Aula10Procedimentos especiais ACao de DissoluCAo Parcial de Sociedade

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Procedimentos especiais
Ação de Dissolução Parcial de Sociedade – Aula 01
A Dissolução Parcial da Sociedade é um dos Procedimentos Especiais incluídos como tal pelo Novo Código de Processo Civil.
Mas isso é novidade?
Havia previsão no CPC de 1939;
Artigo 1.218, VII do CPC de 1973;
No CPC de 2015 passou a integrar o rol dos Procedimentos Especiais.
Apesar do nome da ação ser “Ação de Dissolução Parcial de Sociedade” este instrumento processual se presta a duas funções distintas:
Dissolver a Sociedade, e;
Apuração de Haveres.
As previsões de propositura da Ação de Dissolução Parcial de Sociedade estão previstos nos incisos I a III do Artigo 599 do CPC.
Tanto a dissolução quanto a apuração de haveres podem ser cumuladas em um mesmo processo, ou podem ser requeridas de forma autônoma.
A Finalidade desta Ação é tratar da hipótese de exclusão do sócio da sociedade empresarial, sem que para tanto seja necessária a extinção da referida sociedade, ou a apuração dos valores que a sociedade empresarial deverá indenizar ao sócio que está deixando a empresa.
Partes na Dissolução Parcial de Sociedade
A Legitimidade Ativa está fundada no artigo 600, incisos I a VI do CPC e poderá ser proposta pelo:
Do Espólio do sócio que vier a falecer, neste caso na pessoa de seus sucessores;
Dos Sucessores após a partilha dos bens, ingressando na sociedade empresária;
Da própria Sociedade empresarial quando o contrato social impedir a entrada na sociedade dos sucessores do sócio falecido;
Do Sócio que exerceu o direito de retirada da sociedade empresária, podendo ser neste caso a retirada realizada de forma extrajudicial;
 
Da sociedade, nos casos em que a Lei não autoriza a exclusão extrajudicial;
Do sócio excluído, e;
Do cônjuge ou companheiro quando a união finda, para apurar seus haveres, os quais serão extraídos da quota parte do sócio correspondente.
A Legitimidade Passiva está fundada no artigo 601 do CPC, sendo necessário averiguar quem estará no polo ativo, pois, como visto, existirão casos em que a sociedade poderá ocupar o polo ativo, e, neste caso evidentemente não poderá ocupar também o polo passivo da mesma demanda.
Procedimento Judicial
A petição inicial da Ação de Dissolução Parcial de Sociedade deverá atender os critérios dos artigos 319 e 599 do CPC.
Além disso deverá conter necessariamente o contrato social consolidado da empresa, conforme previsão do artigo 559, § 1º do CPC.
Estando a petição em ordem o juiz determinará a citação dos sócios e da sociedade empresarial para no prazo de 15 dias oferecer resposta, ou concordar com o pedido inicial.
Poderá a sociedade empresária formular na contestação pedido de condenação nos valores a serem apurados caso frustrada a pretensão do autor, conforme artigo 602 do CPC.
Na sentença que julgar o pedidos de dissolução parcial, caso acolhido o pleito, deverá o juiz de pronto:
A) Fixar a data em que ocorreu a dissolução parcial da sociedade;
B) Determinar os critérios a serem empregados pelo perito para a futura apuração dos haveres, tomando em conta aquilo que dispõe o contrato social;
C) Nomear perito para realizar a apuração dos haveres, tudo conforme artigo 604 do CPC.
O perito deve ser preferencialmente nomeado dentre especialistas em avaliação de sociedades, conforme o artigo 606, parágrafo único do CPC.
A data da resolução da sociedade deve ser arbitrada segundo os parâmetros do art. 605. Assim, deve-se ter como o momento da dissolução parcial:
A) no caso de óbito do sócio, o dia de sua morte;
B) no caso de retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento da notificação do sócio retirante pela sociedade;
C) Havendo retirada motivada, recesso, o dia do recebimento pela sociedade da notificação do sócio;
D) na retirada por justa causa, em sociedade por prazo determinado, e na exclusão judicial de sócio, o trânsito em julgado da decisão que julga a dissolução parcial, e;
E) no caso de exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da reunião dos sócios que tiver promovido a remoção.
Para definir os haveres deverá ser utilizado o critério eleito no contrato social, e na omissão deste o juízo deverá se utilizar dos critérios do artigo 606 do CPC.
Concluída a perícia, e oportunizada a impugnação pelas partes, caberá o juiz arbitrar o valor que entender devido.
Transitada em julgado essa decisão, deve a sociedade pagar o valor correspondente, em dinheiro, no prazo de até noventa dias .