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UNIVERSIDADE PAULISTA

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UNIVERSIDADE PAULISTA
 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PEDAGOGIA 
ROSANA GRASIELA HOFF
A MÚSICA COMO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM 
NOVO HAMBURGO – RS
2017
UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
ROSANA GRASIELA HOFF
A MÚSICA COMO FACILITADOR NA APRENDIZAGEM 
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Pedagoga Universidade Paulista – Polo Novo Hamburgo –RS Orientação: Profª Tércia de Tasso Moreira Pitta 
NOVO HAMBURGO – RS
2017
Ficha Catalográfica
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
SXXXb Hoff, Rosana Grasiela.
A música Como Facilitador. / Rosana Grasiela Hoff. – Novo Hamburgo, 2017.
0f.:42 il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) Universidade Paulista, Novo Hamburgo, 2017.
Orientadora: Profª.Tercia de Tasso Moreira Pitta
1. Música. 2. Ensino Aprendizagem. I. Sala de Aula, Séries Iniciais. II. Título
 CDU XXX.XX
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________________________________________________
NOVO HAMBURGO
2017
AGRADECIMENTO
Este trabalho resulta de um sonho, um sonho que envolve paixão pelo que se ama, por acreditar que tudo é possível quando é para benefício do próximo; amar o que se faz, e o que se pretende fazer, nos envolve e envolve pessoas que de alguma maneira não intencional faz impulsionar que tudo não fique somente em um papel.
A prova disso, é o que estou fazendo, é o amor, paixão pelo que se faz e quer fazer, que muitas tribulações passei, várias tentativas de desistir de tudo não foram o suficientes para tal, tenho orgulho de expressar minha determinação, persistência, garra e muita coragem.
Agradeço ao Senhor Onipotente, que muitas vezes me ouviu minhas súplicas, meus desalentos e muitas vezes me acalentou nas minhas noites enquanto repousava. 
Agradeço também, a minhas filhas Janaína Vitória e Ana Clara que nunca fizeram eu desistir e entenderam que abrir mão de muito que se gosta ou quer para realizar algo tem grande significado e apreço.
E como não poderia faltar nestes agradecimentos, minha família, meus amigos em especial a Ângela Maria Buttenbender, a toda Equipe Capacitar - NH que tiveram o mesmo papel tão importante quanto os outros mencionados sou muito grata, grata mesmo.
A toda equipe Diretiva a Docente da Escola Municipal Ens. Fund. Boa Saúde que oportunizaram ter minhas experiências e participação e potencializaram o amor pela Educação. 
Agradeço por aprender que não devemos ter medo de encarar a complexidade quanto necessário e que coisa complicadas não são necessariamente a mais interessantes e que o simples é tão belo quanto se pode imaginar.
DEDICATÓRIA 
A minhas filhas Jana e Ana, a minha família aos meus amigos e a toda Equipe Capacitar - NH que acreditaram no meu potencial e tiveram muita paciência. Sou muito grata a todos
“...Brinca no compasso
Dança no teu passo
Anda pela rua,
Terra, sol e lua
Ritmo que está
Aqui, agora, lá
Todo momento não pode parar 
Sim, é mesmo incrível
A música é invencível
Pra cantar o amor
Espantar a dor
De verdade amor
A felicidade
Sim, é mesmo incrível
A música é invencível
Toda emoção, pura sensação
Viva voz no coração ....”
Turma do Balão Mágico, LP 1985, partic. Banda Metrô e Virginie - 
 Não Dá Pra Parar a Música
RESUMO
A preocupação com a educação e o uso de métodos para aprendizagem foram um dos motivos para construção deste trabalho, trazendo o que a música pode fazer para o benefício das crianças. É isso que este trabalho irá tratar, como a utilização da música sendo um método de ensino e como ela pode ajudar na aprendizagem de maneira sutil e alegre, sendo multidisciplinar. Certamente não há dúvidas de que a música transmite estados emocionais muito reais e, às vezes, muito específicos do músico ou do compositor ao ouvinte. Eis porque, de tempos a tempos, os pensadores têm afirmado que a música é uma forma de linguagem. Será mostrado que a música é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem, portando deve ser possibilitado e incentivado o eu uso em sala de aula. 
Palavras-chave: Música. Ensino Aprendizagem. Crianças. Sala de Aula 
ABSTRACT
The concern with education and the use of methods for learning were one of the reasons for the construction of this work, bringing what music can do for the benefit of children. This is what this work will deal with, such as the use of music as a teaching method and how it can help in learning in a subtle and joyful way, being multidisciplinary. Certainly there is no doubt that the music transmits very real and sometimes very specific emotional states of the musician or the composer to the listener. This is why, from time to time, thinkers have affirmed that music is a form of language. It will be shown that music is an instrument that facilitates the process of teaching learning, it should be made possible and encouraged the use I use in the classroom.
Keywords: Music. Teaching Learning. Children. Classroom
 
INTRODUÇÃO
A escola com o passar dos séculos, se constituiu como instituição responsável pela garantia de conhecimento e valores a crianças e jovens. Neste contexto a escola torna-se muito importante e onde se pode ampliar, rever, reformular e sistematizar as nações que construímos, favorecendo que nossos conceitos e as funções elementares de nosso pensamento se desenvolvam e construam conhecimentos mais elaborados. 
A mesma forma se pensa sobre o currículo escolar que é um processo de ampliação, reformulação e sistematização de conhecimentos, como algo sempre inacabado ao longo da vida, onde os alunos buscam pelo saber da arte, culturas humanas, consciente que a cada dia está se apropriando do conhecimento, aprofundando-os e construindo outros.
Sendo assim, a escola está ocupando espaço onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo de ensino aprendizagem, propõem com a inclusão de disciplinas estratégia pedagógica desenvolvendo nos estudantes os valores e competências necessárias à integração da sociedade, como pessoas éticas, cidadãos conscientes, desenvolvendo e construindo capacidade individual, cultural e social de forma criativa e autônoma. 
E falando em métodos pedagógicos, este trabalho é voltado com a música como mediador e facilitador na aprendizagem que segundo o Parâmetros Curriculares Nacionais, para que haja aprendizagem na música, é fundamental tenha oportunidade e acesso a ser ouvinte, intérprete compositor e improvisador dentro e fora de sala de aula. (BRASIL 1998) 
Aprender a sentir expressar e pensar a realidade sonora ao redor do ser humano, que constantemente se modifica nessa rede em que se encontra, auxilia o jovem e o adulto em fase de escolarização básica a desenvolver capacidades, habilidades e competências em música. (BRASIL,1998, p. 2)
Seguindo no âmbito cientifico, foi apresentado através de um artigo publicado no Brasil Escola: 
Segundo estudos realizados por pesquisadores alemães, pessoas que analisam tons musicais apresentam área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não desenvolvem trabalho com música, bem como aos que estudaram as notas musicais e as divisões rítmicas, obtiveram notas 100% maiores que os demais colegas em relação a um determinado conteúdo de matemática.
Com base nestas informações, este trabalho transcorrerá em um breve apanhado sobre o que é a música, sua definição, sua históriae seus diferentes gêneros musicais, sua finalidade; que de forma clara possam compreender que música não é somente música, ela é muito mais complexa e bem explorada se tem ótimos resultados. 
Em segundo momento, será apresentado um apanhado sobre educação musical, que e como ela beneficia as criança, debatendo também as etapas do desenvolvimento e comparativos entre as teorias cognitivista, psicanalítica e de aprendizagem como início para posterior abordarmos da natureza do desenvolvimento musical e suas relações com as teorias apresentadas.
E no terceiro momento será apresentado como o professor poderá utilizar da música como ferramenta pedagógica na sala de aula, integrando nas demais disciplinas, através de projetos interdisciplinares e também a utilização de tecnologias dentro do universo da música na aprendizagem. 
No decorrer deste trabalho, pode- se perceber que a gama em se trabalhar com a arte em especial a Música como ferramenta pedagógica propicia as crianças melhor rendimento escolar e em seu cotidiano, o transcorrer do desenvolvimento da criança junto a música engajados nos mesmos sistemas que concedem o ensino da música num contexto mais amplo, como condição fundamental para a formação de cidadãos.
A diferença é uma engloba todas as modalidades (música, dança, teatro, artes visuais...) e a outra é considera que cada modalidade tem sua especificidade respeitando seus conteúdos específicos.
Este trabalho tem o intuito de refletir e apresentar o que a música é capaz de fazer e vem fazendo ao longo dos anos e sua importância na Educação como método de
ensino aprendizagem para todos principalmente para as crianças, tendo como referências Jeandot (1997), Brito (2003), GARDNER (1995) entre outros, dos quais irão dar um embasamento teóricos de como a música com o passar dos tempos, isso desde os pensadores, psicólogos, educadores e psicanalistas veem a transformação da música nos seres humanos.
Desenvolvendo a percepção musical e proporcionar não apenas atividades ligadas ao ambiente sonoro pode ser um dos objetivos de transformar a aula mais prazerosa.
1 - O QUE É MÚSICA
” - Mas, o que é música? 
Assim perguntou o aluno ao professor.
E o mestre respondeu:
- A música é um fenômeno acústico para o prosaico. Um problema de melodia, harmonia e ritmo para o teórico; e o desdobramento das asas da alma, o despertar e a realização de todos os sonhos e anseios de quem verdadeiramente a ama.”
Palavra que procede do vocábulo Grego “musiké téchne – a arte das musas “é uma forma de arte que se constitui na combinação de vários sons e ritmos, seguindo de uma pré organização ao longo do tempo. Participa da História da humanidade desde as primeiras civilizações onde já se traçava seus primeiros caminhos na trajetória da evolução, a capacidade expressiva do fazer musical já se havia consolidado como um forte e poderoso recurso que difunde valores, tradições e ensinamentos.
A humanidade descobre na música a possibilidade de encontro: encontro consigo e com o outro, com o enigma e com conhecimento. A música é reconhecida por muitos pesquisadores como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. 
Como Villa Lobos sempre falou com tanto ímpeto – “Nenhuma arte exerce sobre as massas um influência tão grande quanto a música”. Sempre foi considerada uma prática cultural e humana, provavelmente fruto da observação dos sons da natureza, despertou nos homens, através dos sentido auditivo, a necessidade e a vontade de fazer lá.
Segundo a SUPER (2004, P. 74), “com base no achado de flautas de ossos feitas há 53 mil anos pelos neandertais, pesquisadores estimam que a atividade musical deve ter pelo menos 200 mil anos”. Mais doa que qualquer outra manifestação humana, a música contem e manipula o tempo e o som, talvez por esta razão não se tem definição exata, pois ao busca lá, ela já se modificou, já evoluiu, é infinita. 
A música é elemento integrante e organizacional da natureza humana. Habita em nós de modo indissociável – canta-se ao nascer uma nova vida; canta-se para despedir-se de um ente querido; canta-se ao colher os frutos da terra; canta-se em louvor a divindades; canta-se para despertar o combate e canta-se pelo simples prazer da canção. 
A percepção musical, que se dá principalmente pelo sentido da audição, torna uma forma de apreciação individual dos elementos formais que pertencem ao consciente e ao emocional, influenciados pelo conjunto de manifestações culturais.
Conforme JEANDOT (1997, P.12):
O conceito de música varia de cultura para cultura. Embora a linguagem verbal seja um meio de comunicação e de relacionamento entre os povos, constatamos que ela não é universal, pois cada povo tem sua maneira de expressão através da palavra, motivo pelo qual há milhares de línguas espalhadas pelo globo terrestre.
A definição da música, como em todas as artes, passa também definição de uma certa forma de comunicação entre os homens. A música tem o dom de prepara o ambiente, para meditação, para o culto espiritual; não só acalma, ameniza, conforta como pode curar certos tipos nervosos e ajudar na cura de processo orgânicos.
Todo o universo é som, que por sua vez é matéria e espirito. Os vegetais e animais sem tem influência da música e deleitam-se em ouvi-la. Em todas as civilizações, as música era cultivada pelos cânticos e de instrumentos; inicialmente de percussão, depois de sopro, e mais tarde, de cordas; hoje coma a eletrônica, obtêm-se sons mais variados que possam surgir. 
A música passa tanto pelos símbolos de sua notação musical (escritura), como pelos sentidos que são atribuídos a seu valor afetivo ou emocional. De acordo com a SUPER (2004, p. 76), “uma das hipóteses mais aceitas hoje é a de que a música teve função primordial na formação e sobrevivência dos grupos e na amenização de conflitos”. 
Uma das melhores definições propostas em nosso tempo é a de Abraham Moles: “uma reunião de sons que deve ser percebida como não sendo o resultado do acaso”. Sua franqueza está admitir que que toda a reunião de sons programados e percebidos como tais pode ser qualificada de música, o que pode ser excessivo.
Como estamos trabalhando com crianças x música x aprendizagem, devemos salientar também que em base de estudos na área da psicologia, ainda no ventre materno, o bebe já demostra sensibilidade aos estímulos sonoros, dessa forma, é importante que se mostre aos pais e alunos benefícios da música para que a crianças se desenvolvam essa aquisição musical. A música desenvolve maior sensibilidade e afetividade, aumenta a concentração e desenvolve o raciocínio lógico matemático. Amplia a coordenação motora, a memória e a criatividade. TECA ALENCAR DE BRITO (2003), ressalta a essência da música como um jogo, enfatizando o reconhecimento da capacidade cognitiva. 
Assim como os maiores, considerados os grandes gênios da música mundial, deram início aos estudos da música ainda na infância, com seus próprios pais, como exemplo: Villa Lobos, Carlos Gomes, Mozart, Beethoven...
Música é som, silêncio, escuta. O ser da música? O som e o silêncio, qualidades puras no sentido peirceano do termo; o seu objetivo? mais uma vez o som e o silêncio; e sua função? tornar a interioridade inteligível a si mesma. 
HISTÓRIA DA MÚSICA 
A história mitológica da música, no mundo ocidental começou com a morte dos Titãs. Conta-se que depois da vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano (Oceano, Ceos, Crio, Hiperião, Jápeto e Crono), mais conhecidos com Titãs, foi solicitado a Zeus que se criasse divindades capazes de cantar as vitórias dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemosine, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e, no devido tempo, nasceram as nove Musas.
Entre as noveMusas estavam Euterpe (a música), Aoede (canto) e Terpsícore (dança e canto coral). As nove deusas gostavam de frequentar o Monte Parnaso, na Fócida, onde faziam parte do cortejo de Apolo, Deus da Música.
Há também na mitologia, outros deuses ligados à história da música, como Museo, filho de Eumolpo, que tão grande musicista que quando tocava chegava a curar doenças; de Orfeu, filho da musa Calíope (da poesia lírica – é considerada a mais alta divindade das nove musas), que era cantor, músico e poeta; de Anfião, filho de Zeus, que após ganhar uma lira de Hermes (o mais educado de todos os deuses), passou a dedicar-se inteiramente a música.
Se dedicarmos aos estudos sobre a mitologia dos povos, perceberemos que todo povo tem um deus ou algum tipo de representação mitológica ligado à música. Para os Egípcios, por exemplo, a música teria sido inventada por Djehuty – conhecido como Thot e Osíris fez uso dela; para os Hindus – Brahma; para os Judeus – Jubal entre outros, o que prova que a música é algo intrínseco a história do ser humano sobre a Terra e umas das manifestações mais antigas e importantes.
Na história não mitológica da música são importantes os nomes de Pitágoras – inventor do monocórdio para determinar matematicamente as relações dos sons; Lassus – mestre do Píndaro, que perto do ano de 540 antes de Cristo, foi o primeiro pensador a escrever sobre a Teoria da Música. Outro nome também significante é do chinês Lin-Len – escreveu um dos primeiros documentos relacionados a música.
Em 234 antes de Cristo, época do Imperador chinês Haung-Ti, Lin-Len era um de seus Ministros, estabeleceu a oitava e doze semitons, os quais chamou de doze lius. Esses doze lius forma divididos em liu Yang e liu Yin, que correspondiam entre outras coisas, os meses do ano.
E como não mencionar, sobre o Coro de Cluny III – originou-se na Abadia de Cluny, localizada na Borgonha (França), foi estabelecida a sede ou casa-mãe da celebre beneditina Ordem de Cluny. 
Foi na Abadia de Cluny que originou-se as chamadas reformas cluníacas, movimento no qual os monges cluniacenses dedicavam-se a celebração das horas litúrgicas, ao canto dos salmos, rigidez na observância da Regra de São Bento, procissões devotas e solenes e principalmente, a celebração da missa. Promoveram a música sacra (em cluny continha oito esculturas que retratavam os oitos modos do canto gregoriano).
“Oito modos, oito tons, oito partes do discurso, o legado da ciência antiga e da carolíngia é chamado à zona mais sagrada do coro de cluny III. Uma das quatro face dos dois capitéis que o ilustram associa o terceiro tom da música ao saltério, a harpa triangular que os vinte e quatro velhos do Apocalipse tangem.”
As partituras como conhecemos hoje, nasceram nos mosteiros da Idade Média. Primeiro surgiram os Neumas, símbolos usados para indicar vagamente à altura das notas que deveriam ser cantadas, mais tarde transformou-se no que é hoje.
No século XI DC, o monge católico GUIDO D’AREZZO – criou a pauta de cinco linhas, na qual definiu as alturas das notas e os nomes da cada uma, tirando-as das frases iniciais de um Hino a São João Batista. Nasciam assim, os nomes das notas musicais que conhecemos: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si. (Dó e Si foram nomeados mais tarde).
A História da Música no Brasil tem sua origem na união de três povos distintos: o Índio Sul-Americano, o Negro Africano e o Branco Europeu através de seus hábitos, costumes e tradições.
Esta miscigenação de raças, foi surgindo uma nova cultura – a Cultura Brasileira. Dentre tantas coisas trazidas por eles, está a música; ela acompanha nossa Pátria desde muito antes do descobrimento pelos Portugueses. O primitivos – Índios nativos eram músicos natos. Cantavam e dançavam em louvor a entidades, a caça, a pesca, a guerra, ao nascimento, a morte, ao casamento e comemorações de vitórias. 
Quando Frei Henrique de Coimbra, celebrou a primeira missa no Brasil no ano de 1500, os índios se aproximaram deslumbrados com a pompa e a beleza da música sacra. 
O francês Jean de Léry teve papel importante em relação as músicas indígenas, pois foi o primeiro e registrá-las em seu livro “Viagem à Terra do Brasil”. São eles “Hê Heura” e Canide Iune”. Já em nosso século, o brasileiro Edgard Roquette Pinto publicou em seu livro “Rondônia Antropologia Etnográfica” e a música composta com Villa Lobos “Nozani ná” atualmente muito conhecida em todo pais. 
Assim também como os Jesuítas tiveram um papel importante na nossa música. Em seu trabalho de catequizar e civilizar os indígenas eles usavam a música e a arte para comunicar suas mensagens de fé.
Entre os jesuítas que faziam parte da Companhia de Jesus, destacaram-se Antônio Vieira, José de Anchieta, Manuel de Nobrega, João de Azpilcueta Navarro, eles para conseguirem conquistar os mais velhos, aproximaram-se das crianças (curumins), ensinando-as músicas sacras, então, estas voltavam para aldeia cantando.
Padre Navarro traduziu algumas cantigas para língua Tupi, Padre Anchieta compôs várias músicas em Tupi, viajou o Brasil inteiro criando aldeias as “escolas de ler, cantar e tocar alguns instrumentos.”
O estudo da História da Música é o estudar as origens e evolução da música ao longo dos tempos. Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da evolução cultural dos povos. E como disciplina musical, normalmente é uma divisão da musicologia e da teoria musical.
Sua intensidade e malevolência passou por todas as eras, percorreu o mundo para continuar se moldando nos dias atuais.
A seguir, veremos sobre a importância da música na educação e o que pensam os teóricos, psicólogos, educadores dos seus benefícios que traz para o desenvolvimento das crianças.
2 - EDUCAÇÃO MUSICAL 
“O vaso dá uma forma ao vazio
 E a música ao silêncio.”	
 Georges Braque
Com todo embasamento estrutural sobre a música e seus benefícios, iniciaremos a partir de agora nos adentrar na história da música voltada a educação e seus avanços desde antiguidade até os dias de hoje. Como já sabemos, a música sempre esteve presente desde as antigas civilizações, ela era utilizada para vários fins e o uso dela na educação também teve seus avanços significativos.
Na Grécia clássica o ensino de música era obrigatório, e há indícios de que já haviam orquestras naquela época, assim como na Idade Média. Essa obrigatoriedade fazia parte do Quadrivium (era o nome dado ao conjunto de 4 matérias ensinadas nas universidades helénicas na fase inicial do percurso educativo, cujo ápice eram as disciplinas teológicas), que junto com o Trivium compunha a metodologia de ensino das setes Artes Liberais.
 
Diversas experiências em educação musical aconteceram em diferentes partes do mundo, principalmente no século XX, juntamente com o nacionalismo, ela marcou uma forte tendência mundial e diversos educadores propuseram métodos e técnicas para sua utilização.
A educação musical no Brasil, inicia sua trajetória desde a chegada das primeiras missões dos padres jesuítas, juntamente com a Coroa Portuguesa e de forma sistemática com a Igreja Católica, onde apresenta registros do uso da educação musical. Neste período, a música era elitizada, como as demais artes, era aplicado na catequese, e se manteve praticamente inalterado com as instalações dos colégios jesuítas durante os séculos XVI, XVII e a primeira metade do século XVIII. Somente após a Independência é que a música passou a fazer parte do curriculum escolar. 
Em meados do século XVIII ocorreram mudanças na legislação educacional, articuladas pelo Marques de Pombal, chamadas também de “Reformas Pombalinas” onde a ideia implementar pensamentos iluministas. Reformas estas que desestruturaram todo ensino religioso; nessa época também, músicos se organizavam nas chamadas irmandades, elas contribuíram para difusão da música nesse mesmo século já que os padres-músicos eram poucos.
Durante o reinado de DomJoão III e no período do Brasil Império, teremos uma política educacional orientanda para formação de nível superior, para suprir o estado no que se diz respeito a carreira militar e liberal. Registros de educação musical nesta época pode ser encontrada nas escolas normais, onde a música sempre foi considerada parte importante na formação de novos docentes.
Considerado o maior movimento de educação musical no pais, o canto orfeônico ligava-se ao ideário escolanovista ligada ao governo de Getúlio Vargas. Foi durante do Estado Novo que o canto orfeônico se constituiu enquanto movimento tendo à frente o maestro Heitor Villa Lobos. 
O canto orfeônico esteve presente nas escolas brasileiras até o final da década de 1960, quando começa a se dissipar da educação, isto ocorreu após a promulgação da Lei 5.692/1971, a qual tornou obrigatório o ensino de artes, intitulando a chamada polivalência na disciplina de Educação Artística. O próprio Villa Lobos defendia:
O canto coletivo, com o seu poder de socialização, predispõe o indivíduo a perder no momento necessário a noção egoísta da individualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizando no seu espírito a ideia de renúncia e da disciplina ante os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, essa noção de solidariedade humana, que requer da criatura uma participação anônima na construção das grandes nacionalidades. 
O resultado desta política e do caráter tecnicista da educação no período da Ditadura Militar, vamos perceber a predominância dos ensino das artes visuais e o desaparecimento das artes coletivas como: teatro, dança, e a música do currículo.
Mas a partir da década de 1980, profissionais da área de artes indagam questionamento a polivalência e esta começa ressurgir. 
Mais tarde, com a Lei 9.394/1996, foi possível perceber o avanço das artes coletivas novamente no currículo das escolas brasileiras, trazendo justamente a presença das diversas manifestações artísticas. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, publicados nesta época e ainda em vigor, citam quatro modalidades no ensino das artes: teatro, música, artes visuais e dança; estas modalidades deveriam estar presentes no currículo. 
A Lei 11.769, pulicada o Diário da União de 19 de agosto de 2008, altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional instituindo a obrigatoriedade do ensino de músicas nas escolas brasileiras. Com isso a música passou a ser um conteúdo obrigatório (mas não exclusivo) dentro do componente curricular de artes.
No século XX a educação musical no Brasil foi influenciada por métodos de musicalização elaborados por ZOLTÁN KODÁLY, ÉMILE JAQUES-DALCROZE, CARL OFF e SHINICHI SUZUKI. Cada qual optou por desenvolver aspectos da educação musical valorizando o folclore, movimento corporal e habilidade de escuta, integração de linguagens artísticas e capacidade de fazer música. 
Outro compositor que deu grande impulso na educação musical a partir de 1937 foi Hans-Joachim Koellreuter. Segundo Fonterrada:
Ele trouxe ideias frescas, que refletiam a nova postura diante da arte contemporânea e abriu um campo voltado a pesquisa e a experimentação. Em torno de Kollereuter forma-se um grupo de jovens musicistas brasileiros que criam o Grupo Música Viva. Ele também capta as grandes mudança pragmáticas que influenciaram a maneira de encarar a educação musical e questionar seu valor. 
Este grupo dá um novo impulso as composições brasileiras, porém desperta reações contrárias de esvaziamento da música do Brasil pelo combate de suas proposições que são visíveis a partir das décadas de 60 e 70 por meio das LDBs e da conjuntura política que se instalara no pais. 
Da mesma forma, que a música adentra na história, ela faz esse mesmo papel na história da filosofia, que ao passar dos tempos vários pensadores teorizavam relações sociais com a música. 
Dentre eles, está JEAN-JACQUES ROSSEAU (1712 – 1778) – pensador iluminista, em sua obra Emilio ou da Educação – propõe para as crianças de 2 a 12 anos atividades que envolviam a educação auditiva “educação sensorial”. “(...)quanto ao canto, tomai a voz [da criança] justa, regular, flexível e sonora, seu ouvido sensível a medida e a harmonia, nada mais.” (ROSSEAU 1995, p. 178)
Há pouco mais de 10 anos, a grande tarefa da educação musical é inserir esta ferramenta nas salas de aula. De acordo com NÓVOA (1992, p.17) “a escola como objeto autônomo de estudo das Ciências da Educação e como espaço privilegiado de inovação educacional, é um fenômeno relativamente recente”. 
A música faz parte da nossa história, e sempre e ainda faz parte das nossas vidas, é de grande importância inseri-la esta ferramenta poderosa na educação. Ela favorece a construção de imagens mentais e expressão musical. 
A experiência musical possibilita a formação de um tipo diferenciado de representação mental, que não se processa do mesmo modo que as proposições verbais, então, deveríamos considerar prioridade a inserção da música na escola (...) uma possibilidade de construção de imagens mentais exclusivas do discurso musical.
 (BEYER, 1999, p.18)
Neste sentido, a educação musical propicia o desenvolvimento do pensamento e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido a experiência humana, desenvolvendo sensibilidade, percepção e a imaginação, elementos significativos para todo processo de aprendizagem. 
O conhecimento mediado pelo universo musical abre perspectivas para que os alunos tenham uma compreensão em forma poética e a música enquanto expressão máxima da arte, ensina que é possível transformar, criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. 
HENTSCHKE e DEL BEN (2003, p.181), reforçam a ideia de que educação musical nas escolas está muito além do cantar e tocar propriamente dito, como citam: 
A educação musical escolar não visa a formação do músico profissional. Objetiva, entre outras coisas, auxiliar crianças, adolescentes e jovens no processo de apropriação, transmissão e criação de práticas musico-culturais como parte da construção da cidadania.
 2.1 O FAZER MUSICAL E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
Com o objetivo de relacionar o fazer musical com a formação escolar dos sujeitos inseridos na instituições educacionais, a música situa-se no ponto de encontro entre o particular e o universal da experiência humana. 
O que distingue essencialmente a criação musical das outras modalidades de conhecimento humano é a qualidade de comunicação entre os seres humanos que ela propicia, fala por si mesma independente e vai além das intenções do compositor. 
As teorias do desenvolvimento são, pois, consideradas parciais do ponto de vista da psicologia da criança, envolvendo, por vezes, concepções ideológicas sobre a natureza desse desenvolvimento – sendo que umas teorias consideram a evolução psíquica como algo que ocorre ao indivíduo e outras como algo que ocorre no indivíduo. 
Tais conceitos gerais da inteligência em desenvolvimento evoluem sempre, quer que a criança frequente ou não a escola, pois segundo WADSWORTH (1996) – “independem de ensinamento especifico. Mesmo que o desenvolvimento da inteligência aconteça de maneira espontânea, independente da classe social em que a criança esteja inserida, o meio pode retardar ou auxiliar esse desenvolvimento”. 
Partindo nesta mesma ideia, “a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena á ouve música qual muitas vezes, é cantada pela mãe. A música bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outras aptidões, por isso deve-se aproveitar esta tão rica atividade educacional dentro da sala de aula”. (FARIA, 2001, p.17)
Estudar o desenvolvimento musical envolve necessariamente a observação das reações do ser humano ao primeiro contato com a música, o estudo da forma pela qual a ela consegue integrar-se aoseu íntimo e adquirir significação para sua vida pessoal, assim como a observação das etapas por que possa o processo de aquisição do conhecimento musical e a caracterização do modos pelos quais o ser humano participa da atividade musical. 
Para entender a importância da musicalização no ensino aprendizagem, também é importante analisar a teoria das inteligências múltiplas de HOWARD GARDNER. 
Segundo GARDNER (1995, p.21) – uma inteligência implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. São sete as inteligências apresentadas por Gardner: musical, corporal-cinestésica, lógico-matemática, linguística, espacial, interpessoal e intrapessoal. Estas inteligências não tem nada a ver com a herança genética e sim com o ambiente em as pessoas são criadas e estímulos que recebem principalmente durante a infância. 
A inteligência musical é caracterizada pela habilidade para reconhecer sons e ritmos, gosto em cantar e tocar um instrumento musical. Essa inteligência pode estar relacionada também ao interesse por variados tipos de arte, com a dança, teatro, pintura, esculturas entre outras. 
NYE, R.E (1970) ressalta que a criança, se responde a música, coloca em atividade os domínios afetivos, psicomotor e cognitivos porque envolve na sua resposta sentimentos e emoções, manipula habilidades e utiliza meios intelectuais.
Constata também que no transcurso do desenvolvimento musical cada experiência integra-se nos modos de comportamento estabelecidos anteriormente, possibilitando a reformulação das experiências prévias. Assim, a experiência aparece como indispensável para o desenvolvimento do indivíduo. Na opinião de MUSELL, JAMES L. (1958, p.143) – ninguém pode amadurecer sem ter tido experiências. 
O desenvolvimento musical, como todo desenvolvimento humano, parte da experiências concretas e aos poucos se orienta para o conhecimento abstrato da linguagem musical. 
Os psicólogos da música concordam que nem todas as crianças atingem ao mesmo tempo, o nível de desenvolvimento musical. TEPLOV, B.M. (1966, p.48) explica as diferenças individuais como decorrência das características qualitativas do senso musical, entendido como a combinação qualitativamente original das aptidões musicais. Este psicólogo atribui as diferenças individuais as próprias características do sujeito, as variações no ritmo e nas circunstâncias ambientais do desenvolvimento e as influências das condições exteriores. 
Adentrando mais além, a psicanalise, saber sustentado na interpretação e no que esta implica e segue a teoria freudiana; a música também se sustenta na interpretação e no que esta implica: criação/reconstrução de seu sentido, experiência do sensível e do indizível. Pode-se falar em hermenêutica, dado que se está aqui diante de um regime estético que se submete a racionalidade da música a uma noção de compreensão semântica do texto musical. 
FREUD (1895-1982) embora nunca tenha se dedicado a uma investigação da música, observa-se que o compositor Arnold Shoenberg (1874-1951), nascido 21 anos depois do psicanalista, possibilitaria uma pleiteada interlocução psicanálise x música. 
Psicanaliticamente falando o lacaniano MDMAGNO lembra que a razão da música não se deixar penetrar, não é resultado do que se encontra nela, mas sim da estrutura em que se está metido, em outras palavras: 
A música é feito droga, cada um tem dela o efeito que ele mesmo já porta. Dá um barato incrível e faz o mesmo efeito. Só faz o sujeito botar para agir o que ele já tem. 
Portanto a música por sua duração penetra em nossa fisiologia, por sua intensidade penetra em nossa psicologia e por sua estrutura e forma em nossa intelectualidade. Movimentos musicais apresentam analogia com ritmos fisiológicos e psicológicos, articuladores de possibilidade que levam o indivíduo a se sentir muito mais intensamente. Como o receptor é também uma estrutura de sentimentos, a linguagem musical acaba por evoca-la dado que a linguagem musical se relaciona com experiências humanas. É essa força indutora que bem orientada contribui para a direção e rumo do indivíduo e da coletividade.
Uma das bases da psicanálise foi a autoanálise de Freud, processo no qual os sonhos assumem papel preponderante. A propósito, as diferentes linguagens, música, pintura, cinema, dança, distinguem-se uma das outras exatamente por seu significante, lembra o psicanalista CHRISTIAN METZ (1980), além do que não existe nenhum significado que seja próprio a literatura, a música, ao cinema. 
Cada meio de expressão permite dizer tudo e por tudo entende-se um número indefinido de coisas. 
Em cima das informações citadas, o próprio JEAN PIAGET (1967, p.12) refere-se a existência de funções constantes e comuns a todas as idades. Segundo ele em todos os níveis a ação supõe sempre interesse que a desencadeia, podendo trata-se de uma necessidade fisiológica, afetiva ou intelectual. Além disso, em todos os níveis, a inteligência procura compreender e explicar. 
Entretanto, se as funções dom interesse e da explicação são comuns a todos os estágios, são invariáveis como funções. Os teóricos cognitivistas, cada etapa compreende um período de formação – gênese e um período de aquisição, mantendo-se constante a ordem de sucessão das etapas. 
Dentro das teorias cognitivista e psicanalítica fazem uso da descrição por etapas para explicar o desenvolvimento humano (oral, anal e fálica), compreende um complicado conjunto de características da personalidade relacionadas entre si. 
FRANÇOIS DELALANDE relacionou as formas de atividades lúdicas infantis propostas por PIAGET a três dimensões presentes na música: jogo sensório motor – exploração do som e do gesto; jogo simbólico – vinculado ao valor expressivo e a significação do discurso musical e jogos com regras – vinculado a organização e a estruturação da linguagem musical. O fazer musical dentro da sala deve respeitar as fases de desenvolvimento da criança. 
JEAN PIAGET explica as diferenças individuais como decorrentes das variações no ritmo e nas circunstancias ambientais de desenvolvimento. ERIK ERIKSON e ROBERT SEARS sugerem que as circunstâncias anteriores constituem, talvez, fatores decisivos para determinação do ritmo do desenvolvimento do ser humano. 
De acordo como o psicólogos e pedagogos da música, o desenvolvimento musical também se dá de modo continuo, iniciando-se com experiências concretas e encaminhando-se pouco a pouco para conhecimento das abstrações correspondentes. Por musicalidade entende a capacidade para dar respostas a padrões rítmicos e melódicos, que são substância da arte musical. 
Ao se referir no desenvolvimento musical, JAMES MURSELL (1893-1963) se destaca com a publicações sobre educação musical e o uso de música em sala de aula, enfatizou o papel do aluno na aprendizagem e aplica sua ideia “síntese-análise-síntese”, que os alunos estejam essencialmente motivados para aprender, seu crescimento musical será mínimo na melhores das hipóteses. Na visão de MURSELL:
O melhor motivador é a experiência musical ativa e participativa, cantando, jogando, ouvindo e envolvendo-se ativamente com a boa música. Este é o ponto de partida mais importante para a motivação, e é por experiências que o crescimento musical pode ocorrer.
Cada vez que eles cantam uma música em particular, eles fazem algo diferente com isso e aprendem um pouco mais sobre isso. Desta forma sua compreensão da melodia, do ritmo e da dinâmica se aprofunda gradualmente como uma consequência da criação de música significativa, em vez de perfurar e praticar. No final de cada atividade. 
Poder-se-ia dizer que no desenvolvimento musical, como em todos os outros aspectos do desenvolvimento humano, as aquisições prévias exercem influências e efeito prolongado sobre as novas experiências, ao mesmo tempo que se reformulam em contato com essas. Por outro lado, o grau de desenvolvimento musical de um sujeito dependerá da qualidade do seu senso musical, embora na determinaçãodesse grau se devam considerar fatores – tais como qualidade do senso musical, nível de maturidade e influências do meio físico e sociocultural. 
Baseando-se nestas teorias e etapas do desenvolvimento e o que a música interfere junto podemos afirmar que de acordo com SPANAVELLO e BELLOCHIO (2005, p.97) – no que se diz respeito a formação específica em educação musical, uma grande parte dos professores descrevem que tiveram durante seus cursos de formação inicial, experiências musicais subdivididas em outras disciplinas, geralmente como complementação metodológica para essas disciplinas. 
Isso significa que quando a criança é ensinada nas escolas, oferece-se a ela um método, um instrumento e muitos já esperam maravilhas, ao final do primeiro mês de estudo, sem que haja antes um trabalho, através do qual a criança possa escutar, perceber, descobrir, imitar, repetir sons, isto é, descobrir seu conhecimento sobre a música. (JEANDOT, 1993, p.21)
Segundo FIGUEIREDO (2004, p.60) – aproximar música e pedagogia, pode representar uma alternativa para que a educação seja compreendida, solicitada e aplicada sistematicamente. O uso da música pode ocorrer de forma tradicional com o professor de música em um conhecimento mais especifico no assunto ou pode ser aplicado por outros professores. KEITH SWANWICK (1988, p.89) – confirma que a música pode ser usada para propostas não musicais. 
 Incluir a música no ambiente escolar é uma maneira eficaz de valorizar o crescimento, a socialização e o desenvolvimento integral das crianças. Não basta que o professor goste de música e até de cantar. 
O estudo de música é muito vasto e complexo, é preciso que se aprenda corretamente para poder ensinar. 
Sendo a música uma disciplina complexa, que abrange teoria e prática de execução, deve ser ensinada por pessoas qualificadas para isso. Sem concessões. Não permitiríamos que alguém que tivesse frequentado um curso de verão em física, ensinasse a matérias em nossas escolas. Porque haveríamos de tolerar essa situação em respeito à música? Por acaso ela está menos vinculada a atos complexos de discernimento? Não. (MURRAY SHAFER, 1991, p.303)
Para complementar, a esta citação GEORGES SNYDERS (1992, p.135) – nos retoma que o ensino da música pode dar um impulso exemplar a interdisciplinaridade, fazendo vibrar o belo em áreas escolares cada vez mais extensas e que [...] para alguns alunos é a partir da beleza da música, da alegria proporcionada pela beleza musical, tão frequentemente presente em suas vidas, de uma ou de outra forma que chegarão a sentir a beleza da literatura, o misto de beleza e verdade existente na matemática, o misto de beleza e eficácia que há nas crianças e nas técnicas.
A educação musical consiste em oferecer a criança e a música possibilidades de descobertas auditivas, criações sonoras, jogos de percepção rítmicas e melódicas, entre outras, e que tenham a oportunidade de estar interagindo com outras crianças, com o professor, com os pais e com as pessoas da comunidade que possam estar colaborando no processo desenvolvido em aula. 
Antes de qualquer coisa, sempre esteja certo de que o ensino da música vale a pena. E não deve haver confusão com o que deve ser entendido por música. Não existem duas aulas de música: uma para adultos, sala de desenhos, sala de concertos, e outras para crianças e escolas. Só existe uma música, e o ensino dela não é assunto tão difícil quanto as autoridades escolásticas tendem a sugerir em seus congressos (JACQUES-DALCROZE, 1915).
Dalcroze não teria pensado que o problema era tão simples se ele e seus alunos tivessem sido expostos a pluralidade da música que agora nos rodeia. Em princípio, todavia, Dalcroze estava absolutamente certo. A educação musical das escolas e faculdades pode tornar-se um sistema fechado quando deixa pra trás ou pega os restos de ideias e eventos do mundo mais amplo. 
As escolas, ao se afastarem da dimensão do prazer na construção e na manutenção do conhecimento, ter-se-ão convertido em fábricas de déficits de aprendizagens. 
Como ainda nos afirma Snyders, um ensino renovado da música em toda educação e em todos os tipos de escola tornar-se-ia, ao contrário, exemplar, estabelecendo que todos são capazes de sentir uma emoção artística e ter uma prática artística, mesmo se, como nas outras matérias, diferentes indivíduos progridam por caminhos diferentes.
A introdução do fazer musical, como já foi dito aqui inúmeras vezes, no universo escolar constitui-se elemento transformador desta realidade, justamente por reunir o prazer e a ludicidade necessários e imprescindíveis a realização do processo ensino aprendizagem. 
Enquanto brinca musicalmente, o aluno amplia sua capacidade corporal, sua consciência do outro, a percepção de si mesmo como um ser social, a percepção do espaço que o cerca e de como pode explora-lo. 
De acordo com GARDNER a área cerebral responsável pela música está muito próxima da área de raciocínio lógico-matemático, ela é uma das ferramentas mais potentes para estimular os circuitos do cérebro, além de contribuir para o desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
Para que, a intencionalidade dirigida e coerente com o universo dos alunos pode levar à integração de capacidades, modos pessoais de pensar, sentir e agir na busca do conhecimento global, novas experiências e vivências.
No capítulo a seguir falaremos sobre o uso pedagógico da música na sala de aula, de que maneira o professor pode usá-la em aula como sem precisar a música em si, a integração com as demais disciplinas. 
E o uso da tecnologia e a música para dentro da sala de aula e o saber dessa ferramenta, como trazê-la e transformá-la a favor do professor para com os alunos.
3 - A MÚSICA COMO MÉTODO PEDAGÓGICO
 “Ouvi frequentemente dizer que a música não poderia vangloriar-se de traduzir o que quer que fosse com exatidão, como faz a palavra (...)
 Na música, como na pintura (...) há sempre uma lacuna completada pela imaginação do ouvinte.”
 Baudelaire
Como vimos anteriormente, a música mexe com os nosso sentidos e pode interferir no nosso modo de pensar e agir. Tem um papel importantíssimo no processo de formação do indivíduo, por isso é muito importante que as crianças tenham contato com esta arte desde pequenas e que inseridas no currículo escolar.
Porém a uma dissonância entre o ensino de arte (música), que está instituído e garantido legalmente, com o fazer música, enquanto disciplina, dentro do contexto escolar (sala de aula) e o material produzido sobre a educação musical impõe-se na necessidade de articulação entre teoria e prática.
Vale salientar que a música não deve ser tratada como uma simples forma de distrair, somente para entreter as crianças, o professor precisa para um trabalho em sala, buscar o significado e função dos objetos estéticos de cada música, educando os ouvidos de seus alunos, apresentando diferentes estilos musicais.
Segundo MELO (2011) a música não pode e nem deve ser utilizada como uma fonte de recreação para os alunos, visto que sua riqueza cultural e social é ignorada. É importante que ela seja socializadora, utilizada de forma a ampliar a linguagem oral e corporal das crianças. 
A música tem que ser entendida como uma linguagem [...] Tem que mostrar um amplo universo de sons para os alunos. Isso vai ajudá-lo a ampliar seus sentidos, como a visão, o tato e, principalmente, a audição. Nosso propósito com essas aulas não é de formar músicos profissionais, mas, como música é cultura, ela vai despertar nessa pessoa também o senso crítico [...] (LAGINSKI apud MELO, 2011, p. 131)
 
Nesse sentido, PENNA (1990, p.80) considera que: 
O mais importante é que o professor, consciente de seus objetivos e dos fundamentos de sua prática – onde a música deve ser encarada como uma produção e um meio educativo para a formação mais ampla do indivíduo – assuma osriscos – a dificuldade e a insegurança – de construir o seu caminho do dia-a-dia, em constante reavaliação.
É importante através das atividades pedagógicas propiciadas através da linguagem musical dizem respeito à relação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. O modo de conceber o processo e o objeto dessa aprendizagem é que valoriza a ação pedagógica inserida na prática social concreta, tornando-a, dessa forma, mediadora entre o individual e o social. Com isso, o uso da música pode estar interligada a outros tipos de arte, como a pintura, teatro, dança e a multidisciplinaridade através do uso de técnicas pedagógicas.
Não se pode esquecer que para aprendizagem ser eficiente o uso da metodologia pedagógica adequada e um recursos mais eficazes para despertar o interesse da criança é o movimento associado à canção e o pode-se usar por meio do teatro, canções que trabalham a memória, o raciocínio e sequencia de movimentos conforme a canção vai pedindo. 
Dentre estes aspectos, é importante que o educador abra espaço para músicas que as próprias crianças conheçam ou queiram inventar. Se escolhida, deve-se permitir a participação de todos, que neste processo se desencadeia a auto avaliação quanto aos seus desempenhos, sendo desafiadas, motivadas a liderarem ativamente com o objeto de conhecimento e dele extrair as significações que desejam e que foram propostas.
O educador pode também trabalhar a apreciação musical, onde pressupõe o acesso a diversas manifestações artísticas onde o aluno familiariza com a arte e compreende que a música mostra a realidade e o modo ver das pessoas em vários contextos. 
Suas atividades a serem trabalhadas vai além de só ouvir música, analisam informações biográficas, identificação de instrumentos.
Como trabalhar também a produção musical, onde consiste em desenvolver atividades em que os alunos tocam, criam, fazem sons corporais e músicas de qualquer jeito. 
Pode-se também trabalhar por meio de textos com uso da música, momento este em que os alunos poderão expressar seus sentimentos, emoções, como forma de expor sua criatividade e sensibilidade.
Segundo ZENKER, (2003):
Uma das condições primordiais para alguém dedicar-se à delicada tarefa de ensinar, de acordo com Gainza, é sentir uma verdadeira paixão pelo objeto de ensino. [...] Quanto mais completa e abrangente for a cultura geral e musical de um professor de musicalização, maior amplitude e domínio ele demonstrará na prática de sala de aula, pois a música e cultura são elos importantes para formação global da criança. Os alunos são sensíveis e sentem [sic] a capacidade e o envolvimento do professor. [...]
Vivenciar música na sala de aula, para MURRAY SCHAFER, em seu livro “O Ouvido Pensante”, é antes de tudo, um trabalho de alfabetização sonora. As aulas devem estimular o desenvolvimento de habilidades para ouvir, criar, sentir, repensar os sons de hoje e de amanhã. 
O trabalho do professor é ajudar o aluno a repensar nos sons do seu cotidiano, sensibilizando o ouvido para entender o mundo e viver de forma a construir uma sonorização valorizando a estética e o prazer cultural.
A criança, na escola, é um potencial de qualidades e defeitos inerentes a cada ser humano e influenciável por estímulos ambientais. Ajudá-la a crescer consiste em facilitar a eclosão e a evolução destas qualidades consideradas boas e neutralizar e anular as más tendências (...) Compete ao professor evitar a dispersão dessa energia e, aproveitando o prazer que emana de toda essa atividade, coordenar e disciplinar, com proveito, por meio da Música. (JANNIBELLI, 1980, p.27) 
Todo trabalho desenvolvido com as crianças em sala pode ser feita através de registros onde elas poderão perceber que podem falar e escrever o que aprenderam e realizaram. 
Devemos estar atentos para não nos perdemos num emaranhados de procedimentos que, ao invés de avançar a compreensão dos elementos que fazem parte da linguagem musical, nos leve a situações embaraçosas no momento da organização das experiências musicais, imprescindíveis para o desenvolvimento da aprendizagem musical. Não se pode propor uma maneira única de organizar o currículo, principalmente porque a organização do conhecimento não admite regras universais.
Se o verdadeiro objetivo é aproximar o aluno da música, levando-o a gostar de ouvi-la, aprecia-la e compreende-la, é preciso com urgência, ´preencher o vazio musical no cotidiano escolar, o qual ao mesmo tempo, como um acellerando, deixa-se escapar aos nosso olhos e, como um allargando, deixa-se escapar aos nossos ouvidos. (LOUREIRO, 2003, p.221)
3.1 - TECNOLOGIA E A MÚSICA NA SALA DE AULA 
Hoje com os avanços tecnológicos, a educação usa seus benefícios como método de ensino buscando inserir ao mundo digital que já conhecem. 
Como afirma SOUZA (2008):
Crianças e jovens crescem convivendo naturalmente com as mídias, Ipods, CD-Player, TV e computadores – e que estas representam componentes importantes de suas vidas: a busca de identidade e a socialização. (SOUZA, 2008, p.8)
O educador como influenciador do meio, deve acompanhar as transformações mundiais, e este estar atento a no que estas mudanças têm atraído tanto interesse a essa nova geração. 
Estar aberto as mudanças e novas ideias, mostra disposição e preocupação com a formação do aluno. Como afirma BEYER (apud KEILLING, 2011):
Temos de estar abertos a novos conhecimentos, buscar e criar propostas de trabalho que de fato contribuam para a formação de um ser humano mais completo, capaz de pensar e agir com consciência e critica, sabendo-se sujeito de sua própria história e de seu conhecimento. (BEYER apud KEILLING, 2011, p.23)
Em relação ao uso das novas tecnologias a aprovação da Lei de nº 11769/2008, que institui a música como conteúdo obrigatório na educação básica, ocorreu em um momento em que há, também, uma grande preocupação com os processos de inclusão digital. Em base ao meio cultural, principalmente o musical, KEILLING (2011) traz uma reflexão interessante: 
A aprovação desta Lei [11769/2008] ocorreu em um momento em que a indústria cultural instituiu a apreciação e o uso das tecnologias de massa, fazendo com que os computadores, softwares e a internet, façam parte da vida desta nova geração. O professor que não estiver atento para esta realidade corre o risco de ficar datado. (KEILLING, 2011, p.24).
Uma vez que a tecnologia educativa, tem a principal preocupação de ensinar o homem, é necessário que hajam pontos teóricos que possam justificar o seu local de atuação. Os pontos teóricos, são facilmente justificados pela teoria curricular, após uma reflexão efetuada sobre a natureza do currículo e sobre o papel especifico da tecnologia. 
As tecnologias estão a revolucionar a nossa vida no quotidiano e dominá-las, possibilita a rapidez e facilidade de acesso às informações bem como com novas possibilidades de comunicação e interação na produção de conhecimento (SILVA T. M.). 
Através do computador, os alunos passam a ser ensinados a procurar a usar a informação, proporcionando o exercício da capacidade de procura e seleção de informação, resolver problemas e aprender independentemente (VALENTE, 2000).
Com isso, o acesso à fonte de informação e de conhecimento, nunca foi tão fácil, rápido e barato, isso exige uma pedagogia mais flexível, integradora e experimental, diante das novas situações que enfrentamos. Faz com que desenvolvemos uma proposta pedagógica diferentes para situações de aprendizagem diferente.
A utilização das tecnologias na educação implicam formação de professores, que seja compatível com sua prática pedagógica. Assim, para aplicar as tecnologias na sala de aula, o professor precisa dominar de forma a enquadra-las no ensino. Desta forma, tem de conhecer as situações em que elas apresentam vantagens e saber usá-las para concepção de softwares educativos (SILVA A. J., 1993).
Os softwares são desenvolvidos especialmente para construir o conhecimento relativo a um conteúdo didático,com o principal objetivo de favorecer o processo de ensino e aprendizagem. A sua característica principal está no seu caráter didático, que possibilita a construção de conhecimento numa determinada área com ou sem a intervenção de um professor.
É possível verificar na história do desenvolvimento do software educacional, que os primeiros programas nesta área são versões, computadorizadas do que acontece na sala de aula, o que não deixa de ser um processo normal, pois acontece com a introdução de qualquer tecnologia na sociedade (VALENTE, 2000).
No ensino de música, os softwares são preparados para serem utilizados na disciplina de educação musical, tem de se apresentar de forma coerente com os objetivos educativos do contexto e respeitar os conteúdos pedagógicos, proporcionado o desenvolvimento musical de forma mais abrangente possível (JUCÁ, 2006).
É possível trabalhar com elementos lúdicos, por meios de jogos e brincadeiras, tendo como recurso o uso das novas tecnologias. As propostas pedagógicas envolvem praticas musicais diversas por meio de atividades de arranjos musicais em grupo envolvendo práticas de instrumentos e canto coletivo e o repertório baseado em canções infantis, folclóricas, como acompanhamento, precursão corporal.
Os jogos educativos são projetados para melhorar substancialmente a capacidade de lembrar e compreender frases e notações musicais, podem ser escolhidos pelos alunos de acordo com a vontade, trabalhando assim, também audição, a escrita musical e a prática de um instrumento e canto.
Muitas vezes os recursos tecnológicos, são utilizados coma a ideia de que por si só serão capazes de intervir e auxiliar os processos educacionais, mas a forma como entendemos estes processos e as visões pedagógicas subjacentes são as primeiras grandes influências que se fazem sentir (SOUZA, 2006).
Segundo MOREIRA, COSTA e SILVA (2001):
São três principais concepções de aprendizagem que norteiam a prática pedagógica de tecnologia educacional. As três concepções da ciência tem o mesmo pressuposto, uma vez que essas teorias explicam a própria realidade, como ela é. A experiência é fundamental, juntamente como o uso do método científico. Ao estudar os fenômenos físicos e interferência acontece sem a observação, comprova e vistas como objetivos incontestáveis e neutros (LIBARDI, 2013).
O desenvolvimento de tecnologias computacionais aplicadas à música tem colaborado no fazer musical de forma decisiva, como foi dito, o uso de softwares são fáceis de usar, por isso há várias escolas usam, a criação musical incluindo a manipulação do som em tempo real, a utilização da rede, com ambientes interativos que permitem a realização de criações e arranjos coletivos e outros recursos entre outras possibilidades de se fazer, apreciar, ensinar e aprender música. 
Estes recursos vem sendo gradativamente incorporados à educação musical, possibilitando não apenas práticas inovadoras de educação musical como também a democratização da tecnologia digital. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
“A música é o tipo de arte mais perfeita;
Nunca revela seu último segredo.”
 (Oscar Wilde)
Ao atravessarmos ao longo do que é e sobre história da música na educação, percebemos a transformação, os avanços dessa arte que nunca perdeu sua essência e isso foi visto através dos avanços e retrocessos das Leis e Decretos que formalizaram seu ensino. 
Muitos educadores não usam a música com recurso pedagógico, às vezes porque não têm conhecimento de como utilizá-la e outros porque pensam que precisam ter uma formação específica para executar tal tarefa, com isso é vista como sem muito recurso.
A prática musical nas escolas não está relacionada apenas ao cantar, tocar, mas sim no despertar da curiosidade sonora e as interações possibilitadas por ela. Cabe ao professor através de pesquisas, trocas de conhecimentos, e claro, um bom planejamento, para que as experiências pedagógicas sejam significativas. 
E perceber que a música contribui para criança e o que ela pode trazer e saber com a música e a preocupação que devemos ter em relação à formação das crianças, não apenas com o ensino dos conhecimentos sistematizados como Português, Matemática, História, Geografia e Ciências, e isso deve envolver também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção.
Sabe-se o quanto a música agrega para o desenvolvimento da criança, em todas as idades, é benfeitor, propicia o desenvolvimento do pensamento e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido a experiência humana, desenvolvendo sensibilidade, percepção e a imaginação, elementos significativos para todo processo de aprendizagem. 
Da mesma forma é o uso da tecnologia não se produz, nem desenvolve de forma autónoma, é um processo desenvolvido pelo homem que, antes de ser um recurso material, foi um recurso meramente humano. O desenvolvimento da tecnologia, está presente em todos os campos que constituem a vida do homem, logo também não escapa ao que se refere ao campo educativo. Novos desafios surgem constantemente a todos aqueles que atuam e se dedicam à educação.
Embora que tenhamos a obrigatoriedade do ensino de músicas nas escolas brasileiras e o uso de tecnologias, sendo conteúdos obrigatórios, nem todas as escolas utilizam-nas como disciplina. Os poucos recursos para dentro da sala e o despreparo dos professores, fazem deixar de usar essas duas ferramentas, mas não é impossível. 
Ao que foi visto, existe escolas que fazem o uso delas através de projetos ou até mesmo, trabalhando somente como disciplina, e essa integração com as crianças fazem delas capacitadas, mais perceptivas, criativas entre outras atribuições.
Sabemos que é uma trabalho árduo, pois cabe aos professores interessarem-se pela pesquisa e pelo estudo musical propriamente dito, mas é papel do governo proporcionar as condições necessárias para que as experiências musicais sejam verdadeiramente significativas.
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