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260900119 Introducao as Tecnicas Projetivas

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1 
 
Introdução as Técnicas Projetivas 
 
1 . Testes Projetivos 
"Métodos projetivos" é uma expressão criada por L. K. Frank em 1939 com um 
artigo no Journal of Psychology "Os métodos projetivos para o estudo da personalidade" 
(Citado por Anzieu, 1981, p. 15). O autor partia do princípio de um parentesco entre três 
provas psicológicas: teste de associação de palavras de Jung (1904), exame de Rorschach 
(1920) e Teste de Apercepção Temática de Murray (1935). De um modo geral, os testes 
projetivos compartilham a hipótese que a percepção está sempre intermediada por 
elementos singulares à cada sujeito, sendo por estes modelada em maior ou menor grau. 
Assim, quanto menos estruturados são os estímulos perceptivos, quanto mais estes se 
distanciam de formas conhecidas e de estímulos cotidianos, tanto maior será a intervenção 
dos elementos internos na estruturação da percepção. 
Uma década após o surgimento da expressão de Frank, surgiam os primeiros testes 
expressivos, onde o que se avalia é uma produção do sujeito e não mais meramente sua 
forma particular de perceber estímulos. Dois exemplos de testes expressivos são provas de 
desenho: Machover, elabora um teste baseado no desenho da figura humana (1949) e 
Koch, no mesmo ano, na Suissa elabora um teste a partir do desenho da árvore. 
As origens da hipótese projetiva em psicodiagnóstico são múltiplas. Dentro do 
quadro das teorias da percepção, a Gestalttheorie e a Fenomenologia forneceram as bases 
empírica e teórica capazes de deslocar o essencial do processo perceptivo normal para a 
atividade do sujeito, em oposição à uma teoria da percepção onde o sujeito é pensado 
enquanto tela que recebe passivamente os dados. Já na psicanálise a projeção conta com 
vários sentidos. 
Em primeiro lugar, aquele de expulsão do desagradável. Aqui, elementos psíquicos, 
desejos, temores, etc. assim como relações entre estes, que o sujeito desconhece ou que 
recusa reconhecer em si mesmo, são localizados no exterior, em outras pessoas, em coisas 
ou animais. A projeção estaria no centro da formação dos sintomas da paranóia, por 
 2 
exemplo, assim como a própria idéia de transferência supõe a existência de um fenômeno 
projetivo. Encontramos ainda um sentido geométrico da projeção em psicanálise enquanto 
"correspondência estrutural," isto é, manutenção das características de um objeto em outro 
plano. A neurologia localizatória utiliza-se de um sentido derivado deste sentido 
geométrico. Freud concebe o Ego neste sentido, enquanto projeção de uma superfície. "O 
Ego," escreve Freud em 1923, "é antes de tudo um Ego corporal, ele não é somente um ser 
de superfície, mas ele próprio a projeção de uma superfície" (Freud, 1923/1982, p. 270, 
tradução nossa). Outro exemplo do sentido geométrico da projeção em psicanálise pode ser 
visto na potencialidade metapsicológica que Freud atribui aos mitos e superstições, que 
seriam, na verdade, "endo-percepções" projetadas no exterior (Freud, 1901/1983). 
Segundo Anzieu (1981, pp. 19-34) haveria uma especificidade inerente a cada teste 
projetivo. Comentaremos aqui apenas dois testes projetivos, que se estabeleceram na 
prática pela riqueza e sensibilidade que demonstraram ter na utilização clínica, sobretudo 
quanto interpretados com o auxílio do referencial teórico da psicanálise: Exame de 
Rorschach (1912) e o Teste de Apercepção Temática (1935). O primeiro se constitui de 10 
figuras simétricas obtidas aleatoriamente a partir das quais os pacientes são solicitados a 
emitirem o que percebem. O segundo, compunha-se em sua forma original, atualmente 
pouco utilizada, em vista de sua excessiva extensão, de 19 pranchas com motivos 
figurativos e uma prancha em branco. 
Anzieu (1981) distingue estes testes em duas categorias de testes projetivos a partir 
dos registros psíquicos que são solicitados em cada uma delas: 
a) T.A.T. assim como outros testes projetivos temáticos, revelam os 
conteúdos significativos de uma personalidade: natureza dos conflitos, 
desejos fundamentais, reações ao ambiente, mecanismos de defesa, 
momentos-chave da história de vida. Tais são os jogos dramáticos, os 
desenhos ou relatos livres a serem completados, as interpretações de 
quadros, de fotografias ou de documentos diversos. O sujeito pode neles 
projetar o que acredita ser, o que gostaria de ser, o que recusa ser, o que os 
outros são ou deveriam ser em relação a ele. Por essa via, somos 
essencialmente informados sobre as redes de motivações dominantes, 
 3 
presentes no indivíduo, sobre seus mecanismos de defesa, sobre os 
processos por Cattell denominados "dinâmica do ego ..." 
b) Os testes projetivos estruturais têm o Rorschach como protótipo. Não 
apreendem, como os precedentes, a manifestação de forças vivas da pessoa, 
correspondente ao ponto de dista "dinâmico" em psicanálise, aos "temas" da 
psicologia das tendências, ao "porquê" da conduta. Alcançam sobretudo um 
corte representativo do sistema da personalidade, de seu equilíbrio, de sua 
maneira de apreender o mundo, se sua Weltanschauung, de seu mundo de 
formas; trata-se das inter-relações entre as instâncias do id, ego, do superego 
(cf. Ponto de vista econômico da psicanálise, os "esquemas" da psicologia 
das tendências, o "como" da conduta). ... 
Seria perigoso acreditar na possibilidade de apreender a totalidade da personalidade 
com um só destes testes. Por isso, o psicólogo, ao fazer o levantamento de uma 
personalidade, recorre a pelo menos um teste temático e a um teste estrutural e ainda, 
naturalmente, ao exame intelectual, à entrevista clínica e a exames complementares 
(conhecimentos, interesses, aptidões específicas, lateralidade). (pp. 30-31) 
- Conceito de projeção: 
 processo pelo qual o individuo perceberia estímulos ou objetos através dos seus 
interesses, desejos, medos, expectativas e necessidades pessoais. 
 
• As técnicas projetivas verificam como as pessoas percebem a realidade (situação de 
acordo com a experiência pessoal). 
 
Desvantagens das técnicas projetivas: 
 
1. Resultado final pode se modificar. 
2. Conhecimento indevido as respostas do sujeito. 
3. Não há estudos estatísticos mais completos em relação ao teste. 
4. Dificuldade de criar técnicas de validação. 
5. Necessidade de tempo muito grande (Aplicação e correção) 
 4 
O TESTE DE RORSCHACH 
Hermann Rorschach 
 
Hermann Rorschach nasceu em Zurique, Suíça, em 08 de novembro de 1884. 
Rorschach possuía uma incrível facilidade no aprendizado de línguas, além de reunir a 
formação científica à cultura humanista, interessava-se por literatura e artes, porém 
formou-se em medicina. 
Em 1912 apresenta sua tese em medicina, tendo como tema: “As alucinações 
reflexas e fenômenos associados”. 
No ano de 1911 inicia seus estudos e pesquisas com manchas de tinta; contudo sua 
preocupação era mais ampla que o simples estudo da imaginação e fantasia, desejando 
obter um método de investigação da personalidade, situando a interpretação das manchas 
de tinta no campo da percepção e apercepção. Em 1914, faz especialização em psiquiatria 
na Universidade de Zurique. 
Influenciado pela escola psicanalítica, Rorschach, juntamente com Zulliger, Ben-
Eschenburger, Oberholzer, Biswanger e outros colegas, fundou a Sociedade de psicanálise 
de Zurique. Como médico psiquiatra, trabalhou em diversos hospitais . No Hospital 
Herisau foi assistente de Direção. 
O trabalho desenvolvido por Symon Hens, em 1917, foi que mais influenciou 
Rorschach. Hens usou 8 cartões com manchas de tintas não coloridas, investigando o 
conteúdo das respostas dadas por crianças, adultos normais e psicóticos. 
A partir de então, no ano seguinte, Hermann Rorschach cria 15 pranchas,sendo 
algumas em preto, outras em preto e vermelho, e ainda outras coloridas. Passa a 
experimentá-las em seus pacientes no Hospital de Herisau, também em enfermeiras, 
estudantes de Medicina, crianças e outras pessoas. Rorschach envia suas pranchas para 
 5 
uma editora, para que pudessem ser impressas em série, porém, por exigência do editor, 
suas pranchas são reduzidas a 10. 
Em junho de 1921, contando com o auxílio e empenho do amigo Morgenthaler, 
publica o livro "Psicodiagnóstico", 
 
 
 
 
 
 
 
contendo as conclusões de seus estudos e experimentos com as pranchas por ele 
elaboradas. 
Hermann Rorschach vem a falecer brusca e abruptamente aos 38 anos de peritonite 
aguda, logo após a redação de seu trabalho. Sua morte prematura interrompeu seus 
estudos com relação a técnica "Psicodiagnóstico". 
O Método de Rorschach permaneceu restrito a um pequeno círculo de amigo e 
seguidores, na Suíça. 
Apenas cerca de dez anos após sua morte, o Psicodiagnóstico começou a se 
expandir e a ser efetivamente reconhecido na Europa, e Estados Unidos. Em 1939 foi 
criado o Rorschach Institute e, quatro anos depois foi realizado o 1º Congresso de 
Rorschach. Em 1949 foi fundada a Sociedade internacional de Rorschach, tendo Aníbal 
Silveira como um dos membros fundadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
O TESTE DE RORSCHACH 
 
A Prova de Rorschach, elaborada por Hermann 
Rorschach em 1921, consiste de 10 lâminas com borrões 
de tinta que obedecem a características específicas quanto 
à proporção, angularidade, luminosidade, equilíbrio 
espacial, cores e pregnância formal. 
Estas características facilitam a rápida associação, 
intencional ou involuntária, com imagens mentais que, por 
sua vez, fazem parte de um complexo de representações que envolvem idéias ou afetos, 
mobilizando a memória de trabalho. 
A aplicação da Prova de Rorschach é feita individualmente, não havendo aplicação 
em grupo. 
Na aplicação, as lâminas são apresentadas uma de cada vez, sendo solicitado ao 
examinando que diga com o que acreditam serem parecidos os borrões de tinta. 
Diante deste convite à contemplação e associação aos borrões impressos nas 
pranchas, hipóteses de respostas são ativadas, colocando à prova as funções psíquicas de 
percepção, atenção, julgamento crítico, simbolização e linguagem. Concomitantemente à 
execução destas funções psíquicas na avaliação das hipóteses frente às manchas, os 
processos psíquicos afetivo-emocionais, motores-conativos e os cognitivos concorrem 
para a formulação final da resposta. 
As respostas ao Rorschach, portanto, revelam o status da representação da realidade 
em cada indivíduo, trazendo dados a respeito do desenvolvimento psíquico, das funções 
e sistemas cerebrais, dos recursos intelectuais envolvidos na construção das diferentes 
imagens, das articulações intrapsíquicas e da natureza das relações interpessoais. 
Como a Prova de Rorschach avalia a dinâmica de personalidade particular a cada 
pessoa, não se deseja, a partir de seus dados, atribuir um diagnóstico psiquiátrico. 
Pretende-se, no entanto, contextualizar os distúrbios psíquicos, compreender o valor e o 
significado de um sintoma clínico e orientar para o tratamento mais adequado. 
 
 7 
A Prova de Rorschach pode ser aplicada: 
✓ em qualquer pessoa (desde que tenha condições de se expressar verbalmente e 
que tenha suficiente acuidade visual), de qualquer faixa etária e qualquer nível 
sócio-econômico-cultural. Como o propósito do exame é verificar a estrutura e a 
dinâmica da personalidade de cada examinando em particular, indicando não só 
as dificuldades, mas também os recursos positivos, não existem respostas certas 
ou erradas, pois as pessoas são diferentes e emitem respostas diferentes. Neste 
sentido, qualquer tentativa do examinando de conduzir suas respostas de acordo 
com manuais ou orientações externas está fadada ao fracasso, invalidando a 
aplicação da Prova. Trata-se de um instrumento muito sensível às nuances da 
personalidade refletindo, claramente, os esforços de manipulação, dissimulação 
ou controle da situação de aplicação. 
✓ - em vários campos, tais como na pesquisa, na clínica, em avaliações 
neuropsicológicas, em orientações vocacionais, nas áreas organizacional, jurídica 
ou educacional. Convém ressaltar que a Prova de Rorschach é um instrumento de 
personalidade que permite avaliar uma gama ampla e profunda quer das 
características pessoais, quer da economia emocional do examinando. Desta 
forma, uma vez que o psicólogo tenha propriedade das indicações, contra-
indicações e dos processos psíquicos mobilizados durante o exame, sua 
aplicabilidade depende das circunstâncias externas e da criatividade e 
profissionalismo do especialista em Rorschach. Neste sentido, há um "sem fim" 
de campos dentro dos quais a Prova de Rorschach pode alcançar sua 
aplicabilidade. Na pesquisa, o Rorschach revela uma impressionante precisão e 
sensibilidade à elaboração das estratégias de investigação. Na prática comum, na 
área clínica, a Prova de Rorschach tem se mostrado muito fecunda para a 
avaliação do paciente em casos em que urge um pronto e preciso referencial 
técnico, como podem ser, por exemplo, os casos de questões ligadas à 
necessidade de indicação medicamentosa ou de algum específico aconselhamento 
familiar. Muitas vezes, a Prova é utilizada apenas como norteadora da técnica 
mais apropriada de atendimento. 
✓ Em neuropsicologia, o Rorschach permite a elucidação de questões práticas 
ligadas aos processos psíquicos superiores e suas relações com os sistemas 
 8 
cerebrais, ampliando ou justificando a melhor opção quanto aos demais testes 
neuropsicológicos. Na orientação vocacional, revela as motivações inconscientes 
em conflito, esclarecendo a natureza das dificuldades que estão implicadas na 
escolha profissional. Na antropologia, é utilizada como instrumento para a 
visualização e compreensão das formas de visão da realidade em diferentes 
culturas. Na área organizacional, a Prova de Rorschach tem sido muito usada para 
seleção de pessoal, recolocação, desenvolvimento de competência e habilidades e 
orientação profissional. 
✓ Na área jurídica, esta Prova tem se tornado cada vez mais um instrumento de 
auxílio nas decisões dos juízes, na orientação dos advogados, no trabalho pericial 
ou naquele do assistente técnico, quer nas Varas da Infância e Juventude, da 
Família e Sucessões, na Criminal ou na Cível. 
✓ No âmbito educacional, a Prova de Rorschach aponta para a qualidade dos 
processos evolutivos da integração da criança com a realidade, sublinhando as 
principais defesas e dificuldades, fornecendo as diretrizes a serem tomadas pelos 
educadores. Cumpre lembrar novamente que é impossível traçar todas as 
possibilidades de utilização deste instrumento de diagnóstico da personalidade da 
mesma maneira que se mostram ilimitados os caminhos que a natureza humana 
encontra para sua expressão. 
 
Inicialmente devemos levar em consideração algumas condições: 
 
• O Sujeito deve estar tranqüilo, já deve estar acostumado com o profissional para 
que possa ser submetido ao teste (Isso serve para qualquer teste, pois gera 
ansiedade). 
• Jamais se deve aplicar um teste no primeiro encontro, no mínimo deve haver uma 
entrevista inicial. 
• Deve-se conferir o material antes da aplicação: 10 pranchas, cronômetro, folha de 
localização, folha para anotação das respostas e 1 lápis. 
• As pranchas devem ser aplicadas rigorosamente em ordem. 
• A folha de localização é fundamental e o cliente não pode vê-la antes do momento 
da investigação. 
• Deve haver uma mesa, e as pranchas devem estar viradaspara baixo com a numero 
1 em cima do monte, o cronômetro a mão e afolha de resposta. 
• O cliente deve estar sentado de maneira confortável. 
 
 
 9 
 1 - A Aplicação: 
 
Não existem instruções imutáveis, mas existem informações básicas a serem dadas, 
que vão variar de acordo com vários fatores: 
 
O que dizer: 
 
“Vou mostrar para você algumas pranchas, uma por uma, e gostaria que você me 
falasse tudo o que pode ver nelas. À medida que você for falando, eu vou anotando. 
Não existe resposta certa ou errada, portanto você pode me dizer o que acha que é. 
Vou usa o cronômetro, mas não tem tempo limitado. Quando você terminar cada 
prancha, por favor me devolva para que eu possa lhe entregar a seguinte. Tudo 
Bem? Podemos começar? (Entrega a primeira prancha) o que você acha que pode 
ser aqui?” 
 
Atenção: 
 
• Você jamais deve dizer mancha, pintura, desenho... Porque isso já é uma resposta. 
• Na primeira prancha o cliente deve ser incentivado a dizer o que mais ele pode ver, 
para que ele saiba que não tem que dar somente uma resposta. 
• Não se deve aceita a recusa na primeira prancha, devemos insistir , pois ele pode 
não ter entendido o que se quer dele. 
• È importante anotar tudo o que o sujeito diz, como ele diz, inclusive com os erros 
de ortografia. “A fala é a maneira como o sujeito reage a determinadas situações”. é 
No discurso que aparecem confusões, objetividade, sofisticações do pensamento. 
• Também devem ser anotados os gestos, e as atitudes do analisando: se ele vira a 
prancha, resmunga, esta impaciente, chora, etc... 
 
1.1 - A Anotação no Protocolo: 
 
 
PCH TL TT Respostas Investigação 
 
(1) 
 
(2) 
 
(3) 
 
(4) 
L 
(5) 
D 
(6) 
C FA B/O 
 
(1) – Anota-se o número da prancha. 
(2) – O tempo de latência, ou seja, o tempo que o sujeito leva do momento em que você 
entregou a prancha, até o momento que ele começa a falar. 
(3) – Tempo total de resposta, ou seja, o tempo que ele levou desde que pegou a 
prancha ate o final. 
(4) As respostas 
 
 
 
 
 
 10 
A posição da prancha: 
 
- Posição normal: ^ 
- Posição invertida: v 
- virada para a direita: > 
- Virada para a esquerda: < 
 
 
1.2 - A investigação: 
 
• È só nesse momento que o analisando pode ver a folha de identificação (Em 
anexo). 
 
• O que dizer: 
“Muito bem, agora vou lhe mostrar as pranchas novamente para que você 
me diga onde você viu e porque você viu , para que eu possa anotar numa 
folha. Por exemplo, na primeira prancha você viu... Onde você viu? Porque 
você viu?” 
• Esta fase tem como objetivo, além de identificar bloqueios, investigar a 
localização (Onde viu) e o determinante (porque viu). 
• A marcação na folha de localização deve ser precisa. 
 
2 – Levantamento: 
 
 Inquérito: é a fase em que as pranchas são reapresentadas e o sujeito questionado 
sobre as associações feitas com o objetivo de compreender o processo de percepção e a 
elaboração de cada resposta. 
Instruções: “Vamos passar para uma nova etapa da prova. Agora 
eu vou mostrar-lhe novamente as manchas e vou pedir que você me 
explique cada uma das imagens que você viu. Vou fazer algumas 
perguntas para que eu possa entender como você foi construindo 
essas imagens em sua mente. Como que, através das manchas, você 
foi tendo essas idéias que você disse”. 
O que se quer saber? 
 
Onde viu  Localização  MODALIDADE DE RESPOSTA 
Como viu  Características  DETERMINANTE DA RESPOSTA 
O que viu  Categoria  CONTEÚDO DA RESPOSTA. 
 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: 
➢ Inquirir todos os adjetivos usados; 
➢ Construir hipóteses sobre os determinantes para dirigir o inquérito; 
➢ Não fazer perguntas que induzam a resposta do sujeito; 
➢ Respostas vagas, ambíguas ou não definidas devem ser inquiridas; 
➢ Quando são acrescidas respostas ou características no inquérito questionar se havia 
visto antes ou só neste momento; 
➢ Respostas adicionais no inquérito devem ser anotadas e questionadas na seqüência; 
 11 
➢ Pesquisar, no final do inquérito, daltonismo ou cegueira às cores caso em nenhuma das 
pranchas o sujeito fizer referencia às cores; 
➢ Caso tenha que ser interrompida a aplicação do teste por um prolongamento excessivo 
de tempo, deve-se fazer o inquérito da prancha I e continuar em outro dia. 
 
2.1 - Localização: 
( item 5 na folha de protocolo ) 
São os modos de apreensão. 
É como o sujeito aprende sua realidade e trabalha com ela. Esta ligada a localização 
de respostas. (Onde foi que você viu?) 
Podemos classificar os modos de apreensão da seguinte forma: 
 
Respostas Globais 
 
G 
 
Resp.Det. grande 
 
D 
 
Resp.Det. 
Pequeno 
Dd 
 
Resp. det. 
Branco 
 Dbl 
 
Resp. detalhe 
oligofrênico-
Do 
 
È quando a 
resposta dada se localiza 
no todo da mancha, ou 
seja, o sujeito viu o seu 
objeto no todo da mancha, 
utilizando a mancha toda. 
São respostas 
sintéticas e estão ligadas 
diretamente ao 
pensamento teórico 
abstrato 
As respostas G 
correspondem a uma 
percepção mais livre, com 
capacidade de abstração, 
integração, ou com 
associações pouco 
precisas.. Estão ligadas a 
qualidade de inteligência, 
sendo necessário levar em 
conta o número de 
respostas globais e sua 
ligação com o 
determinante forma (Vide 
determinantes).1 
São detalhes que se 
separam mais 
facilmente do todo 
por serem mais 
pregnantes. 
As respostas D 
indicam a capacidade 
de adaptação à 
realidade, senso da 
realidade, gosto pelo 
concreto, inteligência 
prática, adaptação a 
vida prática, às 
coisas do dia-a-dia; 
visão mais imediata 
das coisas e 
capacidade para 
analisar o todo em 
suas partes mais 
pregnantes; 
capacidade de ação 
mais prática 
 
São respostas 
de detalhe de 
um detalhe 
maior.. 
São respostas 
que indicam 
ansiedade (ou 
dificuldades do 
indivíduo), 
como se fosse 
uma tentativa 
de fuga. 
Também 
indicam 
meticulosidade, 
boa capacidade 
de observação, 
perseverança, 
infantilismo, 
detalhismo. 
Constitui uma 
reação a um 
conflito preciso 
com o mundo 
exterior, 
familiar ou 
social 
 
 
São respostas 
localizadas nas 
partes brancas 
da prancha. 
Em adultos, 
mostram a 
capacidade de 
ver as coisas sob 
diferentes 
ângulos e de 
combinar 
aptidões 
intelectuais. 
Não tem valor 
interpretativo 
unívoco. Tem 
um valor mais 
intelectual, se 
for dado no final 
da prancha e sua 
determinação 
for formal. O 
recurso é a 
intelectualização 
(F) ou a 
imaginação (K), 
ou o abandono 
de toda a atitude 
adaptativa. 
 
 
Voltada para um 
bloqueio. A 
resposta tem que 
estar localizada 
no Dd. 
È o único modo 
de apreensão em 
que importa 
também o 
conteúdo (e não 
apenas a 
localização) é 
uma parte de um 
conteúdo.Ex.: Ver 
a cabeça numa 
figura em que 
geralmente se ver 
o corpo todo, ou 
só o braço. 
A resposta Do 
significa um 
pensamento 
bloqueado. Uma 
resposta Do é 
esperada, mais 
que uma é 
preocupante. 
 
 
1 Respostas G, com determinante F, significam uma inteligência mais ligada ao racional. 
 Respostas G com determinante F- ou F+/-, significa que o sujeito sintetiza mal, tem uma inteligência 
confusa, sua organização perceptiva é ruim 
Com Determinante C(Cor) mais afetiva. 
Com determinante K , mais criativa, imaginativa, rica. 
 
 12 
 
 
✓ Respostas G, com determinanteF, significam uma inteligência mais ligada ao 
racional. 
Tipos de Respostas Globais: 
 
• G (Barrado) – Quando o indivíduo localiza a resposta no G, mas um pedacinho é 
excluído. Significa que o sujeito é muito cauteloso na resposta. 
• Gtec: Só acontece na prancha III, quando ele elimina apenas o vermelho. 
• Gbl: é quando o sujeito da uma resposta G e inclui o detalhe branco. Ex.; Na 
prancha I ^, ver uma máscara. 
• DG ou DdG: é quando o indivíduo vê apenas o detalhe D ou Dd e generaliza para 
o todo. Ex.: Vê uma patinha de caranguejo e diz que se tem a aptinha, tem o 
caranguejo. 
 
Tipos de Síntese: 
 
Não confundir com tipos de G. Dá-nos a informação sob a capacidade intelectual 
do sujeito de forma qualitativa, ou seja, qual o seu tipo de inteligência: 
 
• Gpa (G primária analítica ) – é analítica porque tem boa forma, é bem 
estruturada, precisa e objetiva, com um processo de síntese simples, adaptação 
correta á realidade. Ex. Prancha I : Um morcego. 
 
• Gsb – (G secundária bilateral) – é aquela em que o indivíduo vê dois elementos 
espelhados. Não é muito criativo. Ex.:Pr. II. Duas pessoas dando as mãos. 
 
• Gsc – (Global secundária combinada) – é quando um sujeito vê dois ou mais 
elementos na mesma prancha sem ser espelhados. Mostra uma inteligência 
combinatória de boa qualidade Ex.: Pr. VIII – Dois animais escalando uma 
montanha. 
 
• Gse - (G secundária elaborada) – Processo de síntese superior. È a melhor 
resposta. È quando a resposta com três dimensões, com algo ao fundo. Ex.: Pr X 
paris em festa e ao fundo a torre Eiffel. 
 
• Gpi – (G primária impressionista) é quando o sujeito é levado pela impressão 
que ele teve. Voltado para uma visão mais estética do mundo Ex. Pr X – Uma festa 
com pessoas dançando. 
 
• Gsi – (G secundaria impressionista) Ex.: Uma cena impressionista. 
 
• Gps (G primária sincrética) – São respostas pouco precisas, fracas em ermos de 
elaboração perceptiva. Geralmente ligadas a uma forma ruim (O determinante 
Forma é ou F- pu F+-), lama , lodo, papel rasgado... 
 
 13 
• Gss – (G secundaria sincrética) – quando faz um agrupamento ruim, ,o 
fechamento causa uma confusão. O indivíduo está confuso e isso confunde sua 
percepção de realidade. A elaboração final é sem lógica. 
 
 
2.2 – Determinantes: 
(Item 6 da folha de protocolo) 
 
O que para você determinou que esta figura é ... 
 
Os determinantes podem ser: 
 
A) - Forma: (F) 
B) - Movimento (K) 
C) - Cor (C) 
D) – ESTOMPAGE (E) 
 
FORMA (F) 
Se o que determinou a figura relatada foi a sua forma, o seu formato. 
 
F+ 
(Forma bem vista) 
 
F- 
(Forma mal vista) 
 
F +/- 
(Forma imprecisa) 
Significa a capacidade racional de 
ver as coisas de forma objetiva, 
de controlar a situação 
racionalmente, adaptação da 
realidade, controle do pensamento 
nos moldes comuns, boa 
capacidade de observação, 
concentração e atenção, pessoa 
objetiva, controle lógico, controle 
do seu pensamento, percepção 
coerente com a realidade. 
 
 
Distorção perceptiva ; perturbação 
no poder de concentração, falta de 
inteligência ou perturbação 
nervosa. Pode ter como causa a 
indolência ou preguiça. Entre 
pessoas inteligentes, F- pode 
representar indício de bloqueio 
nas possibilidades de ideação, 
devido a um choque afetivo 
provocado pela tarefa: o sujeito 
fala qualquer coisa para preencher 
o vazio associativo que tem frente 
a prancha 
Indício de pensamento vago, 
flutuante, impreciso. Revela a 
incerteza do sujeito, alguém que 
não se atreve a sair da reserva, a 
afirmar-se e que teme ser julgado. 
Esta sempre em hesitação. Pode 
revelar também apatia intelectual. 
Mascara-se o tempo todo, não tem 
vontade de se entregar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
MOVIMENTO HUMANO 
K 
A figura vista é humana e o que determinou foi o seu movimento 
 
Sempre que se falar de seres humanos, a resposta será K. Refere-se aos mecanismos inconscientes do 
sujeito, aos mecanismos introversivos. Todo sujeito inteligente apresenta pelo menos uam resposta K. São 
os desejos não realizados na vida cotidiana que se expressam através dos K. O K não corresponde ao 
comportamento exterior. Onde dominam os K, a inteligência será diferenciada, a vida estará mais orientada 
para o intimo. A afetividade e a motilidade serão mais estabilizadas, o contato mais intenso que extenso. O 
Comportamento exterior é, por vezes canhestro, inepto, e a capacidade de adaptação regular. O K indica 
tolerância do ego as forças arcaicas das pulsões é a expressão das motivações, temore4s e desejos, mas 
também dos mecanismos de defesa contra a angústia suscitada pelo afloramento dessas motivações à 
consciência. Muitos K denotam recurso demasiado intenso ao imaginário . Sua ausência pode denotar 
imaturidade emocional no relacionamento interpessoal, auto-afirmação insuficiente, fracasso na utilização 
de valores próprios e falta de perspectiva diante do futuro. 
 
Tipos de K 
Kext 
(visível, para fora, 
lançado) 
Kflex 
(Corpos flexionados, 
inclinados) 
Kat 
(Atitude: há intenção de 
movimento, mas ele não 
existe) 
 
É a melhor resposta, mas de 
acordo com o conteúdo pode não 
ser tão bom como quando 
aparece muita luta, 
agressividade. Representa 
dinamismo,vitalidade interior, 
capacidade criadora, pessoa 
empreendedora, maturidade 
interior. Indicador de bom 
prognóstico em caso de neurose. 
Pessoas assertivas, que lutam 
por suas idéias e pelo que 
acreditam . 
 
 
Vitalidade fraca, com tendência a se 
recolher distanciando-se do mundo e com 
complacência com as dificuldades internas. 
Pessoas de atitude passiva, submissas, que 
remoem o conteúdo interior e não colocam 
para fora. Os projetos ficam sempre sem 
realização, somente em planos. 
 
 
O indivíduo tem potencial, mas não 
exterioriza. São pessoas que 
precisam de psicoterapia, pois 
projeta sua intenção de movimento, 
mas também seu impedimento., 
 
 
Kp 
 (Movto humano visto no 
Dd) 
Bloqueios que vem do social, comum 
em pessoas de 40 a 50 anos que 
sofrem de pressões do meio. È pior 
quando se encontra esse tipo de 
movimento em crianças muito 
pequenas, é importante intervir 
rapidamente 
Movimento Animal 
Kan 
Movimento de natureza ou 
objetos 
Kob 
 
 
 
È freqüente em crianças, são 
consideradas respostas infantis. 
Em adultos, infantilização e 
imaturidade afetiva 
 
 
 
Típico de adolescentes. Significa energia 
que não consegue ser colocada, que não 
esta sendo elaborada devido a objetivos 
inalcançáveis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
COR ( C ) 
Não pode aparecer na Prancha 1,4,5,6 e 7 
C 
Cor pura 
CF 
Predomina a cor, 
mas aparece a forma 
FC 
A forma predomina 
sobre a cor 
Cn 
Cor nomeada 
Descarga afetiva de modo 
impulsivo, imediato. Denota 
intensa labilidade egocentrismo. 
O sujeito não consegue refrear a 
exteriorização dse seus impulsos e 
se mostra imprevisível, uma vez 
que sua reação pouco ou nada tem 
com seu estímulo que a 
desencadeou, dependendo da cor 
mencionada (Mais forte ou mais 
amena ). 
 
Afetividade egocêntrica, 
narcisismo afetivo, 
instabilidade emocional, 
capricho, busca de um 
objeto para estabelecer 
ligação, mas também um 
contato caloroso e 
simpático. 
Afetividade sob o domínio 
racional. Indica maturidade 
emocional, capacidade de 
controle afetivo, boa 
adaptabilidade afetiva 
Qdo as cores são 
nomeadas nas 
pranchas, dando 
como resposta.Deficiência de auto-
controle por intensa 
pressão dos afetos. 
Não se inclui no 
somatório de C. 
resposta rara, 
representa 
desorganização grave, 
não tem localização 
nem conteúdo 
 
ATENÇÂO: 
 
a) Se os únicos elementos de cor que aparecem são FC e nas cores pasteis, ou seja, 
claras, ,podemos dizer que sua afetividade está inibida. 
b) Se não houver resposta de Cor sua emotividade esta reprimida , indicando falta 
de flexibilidade nas manifestações afetivas, sem espontaneidade. O sujeito pode 
ser rígido, pedante. 
c) No índice de normalidade apresentam-se vários FC, alguns CF e nenhum C (no 
máximo 1). 
d) Cor acromática: o sujeito toma o preto, o branco , o cinza como se fossem 
cores, e estão ligadas a sentimentos depressivos. 
FC’: a forma predomina. Ex.: é um morcego, porque é preto. 
C’ : ex.: terra, porque é preta. 
C’F: ex.: Um monte de terra porque é preta. 
 
ESTOMPAGE ( E ) 
São diferenças de tonalidades, mais claro, ou mais escuro. Envolve elementos como nuance, difusão do 
estímulo(Fumaça, neblina), textura (Fofo, macio, áspero) 
Respostas ligadas diretamente a ansiedade 
E 
Estompage pura 
EF 
Predomina a estompage, 
mas aparece a forma 
FE 
A forma predomina sobre a 
estompage 
Fumaça, neblina, radiografias, 
negativos, ultra-sonografias..) 
Significa angustia sem controle 
Chumaço de algodão. 
Angustia menos controlada. 
Pele de bicho malhada. 
Angustia controlada. 
 
ATENÇÂO: 
Respostas de claro ou escuro (Fclob, ClobF, ou Clob) 
• Representa um critério de angustia patológica, característica da neurose, e indicam 
necessidade de psicoterapia. Para ser classificada como clob tem que obedecer a 
duas condições: 
1) Ter sido desencadeada pela massa negra da prancha. 
2) Possuir uma tonalidade disfórica implícita. 
 16 
 
3 – CONTEÚDOS: 
 
Classificação: 
 
Categoria Símbolo Definição 
Animal A Animal inteiro 
Animal visto em cena A (cena) 
Animal (A) Animal inteiro. Mas desvitalizado, 
mitológico, mostro, desenho animado, 
caricatura de animais 
Animal Ad Parte externa do corpo 
Animal (Ad) Parte externa de animal mitológico, 
etc... 
Humana H Ser humano inteiro 
Humana H(Cena) Ser humano visto em cena 
Humana (H) Ser humano inteiro. Mas 
desvitalizado, mitológico, mostro, 
desenho animado, caricaturas. 
Humana Hd Parte externa do corpo 
 (Hd) Parte externa do corpo de (H) 
Anatômica Anat Parte externa de A e H 
Sexo Sex Respostas sexuais. 
Sangue Sg Sangue 
Objeto Obj Objetos fabricados, roupas. 
Alimento Alim Qualquer tipo de alimento 
Máscara Masc Qualquer tipo de máscara 
Arte Art Resposta de cunho artístico 
Arquitetura Arq Construção de imóveis, 
edifícios, pontes, etc... 
Símbolo Simb emblemas, letras, figuras 
geométricas. 
Abstração Abst Emoções, tristeza alegria. 
Botânica Bot Plantas, árvores, flores 
Geografia Geo Mapas, territórios 
Natureza Nat Fenômenos naturais 
Elementos Elem Ar, terra, fogo e ar. 
Fragmento Frag Fumaça, manchas, etc... 
Paisagem Pais Nat e Geo em cena; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
3 – O PSICOGRAMA 
 
 Após o término das classificações, devemos então preencher o psicograma (Anexo). 
 
• R = Contamos o número total de respostas do teste e anotamos. 
• TR/M = Tempo médio de respostas. Neste item, somamos todos os tempos de 
resposta totais (TR), e aplicando a seguinte fórmula: ∑TR/R 
• Modos de apreensão: Somatórios de todos os G, D, Dd, Dbl, Do, e anotamos no 
psicograma. 
• Determinantes: Somamos todos os determinantes e anotamos no psicograma. 
• Conteúdo: Somamos todos os Conteúdos e anotamos no psicograma 
• Tipos de Apreensão: (T.A.): Índices considerados normais: 
 
G - 25% e 30% 
D - 50% e 55% 
Dd- 8% e 10% 
Dbl- 8% e 10% 
 Calcula-se: 
∑Modos de apreensão(G, D,etc...) X 100 
Numero de respostas 
 O T.A. é representado sublinhado se estiver acima da porcentagem média, e entre 
parênteses se estiver abaixo da porcentagem média. Ex: G = 60% representa-se G, e G= 
20%, representa-se (G) 
 
• Sucessão do Tipo de apreensão: (S.T.A.) É a seqüência de cada prancha. O ideal 
é ver primeiro um G, depois um D, um Dd, e por fim um Dbl. Deve-se ver na folha 
de protocolo em quantas pranchas ele apresentou sucessão(Não contam as pranchas 
com sucessões invertidas, nem as que possuem uma resposta.) 
(Quando se tem um número de respostas por prancha muito baixo (Uma ou duas 
respostas) é muito difícil identificar o STA.) 
Tipos de Sucessão: 
 
▪ Sucessão Rígida: Sucessão nas 10 pranchas 
▪ Sucessão Ordenada: Sucessão de 7 a 9 pranchas. 
▪ Sucessão relaxada: Sucessão de 4 a 6 pranchas. 
▪ Sucessão incoerente: abaixo de 4 pranchas. 
▪ Sucessão inversa. 
 
Tipos de Vivencia: 
• Tipo de ressonância íntima (T.R.I.): 
Tendências atuais: este índice mostra o modo de sentir do sujeito, e não 
necessariamente seu modo de comportar-se. È composto pela som a das grandes 
cinestesias humanas (K), com,parada a soma ponderada das respostas de Cor 
inclusive os C, exclusive os Cn. 
 
 
 
 
 18 
Fórmula Primária: 
K=1; FC= 0,5; CF= 1,0; C=1,5. 
 
∑K>∑C = Introversivo. 
∑K<∑C = Extroversivo. 
∑K=∑C = (diferente de zero e > que 1) = Ambigual. 
∑K=∑C = (Ambos zero) = Coartado. 
∑K=∑C = (1=1 ou entre Zero e 1,5) = Coartativo. 
 
Tendências Latentes: Este índice mostra as tendências que estão para serem 
desenvolvidas. 
Fórmula secundária: 
K=1; E=1,5; EF=1,0;FE=0,5 
 
∑K>∑E = Introversivo. 
∑K<∑E = Extroversivo. 
∑K=∑E = (diferente de zero e > que 1) = Ambigual. 
∑K=∑E = (Ambos zero) = Coartado. 
∑K=∑E = (1=1 ou entre Zero e 1,5) = Coartativo. 
 
• F%= ∑F X 100 / R 
Este índice demonstra o controle racional, o modo de reação espontânea a uma 
situação. 
• F+%= (∑F+) + ½ F+/- x 100/ ∑F 
Indica a capacidade de observação, organização do pensamento lógico, coerência 
com a realidade, atenção estabilizada. 
• A% = A + (A) + Ad + (Ad) X 100 / R 
Este índice indica adaptação ao pensamento coletivo. 
• H%= H + (H) + Hd + (Hd) X 100/R 
Este Índice demonstra a capacidade de contato humano, capacidade de 
comunicação 
• Ban%= ∑ Ban x100/R 
Este índice indica demonstra a adaptação a regras sociais, e a capacidade de 
assimilação de normas e padrões da coletividade 
• H:HD 
Este índice trata da qualidade da capacidade de relacionamento e da auto-
percepção. 
• G:K 
 Este índice nos demonstra o nível de realização. 
• Angustia % = Hd + Anat + Sg + Sex x 100 /R – Normal até 12% 
• Índice de afetividade Klopfer (L.Af): Somatório do numero de respostas das 
pranchas VIII,IX,X x 100 /R (> 33% Extroversão < 33% introversão) 
• Tipos de G : Descrever os tipos de resposta G 
• K:Kan 
Este Índice demonstra a vida pulsional do sujeito. 
• Respostas adicionais: São respostas dadas durante a fase de investigação. Não 
entram na contagem de respostas, e devem ser destacadas por um círculo. 
 19 
 
Interpretação: 
 
O Simbolismo das pranchas: 
 
Prancha Significado 
I 
Simboliza o novo, uma situação nova. Reação de choque ou dificuldades nessa 
prancha pode simbolizar dificuldades de lidar com o novo. Desperta a relação 
primordial com a mãe, o arquétipo ou a idéia de mãe. A interpretação da relação 
desse indivíduo com a mãe vai se dar de acordo com como esse indivíduo 
estruturou a sua percepção. Apresentam-se conteúdos degradados, longe do 
humano, pode representar uma frustração com a mãe. 
II 
Relacionada á mãe da primeira infância e à introdução dos afetos pela introdução 
das cores (é a primeira prancha a apresentar cor e principalmente o vermelho por 
ser uma cor forte) e consequentementea aceitação pelo sujeito da própria libido. 
III 
Relaciona-se à situação do relacionamento humano. Pode estar ligado também ao 
relacionamento casal parental. 
IV Prancha ligada a autoridade e a imagem paterna. 
V 
Esta prancha evoca o próprio EU, no sentido de adaptação a realidade. A falta da 
resposta banal significa um enfraquecimento da ligação do sujeito com a realidade. 
VI 
È a prancha sexual. A não interpretação pode indicar uma dificuldade de lidar com 
a sexualidade. 
VII É a prancha materna por excelência, ligada ao relacionamento mãe e filho. 
VIII 
Afetos socializados pela introdução das cores leves. E adaptação do sujeito com os 
outros; a falta de resposta banal pode significar dificuldades no relacionamento com 
os outros. 
IX 
Prancha do relacionamento profundo com as pessoas. Conceito de Self, o Eu mais 
evoluído. 
X 
Indica as relações perante o desagregamento, ao despedaçamento. Dificuldade de se 
desligar, uma vez que essa é a última prancha ( O sujeito sabe que o teste está 
acabando. 
 
Interpretação: 
 
a) Tempo Médio de resposta (TR/m): Faz parte da verificação da área intelectual, e 
verificamos sua produtividade. 
O tempo médio esperado é entre 45” e 60”. 
< 20” é demasiado curto e indica dificuldade de concentração. Pensamento lábil, 
grande mobilidade de associações, dificuldade de controle de pensamento, processo 
perceptual rápido. 
60” é demasiado longo, e indica inibição ou lentidão das idéias e perceptual. E deve 
se levar em conta a qualidade das respostas. 
b) Qualidade da produção: 
Análise das respostas F : F+%, e indica objetividade, precisão, qualidade do 
trabalho. 
c) Controle Racional (F%) : 
A media esperada está entre 60% e 65%. Dá indicações sobre o modo de reação 
espontânea a uma situação, e se como o sujeito trabalha a questão razão x emoção; 
 
 20 
F%↑ : Indica distanciamento dos aspectos afetivos. Não permitindo expansão da 
afetividade, sufocação da vida afetiva, que fica primitiva e não elaborada (Pode ser 
mecanismo de defesa para não expressar sua parte afetiva). È elevado em pessoas 
carentes de espontaneidade ou receosas de manifestá-las, os quais se prenderão às 
características formais da prancha. Toda e qualquer inibição ou depressão se 
refletirá num aumento de F, Atitude de desconfiança ou medo de revelar-se. 
Contato superficial ou pouco criado com a realidade. Não permite que as emoções 
apareçam. A espontaneidade, a capacidade de criação, de reação emocional, 
sensibilidade de modo geral ou estão ausentes ou se apresentam muito limitadas. 
 
F%↓: Descontrole racional, parte afetiva domina a racional, controle insuficiente 
dos afetos, podendo ser dominado por seus impulsos e afetos. 
 
d) Controle Lógico: 
 
A media esperada varia entre 78” e 90”. Indica a capacidade de observação, 
pensamento lógico e organizado, coerente com a realidade, atenção estabilizada, vê 
a realidade de forma coerente, enfim, adaptado á realidade. Normalmente pessoas 
com inteligência qualitativa boa. 
F+%↑: Pensamento rígido, ansiosamente controlado, com valorização de um 
controle intelectual em detrimento do contato espontâneo. Pensamento que não se 
permite nenhuma falha, raramente se permite errar. È uma pessoa exigente, exige 
perfeição muito grande não se deixando enganar. 
F+%↓: Pode ser um declínio de vigilância. Analisa as coisas não como são, m as 
como parecem ser. Ausência de controle do pensamento, incapacidade de 
observação. Deixa-se levar pela impressão do momento. As emoções, por outro 
lado, perturbam e diminuem a eficiência intelectual dos sujeitos, que não obstante 
podem ser muito inteligentes. 
e) Tipo de apreensão: (T.A) 
As respostas Globais esperadas (G) estão entre 25-30% 
G↑: Indica inteligência superior, maior riqueza de associações 
G↓: Indica nível intelectual abaixo da média (Dependendo da qualidade) ou 
 Perturbação afetiva 
As respostas D esperadas estão entre 50 – 55% 
D↑: Inibição ou bloqueio de ordem emocional que impede que o sujeito tenha 
inteligência global, indicando limitação intelectual. Geralmente aparecem em 
pessoas angustiadas e depressivas que fazem a diminuição de G. A angustia 
impede que a pessoa encare a situação de forma global, sintética e se apóie em 
detalhes talvez na tentativa de fugir da situação.a 
D↓: Não tem significado oposto., Nada se afirma antes de analisar outros elementos 
 vai depender do que aumenta no lugar dele. Pode indicar pensamento pouco 
 concreto. 
As respostas Dd esperadas estão entre 8-10% 
 Dd↑: Perfeccionismo, detalhismo exagerado. 
 Dd↓: Vai depender do que aumenta no lugar dele. 
 As respostas Dbl esperadas estão entre 8-10% 
 
 21 
f) Sucessão rígida: Tem rigor intelectual rígido, sujeito que pensa e age dentro de um 
plano lógico. 
Sucessão ordenada: Tem um rigor intelectual, mas se permite flexibilizar. 
Sucessão relaxada: Pensamento flutuante, mais desprendidos da lógica. 
Emocionalmente perturbadas. Comum em pessoas ligadas a arte. 
Sucessão incoerente: pessoas incapazes de seguir num plano lógico. É comum em 
esquizofrênicos. 
Sucessão inversa: sujeitos cuidados, prudentes, tímidos, confabulantes e mesmo 
deprimidos . 
g) Relação K : Kan: 
Se K > Kan, a vida pulsional se subordina ao sistema de valores próprios ao 
sujeito, isto é ao seu ego. 
Se K = 2Kan, representa o melhor equilíbrio 
Se K ou 2K=Kan, o sujeito é ao mesmo tempo, controlado e espontâneo. 
Se 2K < Kan, a pessoa busca uma satisfação imediata aos desejos e, sendo CF>FC, 
é regida mais pelo princípio do prazer do que pelo princípio da realidade. 
Se os Números de K e Kan forem pequenos, deve-se tratar de inibição neurótica 
(F+% normal) ou de ego fraco, que impede o conhecimento dos próprios impulsos 
e satisfação destes, seja através de uma ação ajustada ou através da fantasia. 
h) Nível de realização: (G : K) 
Ao compararmos as respostas globais com as de movimento humano tentamos 
examinar se a capacidade intelectual e criativa, implícita em K, tem o respaldo da 
abstração e planejamento das G. Para tanto, esperamos uma relação de 2G para 
cada 1K (G:K= 2:1). 
Quando G > K, o sujeito ambiciona e aspira mais do que sua capacidade 
intelectual. 
Quando G < K, o sujeito desperdiça seu potencial intelectual e criativo por não 
planejar adequadamente um modo de utilizá-lo. 
 
 
i) Tendências latentes e tendências atuais: 
 
Introversivo: 
Pessoa fechada, muito voltada para si, individuo mais reflexivo, que pensa mais do 
que age. Reservado,desajeitado, tímido, inibe os movimentos reais; sua inteligência 
é individualizada; é capaz de imaginar e criar; possui vida interior intensa; suas 
reações afetivas são estáveis e as relações com as pessoas mais intensas do que 
extensas, mais profundas do que numerosas. É bastante consciente de si mesmo. 
Tende a imaginar mais do que a agir. Preocupado com sua própria personalidade, 
observa o objeto, reflete, é capaz de protelar a ação e a gratificação, e parece ter um 
caráter reservado. Nesse sentido, pode ter bom conhecimento de si mesmo, talvez 
esteja cônscio de suas dificuldades, mas pode se absorver em sua própria 
contemplação imaginária e o seu mundo interior prevalece sobre a realidade 
exterior. Exprime-se pouco e tem sempre dificuldade para se adaptar à realidade. 
Há predomínio da esfera intelectual sobre as demais (prevalência da reflexão). 
Criatividade. Os acontecimentos que o tocam repercutem dentro dele de maneira 
duradoura; as reações do introversivos são persistentes, uma vez desencadeada sua 
manifestação. Escapa do momento presente para viver um uma continuidade 
 22 
temporal, no passado e no futuro. Quando Ke o C estão muito próximos em seus 
valores, deve-se observar o tipo de C apresentado. Pode até ter reações afetivas 
instáveis, dependendo do tipo de C apresentado. Sempre observar o tipo de K 
presente. 
 
Extroversivo = Inteligência do tipo reprodutivo, é mais adaptável, mais habilidoso, 
mais ativo. Suas relações afetivas são mais abundantes e as relações com os outros 
mais superficiais. Predomina a afetividade imediata; contato afetivo fácil e mais 
superficial com o outro; instabilidade afetiva, facilidade de perder o controle 
emocional frente a estímulos externos. Personalidade expansiva, superficial, pouco 
original; dispõe de bom contato. Adapta-se rapidamente à realidade, é capaz de 
exteriorizar-se facilmente; é influenciável, mutável. Predomínio da esfera afetiva 
sobre as demais; são mais reprodutivos do que criativos. Buscam cor no teste e 
emoção na vida, como um excitante. Fogem a si mesmos, reagem 
instantaneamente, amam a novidade, o imprevisto, são sugestionáveis, correm ao 
encontro das pessoas e dos objetos, transformam suas emoções em movimentos 
exteriores. Possuem facilidade de comunicação, o senso do concreto, vivacidade de 
reação. 
 
Ambigual = Bloqueado, indeciso, ambivalente. É um tipo que se encontra nas 
pessoas dotadas de espírito amplo, que sabem explorar as riquezas do mundo 
exterior e elaborar os seus próprios recursos de um modo diferenciado, e que 
exercem com flexibilidade o controle sobre a exteriorização das descargas afetivas 
 
Coartado = Personalidade bloqueada, rígida, contraída, que se separou de toda 
fonte emocional. Rigidez de mecanismos de defesa. Pouco tolerante nas situações 
de tensão fisiológica e psicológica. Seu controle reacional é intenso. São indivíduos 
ultra retraídos em termos afetivos e de interesses; são pessoas muito distanciadas de 
seus afetos, e que não se permitem desenvolver seus afetos, suas relações afetivas. 
Se dão muito bem em trabalhos mecânicos, porque não se perdem em fantasias. 
 
Coartativo = Indivíduos mais formais, impessoais, que se sentem inadequados nos 
relacionamentos pessoais mais íntimos, ou quando têm que lançar mão da 
imaginação ou da fantasia. Revelam constrição da personalidade. 
 
RELAÇÃO ENTRE AS FÓRMULAS PRIMÁRIA (T.Atuais) E 
SECUNDÁRIA (T.Latentes): 
 
• T.Atual = T.Latente, sendo a T.Atual mais dilatada (Ex: K>C = 6>5 e K>E = 4>3) 
significa um equilíbrio: personalidade normal: vida afetiva em equilíbrio: indivíduo 
procurando realizar tudo que tem 
 
• T.Atual = T.Latente, sendo a T.Latente mais dilatada (Ex: K>C = 4>3 e K>E = 
6>5) significa que o sujeito está em termos de reserva, realizando pouco; não está 
exercendo contatos, não usa sua imaginação. Indício de fixação regressiva, 
recalcamento e equilíbrio instável. 
 
 23 
• Introversivo em um e Extroversivo em outro – As tendências do indivíduo apontam 
para um lado, mas ele se desenvolveu para outro, gerando conflito afetivo; estrutura 
psíquica em conflito. Na adolescência se encontra muito essas duas tendências 
opostas, vem constatar os próprios conflitos desta idade. Na criança é freqüente ter 
maior número nas tendências latentes que nas atuais, pois ela ainda vai se 
desenvolver. 
 
O índice de estereotipia ou de variedade do pensamento (A%): 
 
 A média esperada varia entre 35% e50% 
 
 É a resposta mais freqüente. Indica adaptação comum ao pensamento 
coletivo. 
 
• A% - = Incoerência e dispersão do pensamento; humor otimista diminui o A%,pois 
suscita renovação das idéias e o desejo confiante de mudar o estado de coisas, 
dificuldade de estar dentro do senso comum; dificuldade de adaptação a situações 
muito rotineiras, definidas e concretas; recusa ao conformismo, comportamento 
anti-social. 
 
• A% + = Faz supor um pensamento infantil (as crianças e os débeis mentais 
apresentam quase que exclusivamente respostas animais); pessoa pouco culta, 
espírito conformista rígido, ou uma personalidade que esconde dificuldades de 
adaptação, esforçando-se, a todo custo, por fingir ser como todo mundo, que 
reprime emoções e se contrai. A depressão aumenta o A%(apatia, renúncia a 
abandonar caminhos já batidos); facilidade de ficar no senso comum, de acordo 
com regras predeterminadas, de fazer tarefas rotineiras. Estereotipia grande, 
implicando rigidez perceptiva. Submissão quase cega a todas as imposições da 
sociedade 
 
As respostas Humanas (H%): 
 H% = H + (H) + Hd + (Hd) X 100 
 R 
 A média esperada é 15% 
 
 Interesse humano, capacidade de contato humano, capacidade de 
comunicação, principalmente quando ligada a Kext (empatia); auto-percepção, 
percepção dos outros. A relação H: Hd vai tratar da qualidade da capacidade do 
relacionamento e da auto-percepção. 
 Se H% é composto por mais Hd do que por H (a proporção correta é 2H: 
1Hd) indica busca ansiosa de contatos humanos e dificuldade de relações. Pode 
indicar ansiedade e carga afetiva. 
 
• H % + = Quando é elevado na ausência de K, reforça a dificuldade de contatos e 
de identificação. Ansiedade pela dificuldade de comunicação. Preocupação de 
caráter neurótico em sua relação com os íntimos. Pode-se encontrar em 
adolescentes, crianças prematuramente amadurecida por conflitos familiares, no 
obsessivo ( nesse caso H < Hd). 
 24 
• H % - = É mais baixo para crianças e no caso de sujeitos pouco inteligentes, falta 
contato com ser humano; abordagem seca, objetiva da realidade – fora de todo 
calor e espontaneidade. Dificuldade na auto-aceitação e identificação. 
 
 
 
 
 
 4.8 – OS FATORES ADICIONAIS (F.A): 
 
 São aspectos secundários: Ban, Originais, Tendências e Fenômenos 
especiais. 
 
 Ban (respostas banais): São respostas comuns, banais. 
 
 Ban % = Total de Ban x 100 
 R 
 
A média esperada varia entre 20% e 25% . O número normal de respostas desse 
tipo num protocolo varia de 5 a 7. A ausência de respostas desse tipo nas 
pranchas III.V e VII é um sinal que deve ser analisado como cuidado (ver 
Índice de Realidade de Neiger, item 6.2) 
 
Indica pessoa adaptada a regras sociais. Trata-se da capacidade de assimilação 
de normas e padrões da coletividade. 
 
• Ban % + = Denota conformidade excessiva aos padrões convencionais, sem 
restrição ao que é importo pelo grupo. Revela assim passividade, a qual 
possivelmente advém de necessidade de aprovação. 
 
• Ban % - = Reflete dificuldade de adesão aos conceitos convencionais ou bloqueio 
das associações lógicas. Desejo de contrariar regras recebidas. 
 
 
 Respostas originais: 1 em cada 100 são respostas originais. Podem ser positivas ou 
negativas (estão presentes geralmente em esquizofrênicos. São respostas totalmente 
absurdas) . 
 
 Tendências: Nen sempre são fundamentais. A tendência a kan ( kan ) só existe quando 
o movimento ainda não aconteceu ( “O morcego vai voar”). 
 
 Fenômenos especiais: Recusa, choque, choque à cor, ilusão de semelhança, (ver 
E.Bonh) 
 
 Obs: Respostas Adicionais: São respostas dadas durante a fase de investigação. NÃO 
ENTRAM NA CONTAGEM. Essas respostas devem ser destacadas por um círculo. 
 
 
 25 
O ROTEIRO DE INTERPRETAÇÃO: 
 
1 – ÁREA INTELECTUAL: 
 
1.1 – Produtividade 
 
- R e TR/m – rapidez no processo associativo, interferências (cansaço, ma vontade), 
dispersão, riqueza de associações, etc 
 
I.II – Qualidade da produção: 
 
 - Análise das respostas F: F+% - objetividade, precisão, qualidade do trabalho. 
 - Controle lógico (F+%) e racional (F%) – flexibilidade ou não. 
 - T.A – Pensamentos pobres ou ricos,várias apreensões ou não. 
 - S.T.A – Análise do método de trabalho. 
 - Respostas G – Análise do tipo de síntese. 
 
I.III – Flexibilidade do pensamento: 
 
 - Respostas Ban, A% , K – esteriotipia ou criação. 
 - Respostas K – tipos de K, recursos internos mais elaborados, criativos, relacionar 
com kan, respostas mais primitivas. 
 - Respostas Ban e A – adoção da linguagem do senso comum. 
 - Índice de Realidade de Neiger – o sujeito vê a realidade como todo mundo vê. 
Cada categoria vale dois pontos; necessário ter de 6 a 8 anos. 
 
a) Personagens na prancha III, na posição ^, ban. 
b) Morcego G na prancha V 
c) Toda figura A Ban como D na prancha VIII (mesmo que envolvida numa G). 
d) Toda figura A como D na prancha X, seja ban ou não. 
 
I.IV – Interesse e visão do mundo: 
 
 - Conteúdos – diversidade de conteúdos é diversidade de interesses. Maneira 
pessoal de se colocar na realidade. 
 
I.V – Nível de realização: 
 
 - G : K ( 2 : 1 ) – realização e potencial. Qualidade de realização (tipo de G) e qual 
o potencial ( tipos de K e kp). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
II – ÁREA AFETIVA: 
 
II.I – Ressonância Íntima: 
 
 - Análise da vivência atual e Vivência Latente. Comparação com o Índice Afetivo 
(I.Af) de Klopfer. Fazer relações e analisar tipos de respostas presentes em cada fórmula. 
II.II – Controle geral da afetividade: 
 
 - F% K+ 
 - F+% G+ 
 
II.III – Controle específico da afetividade: 
 
A) Auto controle ou controle interno: 
 
 - K > 1 ½ (E) k (somente kan e kob) – Ver tipo de K e k 
 
B) Controle externo: 
 
 - FC > CF + C (o mais importante) (ponderado) 
 - (E)E : (E)C (ponderados) : está mais no sensível – (E)C > (E)E – ou mais no 
passivo – (E)E > (E)C. 
 
 - FE entre ¼ e ¾ de F 
 - FC + FE x 100 < 75% 
 R 
 
Obs: FC superficiais pobres junto com F+ % + e F% + - bloqueio, inibição ou repressão 
FC de controle. 
 
II.IV – Tipos de controle: 
 
A) Restritivo Inibidor: 
 
- F % + (mais importante) 
- F % - (não necesariamente) 
- A % + - esperiotipia, conformismo. 
 
B) Insuficiente: 
 
- F % - (mais importante) 
- 2(E)K < (E)C (ponderado) 
- (E)C + (principalmente C e CF) 
- Resposta C pura – impulsividade afetiva 
 
II.V – Energia do ego: 
 
 Estênico – capacidade de reforçar o ego 
 27 
 Astênico – ego fraco 
 
 - Bom F + % (entre 75 % e 90 %) 
 - G + (G ligado a uma boa forma) 
 - Nenhum DG (vê um detalhe e generaliza para o G) 
 - O + % (respostas originais) não superior a 50% 
 - Ban normal ou ligeiramente diminuída 
 - Ausência de ks infantis 
 - “Ausência de confabulações” 
 - predomínio de FC 
 - Kext 
 - Só FE (controle nos fatores da ansiedade) 
 
 
III – ADAPTAÇÃO SOCIAL: 
 
III.I – Adaptação social intelectual: 
 
 - Ban % - realidade social, adequação à norma 
 - D % - visão mais concreta, mais imediata das coisas 
 
III.II – Adaptação social afetiva: 
 
 - FC - Facilidade do sujeito de estabelecer contatos. Superficialidade quando as FC 
nada dizem, ligadas a Ban, formalismo puro. FC pura + K boas = empatia 
 - Kext – contato positivo com o mundo exterior. 
 - H % -relacionamento com seres humanos, auto-percepção, identificação 
 - H : Hd (2 : 1) – qualidade no relacionamento com seres humanos 
 - Tipos de H – interesse humano 
 - T.R.I. Atual – deve ser extroversivo 
 
IV – SÍNTESE: 
 
 Deve-se fazer uma síntese ao final de cada item, e uma síntese final, que irá 
englobar todos os aspectos apurados no teste. 
 Deve ser pequena e extrair o essencial da pessoa que se descreveu. Se possível, dar 
a impressão, diagnóstica e prognostica. 
 Procurar imiciar a síntese com aspectos fundamentais do sujeito, respondendo ás 
suas questões feitas na entrevista. 
 Evitar rótulos psiquiátricos. 
 Enfatizar como o indivíduo VIVÊNCIA seus próprios problemas. 
 Lembrar que o teste de Rorschach é um teste que procura descrever a personalidade 
em termos de VIVÊNCIA ATUAL e do REAL. 
 
 
 
 
 
 28 
 
 
Teste de Apercepção Temática 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Criado por Henry A Murray e colaboradores da Clínica Psicológica de Harvard 2 
 
 
2 Henry A. Murray nasceu em 13/05/1896 e faleceu aos 95 anos em 23/06/1988 de pneumonia. Foi um psicólogo 
americano que trabalhou como professor durante 30 anos em Harvard. Era fundador da sociedade psicanalítica de Boston e 
desenvolveu uma teoria da personalidade baseada na "necessidade" e na "pressão". É também colaborador do teste de apercepção 
temática (TAT) que é usado extensamente por psicólogos. Em 1927, na idade de 33, transformou-se em diretor assistente a clínica 
psicológica de Harvard e 10 anos de mais tarde seu diretor. Em 1938 publicou "explorações na personalidade" Hoje um clássico na 
psicologia, onde o teste de apercepção temática foi descrito também. 
 
 
f Lives 
 29 
 
O TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA 
 
 
Finalidade: 
O teste de Apercepção Temática, habitualmente conhecido como o TAT, constitui 
um método para revelar ao intérprete treinado alguns dos impulsos, emoções, sentimentos, 
complexos e conflitos dominantes de uma personalidade. O seu valor especial reside na sua 
capacidade para expor as tendências inibidas subjacentes que o sujeito, ou paciente, não 
está disposto a admitir, ou não pode admitir, pelo fato de não ter consciência delas. 
 
 
Utilidade: 
O TAT será comprovadamente útil em qualquer estudo abrangente da 
personalidade e na interpretação de distúrbios do comportamento, doenças 
psicossomáticas, neuroses e psicoses. Tal como se encontra hoje constituído não é 
adequado para crianças de idade inferior a 4 anos. A técnica é especialmente recomendada 
como introdução a uma série de entrevistas psicoterapêuticas ou a uma psicanálise breve. 
Como o TAT e o Rorschach produzem informações complementares, a combinação desses 
dois testes, como Harrison e outros sublinharam, é particularmente eficaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
Fundamentos Básicos: 
O procedimento consiste, meramente, na apresentação de uma série de quadros ao 
sujeito, encorajando-o a que conte histórias sobre eles, inventadas sem premeditação. 
O fato de as histórias assim reunidas revelarem, freqüentemente, componentes 
significativos da personalidade depende do predomínio de duas tendências psicológicas: a 
tendência para interpretar uma situação humana ambígua, em conformidade com as 
experiências passadas e necessidades presentes, e a tendência daqueles que escrevem 
histórias para proceder de modo semelhante: basearem-se na reserva de suas experiências e 
expressarem seus sentimentos e necessidades, sejam conscientes ou inconscientes. Se os 
quadros são apresentados como um teste de imaginação, o interesse do sujeito, aliado à sua 
necessidade de aprovação, pode ficar de tal modo envolvido na tarefa, que ele esquece o 
seu eu sensível e a necessidade de defendê-lo contra as sondagens do examinador; e, antes 
que se dê conta disso, já disse coisas sobre um personagem inventado que se aplicam a si 
próprio, coisas essas que ele teria relutado em confessar em resposta a uma pergunta direta. 
Quase sempre, o sujeito chega ao final do teste sem se aperceber, felizmente, de 
que apresentou ao psicólogo o que corresponde a uma chapa de raios X do seu eu mais 
íntimo. 
 
Material do teste: 
 
O material consiste em dezenove quadros impressos em cartão Bristol branco e um cartão 
em branco, totalizando 20 histórias: 
(1) as figuras são eficazespara estimular a imaginação; 
(2) servem para obrigar o sujeito a lidar, à sua própria maneira, com certas situações 
humanas clássicas; e, finalmente, 
(3) as vantagens do emprego de estímulos padronizados são, neste caso, como em outros 
testes, consideráveis; 
A presente série de quadros (num total de 31, incluindo-se 1 em branco), e 
esperamos que seja definitiva, selecionada em bases pragmáticas, é a terceira revisão do 
jogo original, distribuída em 1936 pela Clínica Psicológica de Harvard. 
Para calcularmos a eficácia de cada quadro, aguardamos em cada caso até que, com 
a ajuda de outros métodos, tivesse sido profundamente estudada e compreendida a 
 31 
personalidade do sujeito a quem o teste fora aplicado; e só então classificamos o quadro de 
acordo com a soma de informação que a história sugerida pelo mesmo proporcionou ao 
diagnóstico final. 
A média de tais classificações foi aceita como uma medida do poder de estimulação 
do quadro. Este método é o mais idôneo para julgar a eficácia de qualquer procedimento 
diagnóstico não-específico. 
A experiência demonstrou que, a longo prazo, as histórias obtidas são mais 
reveladoras e a validade das interpretações é incrementada se a maioria dos quadros incluir 
uma pessoa do mesmo sexo do sujeito. 
 Isto não significa que seja necessário ter dois jogos completamente diferentes de 
quadros, visto que alguns quadros de comprovado valor não contêm figuras humanas; 
outros retratam um indivíduo de cada sexo e, em outros, o sexo de uma das figuras 
apresentadas é discutível. 
De fato, onze dos nossos quadros (incluindo o cartão em branco) foram 
considerados adequados para ambos os sexos. A nossa experiência limitou-se quase 
inteiramente a testar sujeitos entre os catorze e os quarenta anos de idade e o presente jogo 
de quadros reflete essa limitação, porquanto a sua maioria se ajusta ao princípio de que 
uma figura no quadro deve ser, não só do mesmo sexo do sujeito, mas também não muito 
mais velha, de modo que, por assim dizer, não seja suficientemente idosa para que possa 
considerar-se contemporânea dos pais da pessoa testada. 
Entretanto, fomos informados pelo Dr. R. Nevitt Sanford de que nos testes com 
crianças, esse princípio não é importância decisiva e que, com algumas substituições 
necessárias, a maioria do atual jogo de quadros é adequada para sujeitos de sete a catorze 
anos. 
Outros examinadores obtiveram resultados satisfatórios com rapazes e meninas 
ainda mais jovens. Cada jogo está dividido em duas séries de dez quadros cada, sendo os 
quadros da segunda série deliberadamente mais incomuns, dramáticos e insólitos do que os 
da primeira. Uma hora completa é dedicada a cada série sendo as duas sessões separadas 
por um intervalo de um dia ou mais. 
Administração (preparação do sujeito): a maioria dos sujeitos (pacientes) não 
necessita de preparação alguma, além de lhes ser dada alguma razão aceitável para a 
realização do teste. Mas aos sujeitos peculiarmente obtusos, indiferentes, resistentes ou 
 32 
desconfiados, a quem nunca se administrara um teste educacional ou psicológico, será 
preferível dar-lhes uma tarefa menos exigente (um teste de inteligência, de aptidão 
mecânica, Rorschach etc.) antes de serem submetidos ao TAT. Usualmente, as crianças 
executam-no melhor depois de várias sessões gastas na elaboração de fantasias faladas, 
com a ajuda de brinquedos. 
 
Atmosfera da situação do teste: 
 
O ambiente amistoso (gerado pela secretária e outros membros do "staff”), o 
aspecto estético do gabinete e seu mobiliário, assim como o sexo, idade, modos e 
personalidade do examinador, tudo isso é capaz de afetar a liberdade, vigor e direção da 
imaginação do sujeito. Como o objetivo do examinador é obter a maior soma de material, 
da mais elevada qualidade possível de acordo com as circunstâncias, e como tal meta 
depende inteiramente da boa vontade e criatividade momentânea do sujeito, e atendendo a 
que essa criatividade é um processo delicado, predominantemente involuntário que não 
pode ser forçado a florescer numa atmosfera rígida, fria, intelectualmente superior ou de 
algum outro modo incompatível, é da maior importância que o sujeito tenha boas razões 
para sentir um ambiente cordial e prever receptividade, boas vontade e apreço por parte do 
examinador. 
 
Análise e interpretação das histórias: 
 
Treinamento do intérprete: 
 
Além de certo faro para a tarefa, um intérprete do TA T deve possuir uma base de 
experiência clínica, somada à observação, entrevista a aplicação de testes a pacientes de 
todos os tipos; e,. se pretende ir muito além da superfície das coisas, o conhecimento da 
psicanálise e certa prática na tradução das imagens dos sonhos e da linguagem comum em 
componentes psicológicos elementares, ser-lhe-ão igualmente úteis. 
Além disso, deve ter tido um treino de alguns meses no uso deste teste específico, 
reunindo muita prática na análise de histórias que possibilitem checar cada conclusão, em 
confronto com os fatos conhecidos de personalidades minuciosamente estudadas. 
 33 
 
Dados básicos necessários: 
 
Antes de começar a interpretar um conjunto de histórias, o psicólogo deve conhecer 
os seguintes fatos básicos: sexo e idade do sujeito, se os seus pais morreram ou estão 
separados, idade e sexo de seus irmãos, sua profissão e estado civil. Sem estes fatos 
públicos facilmente obtidos (que o TAT não foi projetado para revelar), o intérprete 
poderia ter dificuldades em orientar-se na leitura das histórias. Uma análise cega é uma 
proeza acrobática que pode ou não ser coroada de êxito; não tem lugar na prática clínica. 
 
 
Modos de análise do conteúdo: 
 
Ao lidar com o conteúdo das histórias, o método que recomendamos é o de análise 
de cada sucessivo acontecimento, de acordo com: 
(a) a força ou forças que emanam do protagonista e 
(b) a força ou forças que emanam do meio ambiente. A força ambiental dá o nome 
de pressão. 
Personalidade de primeiro nível, manifestada ou pública, (isto é, a camada externa). 
 Há numerosas maneiras de descobrir as tendências manifestas mais típicas; o TA T 
é um dos poucos métodos hoje existentes para a revelação de tendências dissimuladas. A 
melhor compreensão da estrutura total da personalidade é obtida quando o psicólogo 
examina as características do comportamento manifesto em conjunto com as conclusões 
aduzidas do TAT. 
Meio desatentos ao fato de que estão lidando com produções imaginárias e não 
registros de comportamento real, alguns intérpretes são propensos a supor que as variáveis 
inusitadamente fortes e as variáveis inusitadamente fracas nas histórias do TA T serão, 
respectivamente, invulgarmente fortes e fracas na personalidade manifesta do sujeito. Há 
uma base pragmática sem dúvida, para essa expectativa, tanto mais que os estudos 
estatísticos demonstraram que na maioria das variáveis existe uma correlação positiva 
entre a força de suas expressões imaginárias (TA T) e a força de suas expressões 
comportamentais. 
 34 
Contudo, não podemos confiar demais nessas conclusões globais, visto que não só 
encontramos numerosas exceções individuais como também, no caso de outros importantes 
impulsos e emoções, especialmente aqueles que são habitualmente reprimidos, o certo é, 
de um modo geral, exatamente o oposto. 
Recorde se aqui o princípio de que as correntes do pensamento são mais 
rigidamente influenciadas por intensas necessidades que foram inibidas ou postas em 
inatividade por largo tempo do que por aquelas necessidades que foram recentemente 
satisfeitas ou esgotadas completamente por uma ação manifesta. O que o TAT revela é 
freqüentemente, o oposto daquiloque o sujeito faz e diz, consciente e voluntariamente, em 
sua vida cotidiana. Assim, o quadro que surge desse teste pode ser irreconhecível para os 
amigos ocasionais e mesmo os íntimos do indivíduo. 
Embora o TAT não fosse planejado para revelar o primeiro nível, a camada externa 
da personalidade (comportamento público), o intérprete pode conjeturar amiúde alguns dos 
seus traços característicos, se tomar nota dos seguintes pontos: 
 (a) as histórias compostas na primeira sessão (em resposta aos dez primeiros 
quadros) estão mais intimamente relacionadas com a camada externa da personalidade do 
que as compostas na segunda sessão, muitas das quais expressam, simbolicamente, 
tendências e complexos da camada interior. 
(b) é provável que as tendências não restringidas por sanções culturais sejam tão 
fortes em suas manifestações abertas quanto nas dissimuladas. 
(c) sabedor de alguns fatos sobre o sujeito, o intérprete, penetrando cautelosamente 
na atmosfera das histórias e anotando as repetições e elementos congruentes naquelas, 
pode distinguir, usualmente sem muitas dificuldades, as porções (cerca de 15% das 
histórias) que são quase literal e conscientemente pessoais. 
Usualmente, surgirá desse núcleo de impressões um retrato das camadas intermédia 
e externa da personalidade. As porções que requerem uma interpretação profunda derivam, 
habitualmente, da camada interna. Os experimentos demonstraram que o sexo do 
examinador deve ser levado em conta. 
Isto é particularmente certo quando se analisam as histórias de um sujeito que 
alimenta uma hostilidade incomum aos indivíduos do sexo a que o examinador pertence. O 
prestígio e a atitude do examinador também podem afetar, em certa medida, o curso de 
algumas das histórias. 
 35 
É lícito prever que as pontuações normais não serão exatamente as mesmas para 
todos os examinadores; que alguns, por exemplo, instigarão mais afiliação e menos 
agressão, em longo prazo, do que outros. 
Ainda de maior importância como fatores determinantes são as situações vitais e os 
estados emocionais momentâneos do sujeito. Os estudantes universitários médio, prestes a 
ingressar nas forças armadas, introduzirão o tema guerra em duas pelo menos, de suas 
vinte histórias. Os conflitos conjugais serão predominantes nas histórias de uma mulher 
que está pensando no divórcio. Um jovem que acaba de ser rechaçado por sua garota 
receberá uma classificação excepcionalmente elevada na variável Rejeição. E assim por 
diante. 
 
ELABORAÇÃO DO TAT 
 
 Cada história narra um episódio (“conteúdo manifesto”), cuja trama contém, um 
tema ou “unidade dramática” de necessidades e reações dos personagens ante as pressões 
(“conteúdo essencial”), que denuncia as tendências, atitudes, sentimentos e adaptações do 
sujeito. 
 Um ponto crítico do fundamento do TAT constitui a diferença entre conteúdo 
ideacional essencial e um “clichê” 
 
CONTEÚDO IDEACIONAL ESSENCIAL “CLICHÊ” 
São idéias que o sujeito pensa espontaneamente Só permitem inferir o relativo ao caráter geral 
das defesas do paciente e só em forma indireta e 
concernente às tendências 
O C.I.E. permite fazer inferências com respeito 
a algumas tendências de importância central 
para o sujeito. 
Refletem a maneira mais direta das defesas do 
paciente, a saber, através de sua rígida carência 
de imaginação, sua elaborada e minuciosa 
descrição do quadro em lugar de inventar a 
história correspondente. 
 
É importante para a análise do TAT, distinguir entre o conteúdo ideacional 
essencial e o cliché. 
 36 
Sito este exemplo: 
Uma história sobre a lâmina 1 que descreva uma criança desgostosa frente a seu violino 
porque queria estar lá fora jogando bola com outras crianças, é um clichê e só se ao longo 
dos relatos que o traço característico do paciente é desgostar-se com tudo o que faz e 
considerar sempre “mais verde o pasto do outro lado do cercado”. 
É importante, para a análise do T A T, distinguir entre o conteúdo ideacional essencial e o 
“clichê". 
 
ADMINISTRAÇÃO DA TÉCNICA 
 
O TAT deve ser aplicado individualmente. 
 
Há duas formas possíveis de administração: a total (aplicação das 20 lâminas) ou a 
reduzida (consiste em uma seleção segundo a idade ou tipo do examinando). 
 
Murray recomenda que se aplique o teste em duas sessões de, aproximadamente, uma hora 
cada uma e com um intervalo entre ambas de um dia pelo menos. 
O sujeito deve levar 5 minutos, mais ou menos, em cada lâmina. 
 
INSTRUÇÕES: 
 
Segundo Murray, deve-se pedir ao sujeito que invente uma história dramática, que 
compreenda o passado (os sucessos determinantes da cena figurada na lâmina); o presente 
(as ações, pensamentos e sentimentos de seus personagens) e o futuro (desenlace). 
Deve-se marcar o tempo de reação ao estímulo, ou seja, o tempo que o sujeito leva desde a 
entrega da lâmina até começar a história e o tempo total em cada lâmina. 
Ao terminar cada relato, pede-se ao sujeito que ponha um título . 
A entrevista do inquérito deve-se processar quando o paciente já tenha produzido o 
total de histórias do teste. 
A história do TAT pode achar-se arraigada em uma recordação, em um estereótipo 
ou “clichê” social, pode descrever o que o sujeito imagina que representa a lâmina, ou 
melhor, pode tratar-se de um simples produto da imaginação. 
 37 
A história não constitui, necessariamente, o material essencial e vital da vida do 
sujeito, é ao contrário, o material ideacional, o que se acha presente espontaneamente na 
consciência do sujeito quando se confronta com diferentes situações. 
 
ANÁLISE DO TAT 
 
Murray distingue a análise formal do protocolo e a análise do conteúdo. 
 
Análise formal: 
 
Estuda a compreensão da ordem por parte do sujeito: 
1) O grau de sua cooperação na prova; a exatidão de sua percepção de cada 
imagem; 
2) A construção das histórias, sua coerência, riqueza de detalhes; grau de realidade; 
estilo; 
3) Falta de uma fase na história; tendência à descrição ou alegorias; a linguagem 
usada; pobreza ou riqueza; presença ou ausência de certas categorias verbais; extensão das 
histórias, etc. 
Estes detalhes nos informam sobre a inteligência do sujeito; exatidão e clareza do 
pensamento; suas capacidades artísticas ou literárias, atitudes verbais e também sobre sua 
intuição psicológica e seu sentido de realidade. As tendências patológicas se descobrem 
assim facilmente. 
 
Análise do conteúdo: 
 
Abrange vários pontos, a saber: 
Tema principal: 
✓ Qual o argumento? Como se manifesta a interação das necessidades, pressões e 
desenlace da história? 
✓ Grau de significação: 
✓ Clichê ou história específica? Informativa ou evasiva? 
✓ Qual o valor da história? Significativa ou convencional? 
 38 
✓ Menciona fatos ligados à personalidade do examinando? 
✓ Em que medida o herói expressa o sujeito? 
 
 
Herói principal: 
 
O herói tende a ser o personagem pelo qual o narrador mais se interessa; o que mais 
se pareça ao sujeito pela idade, sexo e caráter; o que desempenhe o papel central da 
história; 
Há histórias em que há vários heróis parciais ou herói primário e secundário. Cada 
um deles poderá representar tendências não aceitas, mal integradas ou conflitivas do 
sujeito; 
O estado interior do herói de cada história é também representativo de um estado 
interior habitual do sujeito. 
 
Conduta do herói: 
 
Necessidades e pressões que se manifestam na conduta do herói (vide lista das 
necessidades e pressões de Murray) 
 
 
 
Nível de conduta do herói: 
 
✓ Fantasia: 
O herói se imagina, deseja ou fantasia condutas; 
✓ Conduta inibida

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