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CURA_DO_UMBIGO


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IMPORTÂNCIA A CURA DO UMBIGO DO BEZERRO 
 RECÉM-NASCIDO 
 
 Por favor, nada de trazer o bezerro para o curral para fazer a cura (lembre-se, é 
o local mais contaminado da propriedade), então, faça a cura no piquete maternidade. 
 A terceira causa mais frequente de onfalites é a utilização de produtos 
inadequados na cura da região umbilical. Não se devem utilizar produtos “spray”, pois 
não conseguiremos matar todas as bactérias que estão infectando a região umbilical. 
Precisamos considerar que, tanto a parte externa (do coto umbilical e a pele da região do 
umbigo) quanto a parte interna do coto umbilical (a veia, as artérias e o úraco), já poderão 
estar contaminadas por bactérias quando chegarmos ao piquete maternidade para fazer a 
cura. Então, como poderíamos eliminar a infecção que está dentro coto umbilical usando um 
produto “spray”? O que seria mais eficiente para matar as bactérias que estão em toda a 
região umbilical, por dentro e por fora: pulverizar com um “spray”, que sequer consegue 
molhar o suficiente por fora, sobretudo debaixo dos pelos, ou encharcando o coto umbilical e 
a pele da região por imersão em uma solução antisséptica? Quando fazemos a imersão do 
coto e da pele em uma solução antisséptica de grande poder bactericida, as estruturas do coto 
(veia, artérias e úraco), que ainda estão abertas, conseguem aspirar um pouco dessa solução, 
matando as bactérias que estão por dentro, antes que se espalhem por todo o corpo do 
bezerro; além disso, a pele da região fica completamente encharcada, inclusive debaixo dos 
pelos, e a infecção é evitada. 
Então, a melhor forma de fazer a cura da região umbilical é mergulhar o coto 
umbilical e a pele da região do umbigo em um frasco contendo uma solução de álcool 
iodado a 5%. Esta solução reúne duas características muito importantes. Em primeiro lugar, 
a capacidade do iodo e do álcool de matar as bactérias por dentro e por fora e, em segundo 
lugar, a capacidade do álcool de desidratar e mumificar (¨secar”) as estruturas do cordão 
umbilical, fazendo com que se fechem rapidamente após o nascimento e, então, fechando as 
“portas de entrada” para bactérias que causam infecções em diferentes locais do corpo do 
bezerro e também no próprio umbigo. 
 A solução de álcool iodado a 5% deve ser preparada e utilizada da seguinte 
forma: 
1) Misturar álcool comum e tintura de iodo a 10% na proporção de 1:1 (Por exemplo: 1L 
de álcool + 1L de tintura de iodo a 10 %). Manter a solução em um recipiente escuro, pois a 
luz solar inativa o iodo (por exemplo, garrafa de cerveja ou enrolar o recipiente com jornal). 
2) Colocar um pouco da solução de álcool iodado a 5 % em frasco de boca larga (Por 
exemplo: frasco de Toddy de 250 mL ou copo de dipping de ordenha sem retorno). A 
solução de iodo deve ser descartada sempre que estiver suja. 
3) Cortar o cordão umbilical a cerca de 5 a 7 cm da pele, após desinfetar a tesoura na 
solução de álcool iodado a 5%, se o coto estiver muito comprido. 
4) Mergulhar o coto do cordão umbilical e toda a pele da região do umbigo na 
solução de álcool iodado a 5%, por 1 minuto, para que as estruturas do umbigo 
aspirem um pouco da solução. No período da seca, como o risco de contaminação é 
menor, realizar este procedimento uma vez ao dia, durante três dias seguidos. Nas 
águas, por causa excesso de barro e moscas, deve-se realizar a imersão duas vezes ao 
dia, durante cinco dias seguidos ou até que o coto do umbigo esteja complemente seco. 
Lembrar que, se o bezerro ficar o com a vaca, ela vai lamber a região umbilical, retirando a 
solução, e, por isso, deve-se fazer a imersão mais vezes. O cuidador dos bezerros deve 
palpar e observar o umbigo diariamente, para ver se já está bem seco e sem a presença de 
pus ou sangue, quando, então, se pode finalizar a cura. 
5) Caso ocorra algum sangramento, pode-se amarrar o coto com um barbante, depois de 
desinfetá-lo na própria solução de álcool iodado a 5%. 
A falta de um local adequado para o nascimento do bezerro (piquete maternidade) e as 
falhas na cura da região umbilical do bezerro recém-nascido apresentadas aqui fazem com que 
os animais desenvolvam onfalites, que são observadas como: inchaço (aumento de volume) 
do umbigo, presença de pus e, em muitos casos, de miíases (“bicheiras”), o que piora ainda 
mais o problema. Em geral, essas onfalites causam muita dor e febre, deixando o bezerro 
prostrado e com menos apetite, o que compromete seu desenvolvimento. Mas, além de causar 
esses problemas externos, frequentemente percebidos pelo produtor apenas quando já estão 
muito avançados, a infecção pode se espalhar pelo corpo do bezerro, causando problemas 
graves, como diarreia, pneumonia, poliartrite (infecção nas ¨juntas¨), meningite e infecção no 
sangue (septicemia), que, em muitos casos, levam o animal à morte, além de aumentar a 
possibilidade ocorrência de hérnia umbilical. 
 Então, como se pode perceber, é de suma importância curar adequadamente a região 
umbilical do bezerro logo após o nascimento para se evitar gastos com medicamentos, 
trabalho para medicar os animais e, principalmente, para que as onfalites não comprometam o 
desenvolvimento do bezerro ou mesmo o levem à morte, reduzindo a eficiência econômica da 
criação de bezerros da propriedade. 
Os produtores e técnicos que tiverem interesse em aprender mais sobre esta e outras 
“BOAS PRÁTICAS DE MANEJO NA CRIAÇÃO DE BEZERROS ”, façam contato conosco 
para o agendamento de cursos. 
 
 
Muito obrigada, 
 Profa. Dra. Adriana de Souza Coutinho 
Departamento de Medicina Veterinária da UFLA 
 adriscou@dmv.ufla.br ou (35) 3829 1725.