human use: antigingivitis / antiplaque drug products. Establishment of a monograph; proposed rules. Fed Regist May 29, 2003; 68: 32232-32287. 20- Francis JR, Addy M, Hunter B. A comparison of three delivery methods of chlorexidine in handicapped children. 2. Parents and house-parents preferences. J Periodontol 1987; 58 (7): 456-459. 21- Gaffar A, Afflitto J, Nabi N, Herles S, Kruger I, Olsen S. Recent advances in plaque, gingivitis, tartar and caries prevention technology. Int Dent J 1994;44:63-70. 22- Gjermo P, Baastad KL, Rölla G. The plaque-inhibiting capacity of 11 antibacterial compounds. J Periodontal Res 1970; 5 (2): 102-109. 23- Gordon JM, Lamster IB, Seiger MC. Efficacy of Listerine antiseptic in inhibiting the development of plaque and gingivitis. J Clin Periodontol 1985; 12(8): 697-704. 24- Gordon G, Kieffer R, Rosenblatt D. The Chemistry of Chlorine dioxide. In Lippard S. J. (Ed) Progress in Inorganic Chemistry15, New York, Wiley-Interscience 1972: 210-287. 25- Grossman E, Reiter G, Sturzemberger OP, De La Rosa M, Dickinson TD, Ferreti GA, Ludlam GE, Meckel AH. Six-month study of the effects of a chlorexidine mouthrinse on gingivitis in adults. J Periodontal Res 1986; 21: 33-43. 26- Gunsolley JC. A meta-analysis of six-month studies of antiplaque and antigingivitis agents. J Am Dent Assoc. 2006 Dec;137(12):1649-57. 27- Haffajee AD, Yaskell T, Socransky SS. Antimicrobial Effectiveness of an Herbal Mouthrinse Compared With an Essential Oil and a Chlorhexidine Mouthrinse. J Am Dent Assoc 2008; 139: 606-611. 28- Hase JC, Ainamo J, Etemadzadeh H, Astrom M. Plaque formation and gingivitis after mouthrinsing with 0.2% delmopinol hydrochloride, 0.2% chlorhexidine digluconate and placebo for 4 weeks, following an initial professional cleaning. J Clin Periodontol 1995; 22: 533–539. 29- Heasman PA, Seymour RA. Pharmacological control off periodontal disease. I. Antiplaque agents. J Dent 1994; 22: 323-335. 30- Hennessey, T.D. Some antibacterial properties of chlorhexidine. Journal of Periodontal Research 1973; 8: 11-16. periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM40 R. Periodontia - 19(1):34-42 41 31- Hugo WB, Longworth AR. The effect of chlorhexidine on electrophoretic mobility, cytoplasmic constituents, dehydrogenase activity and cell walls of Escherichia coli and Staphylococcus mutans. Journal of Pharmacy and Pharmacology 1966; 18: 569-584. 32- Jenkins S, Addy M, Newcombe R. Triclosan and sodium lauryl sulphate mouthwashes. I. Effects on salivary bacterial counts. J Clin Periodontol 1991;17:85-9. 33- Jenkins S, Addy M, Wade W. The mechanism of action of chlorhexidine: a study of plaque growth on enamel inserts in vivo. J Clin Periodontol 1988; 15: 415–424. 34- Jones CG. Chlorexidine: is it still the gold standard? Periodontol. 2000 1997; 15: 55-62. 35- Keijser JA, Verkade H, Timmerman MF, Van Der Weijden FA. Comparison of 2 commercially available chlorhexidine mouthrinses. J Periodontol. 2003; 74(2): 214-8. 36- Kornmann, K.S. The role of supragingival plaque in the prevention and treatment of periodontal diseases. J Periodontal Res 1986; 21: 5- 22. 37- Lamster IB, Alfano MC, Seiger MC, Gordon JM. The effect of Listerine® Antiseptic on reduction of existing plaque and gingivitis. Clin Prev Dent. 1983;5:12-16. 38- Lang N P, Hase J C, Grassi M, Hammerle C H, Weigel C, Kelty E, Frutig F. Plaque formation and gingivitis after supervised mouthrinsing with 0.2% delmopinol hydrochloride, 0.2% chlorhexidine digluconate and placebo for 6 months. Oral Diseases 1998; 4: 105–113. 39- Lavstedt S, Modéer T, Welander E. Plaque and gingivitis in a group of Swedish schoolchildren with special reference to toothbrushing habits. Acta Odontol Scand. 1982;40(5): 307-11. 40- Lindhe J, Karring T, Lang NP. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.; 1997. 41- Löe H, Schiott CR. The effect of mouthrinses and topical application of chlorexidine on the development of dental plaque and gingivitis in man. J Periodontal Res 1970; 5 (2): 79-83. 42- Löe H, Schiott CR, GlavindL, Karring T. Two years oral use of chlorexidine in man. I. General design and clinical effects. J Periodontal Res 1976; 11 (3): 135-144. 43- Mankodi S, Bauroth K, Witt JJ, Bsoul S, He T, Gibb R, Dunavent J, Hamilton A. A 6-month clinical trial to study the effects of a cetylpyridinium chloride mouthrinse on gingivitis and plaque. Am J Dent. 2005 Jul;18 Spec No:9A-14A. 44- Manara LRB, Anconi SI, Gromatzky A, Conde MC, Bretz WA. Utilização da própolis em odontologia. Revista da Faculdade de Odontologia de Bauru 1999; Jul/Dez 7(3/4):15-20. 45- Moran J, Addy M, Jackson R, Newcombe RG. Comparative effects of quaternary ammonium mouthrinses on 4-day plaque regrowth. J Clin Periodontol. 2000; Jan; 27(1):37-40. 46- Ouhayoun JP. Penetrating the plaque biofilm: impact of essential oil mouthwash. J Clin Periodontol 2003; 30 Suppl 5:10-2. 47- Pan P, Barnett ML, Coelho J. Determination of the in situ bactericidal activity of an essential oil mouthrinse using a vital stain method. J Clin Periodontol 2000; 27: 256-261. 48- Pitten FA, Kramer A. Efficacy of cetylpyridinium chloride used as oropharyngeal antiseptic. Arzneimittelforschung. 2001;51(7):588-95. 49- Quirynen M, Soers C, Deskeyder M, Pauwels M, van Steenberghe D. A 0,05% cetyl pyridinium chloride/ 0,05% chlorexidine mouth rinse during maintenance phase after initial periodontal therapy. J Clin Periodontol. 2005; 32: 390-400. 50- Rawlinson A, Pollington S, Walsh TF, Lamb DJ, Marlow I, Haywood J, Wright P. Efficacy of two alcohol-free cetylpyridinium chloride mouthwashes - a randomized double-blind crossover study. J Clin Periodontol. 2008 Mar;35(3): 230-5. 51- Reagor L, Gusman J, McCoy L, Carino E, Heggers JP. The effectiveness of processed grapefruit-seed extract as an antibacterial agent, I: an in vitro agar assay. J Altern Complement Med 2002; 8(3): 325-332. 52- Renton-Harper P, Addy M, Moran J, Doherty FM, Newcombe RG. A comparison of chlorexidine, cetylperidinium chloride, triclosan and C31G mouthrinse products for plaque inhibition. J Periodontol 1996; 67(5): 486-489. 53- Rundegren J, Hvid E B, Johansson M, Astrom M. Effect of 4 days of mouth rinsing with delmopinol and chlorhexidine on the vitality of plaque bacteria. J of Clin Periodontol 1992a; 19: 322–325. 54- Rundegren J, Simonsson T, Petersson L, Hansson E. Effect of delmopinol on the cohesion of glucan-containing plaque formed by Streptococcus mutans in a flow cell system. Journal of Dental Research 1992b; 71: 1792–1796. 55- Schiott CR. Effect of chlorhexidine on the microflora of the oral cavity. Journal of Periodontal Research 1972; 8 (Suppl. 12): 7–10. 56- Segreto VA, Collins EM, Beiswanger BB, De La Rosa M, Isaacs RL, Lang NP, Mallatt ME, Meckel AH. A comparison of mouthrinses containing two concentrations of chlorexidine. J Periodontal Res 1986; 21: 23-32. 57- Siegrist, B.E.; Gusberti, F.A.; Brecx, M.C.; Weber, H.P.; Lang, N.P. Efficacy of supervised rinsing with chlorexidine digluconate in comparison to phenolic and plant alkaloid compounds. J Periodontal Res 1986; 21: 60-73. 58- Simões CMO, Schenkel EP, Gosmann G, Mello J CP, Mentz LA, Petrovick PR. Farmacognosia: da planta ao medicamento 1999. 59- Simonsson T, Arnebrant T, Peterson L. The effect of delmopinol on the salivary pellicles, the wettability of tooth surfaces in vivo and bacterial cell surfaces in vitro. Biofouling 1991; 3: 251–260. 60- Stookey GK, Beiswanger B, Mau M, Isaacs RL, Witt JJ, Gibb R. A 6- month clinical study assessing the safety and efficacy of two cetylpyridinium chloride mouthrinses. Am J Dent. 2005 Jul;18 Spec No:24A-28A. periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM41 R. Periodontia - 19(1):34-42 42 61- Tarzia O. Halitose: Um desafio que tem cura. São Paulo: Editora de publicações biomédicas; 2003. 62- Van der Ouderaa FJG. Anti-plaque agents. Rationale and prospects for prevention of gingivitis and periodontal disease. J Clin Periodontol 1991; 18: 447-454. 63- Walker CB. Microbiological effects of mouthrinses containing antimicrobials. J Clin Periodontol 1988; 15: 499-505. 64- White GC. Chlorine dioxide. The Handbook of Chlorination and alternative disinfectives, s. Ed. New York Van Nostrand Reinold 1992; 980-1045. 65- Witt J, Bsoul S, He T, Gibb R, Dunavent J, Hamilton A. The effect of toothbrushing regimens on the plaque inhibitory properties of an experimental cetylpyridinium chloride mouthrinse. J Clin Periodontol. 2006 Oct;33(10):737-42. 66- Witt JJ, Walters P, Bsoul S, Gibb R, Dunavent J, Putt M. Comparative clinical trialof two antigingivitis mouthrinses. Am J Dent. 2005 Jul;18 Spec No:15A-17A. Endereço para correspondência: Av. Lineu Prestes, 2229 Faculdade de Odontologia da USP Departamento de Estomatologia Cidade Universitaria Sao Paulo - SP periomarço09 06-04-09.pmd 4/9/2009, 5:20 PM42
Compartilhar