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CLÍNICA CIRÚRGICA CIRURGIAS ABDOMINAIS CURSO: ENFERMAGEM PROFESSORA: JULIANA MACHADO CAMPOS FLECK ALUNOS: ALEXANDRE FERREIRA, ANÁLIA NEVES, CARLA COLOMBARI, LETÍCIA RIBEIRO, MARIA APARECIDA LARA, MILENA EUGÊNIO, RAFAELA BOTELHO, RAQUEL DE PAULA 2017 UNIVERSIDADE DE FRANCA LAPAROTOMIA E LAPAROSCOPIA 1. Laparotomia - abertura cirúrgica da cavidade abdominal 2. Exploração da cavidade abdominal para avaliar a extensão da patologia e para identificar outras possíveis patologias não diagnosticadas previamente 3. Realização da cirurgia propriamente dita 4. Inventário ou revisão da cavidade abdominal para que se tenha certeza de que a cirurgia está completa e bem feita e para verificar se não foram esquecidos corpos estranhos na cavidade (compressas, gazes, agulhas, etc) 5. Fechamento da cavidade ETAPAS DA LAPAROTOMIA Quanto à finalidade: • Eletivas: quando têm um objetivo definido e conhecido. • Exploradoras: quando o objetivo é definir diagnóstico. • Via de drenagem de coleções líquidas. CLASSIFICAÇÃO DAS LAPAROTOMIAS 1. Extravasamento de contraste para o espaço perirrenal (setas maiores) 3. Raio X de tórax mostrando pneumoperitôneo em região subdiafragmática direita e esquerda 2. Raio-X de uma hérnia diafragmática. INDICAÇÕES DE LAPAROTOMIA Hipotensão persistente e foco hemorrágico abdominal Peritonite Hérnia diafragmática (raios X simples de tórax ou exame contratado ou TC) Pneumoperitônio e/ou pneumorretroperitônio (TC) Extravasamento de contraste na cavidade peritoneal (TC) Lesão de vesícula biliar ou de víscera oca (TC) Lesão de pâncreas com rotura do ducto de Wirsung (TC) Dúvida diagnóstica 1 2 3 1. Os procedimentos de cirurgia GI estão sendo realizados cada vez mais por meio do uso de um laparoscópio, quer de maneira parcial, quer total. Em geral, o laparoscópio é inserido através de incisão umbilical de 1 cm, sendo usados trocartes adicionais para a visualização e assistência. A dissecção é realizada com endocautério, tesoura ou laser. 2. As vantagens podem incluir redução na dor pós-operatória, no tempo de internação e recuperação mais rápida, melhor relação custo-benefício e melhor resultado estético. 3. As contraindicações podem ser obesidade, aderências internas e obstrução intestinal com distensão. 4. As colecistectomias e apendicectomias são rotineiramente realizadas através de laparoscopia; as outras cirurgias GI, inclusive as ostomias e ressecções intestinais, estão sendo cada vez mais eficazes através desta conduta cirúrgica. CIRURGIA LAPAROSCÓPICA GASTROPLASTIA A gastroplastia envolve vários tipos de cirurgia. Essas cirurgias visam ou a restrição do volume de alimento que pode ser ingerido ou diminuição na absorção dos alimentos. Nas cirurgias que visam a restrição, é limitado o fluxo de alimentos através do trato digestivo ao fechar parte do estômago e limitar a quantidade de comida que pode ser contida no estômago por vez. Os tipos de gastroplastia que visam diminuir a absorção dos alimentos previnem que o intestino absorva completamente as comidas. OBESIDADE CLASSE IMC Kg/m² Abaixo do peso < 18,5 Normal 18,5 – 24,9 Sobrepeso 25,0 – 29,9 Obesidade I 30,0 – 34,9 Obesidade II 35,0 – 39,9 Obesidade extrema III ≥ 40 CLASSIFICAÇÕES DE SOBREPESO E OBESIDADE PELO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA ALIMENTARES ATIVIDADE ↑ Densidade de energia dos alimentos ↑ Comportamento sedentário ↑ Tamanho das porções ↓ Atividades de vida diárias ↑ Variedade de doces, petiscos e aperitivos ↓ Atividade física ↑ Palatabilidade ↑ Disponibilidade ↓ Custo ↑ Bebidas calóricas (refrigerantes, sucos) FATORES AMBIENTAIS QUE PROMOVEM A OBESIDADE INDICAÇÕES PARA CIRURGIA BARIÁTRICA Os pacientes devem satisfazer os seguintes critérios para se candidatar a cirurgia bariátrica: • IMC > 40 kg/m² ou IMC > 35 kg/m² com uma comorbidade clínica associada agravada pela obesidade • Falha da terapia nutricional • Com menos de 225 kg • Psiquiatricamente estável sem uso de álcool ou de dependência de drogas ilegais • Instruído sobre a operação e suas sequelas • Indivíduo motivado • Capaz de deambular • Problemas médicos não impedindo a provável sobrevida da cirurgia INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS Gastroplastia – o procedimento mais comum é o uso de banda vertical com a criação de bolsa de 30ml ao longo da curvatura menor do estômago com pequena saída criada com o uso de um anel de plástico na extremidade distal, a fim de evitar a dilatação. Transposição gástrica – uma gastroenterostomia com Roux-em-Y é construída, criando, em primeiro lugar, uma bolsa de 50ml na parede proximal do estômago, grampeando horizontalmente e separando por completo a bolsa gástrica proximal menor da bolsa gástrica distal maior. O jejuno distal é preso a esta bolsa proximal, transpondo, assim, a bolsa gástrica distal. A porção proximal seccionada do jejuno é anastomosada ao jejuno distal. PORÇÃO DESVIADA DO ESTÔMAGOBOLSA GÁSTRICA CONTORNO DO DUODENO JEJUNO SUCO GÁSTRICO ALIMENTO DISPOSITIVO QUE INFLA A BANDA GÁSTRICA BOLSA BANDA AJUSTADA AS COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS PODEM OCORRER NO PERÍODO PÓS- OPERATÓRIO IMEDIATO E INCLUEM: Peritonite Obstrução estomacal Úlceras de estômago Atelectasia Pneumonia Tromboembolismo Desequilíbrios metabólicos resultante de vômitos prolongados e diarreia PRÉ-OPERATÓRIO Explicar ao paciente a importância dos movimentos respiratórios e de tossir Incentivar o exercício da tosse, aumentando assim o volume inspiratório e expiratório Mostrar ao paciente a importância de seu posicionamento no leito com a cabeceira em ângulo que varie de 45 a 75°, e com mudança de posição no leito para similateral para que previna o acúmulo de secreção pulmonar Explicar ao paciente que quando sentado, deverá posicionar os braços com almofadas na lateral, deixando o pulmão mais livre para a sua expansão, e posicionar as pernas, deixando-as estendidas Explicar ao paciente a importância do uso do incentivador respiratório, para a realização de exercícios regulares Verificar a saturação de O² dos pacientes, através de oximetria de pulso ou, se necessário, através da gasometria arterial. EVITANDO COMPLICAÇÃO RESPIRATÓRIA PÓS-OPERATÓRIO Explicar a importância da ausculta dos campos pulmonares pelo enfermeiro assistencial, a fim de verificar as condições dos ruídos respiratórios Estimular a manutenção dos exercícios respiratórios, favorecendo a expansibilidade e mobilidade de secreção Tomar medidas para prevenir aspiração, principalmente durante episódios de vômitos, tais como: • Elevar a cabeceira do leito e lateralizar a cabeça do paciente • Pedir que coloque a mão sobre o seu abdome para "sentir" os movimentos inspiratórios • Fazer movimento inspiratório, expandindo o abdome, e movimento expiratório, de forma lenta e profundamente Estimular a mudança de decúbito, como foi demonstrado no pré-operatório e a deambulação precoce, pois esta ação também ajuda a eliminar secreções pulmonares existentes. EVITANDO COMPLICAÇÃO RESPIRATÓRIA EVITANDO TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E TROMBOEMBOLISMO PRÉ-OPERATÓRIO Orientar sobre a importância da deambulação precoce para a prevenção de complicações vasculares e respiratórias Orientar sobre a necessidade de uso de meias elásticas em associação ou não com o uso de compressor intermitente de membros inferiores Mostrar ao paciente a importância de sair do leito o mais precoce possível, em pelo menos de 6 a 12 horas após o ato cirúrgico, para que mobilize o corpo e em particular as pernas, a fim de que se previnacomplicações pulmonares e formação de trombos, facilitando assim a circulação sanguínea. Estimular a participação ativa do paciente e família em todas as etapas das orientações pré-operatórias para o sucesso do pós-operatório. EVITANDO TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E TROMBOEMBOLISMO PÓS-OPERATÓRIO Utilizar meias elásticas e compressor intermitente de membros inferiores Explicar ao paciente e à família, a importância da deambulação precoce Estimular a movimentação com os pés para aumentar o retorno venoso e prevenir estase, como a flexão e extensão dos pés Administrar injeção subcutânea de heparina debaixo peso molecular quando prescrita pela equipe médica Monitorizar sinais de tromboflebite, atentando para os seguintes aspectos: Dor na região do dorso-flexão dos pés, devido à circulação insuficiente Monitorizar sensibilidade, hiperemia, elevação de temperatura na região da panturrilha e hipertemia Estimular o paciente a sair do leito nas primeiras 6 a 12 horas, reforçando as orientações dadas no pré-operatório EVITANDO AS COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO Administrar os líquidos IV de acordo com a prescrição. Registrar ingesta e débido (balanço hídrico) Quando a peristalse retorna, fornecer líquidos orais, para evitar a desidratação. Sendo os líquidos tolerados, começar seis pequenas alimentações para um total de 600 a 800 calorias. Observar e relatar o aumento da dor e a distensão, que podem indicar o extravasamento nos sítios dos grampos ou obstrução. Monitorar os sinais vitais e a ferida para sinais de infecção incisional e deiscência de sutura. Observar e relatar os sinais de desidratação (sede, oligúria, mucosas secas) e hipocalemia (fraqueza muscular, anorexia, náusea, peristalse diminuída e arritimias) Advertir o paciente que a alimentação excessiva provoca vômito e distensão epigástica dolorosa. EVITANDO AS COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO Ressaltar a importância do hábito alimentar saudável e da modificação do comportamento para perder peso, porque a gastroplastia é apenas um auxiliar do tratamento. Estimular o acompanhamento criterioso a longo prazo, para monitorar a perda de peso e o estado nutricional. As complicações adicionais a longo prazo são a esofagite e desnutrição. A produção de uma hérnia ocorre quando a pressão intra-abdominal aumenta (p. ex, esforço para levantar algo pesado, para evacuar ou para tossir). Quando a pressão aumenta, um segmento do intestino move-se para o interior de uma área fraca da musculatura abdominal. Nas áreas naturalmente predispostas ao enfraquecimento, é possível que a parede abdominal seja fina ou distendida devido a uma quantidade inadequada de colágeno. HÉRNIA ABDOMINAL INTESTINO DELGADO PAREDE ABDOMINAL PROTRUSÃO INTESTINAL BURACO NA PAREDE ABDOMINAL HÉRNIA INCISIONAL HÉRNIA UMBILICAL HÉRNIA EPIGÁSTRICA HÉRNIA INGUINAL HÉRNIA DE SPIEGEL TIPOS DE HÉRNIAS Inguinal – Protrusão do saco herniário contendo intestino no orifício inguinal. • Indireta – devido a debilidade da parede abdominal no ponto em que o cordão espermático emerge no homem e no ligamento redondo na mulher. Através desta abertura, a hérnia estende-se para baixo, através do canal inguinal, e, com frequência, para dentro da bolsa escrotal ou grandes lábios. • Direita – passa através da parede inguinal posterior; mais difícil de reparar que a hérnia inguinal indireta. PACIENTE COM HÉRNIA INGUINAL BILATERAL E UMBILICAL DE GRANDE PROPORÇÕES TIPOS DE HÉRNIAS Umbilical – Protrusão intestinal no umbigo devido à falha de fechamento do orifício umbilical. Ocorre com maior frequência em mulheres obesas, crianças e nos pacientes com aumento da pressão intra-abdominal em virtude de cirrose e ascite. Femoral – Hérnia para dentro do canal femoral, aparecendo abaixo do ligamento inguinal (ligamento de Poupart; abaixo da virilha). A incidência de estrangulamento é alta. Incisional – Protusão intestinal decorrente da fraqueza da parede abdominal; pode acontecer após comprometimento incisional em virtude de infecção, drenagem e assim por diante. CLASSIFICAÇÃO POR GRAVIDADE Redutível – A massa em protrusão pode ser devolvida à cavidade abdominal. Irredutível – A massa em protrusão não pode ser movida para trás, para dentro do abdome. Encarcerada – Hérnia irredutível em que o fluxo intestinal fica completamente obstruído. Estrangulada – Hérnia irredutível em que os fluxos sanguíneo e intestinal encontram- se inteiramente obstruídos; desenvolve-se, quando a alça do intestino no saco se torce ou edemacia, sendo produzida constrição no colo do saco. HÉRNIA ESTRANGULADA ESTRANGULAÇÃO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O abaulamento sobre a área herniada aparece, quando o paciente fica em pé ou faz esforço, e desaparece, quando em decúbito dorsal. A hérnia tende a aumentar de tamanho e reincidir com a pressão intra-abdominal. A hérnia estrangulada apresenta-se com dor, vômito, edema do saco herniático, sinais de irritação peritoneal no abdome inferior, febre. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA BASEADA EM MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Radiografia abdominal – revela níveis anormalmente elevados de gás no intestino. Exames laboratoriais (hemograma completo, eletrólitos) - podem mostrar a hemoconcentração (hematócrito aumentado), desidratação (sódio aumentado ou diminuído), e leucócitos elevados, quando encarcerada. TRATAMENTO Cirúrgico - recomendado para corrigir a hérnia, antes que ocorra o estrangulamento, o que, então, transforma-se em situação de emergência. a) Herniorrafia - remoção do saco herniário; o conteúdo é reintroduzido no abdome; as camadas de músculo e fáscia são suturadas. A herniorrafia laparoscópica é uma possibilidade, sendo, com frequência, realizada como procedimento ambulatorial. b) A hernioplastia, envolve o reforço da sutura (frequentemente com tela) para a reparação extensa da hérnia. c) A hérnia estrangulada requer a ressecção do intestino isquêmico além da reparação da hérnia. COMPLICAÇÕES Obstrução intestinal Recidiva da hérnia UM CORTE É FEITO NA REGIÃO INGUINAL. O TAMANHO PODE VARIAR DE 6 A 8 CM, DEPENDENDO DO PORTE FÍSICO DO PACIENTE. A HÉRNIA É COLOCADA DENTRO DO ABDOME. UMA TELA É INTRODUZIDA PARA DIMINUIR A REINCIDÊNCIA DO PROBLEMA. APÓS O PROCEDIMENTO, O LOCAL É FECHADO COM PONTOS. 1 2 3 4 3 FUROS, DE ATÉ 0,5 CM, SÃO FEITOS NA REGIÃO DO ABDOME INFERIOR, DO UMBIGO E DO OSSO DO PÚBIS. PELOS ORIFÍCIOS SÃO INTRODUZIDAS AS CÂNULAS, TUBOS, E UMA CÂMERA, QUE AUXILIAM NO PROCESSO. A HÉRNIA É IDENTIFICADA E UMA TELA É COLOCADA NO LOCAL, QUE É FECHADO NA SEQUÊNCIA. Figura 1 Hérnia subcostal direita, com deformidade e eventração. Figura 2 Rafia músculo-aponeurótica, por sutura contínua, do óstio herniário. Figura 3 Fixação da tela de polipropileno sobre a aponeurose recém reconstituída. 1 2 3 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Perguntar ao paciente se a hérnia está aumentando e se é incontrolável. Determinar se o paciente está exibindo sinais e sintomas de estrangulamento, como distensão, febre, náusea e vômito. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Dor relacionada à hérnia abaulada (mecânica). Dor decorrente do procedimento cirúrgico. Risco de infecção que se liga ao procedimento de emergência para hérnia estrangulada ou encarcerada. ALIVIANDO A DOR PÓS-OPERATÓRIA Fazer com que o paciente imobilize o local de incisão com a mão ou travesseiro, quando tossir, a fim de diminuir a dor e proteger o local contra a aumento da pressão intra-abdominal. Administrar analgésicos de acordo com a prescrição.Ensinar sobre o repouso no leito, compressas de gelo intermitentes e elevação escrotal como medidas usadas para reduzir o edema ou edema escrotal após a reparação de hérnia inguinal. Estimular a deambulação, logo que for permitida. Esclarecer ao paciente que a dificuldade em urinar é comum após a cirurgia; promover a eliminação, para evitar o desconforto e, quando necessário, cateterizar. PREVENINDO A INFECÇÃO Verificar o curativo para drenagem e a incisão para rubor e edema. Monitorar para outros sinais/sintomas de infecção: febre, calafrios, indisposição, sudorese. Administrar antibióticos, quando apropriado. EDUCAÇÃO DO PACIENTE E MANUTENÇÃO DA SAÚDE Informar que a dor e o edema da bolsa escrotal podem permanecer por 24 e 48 horas após a reparação de hérnia inguinal. a) Aplicar gelo de forma intermitente. b) Elevar a bolsa escrotal e usar o apoio da bolsa escrotal. c) Tomar o medicamento prescrito, para aliviar o desconforto. Ensinar a monitorar-se para os sinais de infecção: dor, drenagem da incisão, hipertermia. Comunicar, também a dificuldade contínua de urinar. Informar que o levantamento de peso deve ser evitado durante quadro a seis semanas. Os exercícios atléticos e os esforços extremos devem ser evitados por 8 a 12 semanas no pós-operatório, de acordo com as instruções do médico. Fisiopatologia e Etiologia A obstrução é seguida por edema, infecção e isquemia. À medida que se desenvolve tensão intraluminal, geralmente ocorrem a necrose e a perfuração. A apendicite pode afetar qualquer grupo etário, porém é mais comum nos homens entre 10 e 30 anos de idade. APENDICITE A apendicite é a inflamação do apêndice vermiforme causada por uma obstrução da luz intestinal decorrente de infecção, constrição, massa fecal, corpo estranho ou tumor. APÊNDICE NORMAL APÊNDICE INFLAMADO O APÊNDICE NORMAL É MÓVEL, ENTÃO PODE SE TORNAR INFLAMADO EM QUALQUER PONTO EM UM CÍRCULO DE 360° AO REDOR DA BASE DO CECO. ASSIM, O LOCAL DE DOR MÁXIMA E SENSIBILIDADE PODE VARIAR. EXAME FÍSICO O exame do abdome em geral revela ruídos intestinais reduzidos e sensibilidade focal com retraimento voluntário. A localização exata da sensibilidade é diretamente sobre o apêndice (ponto de McBurney). ESPINHA ILÍACA SUPERIOR ANTERIOR PONTO DE MCBURNEY CICATRIZ UMBILICAL A irritação peritoneal pode ser desencadeada no exame físico pelos achados de retraimento voluntário e involuntário, percussão, ou sensibilidade de rebote. Qualquer movimento, incluindo tosse (sinal de Dunphy), pode causar aumento da dor. Outros achados podem incluir dor no quadrante inferior direito durante a palpação do quadrante inferior esquerdo (sinal de Rovsing), dor com rotação interna do quadril (sinal obturador, sugerindo um apêndice pélvico) e dor na extensão do quadril direito (sinal do iliopsoas, típico de um apêndice retrocecal). Caso o apêndice perfure, a dor abdominal torna-se intensa e mais difusa, e o espasmo muscular abdominal aumenta, produzindo rigidez. A frequência cardíaca aumenta, com uma elevação de temperatura acima da de 39°. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Anorexia, indisposição moderada, febre baixa (38º), náusea e vômito. • Geralmente, ocorre constipação; ocasionalmente, diarreia. • Em geral, o paciente flexiona o quadril direito para aliviar a desconforto. Avaliação Diagnóstica Exame físico compatível com as manifestações clínicas. A contagem dos leucócitos revela leucocitose moderada (10.000 a 16.000/mm³) com desvio para a esquerda (neutrófilos aumentados). Exame de urina, para excluir os distúrbios urinários. A radiografia abdominal pode visualizar a imagem compatível com o fecalito no apêndice; a perfuração revela a presença de ar livre na cavidade abdominal. O ultrassom abdominal ou a TC podem visualizar o apêndice e excluir outras afecções, como a diverticulite e a doença de Crohn. Atualmente, a TC focalizada no apêndice pode ser realizada para uma avaliação mais rápida. Tomografia computadorizada (TC) de apendicite. Um apendicolito calcificado é observado junto a um abscesso complexo contendo líquido e ar (seta grande). O abscesso envolve os tecidos moles da parede abdominal (seta pequena). TRATAMENTO 1. É indicada a cirurgia (apendicectomia) Apendicectomia laparoscópica ou simples na ausência de ruptura ou peritonite. Dreno incisional pode ser colocado, caso ocorra abscesso ou ruptura. 2. No período pré-operatório, manter repouso no leito, dieta zero, hidratação IV para promover adequada função renal e reposição das perdas líquidas, possível profilaxia com antibióticos e analgesia. APENDICITE APENDICITE SUPURADO APENDICITE PERFURADO PÓS-OPERATÓRIO ESSA POSIÇÃO REDUZ A TENSÃO NA INCISÃO E NOS ÓRGÃOS ABDOMINAIS, AJUDANDO A REDUZIR A DOR. UM OPIÓIDE É ADMINISTRADO PARA ALIVIAR A DOR. LÍQUIDOS ORAIS E ALIMENTOS PODEM SER DADOS CONFORME DESEJADO NO DIA DA CIRURGIA, SE TOLERADO. POSIÇÃO SEMI-FOWLER COMPLICAÇÕES POTENCIAIS E PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM POSTERIORES À APENDICECTOMIA A sucção nasogástrica com uma sonda esvazia o estômago, reduzindo os danos pulmonares do vômito e minimiza uma distensão abdominal adicional pelo ar deglutido no pré-operatório. Se houver a possibilidade de peritonite, um dreno é deixado no lugar da área da incisão. Os pacientes em risco para essa complicação são mantidos no hospital por muitos dias e monitorizados cuidadosamente para sinais de obstrução intestinal ou hemorragia secundária. 1. Observe a sensibilidade abdominal, febre, vômitos, rigidez abdominal e taquicardia. 2. Faça constante sucção nasogástrica. 3. Corrija a desidratação como prescrito. 4. Administre agentes antibióticos como prescrito. PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM COMPLICAÇÃO PERITONITE COMPLICAÇÕES PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM Avalie para anorexia, calafrios, febre e diaforese. Observe para diarreia, que pode indicar abscesso pélvico. Prepare o paciente para exame retal. Prepare o paciente para procedimento de drenagem operatória. Avalie o paciente para calafrio, febre e diaforese. Prepare para exame de raios X. Prepare para drenagem cirúrgica de abscesso. Avalie para sons intestinais. Empregue intubação nasogástrica e sucção. Reponha líquidos e eletrólitos por via endovenosa conforme prescrição. Prepare para cirurgia, se o diagnóstico de íleo mecânico for estabelecido. ABSCESSO LOMBAR OU PÉLVICO ABSCESSO SUBFRÊNICO (DEBAIXO DO DIAFRAGMA) ÍLEO (PARALÍTICO E MECÂNICO) O PACIENTE PODE RECEBER ALTA NO DIA DA CIRURGIA DESDE QUE A TEMPERATURA ESTEJA NOS LIMITES DA NORMALIDADE, NÃO HAJA NENHUM DESCONFORTO NA ÁREA OPERADA E A APENDICECTOMIA NÃO TENHA SIDO COMPLICADA. QUANDO O PACIENTE ESTIVER PRONTO PARA A ALTA, ELE E A FAMÍLIA DEVEM SER ENSINADOS A CUIDAR DA FERIDA E A REALIZAR AS MUDANÇAS DE CURATIVOS E IRRIGAÇÕES CONFORME AS PRECRIÇÕES. UMA ENFERMEIRA VISITADORA PODE SER NECESSÁRIA PARA AJUDAR COM ESSE CUIDADO E A MONITORIZAR O PACIENTE PARA COMPLICAÇÕES E CICATRIZAÇÃO DA FERIDA. COLECISTECTOMIA A colecistectomia consiste na remoção da vesícula biliar. Ela é realizada para o tratamento de doenças como inflamação aguda ou crônica (colecistite), cálculos (colelitíase), ou presença de pólipos ou carcinoma. CONDUTO HEPÁTICO ESQUERDO CONDUTO HEPÁTICO DIREITO CONDUTO HEPÁTICO COMUM COLÉDOCO CONDUTO PANCREÁTICO CONDUTO CÍSTICO JEJUNO VESÍCULA BILIAR PAPILA DUODENAL CONTRAÇÃO DA VESÍCULA BILIAR E PASSAGEM DE BILE AO DUODENO • Normalmente, a bile contém substâncias químicas suficiente para dissolver ocolesterol excretado pelo fígado. Mas se o fígado excreta mais colesterol do que a bile pode dissolver, o excesso de colesterol pode se transformar em cristais e, eventualmente, em pedras. • Se a vesícula biliar não esvaziar corretamente ou com a frequência necessária, pode haver alta concentração da bile e, assim, a formação dos cálculos. • Outra possível causa para o surgimento de cálculos biliares é um desequilíbrio na relação entre os solubilizantes e o colesterol. Esta relação fica alterada não só quando aumenta o colesterol, mas também quando há uma redução da quantidade de solubilizantes na bile, facilitando a formação de cálculos. CÁLCULOS BILIARES DE COLESTEROL CÁLCULOS PIGMENTADOS CÁLCULOS BILIARES MISTOS • Contém 50% a 90% de colesterol e são a forma mais comum de cálculos nos países com uma dieta ocidental rica em proteínas e gorduras. • Cálculos com pigmento negro contém 10% a 90% de bilirrubinato de cálcio em combinação com uma variedade de outros sais de cálcio. Não estão relacionados a bile infectada e associam-se a doenças hemolíticas crônicas ou cirrose. • Cálculos com pigmento marrom estão relacionados a dietas de baixa caloria, ricas em legumes e verduras. • Contêm 60%-90% de colesterol, sendo o restante formado por bilirrubinatos e outros sais de cálcio. Este tipo de cálculo se associa frequentemente à colecistite. Cálculos de colesterol Cálculos de pigmento Idade avançada Idade avançada Sexo feminino Hemólise crônica Obesidade Doença hepática alcoólica Perda de peso rápida Infecção biliar Resistência à insulina Inatividade física Descendência de indígenas norte- americanos Descendência asiática Hiperalimentação (estase da vesícula biliar) Hiperalimentação (estase da vesícula biliar) Níveis de triglicerídeos elevados Divertículo duodenal Medicações (p. ex., derivados do ácido fíbrico, estrogênios, octreotida) Vagotomia truncal Doença ileal, ressecção ou desvio Cirrose biliar primária Fatores de risco para formação de cálculos de colesterol e pigmento Os cálculos biliares podem sair da vesícula biliar e se alojar no ducto cístico, no canal colédoco ou na ampola de Vater. COLECISTITE AGUDA COLEDOCOLITÍASE COLANGITE AGUDA PANCREATITE AGUDA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DOR E CÓLICA BILIAR ICITERÍCIA URINA COM COLORAÇÃO ESCURA FEZES ACINZENTADAS DEFICIÊNCIA DE VITAMINA PRURIDO ACENTUADO ACHADOS CLÍNICOS CÓLICA BILIAR COLECISTITE AGUDA Dor quadrante superior direito Presente Presente Sensibilidade abdominal Ausente ou leve Moderada a grave, especialmente sobre o fígado e/ou vesícula biliar (sinal de Murphy) Febre Ausente Geralmente presente Leucocitose Ausente Geralmente > 11.000/ Duração dos sintomas < 4 h > 6 h Ultrassonografia Cálculos biliares Cálculos biliares, espessamento da parede da vesícula biliar Exame HIDA Cálculos biliares visualizados dentro de 4 h Sem preenchimento da vesícula biliar DIAGNÓSTICOS EXEMPLOS Radiografia do quadrante abdominal superior direito mostrando cálculos radiopacos na vesícula biliar (seta pequena) e ducto colédoco (seta grande). Radiografia na colecistite crônica. Radiografia do quadrante abdominal superior direito obtida durante um exame com bário do trato gastrintestinal superior, mostrando uma parede calcificada da vesícula biliar (setas) (“vesícula biliar de porcelana”). O achado indica a ocorrência de colecistite crônica e a existência de um alto risco de câncer de vesícula biliar. Ultrassonografia da vesícula biliar mostrando, no centro da imagem (seta), um cálculo junto à vesícula biliar, com uma área triangular de atenuação acústica (“sombreado”) atrás do cálculo. Este colangiopancreatograma de ressonância magnética (CPRM) mostra múltiplos cálculos biliares (setas) no ducto colédoco (coledocolitíase). PRÉ-OPERATÓRIO • O enfermeiro pede ao paciente que ele descreva os sintomas apresentados antes da admissão (p. ex., tipo e localização da dor ou do desconforto). • Ele pergunta se há alimentos específicos que lhe provocam dor ou desconforto, e quais são esses alimentos; e analisa outros problemas (p. ex., náusea, vômito ou cólicas abdominais). • Inspeciona a pele e as escleras em busca de icterícia e palpa o abdome para verificar a presença de sensibilidade. PRÉ-OPERATÓRIO • Uma radiografia de tórax, eletrocardiograma e provas de função hepática podem ser realizadas, além dos exames radiográficos da vesícula biliar. • A vitamina K pode ser administrada quando o nível de protrombina do paciente é baixo. • A terapia com componentes sanguíneos pode ser administrada antes da cirurgia. • Os requisitos nutricionais são considerados; se o estado nutricional do paciente é subótimo, pode haver necessidade de fornecer glicose EV com suplementos de hidrolisado proteico para auxiliar na cicatrização da incisão e ajudar a lesão hepática. • A pneumonia e atelectasia são possíveis complicações pós- operatórias, as quais podem ser evitadas através de respiração profunda e mudança de decúbito frequente. GRAU CARACTERÍSTICAS I Sem complicações locais ou sistêmicas. II Complicações locais (empiema, abscesso localizado, necrose, perfuração bloqueada). II Complicações sistêmicas com falência orgânica. Classificação da colecistite aguda (Tokyo Guidelines) A colecistite aguda pode ser classificada, segundo o censo de Tóquio de 2007, em três graus (o que pode ajudar na definição da via de acesso cirúrgico). A melhor via de acesso cirúrgico na ausência de comprometimento sistêmico é a laparoscópica. Na existência de sepse ou complicações locais como abscesso hepático, coleperitônio e fístulas internas, a melhor opção seria a laparotômica. Laparoscopia A vesícula biliar é removida através de pequena abertura exatamente acima do umbigo por meio de laparoscópio para visualização Três outras pequenas punções são realizadas no abdome, para inserir outros instrumentos especiais, usados para auxiliar na manipulação e retirada da vesícula biliar. CÂMERA (PRIMEIRO FURO)PINÇA INSTRUMENTO INSTRUMENTO E PASSAGEM DA VESÍCULA PROCEDIMENTO Quando um paciente apresenta um tubo T após uma colecistectomia a céu aberto, o enfermeiro monitoriza e registra a drenagem e mantém a permeabilidade do tubo posicionando o coletor abaixo do nível da incisão. Isso evita que a bile reflua para o ducto. É preciso que haja uma ordem médica para pinçar o tubo T. Quando a cicatrização ocorre, o médico pode ordenar que o tubo T seja pinçado temporariamente antes de uma refeição, e que ele seja reaberto após a alimentação. O enfermeiro mensura a drenagem de bile a cada 8 horas ou segundo as normas da instituição. Quando há muita drenagem superior a 500 mL de bile em 24 horas, ou quando ocorre uma redução significativa da drenagem, o enfermeiro notifica ao médico. Evitar a tensão sobre o tubo é importante, porque ele pode ser deslocado inteiramente. O retorno da coloração normal das fezes e da urina indica que a bile está sendo depositada normalmente no trato GI. O dreno na ferida cirúrgica remove o exsudato da área anteriormente ocupada pela vesícula biliar e um tubo T desvia a bile, que ainda continua a ser produzida pelo fígado. CUIDADOS COM O DRENO Avaliar os sinais vitais. Verificar no prontuário médico o tipo de cirurgia, bem como a evolução do paciente durante a cirurgia e na sala de recuperação pós-anestésica. Inspecionar o curativo cirúrgico, verificando a presença dedrenagem, e o posicionamento, a permeabilidade e o tipo de drenagem de tubos e cateteres. Observar cuidadosamente o tipo e a quantidade de drenagem eliminada através da sonda nasogástrica. Se o paciente apresentar um tubo T, controlar a quantidade de drenagem. Se ele apresentar um dreno de Penrose, observar e trocar o curativo conforme a necessidade. Inspecionar o local de acesso IV. Observar a taxa e a progressão da infusão líquida. Documentar a entrada e o débito líquido, assim como o nível de consciência e de conforto. Monitorizar o paciente atentamente, observando as seguintes complicações: • Alteração dos sinais vitais, especialmente flutuações da PA, aumento da frequência de pulso e elevação da temperatura. • Alteração da condição respiratória, incluindo dificuldade respiratória e aumento da frequência respiratória. • Desconforto abdominal. • Débito urinário inferior a 35 mL/h quando o paciente estiver sondado ou incapacidade miccional nas oito horas que sucedem a cirurgia. • Icterícia Diagnóstico de Enfermagem: Dor relacionada à incisão cirúrgica. Resultado Esperado: O paciente relatará que os analgésicos aliviam a dor. AVALIAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA Intervenções Justificativas Administrar os analgésicos de acordo com a prescrição. A administração no horário possibilita o controle máximo e efetivo da dor. Ensinar ao paciente como imobilizar a incisão ao se mover ou tossir. A imobilização reduz a dor e o desconforto. Manter a permeabilidade da sonda nasogástrica e de tubos T quando presentes. Isso mantém o fluxo da drenagem, evitando a pressão de líquido acumulado e reduzindo a dor. Avaliação do Resultado Esperado: O paciente relata redução da dor abdominal e demonstra uma boa técnica de imobilização ao se mover ou tossir. Diagnóstico da Enfermagem: Risco para Padrão Respiratório Ineficaz relacionado à proximidade da incisão (quando se tratar de uma colecistectomia aberta) aos pulmões, que inibe a respiração profunda. Resultado Esperado: O paciente relatará conforto ao respirar e apresentará uma respiração fácil e eficaz. Intervenções Justificativas Colocar o paciente numa posição ereta ou semi-Fowler. Essas posições facilitam a expansão pulmonar. Estimular o paciente a respirar profundamente, tossir e imobilizar a incisão pelo menos a cada duas horas. Essas medidas produzem expansão pulmonar e mobilizam secreções. Quando o paciente respirar superficialmente, orientá-lo a utilizar o espirômetro de incentivo. Ele promove a respiração mais profunda e maior expansão pulmonar. Fazer com que o paciente deambule o mais breve possível, quatro vezes por dia, aumentando a distância a cada vez. Estimular o paciente a permanecer sentado pelo menos duas vezes por dia. A deambulação e a posição sentada evitam complicações pulmonares e promovem a expansão pulmonar. Auscultar os pulmões pelo menos cada oito horas. A ausculta detecta precocemente a presença de secreções retidas e de atelectasia, ajudando a prevenir complicações respiratórias. Avaliação do Resultado Esperado: O paciente mostra uma função pulmonar adequada, o que é evidenciado pela capacidade de realizar respirações profundas e tossir e pela ausência de sinais de complicações respiratórias. Diagnóstico da Enfermagem: Integridade da Pele Prejudicada relacionada à drenagem biliar alterada após a cirurgia e à inserção do tubo T e/ou de um dreno de Penrose. Resultado Esperado: A incisão e a pele em torno do tubo T e do dreno permanecerão intactas e não apresentarão irritação. Intervenções Justificativas Inspecionar todos os tubos de drenagem para se assegurar de que eles estão conectados a bolsa de drenagem, de que estão adequadamente cobertos com curativos estéreis e fixados á roupa do paciente para evitar o deslocamento ou torção. Isso evita o extravasamento de bile sobre a pele. Manter o coletor de drenagem do tubo T abaixo da incisão e manter a conexão frequentemente, de acordo com a necessidade. Essas medidas promovem a drenagem de bile através do tubo T. Aplicar protetores (p. Ex., óxido de zinco ou vaselina) sobre a pele em torno dos tubos de drenagem. Essas medidas evitam a irritação cutânea. Observar as escleras, verificando a presença de icterícia. Notificar a ocorrência de dor abdominal, náusea, vômito, drenagem de bile em torno do tubo T ou fezes com cor de argila. Esses achados podem indicar obstrução da drenagem de bile. Avaliação do Resultado Esperado: A pele em torno dos tubos de drenagem permanece intacta e livre de irritação. Diagnóstico da Enfermagem: Nutrição Desequilibrada: Menos do que as Necessidades Corporais relacionada à alta demanda metabólica e à diminuição da capacidade de digerir alimentos gordurosos. Resultado Esperado: O paciente manterá o peso e um estado nutricional ideal. Intervenções Justificativas Oferecer uma dieta hipogordurosa e rica em carboidratos e proteínas. Informar ao paciente que as gorduras são restringidas por 4 a 6 semanas após a cirurgia. Inicialmente, a bile é drenada e não está disponível para a digestão de gorduras. À medida que os ductos biliares dilatam para acomodar o volume de bile que era retido na vesícula biliar, uma quantidade suficiente de bile será liberada no trato GI para emulsificar gorduras e permitir a digestão. Administrar as vitaminas A, D, E e K conforme o indicado. Essas vitaminas lipossolúveis são necessárias para a ingestão nutricional adequada. Consultar o nutricionista se o paciente mostrar dificuldade para suprir suas necessidades nutricionais. Isso fornece ao paciente uma fonte de informações nutricionais e alternativas às restrições dietéticas. Orientar o paciente a se pesar semanalmente. Isso fornece um registro da manutenção, ganho ou perda de peso. Estimular o paciente a aumentar a atividade. O aumento da atividade aumenta o apetite. Orientar o paciente a manter um registro da ingestão alimentar e de qualquer problema com sintomas GI durante ou após as refeições. Esse método ajuda os pacientes a identificar e evitar alimentos que causam sintomas GI. Avaliação do Resultado Esperado: O paciente relata que seu peso permanece estável e que ele está tolerando a dieta muito bem. Diagnóstico da Enfermagem: Risco para Controle Ineficaz do Regime Terapêutico relacionado ao conhecimento insuficiente para o autocuidado. Resultado Esperado: O paciente demonstrará ter assimilado as instruções da alta, o que é evidenciado pelo cuidado adequado da ferida e a repetição das instruções médicas e dietéticas. Intervenções Justificativas Reforçar as instruções dietéticas como acima, com explicação racional da razão pela qual o paciente deve restringir o consumo de gorduras. O conhecimento aumenta a compreensão e a adesão às restrições dietéticas. Fornecer informações verbais e impressas que o paciente consiga compreender sobre qualquer prescrição. O paciente aprende de várias maneiras. A apresentação de informações de um modo compreensível promove o aprendizado. Demonstrar – e pedir ao paciente ou a um familiar que demonstre – o cuidado da ferida, a troca de curativo e o cuidado com o tubo T e o coletor da drenagem. As demonstrações permitem ao enfermeiro determinar a capacidade e o conhecimento do paciente ou do familiar, reforçar instruções e corrigir conceitos errôneos. Orientar o paciente ou família a notificar ao médico se a ferida parecer hiperemiada ou edemaciada ou apresentar drenagem purulenta, ou se o débito do tubo T aumentar. Esses achados indicam infecção ou obstrução abaixo do tubo T, o que exige intervenção precoce. Explicar que, inicialmente, as fezes podem ser menos consistentes e as evacuações frequentes. No início a bile irá drenarcontinuamente para o interior do sistema digestivo porque a vesícula biliar não mais a armazena. Orientar o paciente a notificar o médico se ele apresentar fezes cor de argila, urina marrom-escura ou icterícia. Esses achados indicam obstrução e exigem intervenção precoce. Recomendar ao paciente que evite levantar qualquer coisa que pese mais de 2,5 kg, por no mínimo 1 mês. Isso evitará a formação de uma hérnia incisional. Avaliação do Resultado Esperado: O paciente realiza o autocuidado em casa, o que é evidenciado pela cicatrização adequada da ferida, pela adesão aos esquemas dietético e terapêutico e pela ausência de complicações.
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