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Revisão Penal N2 • CONCURSO DE CRIMES Concurso de crimes quer dizer que o agente ou um grupo de agentes cometeu dois ou mais crimes mediante a prática de uma ou várias ações. Portanto, dentro de uma mesma dinâmica há a pratica vários crimes. Vamos lá: OU • ESPÉCIES DE CONCURSO DE CRIMES: CONCURSO MATERIAL Ocorre quando o agente mediante mais de uma conduta (ação ou omissão) prática dois ou mais crimes idênticos ou não. Exemplo: Agente A, armado com um revólver, mata B e depois rouba C. Neste exemplo, há duas condutas e dois crimes diferentes (homicídio e roubo), a este resultado com COMETE Dois ou mais crimes COMETE Dois ou mais crimes CONCURSO MATERIAL ART. 69 CP CONCURSO FORMAL ART. 70 CP CRIME CONTINUADO ART. 71 CP Mais de uma Conduta (ação ou omissão) Dois ou mais crimes COMETE crimes diferentes atribui-se o termo Concurso Material Heterogêneo, já para crimes idênticos, o termo é Concurso Material Homogêneo. Espécies de Concurso Material: 1. Concurso Material Homogêneo: Quando os crimes praticados pelo agente são da mesma natureza. Exemplo: Agente que mata sua esposa e em seguida sua cunhada que presenciou a morte da irmã. 2. Concurso Material Heterogêneo: Quando os crimes praticados pelo agente são de naturezas distintas. Exemplo: O agente furta a vítima e em seguida a estupra. Aplicação da Pena: Aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido Junior Tenta matar A B C • OBS: Não esqueça dar ler o artigo por completo. Somam-se as penas (Sistema da acumulação material) Porém, o juiz antes de realizar a soma deve individualizar cada pena e só após somar. Ex: Três tentativas de Homicídio em Concurso Material. O Juiz deverá aplicar a pena de cada uma e após somar estas Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) • § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) • § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CONCURSO FORMAL Ocorre quando o agente mediante uma conduta (ação ou omissão) pratica dois ou mais crimes idênticos ou não. Classificam-se em: a) Concurso formal homogêneo: dois ou mais crimes idênticos. Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar duas pessoas. Dois Homicídios Culposos. b) Concurso formal heterogêneo: dois ou mais crimes diversos. Exemplo: Avançar o sinal vermelho e matar uma pessoa e ferir outra. Homicídio e Lesão Corporal. c) Concurso formal perfeito ou próprio: o agente mediante uma ação ou omissão pratica, dois ou mais crimes, sejam eles (idênticos ou não), porém essa ação ou omissão não pode ser dolosa (ele não pode ter a intenção). (SE REFERE À PRIMEIRA PARTE DO CAPUT DO ART. 70 CP) Pode ocorrer nas seguintes hipóteses: • Crimes Culposos- em nenhum momento o agente queria aquele resultado, e nem assumiu o risco para tanto. (culpa) • Crimes dolosos e crimes culposos- o agente queria e assumiu o risco da prática de uma única conduta delituosa, mas acabou por praticar outro ou outros crimes por culpa. Uma única conduta (ação ou omissão) Dois ou mais crimes COMETE Exemplo: Fulano atropela três pessoas e elas morrem. Neste exemplo, nós temos três resultados idênticos diante de uma única conduta. Exemplo: Agente A atira em B para matá-lo, a bala atravessa e atinge C. Dolo + Culpa. • Crimes dolosos sem desígnios autônomos: o agente tinha a pretensão de praticar uma única conduta delituosa, mas acabou praticando mais de uma conduta no mesmo contexto fático, com vítimas diversas. Exemplo: o agente possui a intenção de praticar um único roubo, ao adentrar em uma residência haviam mais pessoas do que ele esperava e acaba subtraindo de todas elas. Confuso certo? Parece Crime Continuado? Pense comigo, “mesmo contexto fático”, dentro do mesmo lugar, no exemplo, uma única casa, contra um número diferente de vítimas, sendo que a intenção era apenas uma. Pronto, agora sim, este é um entendimento: APLICAÇÃO DA PENA NESTES CASOS: Desde o principio avisei que estávamos falando da primeira parte do caput do art. 70 do CP, certo? ( parte em itálico e na cor vermelha). Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. STJ - HABEAS CORPUS HC 148447 MG 2009/0186385-6 (STJ) Data de publicação: 26/04/2010 Ementa: ROUBO CONTRA VÁRIAS VÍTIMAS E PATRIMÔNIOS DIVERSOS. AÇÃO ÚNICA. CONCURSO FORMAL. I - Crime de roubo, praticado no mesmo contexto fático, contra vítimas diferentes, constitui concurso ideal (Precedentes do Pretório Excelso e do STJ). II - Na hipótese, tendo sido o roubo praticado contra vítimas diferentes, impossível o reconhecimento de que se trataria de crime único. Portanto quanto a aplicação da pena: (exasperação) CRIMES IGUAIS PEGA UMAS DAS PENAS ACRESCENTA DE 1/6 ATÉ A METADE(1/2) CRIMES DIFERENTES PEGA A PENA MAIS BRANDA ACRESCENTA DE 1/6 ATÉ A METADE(1/2) · Para aumentar mais ou menos, o juiz leva em consideração a quantidade de crimes. EXCEÇÃO: Concurso Material Benéfico Se refere ao paragrafo único do art. 70 onde O montante da pena para o concurso formal não pode ser maior do que a que seria aplicada se houvesse feito o concurso material de crimes (ou seja, se fossem somados todos os crimes). Exemplo: João atropela semintenção Maria e Pedro, maria morre e Pedro fica lesionado. A pena mínima para o homicídio simples de Maria é 6 anos. A pena mínima para a lesão corporal culposa de Pedro é 2 meses. Se fôssemos aplicar a pena mínima do homicídio aumentada de 1/6, totalizaria 7 anos. Agora... Se fôssemos somar as penas do homicídio com a lesão corporal, daria 6 anos e 2 meses. Logo, nesse caso, é mais benéfico para o réu aplicar a regra do concurso material (que é a soma das penas). d) Concurso Formal Imperfeito ou Impróprio: o agente possuía o intuito de praticar os crimes de forma autônoma (dolo). (segunda parte do caput do art. 70 CP). Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Exemplo: Agente A que atira em C e D, seus desafetos. Dolo + Dolo. Nessa hipótese, a pena sempre será somada, ou seja, cumulada. Concurso formal e pena de multa: Art. 72. No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente. CRIME CONTINUADO Praticado: (art. 71 CP) ➢ Mediante mais de uma ação ou omissão ➢ Dois ou mais crimes ➢ Crimes da mesma espécie ➢ Condições de tempo, lugar, maneira de execução(semelhantes) ➢ Os outros crimes são continuação do primeiro. Exemplo: Indivíduo que é preso após cometer vários furtos, o qual agia sempre da mesma forma. A pena do furto é de 1 a 4 anos, na hipótese da prática de 50 furtos e aplicação da pena máxima em cada um, não seria interessante para o Estado o cumprimento de 4x50=200 anos de pena aplicada ao condenado, o que feriria também o princípio da ressocialização do apenado. ESPÉCIES: a) Crime Continuado Caput: este é subsidiário ao paragrafo único do art. 71 Podem ocorrer nas seguintes hipóteses: b) Crime Continuado Específico: (art. 71, parágrafo único: crimes dolosos ( com intenção) contra vitimas diferentes, com violência ou grave ameaça a esta. I. Crimes dolosos cometidos sem violência ou grave ameaça, conta mesma vítima, ou vítimas diferentes. Ex: Vários furtos contra a mesma pessoa, ou vários furtos contra vítimas diferentes. II. Crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça contra mesma vítima. Ex: Estupro cometido contra a mesma vítima sempre. Ex: O agente invade uma residência e pratica estupro contra vítimas diferentes. Aplicação das Penas: a aumentada aumentada ERRO NA EXECUÇÃO ➢ Aberratio Ictus art. 73 do CP. ➢ Agente atinge pessoa diversa da que pretendia; ➢ Agente atinge quem pretendia, mais pessoa diversa. Espécies: Resultado Único Resultado Diverso Art. 73 caput 1º parte: O agente atinge pessoa diversa da que pretendia atingir. Art. 73 caput 2º parte: O agente além de atingir a pessoa que pretendia, atinge pessoa diversa de forma “culposa”. Responderá como se tivesse atingido a pessoa que pretendia. Observando o art. 20, § 3 º CP- O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. Aplica-se a regra do Concurso Formal- o agente mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. Ex: A pretendia matar seu pai B, por falha na pontaria atinge somente C. Ex: A pretende atingir B, ao efetuar o disparo, atinge B E também C que estava atrás. a) Crimes Continuado Caput ( art. 71 caput)- aplica-se a pena de um só dos crimes se iguais, ou a mais grave se diferentes b) Crimes Continuado Específico ( art. 71, parágrafo único)- O juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aplica a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas Aumentada de 1/6 à 2/3 2 crimes : 1/6 3 crimes: 1/5 4 crimes: 1/4 5 crimes: 1/3 6 crimes: 1/2 7 ou mais crimes: 2/3 Aumentada até o triplo. 1/6 min 3x max Responderá por homicídio doloso consumado como se tivesse matado seu pai ( o qual incide agravantes contra ascendentes). Responderá por homicídio doloso consumado com aumento de 1/6 a metade, dependendo do número de vítimas que atingiu culposamente. RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO ➢ É também chamado de "aberratio delict", o "aberratio criminis". ➢ 0 sujeito quer praticar determinado crime, mas por erro acaba praticando crime diverso. Resultado diverso do pretendido é igual a crime diverso do pretendido. ESPÉCIES a) Resultado diverso do pretendido com unidade simples ou resultado único: Exemplo. A com a intenção de acertar uma vidraça, quebrar uma janela (crime de dano), acaba provocando lesões corporais em B que passava bem no momento. O sujeito A responderá pelo crime de Lesão Corporal na modalidade culposa e não responderá pelo crime de dano. b) Resultado diverso do pretendido com unidade complexa ou esultado duplo O sujeito pratica um crime desejado e também um crime diverso e ele responde pelos dois crimes. O segundo crime tem que ser culposo. DIFERENÇA ERRO NA EXECUÇÃO ART. 73 CP RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO ART. 74 CP Pessoa X Pessoa crime X crime Quer atingir determinada pessoa, mas por má pontaria, erro, atinge pessoa diversa, ou atinge tanto quem queria, assim como acerta culposamente em pessoa diversa. 0 sujeito quer praticar determinado crime, mas por erro acaba praticando crime diverso. Resultado diverso do pretendido e igual a crime diverso do pretendido. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – SURSIS É a suspensão da execução da pena privativa de liberdade imposta sob determinadas condições. Visa reeducar criminosos, impedindo que os condenados a penas reduzidas sejam privados de sua liberdade. Para que seja concedido este benefício, a pena privativa de liberdade prolatada, não pode ser superior a 2 (dois) anos. Requisitos: • sentença condenatória a pena privativa de liberdade não superior a 02 (dois) anos; • não reincidência em crime doloso e circunstâncias judiciais favoráveis. • impossibilidade da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos; Vamos com calma, hora de destrinchar o art. 77 do CPArt. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) Este é o tempo no qual a pessoa ficará prestando satisfação a justiça. Esta é uma exceção, onde a pena pode ser superior aos 2 anos da regra geral, mas não superior a 4 anos. Pessoa com mais de 70 anos, ou que sofra com algum enfermo, condenada com pena até 4 anos possuí direito a esse benefício. Este é o tempo no qual a pessoa ficará prestando satisfação a justiça. REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA DO SURSIS E PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA (ARTS. 81 E 82 CP) Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Prorrogação do período de prova § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART. 83 CP) ➢ É uma antecipação provisória da liberdade do acusado. ➢ O condenado deve cumprir alguns requisitos legais, para receber este beneficio. • O livramento condicional será concedido quando o sentenciado, condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos, cumprir: Requisitos Objetivos: • Aplicação da pena privativa de liberdade igual ou superior à 2 anos. • Condenado não reincidente em crime doloso e ter bons antecedentes. • Cumprimento de mais da metade ½, se for reincidente ou portador de maus antecedentes • Cumprimento de mais de 2/3 da pena se condenado por crime hediondo ou equiparado. Caso o réu venha sendo acusado em outro processo, e seja sentenciado por um crime dolosos. Art 78, § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48). Ou seja, dever cumprido com a lei. Requisitos Subjetivos: • Bom comportamento durante o tempo que passou preso • Bom desempenho no trabalho atribuído ( dentro da casa penitenciária) • Aptidão para se manter mediante trabalho honesto após sair. Condições a serem cumpridas após o deferimento do pedido: REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL: EFEITOS DA CONDENAÇÃO Os efeitos principais da pena são a própria consequência jurídico-penal imediata da sentença condenatória; é a aplicação da pena (privativa de liberdade, restritiva de direito, multa ou medida de segurança). Vamos entender melhor: Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares. Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade. Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) REABILITAÇÃO Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a AdministraçãoPública quando a pena aplicada for superior a quatro anos; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 13.715, de 2018) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Pontos importantes em amarelo. Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicional. Se não sobrevier revogação, desde que o condenado: I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários. Ação Penal é o direito subjetivo público autônomo e abstrato de invocar a tutela jurisdicional do Estado para que este resolva conflitos provenientes da prática de condutas definidas em lei como crime. A Possibilidade jurídica do pedido, o interesse de agir, a legitimidade “ad causam” e a justa causa são as denominadas condições para o exercício da Ação Penal. O pedido será possível juridicamente se a conduta praticada for típica, formal ou materialmente. (art. 100 do CP) § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. § 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. § 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. § 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
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