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Microbiologia – P3M3 Aula 2: Estafilococos e Estreptococos Staphylococcus Características gerais Gram-positivas Cocos agrupados: em formato de uva Anaeróbios facultativos São encontrados em diferentes regiões do organismo dependendo da espécie: pele e membranas mucosas dos seres humanos. São capazes de crescer em temperatura variante de 18º a 40ºC. São patógenos que possuem um amplo espectro de doenças sistêmicas: infecções da pele, tecidos moles, ossos e trato urinário. Compreende cerca de 36 espécies Staphylococcus aureus: coagulase e catalase positivos S. epidermidis, S. saprophyticus. S. haemolyticus, S. lugdunensis, S. warneri, S. scheleiferi, S. hominis: coagulase negativos e catalase positivos Fisiologia e estrutura Camada mais externa: capsula polissacarídica. Tem ação protetora porque inibe a fagocitose do microrganismo pelos leucócitos polimorfonucleares. Produzem a camada mucoide que possibilita a ligação da bactéria aos tecidos, dispositivos médicos ou corpos estranhos. Staphylococcus aureus Biologia e virulência Cocos gram-positivos catalase-positivos arranjados em grumos (cachos) Pigmento de cor amarela é evidenciado quando a cultura é incubada em temperatura ambiente por 72h. Caracterizadas pela presença de: Coagulase Peptidioglicano e ácidos teicoicos: tem atividade semelhante à endotoxina, estimulando a produção de IL-1 e a ativação do sistema complemento (formação do abscesso) Proteina A (SpA): Tem a habilidade de se ligar à porção FC de IgG, impedindo, portanto que ela sirva de fator de opsonizaçãona fagocitose.Presente nos estafilococos coagulase+.Útil no diagnostico diferencial para S. aureus. Camada limosa: Facilita a aderência a corpos estranhos; Ajuda a despistar o SI. Filme solúvel em água frouxamente ligado a célula; Importante para sobrevivência dos estafilococos coagulase negativos. Constituída de açucares e proteínas. Toxinas Citotoxinas: As citotoxinas podem causar lise em neutrófilos, o que resulta na liberação de enzimas lisossômicas que, subsequentemente, danificam os tecidos circunjacentes. Toxina alfa: toxina rompe a musculatura lisa dos vasos sanguíneos e é tóxica para muitos tipos de células (eritrócitos, leucócitos, hepatócitos e plaquetas). Toxina beta: também chamada esfingomielinase C, é uma proteína termo estável. Apresenta especificidade para esfingomielina e lisofosfatidilcolina. Toxina delta: relativamente não específica para membranas –age como surfactante. Toxina gama: (produzida por quase todas as cepas de S. aureus) e leucocidina PVL são toxinas biocomponentes compostas de duas cadeias polipeptídicas: o componente S (proteínas que eluemvagarosamente) e F (proteínas que eluemrapidamente). Enterotoxinas: Enterotoxina A: comum em intoxicações alimentares Enterotoxinas C e D: encontradas em produtos lácteos contaminados Enterotoxina B: causa enterocolite pseudomembranosa estafilocócica. Toxinas esfoliativas: são serinas proteases que rompem proteínas responsáveis por formar pontes intracelulares no extrato granuloso da epiderme. Superantígenos: resulta em uma liberação maciça de citocinas tanto pelos macrófagos como pelas células. Doenças clínicas Causam uma grande variedade de infecções em humanos: espinhas, furúnculos, pneumonias, intoxicações alimentares, enterocolite, síndrome do choque tóxico, infecções em feridas cirúrgicas, síndrome da pele escaldada, impetigo. Síndrome da pele escaldada: Mediada por toxinas esfoliativas Mais observadas em crianças novas Bolhas sem microrganismos O epitélio se torna intacto novamente dentro de 7 a 10 dias A doença não deixa cicatriz. Intoxicação alimentar por estafilococos: Alimentos mais infectados: carnes processadas, massas recheadas e cremes O estafilococo é introduzido no alimento através de um espirro ou mão contaminada O aquecimento do alimento irá matar as bactérias, mas não inativa a toxina termoestável. Impetigo pustular: Aparecimento de vesículas cheias de pus sobre uma base eritematosa e lesões secas com crosta Atinge preferencialmente face e mãos Transmissão Disseminação pessoa-pessoa por contato direto. Exposição a fômites contaminados (roupas de cama, vestimentas) Diagnóstico Microscopia: gram-positivos e com células agrupadas Cultura: crescem em meio contendo concentração elevada de NaCl Meio Manitol salgado Prova da catalase: staphylococcus são positivos Prova da coagulase: Teste de aglutinação em lâmina: a maioria das cepas de S. aureus apresenta a proteína coagulase ligada, essa enzima converte o fibrinogênio presente no plasma em fibrina insolúvel, levando os estafilococos a se agregarem. Teste em tubo (livre): produzem uma coagulase extracelular Proteína A: presente apensa na superfície das cepas (teste de aglutinação com látex) Staphylococcus saprophyticus Importantes agentes de infecções urinarias em mulheres São coagulase negativos Streptococcus Características gerais Cocos gram-positivos em cadeias ou aos pares Capsulados, não esporulados, imóveis Catalase negativo Grupo diversificado: comensais/invasores Grande variabilidade na patogenicidade e susceptibilidade aos antimicrobianos. Maioria são anaeróbia facultativa e algumas só crescem em uma atmosfera enriquecida com CO² (crescimento capnofílico) Apresentam exigências nutricionais complexas: uso de meios enriquecidos com sangue ou soro para isolamento. Produção de ác. Lático através da fermentação de carboidratos A classificação das espécies dentro do gênero é separada em três esquemas: Popriedades sorológicas: separação nos grupos de Lancefield Padrões hemolíticos: hemólise completa (beta), hemólise incompleta (alfa), sem hemólise (gama) Propriedades bioquímicas: fisiológicas Diagnóstico Isolamento e identificação: material clínico ágar de sangue colônias (hemólise) catalase negativa identificação Principais doenças Mecanismos de patogenicidade Cápsula – ac. Hialurônico Parede (proteínas, carboidratos, peptideoglicano) Ácido lipoteicoico – adesão Produzem C5a peptidase: inativa C5a Antígenos/anticorpos com reação cruzada Exotoxinas potentes Streptococcus pyogenes Cocos gram-positivos de crescimento rápido dispostos em cadeia Apresentam carboidrato grupo-específico (antígeno A) e tipo-específico (proteína M) na parede celular. Virulencia determinada pela capacidade de evadir da fagocitose, aderir e invadir as células hospedeiras e produzir toxinas (exotoxinas pirogênicas estreptocócicas, estreptolisina S, estreptolisina O, estreptoquinase, DNAses) Colonização transitória do trato respiratório superior e da superfície da pele como cepas causadoras de infecções recentes. Disseminação pessoa a pessoa por gotículas respiratórias (faringite) ou através da descontinuidade da pele após contato direto com a pessoa infectada, fômite ou vetor artrópode. Pode acometer qualquer faixa etária, porém é mais comum em crianças (5 a 15 anos) Características gerais: Cápsula: ác. Hialurônico ou polissacarídica Fatores de virulência: Proteína M: fator antifagocítico, impede a opsonização pelo complemento, possui aderência. Região conservada da proteína M liga o fator H o componente C3b do complemento é desestabilizado pelo fator H quando C3b da célula bacteriana na região da proteína M, é degradado pelo fator H. A ligação do fibrinogênio à superfície da proteína M também bloqueia a ativação do complemento pela via alternativa e reduz a quantidade de C3b ligados Exotoxinas pirogênicas estreptocócicas (Spe) ou toxinas eritrogênicas: As toxinas agem como superantígenos, interagindo com macrófagos e células T auxiliares e resultando no aumento da liberação de citocinaspró-inflamatórias. Estreptolisina S: É uma hemolisina ligada à célula, não imunogênica, estável na presença de oxigênio e que pode lisareritrócitos, leucócitos e plaquetas (responsável pela beta-hemólise) Estreptolisina O: Uma hemolisina lábil na presença de oxigênio, capaz de lisareritrócitos, leucócitos, plaquetas e célulasem cultura. Estreptolisina (A e B) Doença S. pyogenes Superficiais e limitadas: faringite, amigdalite, infecção da pele, erisipela, celulite, fascite necrosante, miosite. Sistemicas: pneumonia, bacteriana, febre puerperal, Doenças devido as toxinas: escarlatina, síndrome do choque tóxico-mortal em 30% Doenças pós-estreptocócicas: febre reumática, glomerulonefrite pós-estreptocócica S. agalactiae Colonizadores assintomáticos adultos, mas potencialmente devastadoras nas crianças. RN são muito susceptíveis Encapsulada virulência Citotoxicidade/invasão/bacteriemia Doenças: infecções de feridas do trato urinário, endometrite pós-parto, endocardite – gravidas; doença neonatal de inicio precoce: bacteriemia, meningite, pneumonia – RN. Streptococcus grupo C e G Oportunistas pele, nariz, garganta, vagina e trato GI. Doenças: septicemia, faringite ,celulite, otite, sinusite ,artrite séptica, meningite, endocardite e abcessos multiorgânicos. Streptococcus viridans: conjunto de estreptococcus alfa-hemolíticos e não hemolíticos. São frequentes na boca, faringe, tubo digestivo e urogenital. S.pneumoniae Diplococos, lanceolados ou ovalados. Pertencem ao grupo S.mitis Isola-se frequentemente na naso-faringe e orofaringe de indivíduos saudáveis Doenças mais frequente nas crianças e idosos. Mecanismos de patogenicidade Cápsula proeminente grande fator de patogenicidade. Neuraminadase, amidaseou autolisina, pneumolisina(hemolítica e dermonecrótica) Proteínas de adesão Peróxido de hidrogénio Doenças por S. pneumoniae Pneumonia lobar Broncopneumonia Meningite Septicemia Otite Sinusite Conjuntivite Diagnóstico laboratorial Exame microscópico: cocos gram-positivo aos pares ou cadeias Cultura: agar de sangue, 3-5% CO2, 35º C Aglutinação com antissoros específicos – Lancefield Provas bioquímicas As cepas são identificas pelos testes: colônias beta-hemolíticas, aglutinação com anti-soro A, susceptibilidade à bacitracina, teste de PRY-positivo
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