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A ESCADA PONTEANA - os elementos dos negócios jurídicos. Pontes de Miranda criou essa fantástica Teoria Jurídica, pela qual o negócio jurídico deve ser analisado em três planos, somente se passando para o próximo caso o anterior esteja preenchido. O negócio jurídico deve ser analisado progressivamente. São os planos de existência, validade e eficácia. O plano seguinte não pode existir sem o anterior. A Escada Ponteana (nome da Teoria) é composta de elementos essenciais (existência e validade) e acidentais (eficácia). Embora não expressado no CC/02 é dotada pela doutrina dominante. Elementos essenciais: são os estruturais, que formam a substância do NJ. Elementos acidentais: são regras acessórias (não obrigatórias), as quais modificam as conseqüências naturais dos NJ´s. Elementos de essenciais PLANO DE EXISTÊNCIA São os elementos básicos e estruturantes dos NJ´s., sem os quais não chega a existir (um nada jurídico). São os pressupostos de existência: Agente Manifestação Forma Objeto TODOS SEM ADJETIVAÇÕES, que somente surgirão se ultrapassado esse plano. Logo, não se indaga se nula ou ineficaz, apenas se existiu. É dizer, há que se ter uma pessoa (agente), manifestando sua vontade (manifestação), que deve ser revelada, exteriorizada (forma), com o fim de criar, modificar ou extinguir direitos (objeto). Obs.: lembrar que a VONTADE é pressuposto básico do NJ e é imprescindível que se exteriorize. No Direito, somente a vontade que se exterioriza serve para formar um NJ. Se ficar apenas no plano interno do agente (mental), torna-se difícil ou mesmo impossível a sua apuração. A vontade interna é importante, mas é a sua exteriorização que a torna conhecida e capaz de produzir efeitos jurídicos. Repita-se: há que se ter uma pessoa (agente), manifestando sua vontade (manifestação), que deve ser revelada, exteriorizada (forma: meio de revelação da vontade), com o fim de criar, modificar ou extinguir direitos (objeto). PLANO DE VALIDADE Não quer dizer que existiu e, por isso, é válido. Há que se verificar sua conformidade com a ordem jurídica. O art. 104 anuncia os requisitos de validade mínimos (gerais) de todos os negócios jurídicos. Lembrar que há requisitos de validade específicos para certos NJ´s. No caso, são os pressupostos de existência adjetivados, nos termos do art. 104: Agente capaz Manifestação de vontade não viciada Forma prescrita ou não defesa em lei Objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Obs.: a forma é o meio para exprimir a vontade. No Direito brasileiro vigora a forma livre (consensualismo; art. 107). Logo, o contrato pode ser escrito, público ou particular, ou mesmo verbal. O formalismo é a exceção (forma escrita, pública ou particular, para dar maior segurança ao negócio, somente quando a lei expressamente exigir). Será inválido: Nulo (arts. 166 e 167): por violação ao art. 104 ou simulação; e Anulável (art. 171): por vícios da vontade ou incapacidade relativa do agente. A distinção está nas causas geradoras, a depender do grau do vício/invalidade. Elemento acidental PLANO DE EFICÁCIA Aqui se verifica se o NJ está apto a produzir todos os seus efeitos. É dizer, se produz ou não efeitos imediatos. Em regra, se existente e válido, produz efeitos imediatamente, salvo se limitado por elementos acidentais da declaração. Anote-se que os elementos acidentais (não obrigatórios) são convenções acessórias que alteram os efeitos naturais dos NJ´s. São: TERMO: arts. 131 a 135; quando começa ou extingue a eficácia; efeitos submetidos a evento futuro e certo (uma data); Ex.: aluguel para temporada pactuado agora para iniciar daqui a 6 meses. Somente tem lugar nos contratos de execução diferida, pois nos instantâneos a execução se dá em um só ato. Registre-se: o termo inicial suspende somente o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131). É dizer, apenas a exigibilidade é transitoriamente suspensa, não impedindo que as partes adquiriram desde logo os direitos e deveres decorrente do ato. O termo por ser incerto: quando morrer; há indeterminação quando ocorrerá, embora seja certo que ocorrerá. Chama-se prazo o período de tempo entre os termos inicial e final (art. 132). Por fim, destaque-se que o termo pode ser legal, convencional ou de graça (fixado por decisão judicial). CONDIÇÃO: arts. 121 a 130; os efeitos ficam subordinados a evento futuro e incerto; Anote-se que diz respeito sobre a ocorrência ou não de um fato. A morte, por exemplo, e em princípio, não é condição. Será se: obrigo-me a transferir um imóvel se a morte ocorrer dentro de um certo prazo... neste último caso, o acontecimento subsume-se à categoria de condição, já que há incerteza sobre a ocorrência do fato dentro de tal prazo. A condição pode ser: b.1.) suspensiva (125): a eficácia do contrato (aquisição do direito) depende dela; impede que o contrato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Ex.: recebo uma caixa de vinho; somente comprarei se experimentar e gostar. Ex.: 2: te dou um apartamento se vc se casar. Anote-se que a condição suspensiva, além de suspender a exigibilidade (eficácia jurídica), suspende o exercício e a aquisição do direito. Logo, enquanto ela não se verificar, não se terá adquirido o direito a que ele visa (art. 125)! b.2.) resolutiva (art. 128): extingue o direito transferido pelo negócio (desaparecimento do direito). Ex.: imóvel financiado; a propriedade é do Banco, que se resolve (extingue) com o pagamento integral da dívida. Aqui é diferente. Se for resolutiva a condição, enquanto esta não se realizar, vigorará o negócio jurídico. Logo, será possível exercer desde logo o direito estabelecido, que se extinguirá com o implemento da condição (art. 127). ENCARGO ou modo: arts. 136 e 137; típica dos negócios gratuitos (doação, testamento e legado); vantagem atrelada a um ônus. Ex.: doação com encargo (ou modal). Autolimitação da vontade em negócios gratuitos. Peso atrelado a uma vantagem. Geralmente identificado com as expressões "para que", "com a obrigação de", "com o encargo de". Não suspende a aquisição nem os efeitos do negócio. Em caso de não cumprimento, gera cobrança ou revogação.
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