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2 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br CLAUDIO ROISMAN Mestrando em Direito pela UCB – Universidade Católica de Brasília, na linha de pesquisa Direito, Ciências, Instituições e Desenvolvimento; pós-graduado em Docência do Ensino Superior; possui graduação em Direito pela UDF – Centro Universitário do Distrito Federal. Atualmente é professor em diversos cursos preparatórios para concurso público; é servidor público efetivo do Conselho Nacional do Ministério Público; é colaborador na assessoria de gabinete de Procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, atuando principalmen- te nos seguintes temas: Ministério Público, setor público, contrato ad- ministrativo, licitação pública, regimento interno e concurso público. Meus amigos, é com grande prazer que iniciamos nosso estudo, que só termi- nará com a sua aprovação no concurso da Secretaria Estadual da Fazenda de Santa Catarina, Auditor-Fiscal. Vamos falar um pouco sobre a minha vida de concurseiro. Comecei meus estu- dos em 2006, aos 51 anos. Whaaaat? Isso mesmo, bem velhinho, rs. Levando em consideração que, depois dos trinta, as células nervosas já começam a morrer e não se regeneram, imagi- nem como foi difícil, para mim, começar a estudar. “Ah, professor, mas vai ver sua carreira ajudou, sua formação foi útil ou algo assim”. Hahaha. Sou formado em Medicina Veterinária, logo não aproveitei nada de minha carreira. Então, meus amigos, não desistam, pensem sempre que, se está ruim e difícil para vocês, com certeza estava pior para mim, kkk. Comecei em 2006, como disse, e continuo estudando até hoje. Fui aprovado em 2008 para a Secretaria da Pesca, mas não assumi, pois queria área fiscal. Em 2010, fui aprovado em terceiro lugar para fiscal de ISS em Americana, SP. Fiquei lá até 2016, quando ingressei como Auditor-Fiscal aqui no Espírito Santo, onde estou atualmente. Então, meus amigos, não desistam nunca, só parem quando realizarem seus sonhos. O caminho é árduo, mas nada nos é impossível quando assim o queremos. Então sigam o lema: ESTUDAR ATÉ PASSAR. 3 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br LEI N. 10.297, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1996 Dispõe sobre o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS e adota outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, Faço saber a todos os habi- tantes deste Estado que a Assembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 1° O Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, instituído pela Lei n. 7.547, de 27 de janeiro de 1989, passa a reger-se pelo disposto nesta Lei. CAPÍTULO I DA INCIDÊNCIA SEÇÃO I DO FATO GERADOR Art. 2° O imposto tem como fato gerador: I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; Bares, restaurantes e afins são contribuintes do ICMS. O serviço prestado está incluído na conta, é tuuudo ICMS. II – prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; Pegadinha que sempre cai em prova. Transporte intramunicipal é ISS. O ICMS incide sobre 4 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br c) a prestação de serviço de transporte interestadual e intramunicipal, por qual- quer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores. d) a prestação de serviço de transporte intermunicipal e intramunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores. E aí, o que você acha, qual das duas está certa? Isso mesmo, nenhuma das duas. Intramunicipal é ISSQN. III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclu- sive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; Olha só, a prestação tem que ser onerosa, ok? O ICMS incide sobre b) a prestação onerosa de serviço de comunicação, por qualquer meio. Ceeeerto. IV – o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreen- didos na competência tributária dos Municípios; V – o fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao im- posto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; Um exemplo que cai sempre é o caso do hotel. Se na diária estiver incluída ali- mentação, é tudo ISS. Se na diária não constar, tipo pensão completa, o almoço e jantar que você fizer terão incidência do ICMS. Antes de viajar para lua de mel, um casal pretende se hospedar no Hotel Cons- telação, localizado em São Paulo, e observa, na tabela de diárias, os seguintes pre- ços para a suíte real: R$ 300,00 a diária simples e R$ 500,00 a diária completa. O casal opta por duas diárias completas, que incluem café, almoço e jantar. Quanto o casal vai pagar de ICMS nessas diárias???? Isso mesmo, zeeeeeero de ICMS, tudo ISSQN. 5 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br VI – o recebimento de mercadorias, destinadas a consumo ou integração ao ativo permanente, oriundas de outra unidade da Federação; Uma empresa compra mercadorias de outro Estado para consumo próprio, inci- de o imposto. Mesma coisa em relação ao ativo permanente. VII – a utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro Estado ou no Distrito Federal e não esteja vinculada à operação ou pres- tação subsequente. Serviço começou em outro estado e terminou em Santa Catarina. Oba, ICMS para Santa Catarina. Parágrafo único. O imposto incide também: I – sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a finalidade; Trouxe alguma mercadoria do exterior? Seja você contribuinte do ICMS ou não, tem que pagar ICMS. Isso quer dizer que você, Auditor-Fiscal de Santa Catarina, quando voltar de férias da Disney e trouxer três iPhones X, vai pagar, além de ou- tros tributos, o ICMS. Mas prof., não sou contribuinte do imposto, não tenho que pagar. Ledo engano, tem sim que pagar o ICMS. Lembre-se do comando: ainda que não seja contribuinte habitual do imposto. III – sobre a entrada, no território do Estado, em operação interestadual, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à industrialização. Vai incidir, quando não destinados à comercialização ou industrialização. Se for comercializar ou industrializar, na venda desses produtos, depois, incidirá o imposto. Art. 3° A caracterização do fato gerador independe da natureza jurídica da ope- ração que o constitua. Quem determina a natureza do tributo é o seu Fato Gerador, não importando 6 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br qualquer outra denominação. Nem quero saber, você, Auditor-Fiscal de Santa Cata- rina, vai lavrar Auto de Infração sempre que houver Fato Gerador sem recolhimentode tributo. Famosa PECUNIA NON OLET. SÚMULA 166 DO STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o simples desloca- mento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte. Essa nossa matéria é de Legislação. Então, vale a Legislação. A súmula vale para a prova de Direito Tributário. II – do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer estabelecimento; Peçam para os amigos comerem muito e beberem muito nos restaurantes de Santa Catarina, isso vai aumentar a arrecadação do Estado, kkk. III – da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em armazém-geral ou em depósito fechado, neste Estado; Mercadoria, mesmo que não estivesse comigo. Se transferi a propriedade, incide, nesse momento, o imposto. Caso, por exemplo, de depósito fechado ou armazém-geral. 7 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br VII – da prestação onerosa de serviço de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a re- petição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza; Olha só, a prestação tem que ser onerosa, ok? O ICMS incide sobre b) a prestação onerosa de serviço de comunicação, por qualquer meio. Ceeeerto. Você tem que saber bem a lista de serviços do ISSQN. “Pô, prof., minha prova é de ICMS, não de ISS”. Pois é, eu sei, mas saber a lista de serviços é fundamental, justamente porque você tem que saber as exceções (sempre elas). Acesse a LC n. 116/2003 neste link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp116.htm Ou leia as exceções abaixo. De acordo com a legislação tributária, o ICMS é devido na importação de bens e mercadorias, por pessoa física ou jurídica, independentemente da finalidade ou destinação. O fato gerador da incidência do ICMS sobre a mercadoria importada por uma empresa comercial ocorre no seu(sua) respectivo(a) a) desembaraço aduaneiro. b) entrada na alfândega. 8 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br c) entrada no estabelecimento do importador. d) saída da alfândega. e) saída do país exportador. A resposta é a letra… A. Se você errou, faça uma pausa e releia os últimos parágrafos. X – do recebimento, pelo destinatário, de serviço prestado no exterior; Você, Auditor, recebeu as primeiras férias depois de um ano de muita luta. Via- jou para Paris e ficou com saudades da família. Não tinha internet no hotel, nem WhatsApp, e vai ligar a cobrar??? Lembre-se de que o ICMS será cobrado da sua família quando chegar a conta de telefone. Eu sou contribuinte do ICMS de outro Estado, vendo para um consumidor final, não contribuinte. Eu tenho que pagar ao Estado de Santa Catarina o diferencial de alíquota. Esse DIFAL, diferencial de alíquota, é a diferença entre a alíquota interes- tadual e a alíquota interna do Estado de destino. Exemplo: sou estabelecido em São Paulo. A alíquota interestadual para Santa Catarina é 12%, mas a alíquota interna de SC é 17%. Esses 5% são o DIFAL. Você, Auditor-Fiscal de Santa Catarina, apreendeu um caminhão cheio de mer- cadorias sem nota fiscal, na praia de Jurerê, o local é em Jurerê. Importei do exterior, através do porto de Vila Velha. Não importa, a entrada da mercadoria deu-se aqui em Santa Catarina. O imposto vem para Santa Catarina. A licitação foi aqui, em Santa Catarina, o imposto para cá. Descobriram uma mina de ouro em Floripa. O ouro vai ser usado na confecção de joias. Ótimo, ICMS pra SC. Pesquei peixes na Lua, mas desembarquei aqui, imposto para cá. 9 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Você está transportando mercadoria sem documentação ou com documentação falsa, o local é onde você for parado. § 3° Quando a mercadoria for remetida para armazém-geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, neste Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao estabeleci- mento remetente. Sou um contribuinte de SC. Depositei mercadoria, neste estado, em um arma- zém ou depósito. Depois, essa mercadoria foi vendida. Foi como se eu tivesse ven- dido no meu estabelecimento. Serviço de comunicação oneroso, não medido, período definido, divide o impos- to entre o estado do prestador ou o tomador. A imunidade tributária endereçada aos livros e periódicos não alcança, no en- tendimento do STF, álbuns de figurinhas. Resposta: errado. 10 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Na alienação fiduciária, não incide o imposto. Nem quando há o inadimplemen- to. Comprei um carro. Nessa hora, ocorre o Fato Gerador. Não tinha dinheiro e alienei ao banco. Não incide. Deixei de pagar as parcelas, o banco tomou o carro de mim. Também não incide. Claro que nenhuma dessas situações vai acontecer com você, Auditor-Fiscal de Santa Catarina. I. Segundo a doutrina e a jurisprudência majoritárias, quando a Constituição da República dispõe que certas entidades são “isentas” e determina que tributos “não incidam” sobre certos fatos ou pessoas, o que está a fazer não é consagrar isenções e não incidências, mas verdadeiras imunidades. Resposta: aqui em Santa Catarina é não incidência. Certo 11 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br SEÇÃO II DO RESPONSÁVEL Olha só, por que tanta preocupação com o transportador? Você, Auditor-Fiscal de Santa Catarina, vai ser chamado pela Polícia Rodoviária para resolver um problema: foi apreendido um caminhão com mercadoria. E agora, o que eu faço? É muito mais simples e fácil multar o transportador. Por isso tanta preo- cupação em responsabilizar quem está transportando a carga. Lembre-se de que, se é mais fácil multar ou responsabilizar quem está com a carga, é nele que vai incidir a Lei. A base de cálculo é................ 12 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br 13 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br SÚMULA 431 DO STJ “É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal”. Súmula Vinculante 32 O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. Segundo a Lei n. 10.297/1996 e alterações, incide o imposto sobre a entrada, no território de Santa Catarina, de energia elétrica e petróleo, inclusive sobre a) quaisquer lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos, quando proceden- tes de outra unidade da Federação e destinados à comercialização ou à industriali- zação, cabendo o imposto a este Estado. b) lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando pro- cedentes de outra unidade da Federação e não destinados à comercialização ou à industrialização, devendo o imposto ser recolhido em partes iguais para as duas unidades da Federação envolvidas na operação. c) lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando proce- 14 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br dentes de outra unidade da Federação e destinados à comercialização ou à indus- trialização, cabendo o imposto a este Estado. d) lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando pro- cedentes de outra unidade da Federação e não destinadosà comercialização ou à industrialização, cabendo o imposto a este Estado. e) quaisquer lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos, quando proceden- tes de outra unidade da Federação e não destinados à comercialização ou à indus- trialização, cabendo o imposto a este Estado. Resposta: incide na entrada em Santa Catarina quando não vai haver comer- cialização posterior. Gabarito: D SEÇÃO II DAS ALÍQUOTAS Art. 19. As alíquotas do imposto, nas operações e prestações internas, inclusive na entrada de mercadoria importada e nos casos de serviços iniciados ou prestados no exterior, são: I – 17% (dezessete por cento), salvo quanto às mercadorias e serviços relacio- nados nos incisos II a IV; Alíquota padrão: 17% II – 25% (vinte e cinco por cento) nos seguintes casos: a) operações com energia elétrica; b) operações com os produtos supérfluos relacionados na Seção I do Anexo Único desta Lei; c) prestações de serviços de comunicação; d) operações com gasolina automotiva e álcool carburante; 15 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br O princípio da não cumulatividade é a) um atributo exclusivo do ICMS e do IPI. b) princípio de tributação por meio do qual se pretende evitar a assim chamada “tributação em cascata”, que onera as sucessivas operações e prestações com bens e serviços sujeitos a determinado tributo. c) técnica de tributação aplicável também aos impostos reais, tais como o ITR e o IPTU. d) suscetível apenas de interpretação restritiva e literal, à medida que institui um benefício fiscal ao contribuinte. 16 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br e) um instrumento de transferência de riqueza indireta entre as Unidades da Federação inserido no pacto federativo, à medida que o crédito de ICMS a ser su- portado pela Unidade da Federação de destino dos bens e serviços está limitado ao valor do imposto efetivamente recolhido em favor do Estado de origem. Resposta: Segundo o mestre Roque A. Carraza: “A não cumulatividade no ICMS visa a evitar o indesejável efeito conhecido como ‘cascata’ ou ‘piramidização’, fenômeno que prejudica as atividades econômi- cas, já que onera, repetida e sobrepostamente, todas as etapas da circulação de bens e da prestação de serviços”. Gabarito: B Conforme a legislação estadual, o contribuinte do ICMS deverá proceder ao es- torno do crédito relativo à entrada da mercadoria, sempre que a referida mercadoria c) for objeto de saída interna não tributada ou isenta, sendo essa circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria. 17 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Resposta: Ceeeeerto. § 2° Consideram-se acumulados, para os fins deste artigo, os saldos credores decorrentes de manutenção expressamente autorizada de créditos fiscais relativos a operações ou prestações subsequentes isentas ou não-tributadas e de diferimento. Com base nos ditames da legislação catarinense, diferimento do ICMS é a) uma espécie de suspensão do pagamento do imposto. Nele, ocorre a poster- gação do momento do lançamento do ICMS, mas não se altera a pessoa responsável pelo seu pagamento. Não se trata de benefício fiscal, portanto prescinde de autori- zação por convênio do CONFAZ. b) uma medida adotada pelo fisco para facilitar o controle da arrecadação e 18 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br fiscalização do pagamento do imposto. Nele, ocorre a isenção do imposto em de- terminadas etapas iniciais da circulação da mercadoria, postergando a incidência do ICMS. Portanto, faz-se necessária autorização mediante convênio do CONFAZ. c) a transferência da responsabilidade tributária do ICMS para um contribuinte que participe de uma etapa subsequente da circulação da mercadoria. Não caracteriza be- nefício fiscal, não necessitando, portanto, de convênio do CONFAZ para sua instituição. d) um benefício fiscal que necessita de autorização, mediante convênio do CON- FAZ, para sua legitimação. No diferimento, ocorre uma postergação do momento do pagamento do ICMS, transferindo-se a responsabilidade para um substituto tributário. e) usado pelos Estados para facilitar o controle e a arrecadação do ICMS. Nele, o momento do lançamento do imposto é postergado, mas não é alterada a respon- sabilidade pelo pagamento. Trata-se de benefício fiscal que depende de autorização mediante convênio do CONFAZ. Resposta: espero que você tenha acertado. Gabarito: C 19 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br § 3º Caso o fato gerador presumido se realize por valor diverso do que serviu de base de cálculo para a retenção do imposto devido por substituição tributária, cabe ao contribuinte substituído, na forma prevista na legislação em vigor: I – requerer a restituição da diferença, na hipótese de se realizar por valor in- ferior; ou II – recolher a diferença, na hipótese de se realizar por valor superior. 20 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Sobre a substituição tributária, é correto afirmar: b) Deve ser prevista em lei e importa em fixar obrigação tributária principal a terceira pessoa, estranha ao fato gerador, mas que é considerada sujeito passivo da obrigação, na qualidade de responsável tributário. Resposta: quero todo mundo acertando. Gabarito: certo. A empresa atacadista Galo da Alvorada importou mercadorias para revender, oriundas da China, recolhendo o ICMS da importação, por guia especial, sobre uma base de cálculo de R$ 1.000.000,00, valor no qual já se encontra incluído o pró- prio ICMS. Vendeu 50% desse lote de mercadorias pelo valor de R$ 800.000,00, com isenção e sem previsão de manutenção de crédito. Vendeu 25% desse lote de mercadorias, pelo valor de R$ 600.000,00, para comerciantes de Pernambuco, em operações tributadas. Vendeu os restantes 25% para comerciantes de Tocantins, em operação tributada, pelo valor de R$ 600.000,00. Considerando alíquota interna de 17%, o valor final do ICMS apurado, nesse período, é de 21 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br a) R$ 44.000,00 – saldo credor. b) R$ 78.000,00 – saldo credor. c) R$ 73.500,00 – saldo devedor. d) R$ 41.000,00 – saldo devedor. e) R$ 87.000,00 – saldo devedor. Resposta: Já falei, aqui não tem moleza. Perguntinha de assustar qualquer concurseiro decente, mas, com calma, você consegue destrinchar. Compra de 1.000.000,00 na importação. Alíquota de 17%. Saldo credor de 170.000,00. Vendeu metade com isenção, perdeu metade desse crédito. Saldo cre- dor atual de 85.000,00. Venda interna de 600.000,00. Alíquota de 17%. ICMS DE 102.000,00 (devedor). Venda interestadual de mercadoria importada. 600.000,00, alíquota de 4%. ICMS DE 24.000,00 (devedor). Total devedor: 126.000,00. Dimi- nuindo do saldo credor de 85.000,00. Saldo devedor final de 41.000,00. Gabarito: D Tendo sido reconhecida a inconstitucionalidade da cobrança do ICMS sobre os 22 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br serviços de transporte aéreo de passageiros, as empresas do setor passaram a pleitear o reconhecimento do indébito tributário. A restituição do ICMS deverá ser deferida: I. caso as empresascontinuem em operação normal, vedada a restituição àque- las empresas que interromperam suas operações por qualquer razão. II. apenas se a companhia aérea ajuizou ação judicial individual pleiteando o reconhecimento da inexigibilidade do ICMS sobre a prestação de serviços de trans- porte aéreo de passageiros. III. caso as empresas aéreas apresentem comprovação de que não transferiram aos passageiros os encargos relativos ao ICMS. Está correto o que se afirma APENAS em a) II e III. b) I. c) II. d) III. e) I e II. Resposta: Processo RESP 1164574 / MG RECURSO ESPECIAL 2009/0208366-5 Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) Relator(a) p/ Acórdão Ministro CASTRO MEIRA (1125) Órgão Julgador T2 – SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 22/06/2010 Data da Publicação/Fonte DJE 16/03/2011 Ementa PROCESSO CIVIL. TRIBUTÁRIO. ICMS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. PASSAGENS AÉREAS. COMPROVAÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DO ENCARGO FINANCEIRO AO CONTRI- BUINTE DE FATO. REVISÃO DO CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. PRESCRIÇÃO. QUESTÃO PREJUDICADA. 23 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br 1. Trata-se de ação de repetição do indébito ajuizada pela prestadora do serviço de transporte aéreo em que busca a restituição do ICMS cobrado sobre a venda de passagens aéreas, ante o reconhecimento da inconstitucionalidade da exação pelo STF, no julgamento da ADI n. 1.089/DF. 2. Tratando-se de tributo indireto, a exemplo do ICMS, a legitimidade ativa para a ação de repetição de indébito pertence, em regra, ao contribuinte de fato. Permitir o ressarcimento do imposto por aquele que não arcou com o respectivo ônus financeiro caracteriza enriquecimento ilícito desse último. Para que a empresa possa pleitear a restituição, deve preencher os requisitos do art. 166 do CTN, quais sejam, comprovar que assumiu o encargo financeiro do tributo ou que, transferin- do-o a terceiro, possua autorização expressa para tanto. 3. No caso, a Corte de origem concluiu que não houve a comprovação de que o autor da demanda arcou com o encargo financeiro do tributo, o que impossibilita o pedido de restituição. Rever esse posicionamento da instância ordinária requer a aná- lise do contexto fático-probatório da lide, o que está obstado pela Súmula 07/STJ. 4. Reconhecida a ilegitimidade do autor da demanda para a repetição do indé- bito, fica prejudicado o recurso da Fazenda Estadual, que versa sobre o prazo pres- cricional para seu ajuizamento. 5. Recurso especial do contribuinte não provido. Recurso especial do Estado de Minas Gerais prejudicado. Gabarito: D 24 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Eu tenho uma empresa e envio para uma Trading ou uma empresa exportadora, é como se eu tivesse exportado. Empresas comerciais exportadoras ou trading que não comprovem o embarque das mercadorias para o exterior, dentro de um determinado prazo após a emissão da nota fiscal, deverão efetuar o pagamento das contribuições e dos impostos que deixaram de ser pagos pela empresa vendedora, em razão de benefícios fiscais concedidos mediante o fato gerador da exportação. Os juros de mora e multa tam- bém serão calculados de acordo com a legislação e como tributos não pagos. Qual o prazo máximo, após a emissão da nota fiscal, para que o produto seja embarcado e os benefícios fiscais sejam mantidos? a) 180 dias. b) 120 dias. c) 90 dias. d) 60 dias. e) 30 dias. Resposta: sim, eu sei que não falamos disso nessa aula, mas é pra você saber, pode cair na prova. Gabarito: A 25 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br SÚMULA 431 DO STJ “É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal”. 26 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br SÚMULA 509 DO STJ “É lícito ao comerciante de boa-fé aproveitar os créditos de ICMS decorrentes de nota fiscal posteriormente declarada inidônea, quando demonstrada a veracidade da compra e venda”. Com frequência, estabelecimentos apresentam saldo credor do imposto quan- do, em sua conta gráfica, o total dos créditos for superior ao total dos débitos, em determinado período de apuração. Quando esses créditos tiverem origem nos eventos descritos no RICMS, serão considerados créditos acumulados gerados; em outras hipóteses, serão considerados créditos simples ou saldo credor. Considere que, em todas as seguintes situações hipotéticas, os créditos foram maiores do que os débitos. I. Indústria de celulose de Suzano-SP vende papel destinado à fabricação de apostilas para concurso a uma editora sediada em Piracicaba-SP. II. Atacadista de louças e porcelanas de Santos-SP vende azulejos a preços pro- mocionais para empresa de construção civil de Niterói-RJ. 27 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br III. Loja de armarinhos de Campinas-SP, em grande liquidação de estoque, ven- de camisas a 90% do preço de custo. IV. Mineradora exporta ferro fundido ao exterior. É correto afirmar que se trata de a) créditos simples o que se afirma apenas nos itens I, II e III. b) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I, II e IV. c) créditos acumulados o que se afirma apenas nos itens I e IV. d) créditos simples o que se afirma apenas nos itens II e III. Resposta: preste atenção. Prestação isenta ou não tributada. Gabarito: C 28 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br 29 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Art. 72. Quando vítima de embaraço ou desacato no exercício de suas funções ou quando seja necessária a efetivação de medidas acauteladoras de interesse do fisco, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção, os agentes do fisco, diretamente ou por intermédio da Gerência Regional da Fazen- da Estadual, poderão requisitar o auxílio da Força Pública Estadual. Normalmente, isso não é necessário, mas, caso seja, a simples menção de que você, Auditor, vai chamar a polícia, normalmente, resolve o problema. Você, Auditor-Fiscal de Santa Catarina, quando encontrar uma mercadoria com documentação inidônea ou sem documentação nenhuma, vai tipo sequestrar a mer- cadoria e a colocará sob a responsabilidade de um terceiro ou do próprio portador. 30 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br A respeito da incidência do imposto por transmissão causa mortis e doações − ITCMD, é correto afirmar: a) É isento do ITCMD o herdeiro que levanta valores depositados em nome do de cujus a título de fundo de garantia por tempo de serviço e PIS-PASEP, não recebidos em vida pelo titular. Resposta: Acabamos de ver isso. Acertou? Se errou, vai ter outra chance. Gabarito: certo. 31 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br § 5º Considera-se excesso de meação ou de quinhão o valor atribuído ao côn- juge, ao companheiro ou ao herdeiro superior à fração ideal a qual faz jus, nos termos da Lei federal n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Casei e agora separei. Cada cônjuge tem direito a 50% (nesse exemplo). Se o casal tem um imóvel que vale 100, cadaum deve ficar com 50. Resolvi ser bonzi- nho e dei tudo para a ex-esposa. Incide ITCD nesse excesso. O imóvel vale 300.000. Pago 1% até 20.000. Pago 200. Pago 3% de 20.000 até 50.000. Pago 900. Pago 5% de 50.000 até 150.000. Pago 5.000. Pago 7% acima de 150.000. Pago 10.500. Total: 16.600. Agora, pagarei 8% sobre o total quando: 32 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Parágrafo único. Para fins de cálculo do imposto, na hipótese de sucessivas doações ou cessões entre o mesmo doador ou cedente e o mesmo donatário ou cessionário, serão consideradas todas as transmissões realizadas a esse título, nos últimos doze meses, devendo o imposto ser recalculado a cada nova doação, adi- cionando-se à base de cálculo os valores anteriormente submetidos à tributação, deduzindo-se os valores do imposto já recolhidos. Isso foi feito para evitar a burla do imposto. Vou doar 500 (só um exemplo, tá) para meu filho, mas divido em prestações para não pagar o ITCD. A respeito da incidência do imposto por transmissão causa mortis e doações − ITCMD, é correto afirmar: a) é isento do ITCMD o herdeiro que levanta valores depositados em nome do de cujus a título de fundo de garantia por tempo de serviço e PIS-PASEP, não recebidos em vida pelo titular. b) falecendo o cônjuge meeiro antes de ultimada a partilha do cônjuge pré-mor- to, ambas as heranças deverão ser inventariadas e partilhadas cumulativamente, desde que os herdeiros sejam os mesmos. Incidir-se-á o ITCMD de uma única vez, compreendendo o todo dos bens apurados no inventário conjunto. c) realizar-se-á o fato gerador do ITCMD quando se verificar cessão gratuita pura e simples de herdeiro na ação de arrolamento. d) o herdeiro assistido pela Defensoria Pública, que goza dos benefícios da justi- ça gratuita, é isento do recolhimento do ITCMD ao final da ação de inventário, pois é pessoa hipossuficiente na forma da lei. e) após a promulgação da Constituição de 1988, a alíquota a ser aplicada, quan- do se fizer necessário o recolhimento do ITCMD, é aquela vigente no momento em que se ultimar o inventário. Resposta: “EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. ALVARÁ PARA LEVANTAMENTO DE RESÍDUO SA- 33 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br LARIAL. NÃO INCIDÊNCIA DE ICD. 1. Aplicação à espécie da Súmula 25 deste Tribunal, segundo a qual ‘Não incide o imposto de transmissão causa mortis sobre resíduo salarial, nem sobre saldos de FGTS, PIS ou PASEP, não recebidos em vida pelo titular’, ressalvado o entendimento pessoal do relator no sentido de que, seja em casos de arrolamento sumário, seja em procedimentos de jurisdição voluntária que visem à expedição de alvarás autorizativos de levantamento de resíduos de natureza salarial, não há que se controverter – nem tampouco decidir – a respeito da incidência ou não de ICD, porquanto matéria estranha àqueles procedimentos. 2. Apelação improvida.” Gabarito: A O ITCMD a) é devido em favor do Estado do domicílio do donatário, no caso de doações de bens móveis. b) poderá ser progressivo, a despeito da inexistência de disposição expressa autorizando a progressividade das alíquotas do ITCMD no texto constitucional. c) é devido em favor do Estado do donatário para o caso de doações de imóveis localizados no exterior, desde que o donatário seja domiciliado no Brasil. d) é devido em partes iguais aos Estados envolvidos, sempre que haja plurali- dade de domicílios civis. e) poderá ser cobrado concomitantemente com o ITBI na hipótese de transmis- são de bens móveis. 34 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Resposta: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL: PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATE- RIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. RECURSO EX- TRAORDINÁRIO PROVIDO. Súmulas importantes do STF: Súmula 112. O imposto de transmissão causa mortis é devido pela ALÍQUOTA vigente ao tempo da abertura da sucessão. Súmula 113. O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação. Súmula 114. O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da homologação do cálculo. Súmula 115. Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a homologação do juiz, NÃO incide o imposto de transmissão causa mortis. Súmula 331. É legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida. Gabarito: B 35 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Concluído o julgamento de recurso extraordinário em que se discutia a incidên- cia do IPVA sobre a propriedade de embarcações (v. Informativos 22 e 103). O Tribunal, por maioria, manteve acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas que concedera mandado de segurança a fim de exonerar o impetrante do pagamento do IPVA sobre embarcações. Considerou-se que as embarcações a mo- tor não estão compreendidas na competência dos Estados e do Distrito Federal para instituir impostos sobre a propriedade de veículos automotores, pois essa norma só autoriza a incidência do tributo sobre os veículos de circulação terrestre. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que dava provimento ao recurso para cassar o acórdão recorrido ao fundamento de que a Constituição, ao prever o imposto sobre a pro- priedade de veículos automotores, não limita sua incidência aos veículos terrestres, abrangendo, inclusive, aqueles de natureza hídrica ou aérea. RE 134.509-AM, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. (RE-134509) IPVA: Incidência sobre Aeronaves Com o mesmo entendimento acima mencionado, o Tribunal, por maioria, vencido o Min. Marco Aurélio, declarou a inconstitucionalidade do inciso III do artigo 6º da Lei n. 6.606/89, do Estado de São Paulo, que previa a incidência do IPVA sobre aeronaves. RE 255.111-SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. (RE-255111) 36 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Acerca do imposto sobre a propriedade de veículos automotores, julgue o item abaixo. Os impostos sobre a propriedade de veículos automotores, conforme jurispru- dência do STF, incidem sobre a propriedade de aeronaves e embarcações. Gabarito: se você leu a jurisprudência, acertou. Tá errado. I – 2% (dois por cento), para os veículos terrestres de passeio e utilitários, de fabricação nacional ou estrangeira; III – 1% (um por cento), para veículos terrestres de duas rodas e os de trans- porte de carga e/ou passageiros (coletivos), nacionais e estrangeiros; IV – 1% (um por cento), para embarcações de qualquer tipo; V – 0,5% (cinco décimos por cento), para aeronaves de qualquer tipo; VI – 1% (um por cento), para veículos terrestres destinados à locação, de pro- priedade de locadoras de veículos ou por elas arrendados mediante contrato de arrendamento mercantil. 2% (dois por cento), para os veículos terrestres de passeio e utilitários, de fabricação nacional ou estrangeira; 1% (um por cento), para veículos terrestres de duas rodas e os de transporte de carga e/ou passageiros (coletivos), nacionais e estrangeiros; 1% (um por cento), para embarcaçõesde qualquer tipo; 0,5% (cinco décimos por cento), para aeronaves de qualquer tipo; 1% (um por cento), para veículos terrestres destinados à locação, de propriedade de locadoras de veículos ou por elas arrendados mediante contrato de arrendamento mercantil. 37 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br 38 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br RE 367785 RJ. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPVA. VEÍCULO IMPORTADO. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. 1. Não se admite a alíquota diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. 2. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. STF: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IPVA. VEÍCULO IMPORTADO. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. 1. Não se admite a alíquo- ta diferenciada de IPVA para veículos importados e os de procedência nacional. 2. O tratamento desigual significaria uma nova tributação pelo fato gerador da importação. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 367785 AGR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 09/05/2006, DJ 02-06-2006 PP-00038 EMENT VOL-02235-05 PP-00956 RTFP v. 14, n. 69, 2006, p. 301-302 RT v. 95, n. 853, 2006, p. 139-141 RNDJ v. 6, n. 80, 2006, p. 74) 39 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br STF reafirma que barcos e aviões não pagam IPVA Embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Essa foi a decisão do Plenário do Supremo Tribunal Fe- deral (STF) ao dar provimento, por maioria, ao Recurso Extraordinário (RE) 379572. Para quem quer ver a decisão completa: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=69570 A taxa judiciária tem como fato gerador o ajuizamento de feitos cíveis perante a Justiça Estadual. 40 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Não se exigirá a taxa judiciária nas ações de habeas corpus e habeas data. O contribuinte da taxa judiciária é o autor da ação. A base de cálculo da taxa judiciária é o valor da causa, fixado de acordo com as normas do Código de Processo Civil. São contribuintes da taxa de segurança contra incêndios: I – o titular de estabelecimento comercial, industrial ou prestador de serviços; II – o proprietário, o possuidor a qualquer título ou o detentor do domínio útil, de prédio de qualquer outra categoria. São contribuintes da Taxa de Prevenção Contra Sinistros: I – o titular do estabelecimento comercial, industrial ou prestador de serviços; II – o proprietário, o possuidor a qualquer título ou o detentor do domínio útil, de prédio de qualquer outra categoria; III – o solicitante do serviço sujeito a sua incidência, nos demais casos. A taxa de segurança ostensiva contra delitos tem como fato gerador a presta- ção, efetiva ou potencial, pela Polícia Militar, através de suas Organizações Policiais Militares, de esquema capaz de oferecer serviço de prevenção e combate a assaltos e depredações em locais de alto risco de incidência destes delitos. São contribuintes da taxa de segurança ostensiva contra delitos os titulares de: I – estabelecimentos bancários, casas de crédito, joalherias e guarda de valores; II – estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços; 41 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br A Taxa de Segurança Preventiva tem como fato gerador a prestação efetiva, pela Polícia Militar, através de seus órgãos subordinados, de serviço público de se- gurança preventiva em eventos de caráter particular. Fica instituída a Contribuição de Melhoria, que será arrecadada dos proprietários de imóveis beneficiados por obras públicas e terá como limite total a despesa realizada. Isto tem que decorar. I – memorial descritivo do projeto; II – orçamento do custo da obra; III – determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; IV – delimitação da zona beneficiada; e V – determinação do fator de absorção do benefício para toda a zona ou cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas. 42 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Será exigida a Contribuição de Melhoria pela execução de qualquer das obras a seguir relacionadas: I – abertura e pavimentação de vias públicas; II – construção de estradas de ferro, construção, pavimentação e melhoramen- to de estradas de rodagem. Parágrafo único. Reputa-se feita pelo Estado, qualquer obra realizada por autar- quia ou sociedade de economia mista instituída por lei estadual, ou para a qual, o Estado tenha concorrido com a metade ou mais dos gastos, bem como as realiza- das em convênio com quaisquer entidades pública. É responsável pelo pagamento da Contribuição de Melhoria o proprietário do imóvel, ao tempo do respectivo lançamento. § 1° Nos casos de enfiteuse, será responsável pelo pagamento o enfiteuta. Já sei, esqueceu o que é isso. Enfiteuse JURÍDICO (TERMO) Direito real em contrato perpétuo, alienável e transmissível para os herdeiros, pelo qual o proprietário atribui a outrem o domínio útil de imóvel, contra o paga- mento de uma pensão anual certa e invariável; aforamento. Testada DO IMÓVEL A testada do imóvel é a largura do terreno (incluindo os muros laterais, se existirem). Se o seu imóvel fica numa esquina, deve-se somar a testada da frente (princi- pal) e a testada lateral (secundária). 43 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br A contribuição de melhoria a) tem por fato gerador a valorização de imóvel, em razão de obra pública, e será calculada pela parcela de seu custo, rateada entre os contribuintes beneficiados. Ceeeeerto. CTN, Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato ge- rador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. STF – MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ADI-MC 1772 MG CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA JUDICIÁRIA e CUSTAS: NATUREZA JU- RÍDICA. TAXA JUDICIÁRIA E CUSTAS: ESTADO DE MINAS GERAIS. Lei Mineira n. 6.763, de 1975, art. 104, §§ 1º e 2º, com a redação do art. 1º da Lei Mineira n. 12.729, de 30.12.97. Tabela J referida no art. 104 da Lei Mineira n. 6.763/75, com a alteração da Lei Mineira n. 12.729/97. Tabelas de custas anexas à Lei Mineira n. 12.732, de 1997, que altera a Lei Mineira n. 12.427, de 1996. I. Taxa judiciária e custas: são espécies tributárias, classificando-se como taxas, resultando da prestação de serviço público específico e divisível e que têm como base de cálculo o valor da atividade estatal referida diretamente ao contribuinte, 44 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br pelo que deve ser proporcional ao custo da atividade do Estado a que está vincu- lada, devendo ter um limite, sob pena de inviabilizar o acesso de muitos à Justiça. Rep. 1.077-RJ, Moreira Alves, RTJ 112/34; ADIN 1.378-ES, Celso deMello, “DJ” de 30.05.97; ADIN 948 – GO, Rezek, PLEN., 09.11.95. II. Taxa judiciária do Estado de Minas Gerais: Lei Mineira n. 6.763, de 26.12.75, art. 104, § 1º e 2º, com a redação do art. 1º da Lei Mineira n. 12.729, de 30.12.97, e Tabela J referida no citado art. 104: arguição de inconstitucionalidade com pedido de suspensão cautelar. III. Custas: Tabelas anexas à Lei Mineira n. 12.732, de 1997, que altera a Lei Mineira n. 12.427, de 27.12.96, que dispõe sobre as custas devidas ao Estado no âmbito da Justiça Estadual: arguição de inconstitucionalidade: itens I e II, Tabelas A e B e C e D. IV. Necessidade da existência de limite que estabeleça a equivalência entre o valor da taxa e o custo real dos serviços, ou do proveito do contribuinte. Valores ex- cessivos: possibilidade de inviabilização do acesso de muitos à Justiça, com ofensa ao princípio da inafastabilidade do controle judicial de lesão ou ameaça a direito: C.F., art. 5º, XXXV. V. Cautelar deferida. A jurisprudência do STF firmou orientação no sentido de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natu- reza tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de serviços públicos, sujeitando-se, em consequência, quer no que concerne à sua instituição e majo- ração, quer no que se refere à sua exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial modalidade de tributo vinculado, notadamente aos prin- cípios fundamentais que proclamam, dentre outras, as garantias essenciais (a) da reserva de competência impositiva, (b) da legalidade, 45 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br (c) da isonomia e (d) da anterioridade. [ADI 1.378 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 30-11-1995, P, DJ de 30-5-1997.] = ADI 3.260, rel. min. Eros Grau, j. 29-3-2007, P, DJ de 29-6-2007 Vide ADI 1.926 MC, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 19-4-1999, P, DJ de 10-9-1999 “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – CUSTAS JUDICIAIS E EMOLU- MENTOS EXTRAJUDICIAIS – NATUREZA TRIBUTÁRIA (TAXA) – A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que as custas judiciais e os emolumentos concernentes aos serviços notariais e registrais possuem natureza tributária, qualificando-se como taxas remunerató- rias de serviços públicos, sujeitando-se, em consequência, quer no que concerne à sua instituição e majoração, quer no que se refere à sua exigibilidade, ao regime jurídico-constitucional pertinente a essa especial modalidade de tributo vinculado, notadamente aos princípios fundamentais que proclamam, dentre outras, as garan- tias essenciais (a) da reserva de competência impositiva, (b) da legalidade, (c) da isonomia e (d) da anterioridade. Precedentes. Doutrina. (STF – ADIN 1.378-5 – TP – Rel. Min. Celso de Mello – DJU 23.05.1997) JCF. 236. “Preceito de lei estadual que destina 5% dos emolumentos cobrados pelas ser- ventias extrajudiciais e não oficializadas ao Fundo Estadual de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário – FUNDESP não ofende o disposto no art. 167, IV, da CF. Precedentes. A norma constitucional veda a vinculação da receita dos impos- tos, não existindo, na Constituição, preceito análogo pertinente às taxas.” (STF, RE 570.513-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Julgamento em 16/12/2008) “É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio Poder Judiciário.” (STF, Plenário, ADI 3.151, Rel. Min. Carlos Ayres Britto, julgamento em 08/06/05) “O produto da arrecadação de taxa de polícia sobre as atividades notariais e de 46 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br registro não está restrito ao reaparelhamento do Poder Judiciário, MAS AO APER- FEIÇOAMENTO DA JURISDIÇÃO. E o Ministério Público é aparelho genuinamente estatal ou de existência necessária, unidade de serviço que se inscreve no rol da- quelas que desempenham função essencial à jurisdição (art. 127, caput, da CF/88). Logo, bem aparelhar o Ministério Público é servir ao desígnio constitucional de aperfeiçoar a própria jurisdição como atividade básica do Estado e função especí- fica do Poder Judiciário.” (STF, ADI 3.028, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26/05/2010) SÚMULA 545 Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferen- temente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. SÚMULA 670 O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Súmula Vinculante 19 A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remo- ção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. RATIFICAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA. TAXA DE EXPEDIENTE. FATO GERADOR. EMISSÃO DE GUIA PARA PAGAMENTO DE TRI- BUTO. AUSÊNCIA DOS CRITÉRIOS EXIGIDOS PELO ART. 145, II, CF/88. INCONS- TITUCIONALIDADE. 1. A emissão de guia de recolhimento de tributos é de interesse exclusivo da Ad- ministração, sendo mero instrumento de arrecadação, não envolvendo a prestação 47 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br de um serviço público ao contribuinte. 2. Possui repercussão geral a questão constitucional suscitada no apelo extre- mo. Ratifica-se, no caso, a jurisprudência da Corte consolidada no sentido de ser inconstitucional a instituição e a cobrança de taxas por emissão ou remessa de carnês/guias de recolhimento de tributos. Precedente do Plenário da Corte: RP nº 903, Rel. Min. Thompson Flores, DJ de 28/6/74. 3. Recurso extraordinário. “AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DO FUN- CIONAMENTO DE ATIVIDADE ECONÔMICA. CONSTITUCIONALIDADE. AGRAVO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. A instituição de taxa de localização e funcionamento de atividade econômica é constitucional, uma vez que se dá em razão do legítimo exercício do Poder de Polícia. Precedentes: RE 220.316, Plenário. Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 22.06.2001; RE 588.322 - RG, Plenário, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 16.06.2010; RE 350.120- AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJE de 07.12.2010; RE 361.009- AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJE de 12.11.2010; AI 746.875- AgR, Primeira Turma, Rel. Min. Cármen Lúcia, Dje de 03.12.2010. CTN: recordar é viver. Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de ativi- dades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tran- quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 48 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I – utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquertítulo; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de in- tervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. EMENTA: TRIBUTÁRIO. TAXA DE COLETA, REMOÇÃO E DESTINACÃO DE LIXO. TAXA DE COMBATE A SINISTROS. UTILIZAÇÃO DE ELEMENTOS DA BASE DE CÁL- CULO PRÓPRIA DE IMPOSTOS. CONSTITUCIONALIDADE. I. A Corte tem entendido como específicos e divisíveis os serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, desde que essas atividades sejam completamente dissociadas de outros serviços públicos de limpeza realizados em benefício da população em geral (uti universi) e de forma indivisível. II. Legitimidade da taxa de combate a sinistros, uma vez que instituída como contraprestação a serviço essencial, específico e divisível. III. Constitucionalidade de taxas que, na apuração do montante devido, adote um ou mais dos elementos que compõem a base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não se verifique identidade integral entre a base de cálculo da taxa e a do imposto. IV. Agravo regimental improvido (RE 557957 AGR/SP, STF – Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento: 26.05.2009, DJE: 25.06.200928). Súmula 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 49 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br CTN, Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os re- lativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. CTN, Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato ge- rador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua dispo- sição. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. Notícias STF, 28 de abril de 2014 Taxa para emissão de carnê de recolhimento de tributo é inconstitucional, rea- firma STF O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou seu entendimento contrário à co- brança de taxas para emissão de carnês de recolhimento de tributos. A decisão foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 789218, que teve repercussão geral reco- nhecida e provimento negado por meio de deliberação no Plenário Virtual da Corte, a fim de reafirmar jurisprudência dominante do Tribunal no sentido da inconstitu- cionalidade da cobrança. 50 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br No recurso, o município de Ouro Preto questiona decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) que entendeu inconstitucional a chamada “taxa de expe- diente”. Alegou o município que é possível a cobrança pois há uma prestação de um serviço público, que consiste na emissão de documentos e guias de interesse do administrado. Alega que a decisão do TJ-MG afronta o artigo 145, inciso II, da Constituição Federal, que autoriza a instituição de taxas pelo poder público pela utilização de serviços públicos. Para o relator do RE, ministro Dias Toffoli, o tema reclama o reconhecimento da repercussão geral, tendo em vista a necessidade de o STF reiterar aos entes da federação seu entendimento acerca da taxa de expediente. Segundo esse entendi- mento, a emissão de guia de recolhimento de tributos é de interesse exclusivo da Administração, e constitui um instrumento usado na arrecadação. “Não se trata de serviço público prestado ou colocado à disposição do contri- buinte. Não há, no caso, qualquer contraprestação em favor do administrado, razão pela qual é ilegítima sua cobrança”, afirma o relator. Em decisão tomada por maioria no Plenário Virtual do STF, foi reconhecida a repercussão geral da matéria e reafirmada a jurisprudência da Corte no sentido da inconstitucionalidade da instituição de taxas por emissão ou remessa de carnês e guias de recolhimento de tributos. Quer ir mais a fundo? http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266148 Súmula Vinculante 32 O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas seguradoras. Letra E: Súmula Vinculante 19 A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remo- ção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. 51 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br CF, Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão insti- tuir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do ser- viço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO TRIBUTÁRIO. TAXA. SE- GURANÇA PÚBLICA. EVENTOS PRIVADOS. SERVIÇO PÚBLICO GERAL E INDIVISÍVEL. LEI N. 6.010/96 DO ESTADO DO PARÁ. TEORIA DA DIVISIBILIDADE DAS LEIS. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se consolidou no sentido de que a atividade de segurança pública é serviço público geral e indivisível, logo deve ser remunerada mediante imposto, isto é, viola o artigo 145, II, do Texto Constitu- cional, a exigência de taxa para sua fruição. 2. Da argumentação exposta pela parte Requerente não se extrai a inconsti- tucionalidade in totum do dispositivo impugnado, assim se aplica ao caso a teoria da divisibilidade das leis, segundo a qual, em sede de jurisdição constitucional, somente se deve proferir a nulidade dos dispositivos maculados pelo vício de in- constitucionalidade, de maneira que todos aqueles dispositivos legais que puderem subsistir autonomamente não são abarcados pelo juízo de inconstitucionalidade. 3. Ação direta de inconstitucionalidade a que se dá parcial procedência, a fim de declarar inconstitucional a expressão “serviço ou atividade policial militar, inclusive policiamento preventivo” constante no artigo 2º da Lei n. 6.010/96 do estado do 52 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br Pará, assim como a Tabela V do mesmo diploma legal. EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRA- VO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PRETENSÃO DE CARÁTER TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILI- DADE. ASSOCIAÇÃO. ILEGITIMIDADE. O entendimento desta Corte é no sentido de que não é possível o ajuizamento de ação civil pública com o intuito de impugnar a cobrança de tributos ou pleitear o seu pagamento. Agravo regimental a que se nega provimento.(ARE 794899 AGR/RJ – Min. Roberto Barroso – J: 18.11.2014) EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 163, § 7°, DA CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO: INOCORRÊNCIA DE SANÇÕES POLÍTICAS. AU- SÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 5º, INC. XIII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. 1. A retenção da mercadoria, até a comprovação da posse legítimadaquele que a transporta, não constitui coação imposta em desrespeito ao princípio do devido processo legal tributário. SÚMULA 360 – STJ O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lan- çamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Rel. Min. Eliana Calmon, em 27/8/2008. CTN, Art. 198, § 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. STF, Súmula 439 – Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. 53 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br CTN, Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o au- xílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando víti- mas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. CTN, Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação. No RE 601314/SP, rel. Min. Edson Fachin, 17 e 18.2.2016. (RE-601314), o STF alterou o seu entendimento, consolidando a tese de constitucionalidade do art. 6º da LC n. 105/2001, que prevê a possibilidade de o acesso aos dados bancários por parte de autoridades e agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ser feito sem autorização judicial. O STF entendeu que esse repasse das informações dos bancos para o Fisco não pode ser chamado de “quebra de sigilo bancário”. Isso porque as informações são passadas para o Fisco (ex: Receita Federal) em caráter sigiloso e permanecem de forma sigilosa na Ad- ministração Tributária. Logo, é uma tramitação sigilosa entre os bancos e o Fisco e, por não ser acessível a terceiros, não pode ser considerado violação (quebra) do sigilo. O novo entendimento do STF já era adotado, em parte, pelo STJ, que possui, inclusive, um Recurso Especial repetitivo sobre o tema (RESP 1.134.665/SP). Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou ativi- dades de terceiros: I – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III – as empresas de administração de bens; 54 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br IV – os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V – os inventariantes; VI – os síndicos, comissários e liquidatários; VII – quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Súmula 439, STF. Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. CTN, Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o au- xílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando víti- mas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção. CTN, art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quais- quer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar merca- dorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Súmula 439. Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quais- quer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. As administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servi- dores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas 55 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de ca- dastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. § 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para fins penais; II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou moratória. CTN, art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, ne- gócios ou atividades de terceiros: I – os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições finan- ceiras; III – as empresas de administração de bens; IV – os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V – os inventariantes; VI – os síndicos, comissários e liquidatários; VII – quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. http://www.stf. jus.br/portal/ jur isprudencia/visual izarEmenta.as- p?s1=000313092&base=baseMonocraticas SÚMULA 392 DO STJ: a fazenda pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou in- 56 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br teressado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. Ementa: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. PIS/COFINS. CDA EMBASADA NO ART. 3º, PA- RÁGRAFO 1º DA LEI N. 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECLARAÇÃO PELO STF (CONTROLE DIFUSO). AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ. RECONHECIMENTO. 4. Sendo ilegítima a exigibilidade do PIS e da COFINS nos moldes da alteração promovida pela Lei n. 9.718 /98, com relação à ampliação da base de cálculo des- sas contribuições e sendo cabível a exceção de pré-executividade com fundamento em inconstitucionalidade de dispositivo, deve-se reconhecer a iliquidez da CDA, com fulcro no art. 3º, parágrafo 1º, da Lei n. 9.718/98 5. Entretanto, mesmo que reconhecida a iliquidez do título executivo, é admissível que a Fazenda Pública, de forma privilegiada, proceda à substituição da CDAdefeituosa, desde que não tenha sido proferida a sentença… CTN, Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a di- vulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. § 1º Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pú- blica, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa § 2º o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferên- cia e assegure a preservação do sigilo. 57 de 57 Legislação Tributária de Santa Catarina - Esquematizada Prof. Claudio Roisman www.grancursosonline.com.br § 3º Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para fins penais; II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou moratória.
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