Prévia do material em texto
BIOQUÍMICA Metabolismo de ácidos graxos Ácidos graxos Triacilgliceróis • Componentes de membranas (fosfolipídeos, glicolipídeos); • Direcionamento de proteínas • Hormônios e mensageiros intracelulares • Reserva concentrada de energia reduzidos e anidros Ursos polares (manutenção da temperatura) e aves migratórias (energia para longas travessias) Glicose Ácidos graxos cetona Obtenção de ácidos graxos pelas células: - Gorduras ingeridas na alimentação - Gorduras armazenadas nas células - Gorduras sintetizadas em um órgão para serem exportadas para outro Lipases secretadas pelo pâncreas convertem os triacilgiceróis a ácidos graxos e monoacilgliceróis, para a absorção no intestino. Possibilita o acesso das lipases Tecidos periféricos podem ganhar acesso às reservas energéticas de lipídeos armazenados no tecido adiposo 1 – Mobilização dos lipídeos, que são degradados a ácidos graxos e glicerol (liberados no tecido adiposo e transportados a outros tecidos) 2 – Ativação dos ácidos graxos e transporte para dentro das mitocôndrias 3 – Degradação dos ácidos graxos até acetil-CoA, que entra no ciclo de Krebs. Mobilização dos lipídeos Epinefrina e glucagon são secretados em resposta à baixos níveis de glicose no sangue Albumina do soro serve como transportadora dos ácidos graxos, que são insolúveis. A lipólise gera ácidos graxos e glicerol Ativação dos ácidos graxos ATP impulsiona a formação de uma ligação tioéster entre a carboxila de um ácido graxo e a sulfidrila da coenzima A. Essa ativação ocorre em duas etapas na membrana mitocondrial externa, onde é catalisada pela acil CoA sintetase. A reação torna-se irreversível pela hidrólise do pirofosfato inorgânico Ativação por adenilação Transporte para o interior das mitocôndrias Oxidação dos ácidos graxos (-oxidação) 1a reação de oxidação Oxidação da acil CoA por uma acil CoA desidrogenase, originando uma enoil CoA com uma dupla ligação trans entre C-2 e C-3. Flavoproteína de transferência de elétrons 1,5 ATP é gerado a partir do FADH2 Destino do FADH2 Hidratação da dupla ligação entre C-2 e C-3 pela enoil coA hidratase Hidratação L-3-Hidroxiacil CoA transforma a hidroxila em C-3 em uma cetona, e gera NADH 2a reação de oxidação Clivagem pela -ceto tiolase da 3-cetoacil CoA pelo tiol de uma segunda molécula de coenzima A, gerando acetil CoA e acil CoA encurtada de dois C. Clivagem da 3-cetoacil CoA Um novo ciclo se inicia… Estágios de oxidação dos ácidos graxos Estágio 1 - -oxidação (um ácido graxo de cadeia longa é oxidado para produzir resíduos acetila na forma de acetil-CoA. Estágio 2 – Os resíduos acetila são oxidados até CO2 pelo ciclo do ácido cítrico Estágio 3 - Os elétrons provenientes das oxidações ocorridas em 1 e 2 são passados para o O2 na cadeia respiratória, fornecendo energia para a sintese do ATP por meio da fosforilação oxidativa. Qual o saldo energético da oxidação do palmitato? 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 a Palmitato (forma ionizada do ácido palmítico) Esqueleto carbônico 16:0 Nome sistemático n-Ácido hexadecanóico (n-hexadecanoato) Em cada ciclo de reações, uma acil CoA é encurtada de dois carbonos, e formam-se um FADH2, um NADH e uma acetil CoA. Qual o saldo energético da oxidação do palmitato? Qual o saldo energético da oxidação do palmitato? A degradação de palmitil CoA (C16-acil CoA) requer 7 ciclos de reação. No sétimo ciclo, a tiólise da C4-cetoacil CoA dá duas moléculas de acetil CoA. NADH 2,5 ATP FADH2 1,5 ATP Acetil CoA 10 ATP 7 NADH 17,5 ATP 7 FADH2 10,5 ATP 8 Acetil CoA 80 ATP TOTAL 108 ATP Como a ativação do palmitoil-CoA quebra as duas ligações fosfoanidrido do ATP, o custo energético de ativar um ácido graxo é equivalente a duas moléculas de ATP e o ganho líquido por molécula de palmitato é 106 ATP. Degradação de ácidos graxos insaturados e de cadeia ímpar Palmitoleato (forma ionizada do ácido palmitoléico) Ativação e transporte pela membrana mitocondrial ocorre da mesma forma que os ácidos graxos saturados Não é substrato para acil CoA desidrogenase Agora é um substrato regular! Três ciclos de degradação realizados pelas mesmas enzimas que degradam os ácidos graxos saturados A presença de uma dupla ligação entre C-3 e C-4 impede outra ligação dupla entre C-2 e C-3. A cis-Δ3 enoil-CoA isomerase converte essa dupla ligação em uma dupla ligação trans-Δ2. A dupla ligação situa-se agora entre C-2 e C-3. Oxidação dos ácidos graxos (-oxidação) Degradação de ácidos graxos poliinsaturados Dupla cis4 Duplas em posição par redutase e isomeraseDuplas em posição ímpar isomerase Importantes precursores de moléculas de sinalização O excesso é degradado! Δ9,12 três ciclos de β-oxidação dupla ligação cis-Δ3 dupla ligação trans-Δ2 dupla ligação cis-Δ3 Degradação de ácidos graxos de cadeia ímpar Propionil CoA entra no ciclo após ser convertido em succinil CoA Geram propionil CoA e Acetil CoA na volta final de degradação Os ácidos graxos também são oxidados em peroxissomos • A oxidação de ácidos graxos em peroxissomos pára em octanoil CoA • Importante para encurtar cadeias longas para torná- las melhores substratos da -oxidação em mitocôndrias Início da degradação peroxissômica Formação de corpos cetônicos Acetil CoA só entra no ciclo de Krebs se a degradação de lipídeos e glicídeos estiverem equilibradas A disponibilidade de oxaloacetato depende de um adequado fornecimento de glicídeos. No jejum ou diabetes, o ocaloacetato é usado para formar glicose pela gliconeogenese e, por isso nao está disponivel para condensacao com acetil-CoA. Formação de corpos cetônicos Corpos cetônicos são importantes fontes de energia em alguns tecidos Corpos cetônicos são importantes fontes de energia em alguns tecidos Níveis altos de acetoacetato no sangue significam uma fartura de unidades acetila e levam a um descréscimo na velocidade de lipólise no tecido adiposo. Diabetes Animais não podem transformar ácidos graxos em glicose Não há síntese líquida de oxaloacetato pelo ciclo de Krebs Vegetais fazem o ciclo do glioxilato, podendo obter glicose de acetil CoA. Jejum prolongado Síntese de ácidos graxos • Síntese ocorre no citoplasma • Os intermediários na síntese de ácidos graxos são ligados por covalência a sulfidrilas da proteína carreadora de acilas (ACP) • As enzimas de síntese são unidas em uma só cadeia peptídica ácido graxo sintase • O alongamento ocorre por adição sequencial de unidades de dois carbonos, derivadas da acetil CoA. O doador ativado das unidades de dois C na etapa de alongamento é a malonil ACP. A reação é impulsionada pela liberação de CO2. • Redutor NADPH Formação de Malonil CoA Etapa limitante da síntese Acetil CoA carboxilase Síntese de ácidos graxos Acetil transacilase Malonil transacilase Porque a unidade de 4C não é formada por duas acetil- ACP? Descarboxilação = redução da energia livre Síntese de ácidos graxos Cada grupo malonil e acetil é ativado por um tioéster que se une a ácido graxo sintase. Condensação de um grupo acila ativado com 2C derivados do malonil e eliminação de CO2. O grupo -ceto é reduzido a um álcool Síntese de ácidos graxos A eliminação deH2O cria uma dupla ligação A dupla ligação é reduzida para formar o grupo acil- graxo saturado O processo global da síntese do palmitato A cadeia acil-graxo cresce pela adição de grupos de 2C doados pelo malonato ativado e com perda de CO2 a cada ciclo. Após cada adição de 2C, reações de redução convertem a cadeia em crescimento em um ácido graxo saturado com 4C, depois 6C, 8C… O produto final é o palmitato (16:0) Estequiometria da síntese do palmitato Equação para síntese do malonil Coa usado na equação anterior Estequiometria global Os ácidos graxos são sintetizados no citoplasma, enquanto a acetil CoA é formada a partir de piruvato nas mitocôndrias. A acetil CoA tem de ser transferida da mitocôndria para o citoplasma. O oxaloacetato tem que voltar para a mitocôndria Reações de desvio produzem NADPH necessário para a síntese dos ácidos graxos Malato desidrogenase Malato descarboxilase Piruvato carboxilase Síntese de ácidos graxos: Cooperação de várias vias metabólicas O ciclo do ácido cítrico, o transporte de oxaloacetato da mitocondria para o citoplasma e a via pentose fosfato fornecem os átomos de carbono e o poder redutor, enquanto a glicólise e a fosforilação oxidativa fornecem o ATP para suprir as necessidades para a síntese de ácido graxo. Síntese Abundância de glicídeos e energia, e escassez de ácidos graxos Regulação da síntese de ácidos graxos O nível de citrato está elevado quando a acetil-CoA e o ATP estão presentes em grande quantidade, o que significa a disponibilidade de matéria-prima e de energia para a síntese de ácidos graxos. Regulação da síntese de ácidos graxos Lipídeos não são sintetizados quando se necessita de energia Baixa carga energética na célula = Não sintetiza ácidos graxos O citrato facilita a polimerização dos dímeros inativos a filamentos ativos. Regulação da síntese de ácidos graxos O nível de citrato é alto quando Acetil CoA e ATP são abundantes Palmitil CoA (abundante quando há excesso de ácidos graxos) • Provoca dissociação dos filamentos em subunidades inativas • Inibição da translocase que transporta citrato das mitocôndrias para o citoplasma • Inibição da glicose 6-fosfato desidrogenase, que gera NADPH na via pentose fosfato. Regulação da síntese de ácidos graxos Acetil CoA carboxilase também regula a degradação • Malonil CoA, produto da reação da carboxilase, está em excesso quando há abundância de fontes de energia. • Inibe carnitina acil transferase I, impedindo a entrada de acil CoA na matriz mitocondrial em tempos de fartura Inibe acetil CoA carboxilase (aumenta a inibição pela cinase dependente de AMP) fosforilada inativa Epinefrina ou glucagon Situação: Acordar e se exercitar Regulação hormonal da síntese de ácidos graxos Situação: Fim do exercício e alimentação em seguida Insulina Inibe a mobilização de ácidos graxos e estimula a síntese por ativar a carboxilase (estimula fosfatase) desfosforilada ativa Baixo nível de energia da célula (muito AMP) e do organismo (glucagon) lipídeos não são sintetizados Vias de síntese de outros ácidos graxos Ácidos graxos essenciais Reações de alongamento Enzimas na face citoplasmática da membrana do RE Transferência de elétrons na dessaturação dos ácidos graxos A dupla ligação 9 do palmitoleato (16:19) e oleato (18:19) é introduzida por uma reação oxidativa catalisada pela acil-CoA graxo dessaturase O ácido graxo e o NADPH sofrem oxidação de dois elétrons, captados pelo O2. acil-CoA graxo dessaturase Dessaturases vegetais Icosanóides Hormonais são derivados de ácidos graxos poliinsaturados A capacidade da aspirina bloquear estas vias é responsável por seus efeitos de amplo espectro sobre inflamação, febre, dor e coagulação do sangue Acetilação de um resíduo essencial de serina da enzima Mimetiza a estrutura do substrato ou de um intermediário na reação Etanol Lesão hepática Etanol + NAD+ Acetaldeído + NADH + H+ Álcool desidrogenase (citoplasma) O etanol não pode ser excretado Tem que ser metabolizado no fígado Acetaldeído + NAD+ + H2O Acetato + NADH + H + Aldeído desidrogenase (mitocôndria) Acúmulo de NADH inibe a gliconeogênese por impedir a oxidação do lactato em piruvato hipoglicemia e acidose lática Acúmulo de NADH inibe a oxidação de ácidos graxos e induz a síntese no fígado Fígado gorduroso. Etanol Lesão hepática Etanol + NAD+ Acetaldeído + NADH + H+ Álcool desidrogenase (citoplasma) O etanol não pode ser excretado Tem que ser metabolizado no fígado Acetaldeído + NAD+ + H2O Acetato + NADH + H + Aldeído desidrogenase (mitocôndria) As mitocôdrias hepáticas convertem acetato em Acetil-CoA. NADH inibe Krebs e portanto o processamento de Acetil CoA Acúmulo de acetil CoA Corpos cetônicos acidose aumentada O processamento de acetato torna- se ineficiente acúmulo de acetaldeído liga-se covalentemente a muitos compostos morte celular Síntese de triacilgliceróis e fosfolipídeos Síntese de colesterol A síntese de colesterol no fígado é controlada por alterações na quantidade e atividade da 3-hidroxi-3- metilglutaril CoA redutase. Transporte de colesterol LDL é removida do sangue por endocitose mediada por receptor Quando há abundância de colesterol dentro da célula, não são sintetizados novos receptores. Aterosclerose Excesso de LDL no sangue oxLDL captada por macrófagos “células espumosas” placas arteroscleróticas. HDL parece ter uma proteína associada que destrói oxLDL. • Bloqueio da reabsorção de sais biliares pelo intestino, que promoveriam a absorção do colesterol alimentar e dos lipídeos da alimentação Administração de polímeros positivamente carregados (colestiramina) que se ligam aos sais biliares negativamente carregados, impedindo a reabsorção • Bloqueio da síntese Estatinas (lovastatina) inibem HMG-Coa redutase, o ponto essencial de controle na via da biossíntese. Tratamento estimular aumento dos receptores de LDL