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Meteorologia Física I Prof. Renato Ramos da Silva Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Parte 3 – Poluição – Ciclos Geoquímicos - Estratosfera Meteorologia Física I • 1. Introdução • 1.1 Constituição da atmosfera • 1.2 Natureza da radiação solar e terrestre • 1.3 Relevância para o clima e fenômenos meteorológicos • 1.4 Relevância para sensoriamento remoto • 1.5 Balanço radiativo global 5.5 Poluição Atmosférica. Em localidades urbanas e industrializadas, emissões antropogênicas podem ser tão grandes que a concentração de várias espécies químicas indesejadas causam significante deterioração da qualidade do ar e visibilidade que podem causar problemas á saúde humana. Poluição severa do ar tendem a ocorrer em associação a períodos prolongados de ventos fracos e forte estabilidade estática da atmosfera (Veja a seção 3.6 e Box 3.4). 5.5.1. Algumas Fontes de Poluição • Combustão é a principal fonte de poluição atmosférica. • A queima de combustíveis fósseis é a principal fonte de poluentes atmosféricos como CO, CO2, NOx, e SO2. • Aproximadamente 15% das emissões totais de hidrocarbonos são fontes antropogênicas. • Combustão ideal (ou completa) de um fluido hidrocarbono emite apenas CO2 e H2O. No entanto, uma quantidade ideal de oxigênio é requerida nestas combustões completas, mas isto é muito difícil de ser conseguido. • Carros modernos possuem catalisadores que procuram reduzir as emissões indesejadas. 5.5.2 Smogs O termo smog é derivado da formação de fumaça (smoke) e nevoeiro (fog), ele apareceu devido aos eventos de alta poluição que formam-se em grandes cidades (geralmente no inverno sob ventos calmos e condições estáveis e úmidas) devido ás emissões de dióxido de enxofre e aerossóis a partir de queima de combustíveis fósseis. O caso clássico de Londres • Em Londres emissões de aerossóis (núcleos de condensação) em ambiente de alta humidade relativa criam nevoeiro. • A presença de dióxido de enxofre pode formar ácido sulfúrico. • Em Dezembro de 1952, uma massa de ar frio adentrou pelo Canal Inglês e ficou estacionário sob a cidade de Londres. • Pelo período de 05 dias a cidade de Londres teve um de seus mais severos períodos de poluição. • Neste período a visibilidade foi tão baixa que as pessoas tinham que caminhar com lanternas. • Aproximadamente 4 mil pessoas morreram de problemas respiratórios durante este evento e outras 8 mil pessoas morreram nos meses subsequentes. • Neste período SO2 chegou a uma concentração de 0.7 ppmv (tipicamente é de 0.1 ppmv em períodos poluídos) e a concentração de partículas foi de 1.7 mg/m3 (comparado a 0.1 mg/m3 em condições típicas). 5.5 Poluição Atmosférica. b - Nevoeiros devido á Fotoquímica (Los Angeles) Quando ocorre a combinação de radiação solar, condições meteorológicas de vento fraco com um ambiente urbano altamente poluído podemos ter o nevoeiro fotoquímico. Estes nevoeiros são caracterizados por alta variedade de poluentes ricos em óxidos de nitrogênio, O3, CO, hidrocarbonos, aldeídos e algumas vezes ácido sulfúrico. A Fig. 5.12 apresenta variações típicas no curso de um dia nas concentrações de alguns componentes devido á fotoquímica na cidade de Los Angeles. Precursores de ozônio (hidrocarbonos, NOx) surgem no inicio do dia na hora do rush e os aldeídos, O3 e PAN (peroxyacetyl nitrate) tem um máximo no período da tarde. 5.5 Poluição Atmosférica. As concentrações globais de CO2 CH4 e N2O têm aumentado deste a época da revolução industrial. Fig. 5.13 - Variações em concentração (a) CO2, (b) CH4, e (c) N2O nos últimos 300 anos deduzidos a partir das analises de gelo da Groelândia e da Antártida. 5.5 Poluição Atmosférica. 5.6 Ciclos Químicos Troposféricos Algumas espécies químicas podem ser transferidas entre os vários reservatórios (i.e. hidrosfera, criosfera, biosfera e atmosfera). Como estes componentes não podem ser acumulados indefinidamente ocorre ciclos que são denominados ciclos geoquímicos. Fig. 5.14 – Principais fontes e sumidouros de Nitrogênio na atmosfera. Números ao longo das setas são estimativas da media anual Tg(N) por ano; vários graus de incerteza, alguns bastante grandes, estão associados com todos os fluxos. Números entre chaves são o total da espécie na atmosfera. 5.6 Ciclos Químicos Troposféricos Fig. 5.15 – Variações do ciclo do enxofre. 5.7.1 Ozônio estratosférico a. Distribuição • Na estratosfera o O3 tem o papel de reduzir a intensidade de radiação UV (λ entre 0.23 e 0.32 µm). • A absorção influencia o perfil de temperatura. • Está envolvido em várias reações químicas. A Fig. 5.16 mostra resultados recentes de medidas de O3. Os perfis mostram uma clara presença de uma camada entre as alturas 15-30 km de altitude, mas ocorrem variações em termos de latitudes, estações do ano e condições meteorológicas. Uma umidade Dobson (DU) é a espessura, em centenas de milímetros, que o O3 total na coluna ocuparia a 0oC e 1 atm. A coluna total de O3 na Terra é de aproximadamente 300 DU. Isto é, se todo o O3 da atmosfera for trazido a temperatura de 0 oC e 1 atm ele teria uma camada de apenas 3mm). Fig. 5.16 - Distribuição média vertical da distribuição de ozônio baseado em medidas em diferentes latitudes (em graus). Note o aumento na coluna de ozônio (DU) conforme aumenta a latitude. Medidas in situ dos perfis verticais de O3 podem ser obtidos por sondas atmosféricas, que podem ser levadas por balões. 5.7.1 Ozônio estratosférico Medidas in situ dos perfis verticais de O3 podem ser obtidos por sondas atmosféricas, que podem ser levadas por balões. http://www.wmo.int/pages/prog/arep/ gaw/ozone/davis.html http://www.awi.de/en/infrastructure/stat ions/neumayer_station/observatories/me teorological_observatory/upper_air_soun dings/ozone_soundings/ http://www.awipev.eu/routine-data/latest-o3-soundings.html Ozônio pode ser estimado por satélites usando as técnicas demonstradas na Fig. 5.17, denominadas por (a) espalhamento retroflexo UV(BUV), (b) ocultação, (c) emissão pelo limbo, e (d) espalhamento pelo limbo. 5.7.1 Ozônio estratosférico Fig. 5.17 – Quatro técnicas passivas para medir o ozônio a partir de satélites. Teoria de Chapman Em 1930 Sidney Chapman (geofísico inglês) propôs um esquema simples para explica a manutenção de concentrações de equilibro de O3 na estratosfera. A reação consistia da dissociação de O2 por radiação UV ( comprimento de onda < 0.242 µm). O2 + hν 2O (5.43) A reação do oxigênio e oxigênio molecular formam o O3 O + O2 + M O3 + M (5.44) (onde M representa N2 ou O2), a dissociação de O3 (ocorre para λ < 0.366 µm) O3 + hν O2 + O (5.45) E a combinação de oxigênio atômico e O3 para formar o O2 O + O3 2O2 (5.46) 5.7.2 Perturbações antropogênicas ao ozônio estratosférico: O buraco na camada de ozônio. Mudanças na concentração de componentes catalíticos pode ser induzida por ações antropogênicas, e portanto alterar o balanço entre as fontes e sumidouros de O3 na estratosfera. Fig. 5.19 – Observações por satélite da coluna total de ozônio no hemisfério sul durante Outubro para 8 anos desde 1970 até 2002. (DU). Dados mais recentes podem ser obtidos da NASA em: http://ozonewatch.gsfc.nasa.gov/ Fig. 5.20 – Extensão da Área do buraco na camada de ozônio (menos de 220 DU), médias de Setembro a Outubro de 1979 a 2003. Durante o inverno austral (Junho-Setembro), o ar da estratosfera sobre a Antártida não interage com ar de latitudes medias devido á circulação do vórtice que é amparado por ventos de oeste que circundam o polo sul. Devidoá ausência de aquecimento solar no inverno austral, este ar é extremamente frio e fica retido em uma circulação denominada Brewer-Dobson (Fig. 5.21). Nuvens altas denominadas “nuvens polares estratosféricas” (PSC) formam-se no interior do vórtice, onde as temperaturas podem ficar abaixo de -80oC. Na primavera austral, as temperaturas aumentam, os ventos do vórtice se enfraquecem, e por Dezembro o vórtice desaparece. Em Setembro, quando a luz do sol retorna, a concentração de O3 diminui drasticamente. http://earth.nullschool.net/#current/wind/isobaric/70hPa/orthographic=-46.86,-84.29,299 Fig. 5.25 - Média mensal da coluna vertical de profundidade ótica de aerossol de comprimento de onda de 1 µm, integrado de 40 km para baixo até 2 km acima da tropopausa, de 1979 até 2003. Dados do Ártico são medidas ao norte de 65N e Antártica são medidos ao norte de 65S. Alguns dos vulcões ativos estão indicados. As mudanças mais notáveis foram devido aos El Chichon (4 Abril 1982) e Pinatubo (15 Junho 1991). As fontes mais significantes de SO2 na estratosfera vem de erupções vulcânicas. O efeito destas erupções podem afetar a profundidade ótica dos aerosóis. 5.7.3 Aerosois e enxofre na Estratosfera Como os vulcões afetam o clima? https://eos.org/meeting-reports/how-do-high- latitude-volcanic-eruptions-affect-climate
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