Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 74 Servidor Público Resulta do cometimento de crime funcional (CP arts. 312 a 326 e 359-A à 359-H). Seu reconhecimento importa na responsabilização civil e administrativa. Servidor público para efeitos penais (art. 327 do CP): considera-se funcionário público, para os efeitos pe- nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. Equipara- se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. Terminologia funcionário público utilizada errada, leia-se servidor público. O servidor estará sujeito ao sequestro de bens, a requerimento do MP (são delitos de ação pública), quando houver prejuízo à Fazenda Pública. Abuso de autoridade: Lei 4898/65 – também dispensa representação, serão puníveis os atos relativos à liber- dade individual, inviolabilidade de domicílio, correspondência, direitos de locomoção, culto, crença, consciência, voto, reunião, bem como incolumidade física. 9.10.4 Improbidade Administrativa (Lei 8429/92 – LIA) Independentemente de sanções administrativa, penais e civis, o responsável pelo ato de improbidade fica sujeito à responsabilização de acordo com a lei. Prescrição: 5 anos após o término do mandato, cargo em comissão ou função de confiança, e dentro desse período para falta disciplinar de servidor público de cargo efetivo ou emprego público (especificado em lei). Espécies de atos de improbidade: a) Enriquecimento ilícito: decorre da prática de crime ou por abuso de sua função / cargo. b) Prejuízo ao erário. c) Atos que atentam os princípios da Administração. Não é qualquer conduta ilegal ou abusiva que o tipifica como ato de improbidade. Ação para ressarcimento do dano ao erário: imprescritível (CF, art. 37, §5º), pode apurar-se dentro da pró- pria ação de improbidade ou em ação autônoma, e a responsabilidade se estende até os limites da sua herança Apuração: exclusiva do poder judiciário, natureza de ação civil pública. Servidor para efeitos da LIA (muito mais abrangente que o previsto no CP): todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em entidades da Administração direta ou indireta ou fundacional ou empresa incorporada ao patrimônio público ou entidade com mais de 50% do patrimônio / receita anual pública, ou aquele que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (incluem-se inclusive o terceiro que não é agente público). 9.10.5 Meios de punição a) Meios internos: via processo disciplinar e meios sumários (sindicância). b) Meios externos: via processo judicial. Teremos as seguintes regras: - Servidor não estável ou CLT: simples sindicância (nada impede a utilização de processo disciplinar); - Servidor estável: processo disciplinar; - Servidor vitalício: exclusividade do Poder Judiciário; Sem a ampla defesa e contraditório a punição é nula! Ampla defesa no processo administrativo: é verificar o processo e apresentar provas (até mesmo testemu- nhas) para se opor a acusação, através do próprio servidor ou de advogado, sendo vedada a retirada do processo da administração. 9.10.6 Sequestro e perdimento de bens São cabíveis contra os servidores que enriqueceram ilicitamente com o produto de crime contra a Adminis- tração ou por influência ou com abuso de cargo, função ou emprego público. Sequestro: providência cautelar, requerido pelo MP, por representação do Delegado ou da Administração, sua subsistência depende de ação penal no prazo a ser ajuizada no prazo de até 90 dias após o sequestro. Perdimento: medida permanente, resultante do reconhecimento da ilicitude do enriquecimento, é um efeito de condenação. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 75 Domínio Público 9.10.7 Penalidades - art. 127 da Lei 8112/90 a) Advertência – por inobservância à lei ou norma interna que não justifique punição mais grave; b) Suspensão – por reincidência de advertências ou penalidades que não sejam por demissão, tendo prazo máximo de 90 dias; c) Demissão – suas causas estão previstas no art. 132 da Lei 8112/90; d) Cassação de aposentadoria ou disponibilidade – ocorre quando o servidor se aposenta, mas continua tra- balhando. Ao continuar trabalhando, o servidor comete alguma ilicitude, o que ocasiona a cassação de sua apo- sentadoria. 9.11 Direito adquirido Direito adquirido é espécie de direito subjetivo definitivamente incorporado (pois, adquirido) ao patrimônio jurídico do titular (sujeito de direito), já consumado ou não, porém exigível na via jurisdicional, se não cumprido voluntariamente pelo obrigado (sujeito de dever). Exceção: o teto remuneratório é de eficácia imediata e submete as verbas remuneratórias ainda que adqui- ridas sob o regime legal anterior, excluída as restituições já recebidas de boa-fé (entendimento do STF). 10 Domínio Público 10.1 Considerações iniciais Conceito de domínio público: a) sentido estrito (stricto sensu) é o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos ou incorpóreos pertencen- tes ao Estado; b) sentido amplo (adotado pela doutrina): é o poder de dominação ou regulamento que o Estado exerce: - sobre os bens do seu patrimônio (bens públicos); - sobre bens do patrimônio privado (bens particulares de interesse público); - sobre coisas impropriáveis individualmente, mas de fruição geral da coletividade (res nullius). 10.2 Domínio Público Importante exteriorizar o domínio público em poderes de Soberania e em direitos de propriedade, se dá na seguinte forma: a) Domínio eminente: trata-se do poder político pelo qual o Estado submete à sua vontade todas as coisas de seu território (manifestação de soberania interna, não é direito de propriedade), alcança a propriedade priva- da e as coisas impropriáveis, de interesse público. b) Domínio patrimonial: domínio específico e efetivo sobre bens próprios do Estado (direito de propriedade, não de soberania), subordinam-se todos os bens públicos regidos pelo Direito Público. Importante: as normas civis não regem o Domínio Público, apenas suprem as omissões. 10.3 Conceito e classificação de bens públicos Conceito: em sentido amplo todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, crédi- tos, direitos e ações, que pertençam, a qualquer título, à Administração Pública direta e indireta (visão inclusivis- ta). Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Já de acordo com o CC (visão exclusivista – adotada nos concursos) bens públicos são aqueles de domínio nacional, pertencem às pessoas jurídicas de direito público INTERNO (Município, Estado e União). Os bens das empresas Estatais são considerados bens públicos (visão inclusivista adotada por Hely e tam- bém Dr. Saraiva) com destinação especial e administração particular. Tanto que ao ser extinta reverte para o Ente Estatal que a criou e qualquer ato que o lese poderá ser invalidado por ação popular (Lei Federal 4.717/65, art.1º). FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 76 Domínio Público Observação: mas sendo de personalidade privada podem ser dados em garantia real e sujeitam-se a penhora e podem ser alienados na forma estatutária, independentemente de lei (salvo bens imóveis). No mais regem pelas normas de Direito Público (utilizado de forma diversa dos fins especiais, o bemretorna para o patrimônio público). 10.3.1 Classificação dos bens públicos Quanto a sua titularidade: podem ser bens Federais, Estaduais e Municipais, mas todos os bens são nacio- nais, porque integram o patrimônio da Nação, na sua unicidade Estatal. Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração fede- ral, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pesso- al, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Classificação cf. art. 99 do CC - Geral Quanto à destinação Quanto à disponibilide Exemplos Conceito De uso comum do povo Indisponível por natureza Mares, rios, estradas, ruas e praças São de domínio público todos os locais abertos à utilização pública, de uso coletivo, fruição própria do povo. Uso especial Patrimonial indisponível Edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimento fede- ral, estadual ou municipal. Destinam especialmente à execução dos serviços públicos (instrumento p/ serviços) – possuem finalidade pública permanente. Dominicais Patrimonial disponível Os que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de Direito Público, exemplo: terras devolutas. É possível sua utilização para qualquer fim ou até alienados. Todas entidades podem ter bens disponíveis. O art. 99 do CC não é exaustivo, dada a crescente ampliação das atividades públicas, exemplo: mudança do curso de um rio público e a incorporação do seu álveo. 10.4 Administração dos bens públicos Stricto sensu: admite unicamente sua utilização e conservação segundo a destinação natural ou legal de ca- da coisa. Latu sensu: abrange além do conceito supramencionado, a alienação dos bens inúteis /inconvenientes e a aquisição de novos bens, necessários ao serviço público. Regras da administração: - Rege-se pelas normas do Direito Público, aplicando-se supletivamente os preceitos do Direito Privado. - Possível mandado de segurança para proteção do direito líquido e certo para assegurar o domínio público, se a ofensa provenha de ato de outra autoridade pública. - O uso Indevido de bens pode ser repelido por meios administrativos próprios, independentemente de or- dem judicial, amparada pela força pública se for o caso. 10.5 Utilização dos bens a) Uso comum do povo: destinado a toda coletividade, sem distinção de pessoas, como: ruas, avenidas, lo- gradouros públicos, rios navegáveis, mar, praias etc. b) Uso especial / privativo / anormal / particular: destinado a fim pela administração com exclusividade a uma pessoa ou para servir a coletividade, como: edifícios, veículos e equipamentos utilizados por suas reparti- ções, ou seja, utilização singular - podendo ser usado através da autorização, permissão ou concessão do Poder Público. IMPORTANTE: Será grifado de amarelo as diferenças de cada um. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 77 Domínio Público • Autorização de uso: ato unilateral, discricionário e precário, e por vezes até mesmo contratual, solicitado pelo interessado, para que administração consinta na prática de determinada atividade individual sobre o bem público, utilizado para espaços pequenos, e serviços não vultuosos. Não geram privilégios para a administração, não tem requisitos e nem formalidade para efetivação. Exemplos: ocupação de terrenos baldios, terrenos para colocar bolota, uso de máquinas e equipamentos, exploração de bancas de jornais, vestuários de praias etc. • Permissão de uso: ato negocial, unilateral, discricionário e precário, através do qual Administração faculta ao particular utilização de determinados bens públicos nas condições por ela fixadas, utilizado para espaços um pouco maiores e que possui um serviço de maior relevância naquele ponto. Pode ser oneroso ou gratuito, com ou sem condições. É necessário licitação. Exemplos: exploração de rodoviárias, e outras instalações em logradouros públicos, etc. Na autorização de uso e permissão de uso, o ato é revogável unilateralmente a qualquer tempo e sem ônus para a Administração. • Cessão de uso: é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para ou- tro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo determina- do ou indeterminado. Ato de colaboração entre as repartições. - Entre órgãos da mesma entidade: não exige lei; - Entre entidades diferentes: exige-se autorização legal, mas não é necessário registro. Observação: pode a cessão ocorrer a particular (exceção), existindo competitividade é necessário licitação. • Concessão especial de uso: criada pela MP 2220/2001 para regularizar a ocupação ilegal de terrenos pú- blicos pela população de baixa renda sem moradia. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independente- mente do estado civil. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. • Concessão de uso: é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público outorga (caráter contratual e estável a outorga) a utilização exclusiva de um bem de domínio a um particular, para que explore por sua conta e risco, segundo a sua específica destinação. É o caráter contratual e estável da outorga do uso, que diferencia dos demais institutos acima. Geram direitos individuais (intuitu personae) e subjetivos ao concessionário (estabilidade). Sempre prece- dida de autorização legal e licitação para o contrato. • Concessão real de uso ou direito real de uso: é o contrato pelo qual a Administração Pública transfere a utilização remunerada ou gratuita de terreno público ao particular, como DIREITO REAL RESOLÚVEL, para fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou exploração de interesse social. Assim, a conces- são de uso, como direito real, adere ao bem e o acompanha em todas as suas mutações, sendo alienável por ato inter vivos e transferível por sucessão legítima ou testamentária, podendo inclusive ser gravado com hipote- ca ou qualquer outro gravame, porém, com uma única diferença, caso os cessionários, seus adquirentes ou su- cessores não lhe derem o uso prometido ou desviarem de sua finalidade contratual, reverterá à Administração Pública cedente. • Enfiteuse ou aforamento: é o instituto civil que permite ao proprietário atribuir a outrem o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) ao senhorio direto uma pensão ou foro, anual, certo e invariável. É um direito real de posse, uso e gozo pleno de coisa alheia, porém, com obrigação de pagar perpetu- amente uma pensão anual ao Senhorio Direto. 10.6 Alienação dos bens Excepcionalmente pode a Administração ter necessidade ou interesse na alienação de alguns de seus bens. Alienação: é toda transferência de propriedade remunerada ou gratuita sob forma de: venda, permuta, doa- ção, dação em pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. Em regra, a alienação depende de lei autorizadora, licitação e avaliaçãoprévia da coisa a ser alienada, mas há caso de inexigibilidade (exceção). FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 78 Domínio Público Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. São inalienáveis enquanto destinados ao uso comum do povo ou a fins especiais (bem afetado – afetação), mas pode lei, pode ser desafetado de sua destinação originária e tornará um bem dominical, patrimônio dispo- nível. 10.6.1 Alienação de bens imóveis Necessário: declaração de interesse público, avaliação prévia do bem, licitação (regra), autorização legislativa, presidencial (se for da união). 10.6.2 Desafetação e afetação Afetar quer dizer dar destinação pública a um bem que antes não a tinha. O bem estando afetado é insuscetível de alienação. A desafetação, deste modo, consiste em retirar a destinação pública de um bem, ocorrendo muitas vezes no caso da Administração desejar alienar/gravar de ônus o bem. Disposições: - O simples uso do bem público já indica que está afetado; - O simples desuso não retira a afetação; - Os bens apreendidos nas investigações podem ser levados à leilão ou dar destinação pública, ocorrendo afe- tação neste último caso; - A desafetação por ocorrer por lei ou ato normativo; - Em caso de desastres naturais, os bens de uso especial podem ser desafetados sem lei ou ato normativo; 10.6.3 Formas de alienação de bens � Venda (venda e compra): é o contrato pelo qual uma das partes (vendedor) transfere à outra (comprador) o domínio de certa coisa, mediante preço certo em dinheiro. Formalidade p/ bem imóvel: autorização legal (específica), avaliação prévia e licitação. Formalidade p/ bem móvel: autorização legal (pode ser genérica a vários bens), avaliação e licitação prévia. � Doação: é o contrato pelo qual uma pessoa (doador) por liberalidade transfere de seu patrimônio bens ou vantagens para outra (donatária), que os aceita. Pode ser com encargos (nesse caso é necessário cláusula de re- versão) Formalidade: autorização legal (específica), avaliação prévia e licitação. � Dação em pagamento: é a entrega de um bem que não seja dinheiro para solver dívida anterior, desde que o credor consinta no recebimento em substituição da prestação. Formalidade: autorização legal (específica) e avaliação prévia. � Permuta: é o contrato em que as partes transferem e recebem um bem, uma da outra, que se substituem reciprocamente no patrimônio dos permutantes (pressupõe igualdade de valor). Formalidade: autorização legal (específica) e avaliação prévia. � Investidura: é a incorporação de uma área pública, isoladamente inconstruível, ao terreno particular confi- nante que ficou afastado do novo alinhamento em razão de alteração do traço urbano. Formalidade: autorização legal (específica), avaliação prévia e escritura pública registrada no CRI. � Concessão de domínio: forma de alienação de bens públicos, só utilizada nas concessões de terras devolu- tas da União, dos Estados e Município. Formalidade: autorização legal (específica), avaliação prévia, lei para formalização (no caso de concessão rea- lizada a outra entidade) ou e escritura pública registrada no CRI (feita a particular). � Legitimação de posse: é modo excepcional de transferência de domínio de terra devoluta ou área pública sem utilização, ocupada por longo tempo pelo particular que nela se instala (produção econômica), atende à fun- ção social da propriedade, não há usucapião, mas sim um reconhecimento do Poder Público da conveniência de legitimar determinadas ocupações. Formalidade: na forma da Lei (Lei 4504/64). 10.7 Característica dos bens públicos Em regra os bens públicos são: impenhoráveis, imprescritíveis e não sujeitos a oneração. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 79 Domínio Público - Imprescritibilidade: decorre da inalienabilidade originária, art. 2º do Decreto 22.785 e Súmula 340 do STF. Art. 2º Os bens públicos, seja qual fôr a sua natureza, não são sujeitos a usocapitão. Súmula 340. Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser ad- quiridos por usucapião. - Impenhorabilidade: decorre preceito constitucional, admite entretanto sequestro da quantia necessária à satisfação do débito, desde que ocorram as condições do art. 100 da CF. Há regras especiais para a execução con- tra a Fazenda Pública (art.730 e 731 do CPC), para pagamento das requisições judiciais, observar a ordem dos precatórios, sem realizar penhora nos bens públicos. Art. 100. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamen- tos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. - Não oneração: impossibilidade de oneração dos bens públicos (das entidades estatais, autárquicas e funda- cionais), face à inalienabilidade e impenhorabilidade. Só aquele que pode alienar pode empenhar um bem, insti- tuir anticrese ou hipotecar. - Os dominicais e as rendas públicas, também são impenhoráveis em execução judicial, por isso não pode ser onerado, consectário lógico. - Para garantir empréstimos há recursos de emissão de títulos e outros mais. 10.8 Aquisição de bens Feita contratualmente por: compra, permuta, doação, dação em pagamento, desapropriação ou adjudicação em execução de sentença, áreas públicas em loteamentos e concessão. É possível aquisição por usucapião (se rural será da União, se urbano será do Município). Há presunção de abandono pela falta de pagamento dos tributos devidos relativos ao imóvel. - Aquisição onerosa de imóvel depende de autorização legal e prévia avaliação. - Aquisição de bens móveis e semoventes: depende de licitação. - Bens de uso especial e dominicais: dependem de registro imobiliário. - Bens de uso comum do povo (vias e logradouros): estão dispensados de registro imobiliário enquanto man- tiverem aquela destinação. Desatendimento das exigências: invalidação do contrato (por ação popular) e responsabilização criminal do infrator (emprego irregular de verbas ou rendas públicas – art. 315 CP). 10.9 Bens da União – CF, art. 20 São todos os bens que influem em 3 fatores: água, soberania e terras especiais. 10.9.1 Águas públicas São classificadas em águas internas e externas - Águas internas - banham exclusivamente o território nacional ou lhe servem de divisas com estados estran- geiros (domínio da nação sem qualquer restrição). - Águas externas - contornam o continente (domínio fica condicionado às regras internacionais). 10.9.1.1 Águas internas Diretrizes: Código das Águas e Política Nacional de Recursos Hídricos, somente a União pode legislar sobre o uso da água. - Águas nacionais: consoante seu domínio e uso, podem ser públicas ou comuns, ou particulares. As primeiras de uso comum do povo ou públicas dominiais. - Águas Comuns: são correntes não navegáveis nem flutuáveis e de que essas não se façam. - Águas Particulares: são as nascentes e todas as demais situadas em propriedade privada, desde que não es- tejam classificadas entre as públicas ou as comuns. Há regulamentação própria, proteção aos mananciais e a equitativa distribuição de seu consumo. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 80 Domínio Público - Águas Minerais:provenientes de fontes naturais ou de fontes artificialmente captadas que possuam com- posição química ou propriedades físicas ou físico-químicas distintas das águas comuns, com características que lhes confiram uma ação medicamentosa. - Rios Públicos: pertencem aos Estados-Membros ou União, dependendo onde se encontram. - Quedas D’água: com potencial hidroelétrico são consideradas propriedades imóveis distintas do solo para efeitos de exploração ou aproveitamento industrial (art. 176). Assim, desde que seu potencial não implique em redução, será necessário concessão ou autorização federal para sua exploração. 10.9.1.2 Águas externas Organograma dos Limites Marítimos (será usado mais a frente em águas públicas) - Mar Territorial - compreende faixa de 12 milhas marítimas de largura, são públicas de uso comum, inclusive para passagem inocente (contínua e rápida e não prejudicial à segurança), não pode impedir que os navios es- trangeiros transitem nestas, desde que conforme a legislação em vigor (não é ancorar e muito menos causar inci- dente à segurança nacional, é passar por ali, tão e somente). - Zona contígua - faixa que se estende das 12 às 24 milhas marítimas. - Zona econômica exclusiva - faixa de 12 às 200 milhas marítimas. Há soberania para explorar, conservar e gerir os recursos vivos e não vivos das águas. - Alto Mar (patrimônio da humanidade) - todas as águas compreendidas entre a zona contígua de todos os continentes, são águas uso comum de todos, figurando a soberania e domínio nos limites de cada navio ou barco (considerado res nullius). 10.9.2 Terras públicas Origem: originalmente todas as terras eram públicas, por pertencer à Nação Portuguesa, por direito de con- quista. Posteriormente passou-se ao Império e à República. A transferência de terras públicas a particulares se deu por meio de concessão de sesmaria e de data, compra e venda, doação e permuta e legitimação de posse. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 81 Domínio Público Daí a regra: toda terra sem título de propriedade particular é do domínio público. � A CF/1891 atribuiu aos Estados-Membros as terras devolutas, cabendo à União apenas as faixas indispen- sáveis para a defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas federais (art.64). � A CF/1988 definiu os bens públicas da União no art.20: Art. 20. São bens da União: I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias fede- rais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sir- vam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos mar- ginais e as praias fluviais; IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as cos- teiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; VI - o mar territorial; VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - os potenciais de energia hidráulica; IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da admi- nistração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. § 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. 10.9.2.1 Terras devolutas Qualquer área não utilizada pertencente ao domínio público de qualquer ente administrativo, nem destinada a fins específicos. Deslinde de questões de áreas: ação discriminatória (Lei 6.383/76), promovida pelo INCRA (âmbito federal). 10.9.2.2 Plataforma Continental Compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além de seu mar territorial, nos limi- tes de 200 milhas (Lei 8617/93), vide organograma no item ref. Águas Públicas (águas externas) supra. Direitos: Brasil exerce seus direitos de soberania para efeitos de exploração e aproveitamento dos recursos naturais. 10.9.2.3 Terras Tradicionalmente ocupadas pelos Índios São porções do território nacional necessárias à sobrevivência física e cultural das populações indígenas (art. 231, parágrafo 1º, da CF), trata-se de uma posse permanente e usufruto exclusivo das riquezas naturais (art.232, parágrafo 2º, CF), são terras inalienáveis e indisponíveis, e direitos imprescritíveis, sendo demarcadas adminis- trativamente, com homologação do Presidente da República. Nulos e extintos todos os atos praticados em prejuízo dos direitos acima (Lei nº 6.001/73). Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos ori- ginários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. § 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas pa- ra suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas mi- nerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afe- tadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. § 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 82 Domínio Público § 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco. § 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas exis- tentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé. § 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º. 10.9.2.4 Terreno de Marinha Todos os que, banhados pelas águas do mar ou rios navegáveis, em sua foz,vão até 33 metros para a parte das terras, contados desde o ponto em que chega a preamar mé- dio. Pertence ao domínio da União. A utilização desses terrenos para edificações dependem de lei federal. Exceção: áreas urbanas, nas quais as atividades civis ficam sujeitas à regulamentação municipal. 10.9.2.5 Terrenos Acrescidos São aqueles que se formam com a terra carreada pela caudal. 10.9.2.6 Terrenos Reservados Faixas de terras particulares, marginais dos rios, lagos e canais públicos, na largura de 15 metros, oneradas com servidão de trân- sito, faixa no aedificandi. Não passaram ao domínio público, é feita para obras e servi- ços públicos e para o trânsito dos agentes da Administração no desempenho de suas funções. 10.9.2.7 Ilhas Dos rios e lagos públicos do Estado, e rios e lagos limítrofes com estados estrangeiros à União. 10.9.2.8 Álveos Abandonados Passa a pertencer ao proprietário ribeirinho da respectiva margem, sem que tenha que indenizar os terrenos por onde a corrente abrir novo curso. Exceção: se a mudança ocorrer por obra do Poder Público, o antigo álveo passa a pertencer-lhe, devendo in- denizar os proprietários que perderam a propriedade. 10.9.2.9 Faixa de fronteira Destinada à defesa nacional (Lei 6.634/79), são 150 km de largura, paralela à linha divisória do ter- ritório nacional, as alienações e as construções ficam sujeitas às limitações impostas pelos regulamen- tos militares e defesa do Estado. 10.9.2.10 Vias e Logradouros Públicos Pertencem à administração que construírem. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 83 Domínio Público Limitação administrativa: na legislação rodoviária é proibida construções a menos de 15m da rodovia, con- tando o recuo da divisa do domínio público com o particular (restrição de uso apenas). 10.9.3 Jazidas Regime jurídico: é de domínio federal, e podem ser explorados por autorização e concessão, com direito de preferência ao proprietário do solo. Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem pro- priedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessio- nário a propriedade do produto da lavra. § 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o "caput" deste arti- go somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995) § 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. § 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste ar- tigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente. § 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida. Constituem propriedade distinta do solo, a área máxima é de 50ha, é uma massa individualizada de substân- cia mineral ou fóssil de valor econômico. Código de Mineração – trata da lavra e pesquisa, institui órgão fiscalizador e regulamenta toda sistemática da Mineração. Essa fiscalização não exclui competência do Estado e do Município para com o meio ambiente. Só a União tem competência (competência privativa) para legislar sobre tal assunto, mas pode por lei com- plementar autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas. Petróleo e gás (Código do Petróleo) – pertencem à União, a título de domínio privado imprescritível (art. 1º), a EC 9/95 a regra monopolística foi excepcionada, abrindo possibilidade de lavra por empresas particulares ou estrangeiras mediante contrato de risco. - Minérios nucleares – é exclusivo / monopólio da União (dada a relação de segurança do País), trata-se da exploração de urânio, rádio, plutônio e tório. Lei 4.118/62 disciplina a Política Nacional de Energia Nuclear e criou a Comissão Nacional de Energia Nucle- ar (CNEN). - O acordo com a Alemanha Dec. 85/75 com fins pacíficos resultou na criação da Usina Angra I. Devem ter sua localização declarada em lei federal, sem a qual não poderão ser instaladas. 10.9.4 Florestas É a forma de vegetação, natural ou plantada, constituída de grande número de árvores, com o mínimo de espaçamento entre si (mata cerrada). Competência para legislar e proteção: concorrente entre União e Estado (idem florestas) e a preservação ca- bem a todos (incluindo Município). Importante: são consideradas bens imóveis, e seguem a sorte das terras a que aderem. Meios exemplificativos de proteção: áreas de preservação permanente (APP), reserva legal (espécie de servi- dão ambiental), defesa sanitária (a cargo do IBAMA no caso da União). Exploração da floresta: sujeita as normas do Plano de Manejo Florestal Sustentável, que deve ser aprovado pelo SISNAMA, permitida através de concessão onerosa por tempo determinado dependendo de licitação na mo- dalidade concorrência. Manejo florestal: administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando a sustentabilidade do ecossistema. 10.9.5 Fauna Atualmente é incorporado à fauna: fauna silvestre, ninhos, abrigos e criadouros naturais. Competência para legislar e proteção: concorrente entre União e Estado (idem florestas) e a preservação ca- bem a todos (incluindo Município), como a defesa sanitária animal. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 84 Domínio Público Silvestres: animais de qualquer espécie em qualquer fase do seu desenvolvimento, que vivem naturalmente fora do cativeiro. Código de caça e de pesca: para garantir a preservação e reprodução das espécies. Só é permitido a caça amadorística, nas regiões e épocas autorizadas em regulamento, e a pesca também é proibida em certas épocas do ano. 10.9.6 Espaço Aéreo Coisa insuscetível de domínio privado, pela própria natureza, “estrada pública pertencente ao domínio públi- co”. - Convenção de Paris em 1919 (reafirmada em Chicago 1944 / assinado pelo Brasil): adotou o princípio da soberania aérea, direta da do sobrevoo inofensivo e o Poder de cada Estado de fixar normas sobre os voos em seu território. Espaço aéreo e crosta terrestre: altura e profundidade. O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial. Teorias: a) liberdade total do espaço aéreo (ADOTADO NO BRASIL) semelhante às águas do alto mar; b) tridimensional do território das nações: onde a soberania alcança o solo, subsolo e o espaço aéreo em to- da sua extensão acima do Estado subjacente. Código Brasileiro do Ar (modificado Código Brasileiro de Aeronáutica) regulamenta o espaço aéreo e que por convenção adota a lei do abate, após cumprido protocolos internacionais de Direito Aeronáutico, o transporte de drogas, armamento e outros constantes do protocolo, autoriza abater (danificar) aeronave no ar. 10.9.7 Patrimônio Histórico Trata-se de um poder regulatório exercido também sobre as coisas e locais particulares de interesse público (obras, monumentos, documentos e recantos naturais, mesmo que particulares), pois passam a integrar o patri- mônio da Nação através do tombamento (será visto nas modalidades de intervenção da propriedade privada mais à frente). Patrimônio histórico e artístico abrange todos os bens móveis e imóveis, cuja conservaçãoseja de interesse público, por sua vinculação a fatos memoráveis da História pátria, excepcional valor artístico, arqueológico, bibli- ográfico, ambiental, etc. Onde está previsto os bens protegidos: Livro do Tombo. 10.9.8 Proteção Ambiental Visa à preservação da Natureza e todos os seus elementos essenciais à vida humana e à manutenção do equilíbrio ecológico. Meio ambiente é bem de uso comum do povo, e este juntamente com o Poder Público tem o dever de preser- vá-lo e defende-lo, para as gerações presentes e futuras (art. 225). Órgãos integrantes da proteção do meio ambiente: CONAMA, IBAMA, SISNAMA, Ministério do Meio Ambi- ente, etc. Objetivo fundamental da política nacional do meio ambiente: compatibilização do desenvolvimento com a preservação da qualidade do meio ambiente e o equilíbrio ecológico. As normas ambientais se revestem de três aspectos: A. Controle da poluição: considera-se poluição toda alteração de propriedade natural do meio ambiente, causado por agente prejudicial à saúde, bem-estar e segurança. B. A preservação dos recursos naturais: busca por manter o equilíbrio ecológico, limitando administrativa- mente o uso e realizando a desapropriação do bem. C. A restauração dos elementos destruídos: quando é necessário reencontrar o equilíbrio ecológico já de- grado pelo homem ou pela própria natureza. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (cíveis). Para proteção do meio ambiente cabe ação civil pública e ação popular. Responsabilidade civil pelo dano ambiental: OBJETIVA! FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 85 Intervenção na propriedade e no domínio econômico 10.9.9 Patrimônio Genético Trata-se da diversidade biológica e a integridade do patrimônio genético que integram a ecologia. Excluída deste âmbito o patrimônio genético humano. Exploração / conservação: autorização feita pela União, sendo condicionada a uma série de requisitos, e em caso de perspectiva comercial de produto resultante da utilização de componente genético é necessário um con- trato de utilização do patrimônio genético e de repartição dos benefícios. 11 Intervenção na propriedade e no domínio econômico 11.1 Considerações gerais Os Estados sociais-liberais reconhecem e asseguram a propriedade privada e a livre empresa, contudo, es- tão condicionadas ao uso da propriedade e o exercício das atividades econômicas ao bem estar social (art. 170, CF). Para tanto, o Poder Público impõe limites e normas, segundo o interesse público exigir, intervém na proprie- dade privada e na ordem econômica através de atos de império para satisfazer as exigências coletivas e reprimir a conduta antissocial da iniciativa particular. Prevalece a supremacia do interesse público sobre o particular. Domínio Eminente – refere-se aos bens que estão englobados no território de um Estado, ocasião em que es- te o regula o uso dos bens dos particulares que pertencem a este território. Domínio Patrimonial – refere-se ao domínio que o Estado exerce sobre seu patrimônio. Diferente do domínio Eminente, aqui representa a situação do Estado regulando o próprio uso de seus bens públicos. 11.2 Propriedade e domínio econômico A CF assegura o direito individual de propriedade, mas condicionada à função social ou bem-estar da comu- nidade (art.5º, XXIII, XXIV, XXV, 22, III, 170, III, CF). Formas de intervenção na PROPRIEDADE PARTICULAR: o Estado intervém através da desapropriação, para mudar sua destinação pública ou de interesse social ou mesmo para acudir a uma situação de iminente perigo público, mediante requisição. Em outros casos, contenta-se em ordenar socialmente seu uso, por meio de limita- ções administrativas e servidões administrativas ou ocupação temporária. No domínio econômico (conjunto e bens e riquezas a serviço e atividades lucrativas), a CF assegura a liberda- de de iniciativa, mas de acordo com o interesse do desenvolvimento nacional e da justiça social, reprimindo o abuso por parte do Poder Econômico. Formas de intervenção na ORDEM ECONÔMICA: o Estado atua para coibir os excessos da iniciativa privada e evitar que desatenda as suas finalidades ou para realização do desenvolvimento nacional e a Justiça Social, atra- vés da repressão ao abuso do poder econômico, do controle de mercados e do tabelamento de preços. 11.3 Bem estar social É o bem comum, do povo em geral, trata-se da satisfação das necessidades da comunidade em geral. Importante: a intervenção em prol da comunidade deve estar dentro do limite constitucional. 11.4 Competência para a intervenção A legislação a respeito da intervenção é privativa da União (art. 22, II e III, e 173, CF). Aos Estados e Municí- pios só cabem as medidas de polícia administrativa (por Delegação do Governo Federal). 11.5 Intervenção no domínio econômico Ao Estado cabe fiscalizar, incentivando, planejando a iniciativa privada, respeitando os princípios da ordem econômica, e supletivamente, atuará diante de justificativa nos casos expressamente permitidos pela CF e na forma que a lei estabelecer. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 86 Intervenção na propriedade e no domínio econômico O Poder Público busca reprimir os abusos, controlando o mercado e os preços por meio de leis para se atingir uma justiça social e o bem estar da população. Formas de atuação do Estado Brasileiro: a) Estado regulador - é a regra geral, o Estado normatiza e regula a atividade econômica, fiscalizando, incen- tivando e planejando. b) Estado executor - é exceção, dá-se quando o Estado exerce diretamente as atividades econômicas desti- nadas à iniciativa privada, nas hipóteses permitidas pela CF. 11.5.1 Condutas que devem ser reprimidas � Monopólio – trata-se da concentração do poder econômico em uma empresa ou grupo econômico; Observação: O art. 177 define as atividades que é monopólio da União, principais: comércio de petróleo e de gás natural, a energia nuclear, os serviços postais (correios), e o serviço de telegrama. � Truste – é a imposição das grandes empresas sobre os concorrentes menores, visando a afastá-los do mercado ou obriga-los a concordar com a política de preços do maior vendedor. � Cartel – é a composição voluntária dos rivais sobre certos aspectos do negócio comum; 11.5.2 Formas de intervenção a) Controle de abastecimento - onde o Estado controla a quantidade de produtos necessários a manter no mercado matéria-prima, produtos e serviços suficientes para atender às exigências da população. Exemplo: o Poder Público compra sacas de café que estão em excesso durante uma época e, quando este produto estiver em falta, ele coloca no mercado, controlando os preços em ambas as ocasiões; b) Tabelamento de preços – privativa da União, sendo que no Brasil, ao invés de tabelar os preços, há a impo- sição de um preço mínimo e máximo para proporcionar uma concorrência leal. 11.6 Intervenção na propriedade É todo ato do Poder Público que, fundado em lei, compulsoriamente retira ou restringe direitos dominiais privados ou sujeita o uso de bens particulares a uma destinação de interesse público. 11.6.1 Espécies de intervenção na propriedade 1. Restritiva – o Poder Público não toma para si o bem, mas o restringe. Esta restrição pode se dar por tom- bamento, limitações, servidões etc. 2. Supressiva – o particular PERDE a propriedade do bem para a Administração. Geralmente, a supressão ocorre por desapropriação ou expropriação. A modalidade supressiva retira o direito de propriedade do particu- lar por motivo de interesse público. 11.6.2 Modalidades 11.6.2.1 Servidão administrativa É umônus real de uso imposto pela Administração à propriedade particular para assegurar a realização e con- servação de obras e serviços públicos ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos efetivamente suportados pelo proprietário. A servidão é instituída por acordo, lei ou por decisão judicial. Sua diferença para a ocupação temporária é que a servidão ocorre por tempo indeterminado. É diferente da limitação, pois a servidão afeta o caráter exclusivo da propriedade, já a limitação, por sua vez, afeta o caráter absoluto da propriedade, já que o Estado apenas limita a utilização, mas apenas o particular usa. Só se efetiva com o registro no CRI** Indenização: somente se resultar prejuízo ou dano à propriedade particular. Extinção: 1) interesse público; 2) desaparecimento do bem; 3) consolidação (quando o Estado adquire a propriedade do bem, a coisa deixa de ser alheia). A extinção só ocorre após averbação no CRI. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 87 Intervenção na propriedade e no domínio econômico 11.6.2.2 Requisição Forma coativa, unilateral do Estado, para realizar determinado serviço pela presença de perigo. É temporá- rio, sendo assim uma intervenção provisória que pode recair sobre bens móveis, sobre imóveis e também sobre serviços. Podem ser tomadas mediante uma execução imediata e direta da autoridade requisitante e indenização ul- terior, para atendimento de necessidades coletivas urgentes e transitórias. Exemplo: é possível se requisitar o hospital particular, os aparelhos hospitalares e/ou o serviço do hospital (em caso de calamidade pública). ** Também é possível a requisição de bens consumíveis desde que eles sejam fungíveis. Existe a requisição civil e a militar (resguardo à segurança interna e manutenção da Soberania Nacional). Ato puramente de império. 11.6.2.3 Ocupação temporária Uso da propriedade por determinado tempo devido a um motivo de utilidade pública, não havendo assim si- tuação de perigo (urgente). Pode ser remunerada ou gratuita, sendo indenizável eventual prejuízo, não é permitida a demolição ou alte- ração prejudicial à propriedade particular, deve ser usada momentaneamente e inofensivamente. Diferença da requisição: não há urgência, o Estado não intervém. Diferença da servidão: período determinado. 11.6.2.4 Limitação Administrativa Trata-se de uma modalidade de supremacia geral, condicionamento da propriedade privada e das atividades individuais ao bem-estar da comunidade. Intervenção geral e abstrata, isto é, atinge todos os bens que estão naquela mesma situação. Exemplo: no li- toral, os prédios não podem ultrapassar determinada altura, logo todos os prédios nesta situação devem obede- cer esta norma. Produz efeitos ex nunc, isto é, atinge os bens a partir do momento da imposição dessa limitação. Por regra, não é indenizável, mas pode se demonstrar prejuízo excessivo. Nas propriedades que sofrem limitações administrativas de preempção (preferência na compra durante 5 anos da data da limitação), se alienado o imóvel sem a anuência da Administração, será caracterizado fraude. Cientificando da venda, se o município não se manifestar em 30 dias, ocorrerá a chamada recusa tácita Importante: o poder público municipal pode definir determinadas áreas de preempção. 11.6.2.5 Tombamento (Dec. Lei nº 25/1937) Conceito: é a declaração pelo Poder Público do valor histórico, artístico, paisagístico, turístico, cultural ou ci- entífico de coisas ou locais que, por essa razão, devam ser preservados de acordo com a inscrição em livro pró- prio. Não acarreta transferência de propriedade!! Apenas proíbe que ele venha a ser destruído ou descaracteri- zado. Pode incidir sobre bens móveis ou imóveis, porém desde que sejam bens corpóreos (materiais). O Finalidade: proteger um patrimônio histórico. - Tombamento individual: feito sob um único bem; - Tombamento geral: abrange uma coletividade de bens; Observação: Um único bem pode ser tombado várias vezes. Exemplo: uma escultura pode ser tombada pelo Município, Estado e União. Legitimados: União, Estado e Município, podendo ser utilizado intermediação de órgãos especializados como o IPHAN (Instituto Brasileiro de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A depender do tombamento, automaticamente é instituída uma servidão de vista sobre os terrenos vizinhos. 11.6.2.5.1 Processo Poder Público declara o valor do bem (histórico, bibliográfico, etc.) � notificação do proprietário � oportu- nidade de defesa (causa de nulidade se não observado essa prerrogativa) � é constatada por perícia, que realiza- rá um laudo negativo ou positivo de patrimônio histórico, se positivo � conclusão do processo � registro no livro e no cartório, se necessário. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 88 Intervenção na propriedade e no domínio econômico O tombamento tem caráter perpétuo, mas existe a figura do tombamento provisório, que nada mais é do que uma cautelar administrativa para evitar que o sujeito destrua o bem durante o processo de tombamento. No final deste processo, o tombamento provisório é convertido em tombamento definitivo. Contudo, mesmo tendo natureza perpétua, o tombamento pode ser desfeito em casos de destruição por força maior, como exemplo. Formalização: registrado no livro do tombo, mas, se for BEM IMÓVEL, além de registrar no livro do tombo, registra também no cartório do registro de imóveis. 11.6.2.5.2 Medida contra o tombamento Buscando o não reconhecimento do tombamento, o proprietário pode se utilizar de Processo Administrativo ou Judicial: - Na via administrativa será lavrado um laudo positivo ou negativo através de um estudo antropológico, de- vendo o proprietário preservar o bem na forma em que ele se encontra em 60 dias. - Caso procure a via judicial, o proprietário se usará de ação declaratória da não existência de patrimônio his- tórico (procedimento comum). 11.6.2.5.3 Indenização Em regra, não há indenização, pois o proprietário permanece com o bem. Contudo, se a limitação interditar ou comprometer o uso ocorrendo a indenização ao particular. Exemplo: uma casa passa a receber diversas pessoas todos os dias, as quais querem tirar fotos e conhecer o lugar, atrapalhando o sossego e uso da propriedade pelo seu dono. Também será indenizável, inclusive com isenção de impostos (IPTU), as despesas decorrentes de condições impostas para conservação dos bens (despesas extraordinárias que antes não ocorriam). 11.6.2.6 Desapropriação Conceito: é a transferência compulsória da propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para superior) para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade pública, ou ainda, por inte- resse social, mediante prévia e justa indenização em dinheiro (art. 5º XXIV), salvo exceções Competência Legislativa: privativa da União. 11.6.2.6.1 Requisitos constitucionais - Utilidade / necessidade pública: a única diferença entre estas duas é que na utilidade não há urgência (re- gra), mas na necessidade pública há (exceção). Na utilidade há uma conveniência mas não é imprescindível, o que não ocorre com a necessidade. - Ou interesse social/público, a desapropriação é apenas para dar função social à propriedade, a fim de pro- mover a justa distribuição da propriedade ou condicionar seu uso ao bem-estar social. - Justa e prévia indenização: salvo caso de utilização ilegal da propriedade (tráfico de entorpecentes); O valor deverá considerar: valor do bem, suas rendas, danos emergentes e lucros cessantes, além dos juros compensatórios e moratórios, despesas judiciais, honorários e correção monetária. Acerca dos juros, serão pagos os compensatório pelo pagamento do valor justo, contados a partir da posseadquirida pelo Estado. Assim, apenas com o não pagamento que ocorrem os juros. 11.6.2.6.2 Características 1) Forma originária de aquisição da propriedade pelo Estado, relacionando-se com a afetação, pois não há nenhum título anterior. Pode ser direta (quando há os procedimentos e indenização prévia) ou indireta (quando não ocorrem os dois fatores da Direta), sendo urbana ou rural (através de reforma agrária). 2) É procedimento administrativo composto de duas fases: - Declaratória: indicação da necessidade, utilidade ou interesse social; - Executória: estimativa da indenização e a transferência do bem; 3) Todos os direitos patrimoniais presta-se à desapropriação: excluem-se os personalíssimos, e a moeda corrente (podem as moedas raras). 4) A desapropriação pode ocorrer tanto nos casos de atividade lícita do proprietário quanto decorrente de atividades ilícitas (sem indenização). FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 89 Intervenção na propriedade e no domínio econômico 5) Desapropriação indireta consiste em esbulho: é situação de fato que permite as ações possessórias pelo particular, mas consuma-se o apossamento (não caberá as ações) se os bens vierem a integrar o domínio público, sendo necessário a reivindicação da indenização. 6) A desapropriação da propriedade é regra, mas pode somente a posse ser desapropriada. 7) É permitida a desapropriação de quotas de uma sociedade. 8) É possível a desapropriação de bens públicos: somente pelas entidades superiores (hierarquicamente) so- bre as inferiores, e com autorização para o ato (exemplo União � Estado). 9) Os bens das autarquias, fundações, empresas estatais, concessionários e demais delegados do serviço são expropriáveis, independente de autorização mas dependerá da entidade superior de quem os instituiu. 10) As jazidas com autorização, concessão e licenciamento para lavra ou pesquisa não podem ser desapro- priadas por entidades menores, e sem prévia anuência da União. 11) Os destinatários dos bens será o Poder Público e seus delegados. Exceção: quando a desapropriação for para urbanização e por interesse social, que visa a distribuição da pro- priedade. 12) Desapropriação por zona está autorizada: consiste na ampliação da expropriação às áreas que se valori- zem extraordinariamente em consequência da realização de obras ou serviços públicos. 13) É permitida a desapropriação para urbanização ou reurbanização, com a criação de bairros industriais, zoneamento de bairros obsoletos, para modificação do traçado viário, etc. 11.6.2.6.3 Desapropriação comum (indenização em dinheiro) x especial (exceções) Desapropriação comum: com indenização justa, prévia e em dinheiro. Desapropriação especial: exceções constitucionais, paga de forma diferenciada. Exceções do pagamento em dinheiro: - títulos da dívida agrária no caso de reforma agrária (feita pelo INCRA). � Desapropriação especial urbana (inobservância do Plano Diretor do Município) – aqui, se o imóvel urba- no não estiver cumprindo a função social prevista no plano diretor da cidade, esse imóvel sofrerá algumas restri- ções do Poder Público Municipal. Etapas a serem tomadas pelo Município: 1º notificação do proprietário para parcelamento ou edificação do terreno (1 ano para apresentar o projeto e depois 2 anos para dar início às obras.) >>> 2º IPTU progressivo por 5 anos, com aumento de até 15% (extrafiscalidade – função social) >>> 3º desapropriação sancionatória. Por isso ela não é paga em dinheiro, mas em título da dívida pública, resgatáveis em até 10 anos; � Desapropriação especial rural (reforma agrária): competência exclusiva da União. Desapropriado para fins de reforma agrária. Pago em títulos da dívida agrária, resgatáveis em até 20 anos, a partir do 2º ano de emissão, SALVO benfeitorias úteis e necessárias que deverão ser pagas em dinheiro. - A propriedade rural deve atender a função social: ser produtiva ou utilizada para fins de moradia, atenden- do às questões ambientais. � Desapropriação especial de confisco ou expropriação: não cabe indenização, aquelas utilizadas para o cultivo de substâncias psicotrópicas, para trabalho escravo, bem como os móveis utilizados para o tráfico de drogas. ***Os bens móveis relacionados ao imóvel vão para um Fundo Especial. 11.6.2.6.4 Declaração expropriatória Competência declaratória de desapropriação (dizer que há interesse público) – União, estados, DF e municí- pio, através de decreto ou lei (ato-condição para execução da desapropriação). Desde esse ato fica o expropriante ou seu representante autorizado a ingressar na área para realizar inspe- ções e levantamento de campo, sem prejudicar a normal utilização do imóvel; Observação: ocorrendo a fixação do estado da propriedade permanece o valor que se encontra no momento, independentemente de melhorias, exceto as necessárias e úteis AUTORIZADAS. Caducidade da declaração: 5 anos no caso de utilidade pública e 2 anos no caso de necessidade pública. 11.6.2.6.5 Processo expropriatório Via administrativa ou via judicial. a) EXTRAJUDICIAL: após acordo entre as partes quanto ao preço, será reduzido a termo a transferência, reali- zando-se a transcrição no registro imobiliário. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 90 Responsabilidade Civil do Estado b) Havendo discordância (via JUDICIAL), o Estado executa e pode recorrer ao judiciário (etapa executória ju- dicial) � na CONTESTAÇÃO da fase judicial, pode-se discutir o valor indenizatório (mérito) e questões processu- ais. Demais argumentos (como ilegalidade / nulidade do ato, por exemplo) são por ação própria. Nessa fase poderá ocorrer a imissão na posse provisória pelo Poder Público se alegada urgência (pedido de imissão deve ser feito em 120 dias após a alegação), a imissão ocorrerá em 48h após o depósito do preço. O proprietário pode levantar 80% do valor depositado. A imissão definitiva só ocorre após pagamento integral da indenização. Sentença da ação transitada em julgada � possibilita a aquisição originária pelo Estado. 11.6.2.6.6 Disposições finais a) Direito de Extensão: quando a desapropriação for apenas parte de um bem, o remanescente não pode ser inaproveitável. Deste modo, o proprietário pode pedir a extensão da indenização ao total da propriedade. Exemplo: Estado desapropria 99% do terreno e esse 1% é mínimo. O particular vai requer indenização sobre os 100% da propriedade. ** Pode ser requerido na contestação, pois isto se refere ao valor da indenização. b) Desapropriação por zona: a desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvi- mento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realiza- ção do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreendê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda. Desta forma, a lei autoriza a Administração a declarar a utilidade pública das áreas contíguas (anexa- das/vizinhas) àquelas necessárias à obra ou serviço que será realizado. Concluída a obra principal, o Poder Público deverá dizer quais terrenos vizinhos deverão ser complementados desapropriando-os, uma vez que já haviam sido abrangidas pelo decreto declaratório de utilidade pública. c) Indenização de terrenos marginais dos rios públicos: na faixa reservada pelo Código das águas vêm sendo considerada não indenizáveis (Súmula 479 STF), deve, no entanto, ser reformulado esse entendimento, pois em que pese, já há uma servidão e está recai sobre propriedade particular, como já vem sendo acertado por alguns tribunais. d) Desvio de finalidade: ocorre a tredestinação, que é o mau emprego da finalidade pública, nesse caso o bem ficará sujeito à retrocessão ou anulação(exemplo: desapropriei para construir uma escola, mas construo um fórum). a) Lícita: atende ao interesse público genérico, e não é suscetível de retrocessão. b) Ilícita: configura desvio de finalidade, não atende ao interesse público, e é suscetível de retrocessão. 11.6.2.6.7 Anulação da desapropriação Verificada a ilegalidade do ato (formal ou substancial), caberá ação direta de Ilegalidade ou mandado de se- gurança, esse direito prescreve em 5 anos. Se for ajuizada após a incorporação ao patrimônio público, resolver-se-á em perdas e danos. Retrocessão (só se a ação for julgada antes da incorporação): é a obrigação que se impõe ao expropriante (Poder Público) de oferecer o bem de volta ao expropriado (ex-proprietário), mediante devolução do valor da in- denização, quando não lhe der o destino declarado no Ato Expropriatório ilícita. Importante: a retrocessão possui caráter personalíssimo, não transmitindo aos herdeiros. 11.6.2.6.8 Desistência da Expropriação É possível somente até a incorporação ao patrimônio público, sendo o bem imóvel, e sendo móvel, até a tra- dição. Após, trata-se de Retrocessão. 12 Responsabilidade Civil do Estado 12.1 Considerações gerais A responsabilidade civil traduz a obrigação de reparar danos patrimoniais e se exaure com a indenização. Responsabilidade civil da Administração: impõe à Fazenda pública a obrigação de compor o dano causado a terceiros por seus agentes no desempenho de suas atribuições. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 91 Responsabilidade Civil do Estado Art. 37, § 6º. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responde- rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- ponsável nos casos de dolo ou culpa. - Compreende duas regras: a) Responsabilidade objetiva do Estado; b) Responsabilidade subjetiva do funcionário. 12.2 Evolução doutrinária e teorias 1) Governos absolutos – doutrina da irresponsabilidade do Estado (inteiramente superada) 2) Liberalismo – doutrina civilística / da culpa civil comum (subjetiva) – assemelha o Estado ao indivíduo (existe em alguns países); 3) Atualmente – teoria da responsabilidade sem culpa (objetiva) (adotada no Brasil) – há uma responsabili- dade especial de Direito Público Diante da teoria da responsabilidade sem culpa surgiu a outras teses com variantes nos seus fundamentos: � Da culpa administrativa: representa um primeiro estágio entre a transição da doutrina subjetiva da culpa civil e a tese objetivo. Para esta deve-se existir uma FALTA do serviço em razão de culpa da administração, e o dever era da vítima de comprovar a falta. � Do risco administrativo (adotada no Brasil): não se exige falta nem culpa, basta a lesão, contudo é neces- sário o FATO serviço. A indenização é partilhada entre a coletividade para reparação do erário. � Do risco integral: trata-se de uma visão extremada, onde o Poder Público é obrigado a indenizar todos os danos suportados, ainda que o resultado seja exclusivo da vítima. Excepcionalmente a nossa Constituição fala em teoria do risco integral (quando for dano ambiental, nuclear, bélico). 12.3 Condutas do Estado A conduta pode ser Omissão ou Ação. A ação � responsabilidade objetiva. A omissão � só se responsabiliza se for ilícita (pois se o Poder Público se omite e não tem lei o obrigando, não há responsabilidade) e gerar dano, sendo SUBJETIVA. 12.4 Sujeitos da responsabilidade Deve ser pessoa jurídica de Direito Público ou de Direito Privado que preste serviço Público. Deste modo, uma Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pública que não exerçam atividade pública (serviço público), se responsabilizarão de acordo com o código civil. Exceção: tabelionatos, que respondem objetivamente. - Em construções de obras públicas, se o dano for causado pela execução da Administração ou pelo fato da atividade ser de risco, será OBJETIVA. Contudo, se uma empresa contratada pela Administração executar mal o serviço, deve-se comprovar a CULPA do Poder Público. Polo passivo da ação: o ente público que causou o dano (responsabilidade primária), c/eventual solidarieda- de do ente central (responsabilidade secundária), caso este for omisso na fiscalização. 12.5 Elementos fundantes da responsabilidade objetiva - A alteridade do dano; - A causalidade material entre o eventos damni e o comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente; - A oficialidade de atividade causal e lesiva imputável a agente do Poder Público que tenha, nessa condição funcional, incidido em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou não, do comportamen- to funcional; - A ausência de causa de excludente da responsabilidade. FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 92 Responsabilidade Civil do Estado 12.6 Regras especiais da responsabilidade civil da Administração - Tem que ser entidades que prestem serviços públicos, o que exclui as entidades administrativas indiretas que executam atividade econômica de natureza privada, sendo aplicada responsabilidade subjetiva do direito civil. - Tem de existir um dano direto e certo / específico causado a terceiros em decorrência da prestação de ser- viço público (nexo, causa e efeito). - O dano tem que ser causado por agente das aludidas pessoas jurídicas de direito público ou de natureza privada que exerçam serviço público; - O agente, ao causar o dano, aja nessa qualidade (de agente), não bastando ter a qualidade de agente públi- co, pois, ainda que o seja, não acarretará a responsabilidade estatal se, ao causar o dano, não estiver agindo no exercício de suas funções. - dano moral prescreve por 3 anos contra a Administração (Súmula 39 STJ), se for Sociedade de Economia Mista prescreve em 20 anos. - pelos danos que o terceirizado causar aos administrados é objetiva e solidária, e, caso fiscalize corretamen- te, será subsidiária. - pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais do terceirizado, não gerará responsabili- dade civil para a Administração, salvo se não fiscalizar, caso em que será subsidiária. 12.7 Responsabilidade por atos legislativos e judiciais Ato legislativo típico não há responsabilização. Ato judicial típico, o juiz poderá ser responsabilizado (ação de regresso) pelo dolo, fraude, recusa, comissão ou retardamento injustificado, mas a indenização é pago primeiraramente pela Fazenda Pública. E os praticados normalmente, fundamentados não haverão de ser responsabilizados pela Administração. 12.8 A reparação do dano 12.8.1 Ação de indenização Basta que o lesado acione a Fazenda Pública e demonstre o nexo causal, enquanto não evidenciado a res- ponsabilidade da vítima, subsiste a responsabilidade objetiva. A indenização abrange lucros cessantes, dano emergente, honorários, correção monetária e juros de mora, seguindo-se o pagamento na forma da Fazenda Pública (expedindo precatórios ou RPV). No caso de morte ou lesão, é necessário realizar o enterro ou tratamento respectivamente. 12.8.2 Ação regressiva Requisitos: que a administração já tenha sido condenada a indenizar a vítima (I) e que ela comprove a culpa do agente, pois a responsabilidade é subjetiva (II). IMPORTANTE: a ação transmite-se aos herdeiros e sucessores do servidor culpado (na proporção dos qui- nhões), podendo ser instaurada mesmo após a cessação do exercício do cargo ou função, é imprescritível. Julgamento penal pode dar origem a quatro hipóteses: - Condenação criminal do servidor: também será condenado em sede administrativa e na ação regressiva. - Absolvição pela negativa de autoria ou do fato: não caberá a condenação em eventual ação de regresso. - Absolvição porausência de culpabilidade penal: a Administração pode mover-lhe ação regressiva de inde- nização e perquirir, ainda, sua culpa administrativa, para efeito de punição funcional. - Absolvição por insuficiência de prova ou por outros motivos: não impede que se demonstrem por outras provas, a culpa civil ou administrativa. 12.9 Causas excludentes de responsabilidade 1 - deixa de incidir ou incidirá de forma atenuada quando o serviço público não for a causa do dano ou quando estiver aliado a outras circunstâncias, ou seja, quando não for a causa única; FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 93 Controle da adminsitração 2 - força maior - é evento da natureza - é acontecimento imprevisível, inevitável e estranho à vontade das partes (exemplo: tempestade), não há nexo de causalidade (causa e efeito), observando o artigo 393, parágrafo único do CC; Importante: pode existir responsabilidade do Estado, mesmo na força maior, quando aliada à força maior, ocorrer omissão do poder público na realização de um serviço, mas neste caso a culpa deverá ser comprovada. 3 - caso fortuito - é evento humano é decorrente de ato humano, de falha da administração, não ocorre ex- clusão; 4 – culpa da vítima: se exclusiva da vítima deixará de responder pelos danos, mas se concorrente responde conjuntamente com a vítima descontando parte da indenização; 5 – legitima defesa, inclusive putativa; 6 – estado de necessidade; 7 – exercício regular de direito de um direito reconhecido; 8 – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente; 9 – ausência de nexo causal; 13 Controle da adminsitração Conceito: conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscali- zação e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder. Os três poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo) têm administração própria e controle interno próprio (CF, art. 74). É a faculdade de vigilância, orientação e correção que um Poder, órgão ou autoridade exerce sobre a con- duta funcional de outro; Assim, é fixada a competência dos seus órgãos e agentes, e são estabelecidos os tipos de forma de controle de toda atuação administrativa, para sua defesa própria e dos direitos dos administrados. 13.1 Classificação Tipos de Controle: variam segundo o Poder, órgão ou autoridade que o exercita ou o fundamento, o modo e o momento de sua efetivação. 13.1.1 Quanto à pessoa que exerce Controle executivo (administrativo) é o interno, feito no próprio âmbito da Administração. Ele representa a autotutela do Estado, a qual está presente nas súmulas 346 e 473 do STF. O judicial e o legislativo, por sua vez, são controles externos, controlando a Administração fora de seu âmbi- to. Exemplo de controle externo: as ações judiciais contra o Município, estado ou União. 13.1.2 Quanto à natureza a) Legalidade: tipo de controle para verificar se a administração está atuando dentro dos limites que a lei es- tabelece (feito, geralmente, pelo judiciário). b) Mérito: controle que verifica a conveniência e oportunidade da atuação administrativa. É a forma de ana- lisar o mérito da atuação do Poder Público e controla-lo. Não é feito pelo Judiciário. 13.1.3 Quanto ao âmbito de vinculação a) Hierarquia / hierárquico: é controle entre órgãos e agentes dentro da mesma pessoa jurídica; Resulta de um escalonamento vertical, os inferiores estão subordinados aos superiores, independe de lei e é pleno. - Próprio - é o feito pelas chefias (agentes públicos superiores), os únicos que podem aplicar as correções ne- cessárias (que têm Poder Hierárquico e Punitivo). - Técnico - é feito por órgãos especializados de cada sistema. - Financeiro - é feito pelos órgãos do sistema de contabilidade e auditoria. b) Vinculação: controle entre pessoas jurídicas diferentes dentro da própria administração. A vinculação pode se dar por um controle finalístico ou supervisão ministerial, mas é sempre derivada de lei, exigindo interesse pú- blico. - Finalístico: o controle finalístico é feito pelo Poder Público contra a Administração Indireta (autarquia, fun- dações, empresas públicas e sociedades de economia mista). Estabelecido para as entidades autônomas, indican- do a autoridade controladora, as faculdades a serem exercitadas e as finalidades objetivadas. Exemplo: uma fun- FACULDADE DE DIREITO DE FRANCA – Luís Fernando Freitas – 2017 94 Controle da adminsitração dação criada para levar o ensino musical para pessoas carentes e que passa a exercer função financeira, será con- trolada por fugir de sua finalidade. - Supervisão ministerial: é quando um ministério fiscaliza um ente da Administração Indireta vinculado a ele. Exemplo: Ministério da Agricultura e uma autarquia relacionada. 13.1.4 Quanto à oportunidade a) Prévio ou preventivo: antecede a conclusão ou operatividade do ato, requisito de sua eficácia. Exemplo: a liquidação da despesa, para oportuno pagamento, mandado de segurança. b) Concomitante ou sucessivo: acompanha a realização do ato para verificar a regularidade de sua formação. Exemplo: realização de auditoria durante a execução do orçamento. c) Subsequente ou corretivo ou posterior: se efetiva após a conclusão do ato controlado, visando as devidas correções que, pela presunção, produz efeitos até ser invalidado. Exemplo: a homologação do julgamento de uma concorrência. 13.1.5 Quanto à iniciativa a) De ofício: não depende de provocação do órgão controlador. b) Provocado: depende de provocação do órgão controlador. 13.1.6 Quanto à extensão do controle a) Interno: é todo aquele realizado pela entidade ou órgão responsável pela atividade controlada, no âmbito da própria administração. - exercido de forma integrada entre os Poderes - responsabilidade solidária dos responsáveis pelo controle interno, quando deixarem de dar ciência ao TCU de qualquer irregularidade ou ilegalidade. Através de controladorias, ouvidorias, corregedorias e auditorias. b) Externo: ocorre quando o órgão fiscalizador se situa em Administração DIVERSA daquela de onde a condu- ta administrativa se originou. - controle do Judiciário sobre os atos do Executivo em ações judiciais; - sustação de ato normativo do Poder Executivo pelo Legislativo; c) Controle externo popular: é aquele que pode ser exercido por qualquer um do povo, seja por meio de ação civil pública ou ação popular. Exemplo: as contas dos Municípios ficarão, durante 60 dias, anualmente, à disposi- ção de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. 13.2 Sistema de controle adotado no Brasil De Jurisdição Única: só quem pode julgar com o caráter de coisa julgada material é o judiciário. Isto não im- pede ou afasta o controle da Administração, o processo administrativo. CONTUDO, pela inafastabilidade da juris- dição, quem dá a última palavra é o Poder Judiciário. Assim, a coisa julgada administrativa no direito brasileiro significa dizer que a matéria não pode ser discutida na esfera administrativa, mas nada impede que a matéria possa ser discutida na esfera judicial. 13.3 Controle Administrativo / Interno Controle administrativo é todo aquele que o Executivo e os órgãos de administração dos demais Poderes exercem sobre sua próprias atividade, visando mantê-las dentro da lei, segundo as necessidades do serviço e as exigências técnicas e econômicas de sua realização, pelo que é um controle de legalidade e de mérito. Deriva do poder de autotutela, é exercido: 13.3.1 Meios de Controle 13.3.1.1 Fiscalização hierárquica É exercida pelos órgão superiores sobre os inferiores da mesma Administração, visando a ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas atividades
Compartilhar