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Página 1 de 8 
 
I. MODELO BÁSICO DE PETIÇÃO SIMPLES 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE GOIÂNIA, GOIÁS. (vide nota nº 1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O”, qualificado às fls. 02, por seu advogado, nos autos do processo-crime que lhe move 
o Ministério Público do Estado de Goiás, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, apresentar os seus (vide nota nº 2) 
 
 
 MEMORIAIS (vide nota nº 3) 
 
 
pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
 
 I – MATÉRIA PRELIMINAR (art. 517, II, CPP) (vide nota nº 4) 
 
 1. Do cerceamento de defesa 
 
 A defesa, após a inquirição das testemunhas de acusação, em audiência, requereu a 
Vossa Excelência a oitiva de uma testemunha referida, que poderia prestar importantes esclarecimentos 
sobre os fatos, mas teve seu pleito indeferido. 
 
 O argumento utilizado para tanto fundou-se na intempestividade da apresentação da 
prova, ou seja, como a mencionada testemunha, já conhecida da defesa, não foi arrolada em sua defesa 
prévia, não mais poderia ser deferida a sua oitiva. 
 
 Entretanto, Vossa Excelência não agiu com o costumeiro acerto, por, fundamentalmente, 
duas razões: em primeiro lugar, ainda que não fosse a testemunha ouvida como numerária, deveria ser 
inquirida como testemunha do juízo (art. 209, CPP), em homenagem aos princípios da busca da verdade 
real e da ampla defesa. Em segundo lugar, a defesa, embora conhecesse a testemunha, não tinha noção 
do quanto ela sabia a respeito do caso, o que somente ficou claro quando a testemunha_____ (fls._____) 
referiu-se, expressamente, a ela. Logo, não foi arrolada anteriormente por não se ter noção do grau de 
conhecimento que detinha. 
 
 2. Do indeferimento da prova pericial 
 
 É certo que a verificação da conveniência de realização de prova pericial não obrigatória 
é atividade da competência de Vossa Excelência. Entretanto, se a parte solicita a realização de um 
exame que guarde relação com os fatos apurados na causa, não pode ter o seu intento frustrado, sob 
pena de ficar configurado o cerceamento na produção e indicação das provas. O réu tem direito à ampla 
defesa, valendo-se de todos os instrumentos possíveis para demonstrar o seu estado de inocência. 
 
 Por isso, o exame psicológico requerido, a ser realizado na vítima, tinha e tem a 
finalidade de atestar o grau de rebeldia do adolescente em acatar ordens, bem como justificar que ele 
faltou com a verdade em seu depoimento, possivelmente por imaturidade, ao criar situações fantasiosas 
que não ocorreram. 
 ENDEREÇAMENTO 
PREÂMBULO 
 PRELIMINARES 
Página 2 de 8 
 
 
 Requer-se, pois, preliminarmente, que Vossa Excelência converta o julgamento em 
diligência para a colheitas das provas supra apontadas. (vide nota nº 5) 
 
 II. MÉRITO 
 
 1. Quanto ao mérito, o órgão acusatório somente conseguiu demonstrar a tipicidade do 
fato, o que não se nega. Porém, longe está de se constituir crime. 
 
 A defesa admite, como, aliás, o próprio réu o fez em seu interrogatório, que determinou 
ao sobrinho que permanecesse em seu quarto, durante o fim-de-semana, como medida de proteção e 
finalidade educacional, tendo em vista o seu envolvimento com más companhias. Portanto, a sua 
liberdade de ir e vir foi, realmente, privada. 
 
 Mas o crime não se constitui apenas de tipicidade. Faltou, no caso presente, a ilicitude. 
 
 O acusado agiu no exercício regular de direito, como tio da vítima e pessoa 
encarregada pelos pais do menino de com ele permanecer por um determinado período, cuidando de sua 
educação como se pai fosse. Esse poder educacional lhe foi conferido verbalmente pelos pais, quando se 
ausentaram para viagem de lazer. Logo, não se pode argumentar que houve ofensa a bem jurídico 
penalmente tutelado. 
 
 O depoimento dos pais da vítima (fls. ____ e _____) espelham exatamente o que 
ocorreu. Antes de viajar, eles deram autorização verbal para o réu cuidar do filho, “como se pai fosse”, o 
que envolve, naturalmente, o direito de educar e, se necessário, aplicar a punição cabível, desde que 
moderada, exatamente o que ocorreu neste caso. 
 
 Não podem, pois, retornado mais cedo da viagem e encontrando o filho preso no 
quarto da residência do réu, revogar aquilo que falaram, chamando a polícia e transformando o que 
deveria ser uma mera discussão familiar num caso criminoso. 
 
 2. Na doutrina, _____ (vide nota nº 6) 
 
 3. Assim não entendendo Vossa Excelência, apenas para argumentar, (vide nota nº 
7), deve ser afastada, ao menos, a agravante de crime cometido em relação de coabitação. A vítima não 
morava com o réu, encontrando-se em sua residência apenas como hóspede. Logo, se alguma relação 
havia era a de hospitalidade, não descrita em momento algum na denúncia. 
 
 E mesmo quanto à agravante de delito cometido prevalecendo-se das relações de 
hospitalidade, é preciso considerar que tal hipótese não se aplica ao caso presente. A finalidade da 
agravante volta-se à punição daqueles que se furtam ao dever de assistência e apoio às pessoas com as 
quais vivem, coabitam ou apenas convivem. O réu, em momento algum, pensou em agredir o ofendido 
para faltar com o dever de assistência; ao contrário, sua atitude calcou-se na prevenção de problemas, 
pois, na ausência dos pais, não poderia ele, menor impúbere com apenas treze anos de idade, ir aonde 
bem quisesse, convivendo com pessoas estranhas e, de certo modo, perigosas. 
 
 
 III. DO PEDIDO 
 
 
 1. Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição do réu, com fundamento 
no artigo 386, VI, do Código de Processo Penal, ou, subsidiariamente, pleiteia-se o afastamento da 
agravante do artigo 61, II, f, do Código Penal, pois assim fazendo estar-se-á realizando JUSTIÇA. 
 
 2. Por derradeiro, deve-se ressaltar que o acusado é primário, não tem antecedentes, 
merecendo receber a pena no mínimo legal, se houver condenação, bem como a substituição por penas 
alternativas e o direito de recorrer em liberdade. (vide nota nº 8). 
 
 Goiânia, 3 de fevereiro de 2011. 
 
 
 
Fulano de Tal 
OAB/GO 99999 
 
MÉRITO 
PEDIDO 
Página 3 de 8 
 
 
 
GLOSSÁRIO DAS NOTAS SUSCITADAS NA PETIÇÃO 
 
1. Esta é a forma de apresentação dos memoriais por petição. A defesa pode manifestar-se em cota 
manuscrita, nos autos, dizendo: “Apresento memoriais em separado em ____ laudas”. Nesse caso, a 
petição anexa conterá apenas o órgão a quem é dirigida (MM. Juiz) os fatos (itens 1, 2, 3 e 4) e o pedido 
final. 
 
2. Embora constitua praxe forense a utilização da expressão “Justiça Pública”, em verdade, ela inexiste. 
Quem promove a ação penal é o Ministério Público. Quem aplica a lei ao caso concreto, realizando 
justiça é o Poder Judiciário. Logo, não há “Justiça Pública”, como sinônimo de órgão acusatório. 
 
3. As alegações finais escritas devem ser, como regra, substituídas pelos debates orais, nos termos da 
reforma processual penal introduzida pela Lei 11.719/2008. Porém, ainda é viável que o juiz autorize a 
apresentação das alegações por escrito, conforme a complexidade do caso ou o númerode acusados. 
São os memoriais (art. 403, § 3º, do CPP). 
 
4. A defesa, especialmente, deve estar atenta às nulidades (art. 564, CPP) bem como ao prazo legal 
fixado para alega-las, sob pena de preclusão (art. 522, CPP). Quando elas ocorrem durante o processo, é 
preciso, antes do mérito, discutir, em matéria preliminar, o seu reconhecimento. Somente as nulidades 
absolutas poderão ser alegadas a qualquer tempo ou declaradas de ofício pelo Judiciário. 
 
5. O acolhimento, pelo juiz, qualquer preliminar levantada pela parte interessada pode implicar na 
reabertura da instrução, produzindo-se alguma prova faltante ou corrigindo-se determinado erro. Somente 
após, está o processo pronto para julgamento de mérito. 
 
6. Citar posições que defendem a tese sustentada de que parentes próximos, quando autorizados pelos 
pais, podem aplicar medidas corretivas em exercício regular de direito. 
 
7. Na medida do possível, é cauteloso que a defesa levante teses subsidiárias para beneficiar o réu. 
Assim, não aceitando a principal (absolvição), pode o juiz condená-lo com uma pena mais branda. 
 
8. Outra cautela da defesa é pedir benefícios penais em caso de condenação, apontando as virtudes do 
réu e solicitando o seu direito de permanecer em liberdade para recorrer. 
 
 
PERGUNTAS MAIS COMUNS: 
 
1. Endereçamento 
 
a) Pode-se usar abreviaturas no endereçamento, como, por exemplo, “EXMO. SR. DR.”? Não é 
aconselhável. O uso de abreviaturas denota descaso e prejudica o aspecto de seriedade e formalidade 
que deve ter a petição inicial. 
 
b) O endereçamento deve ser escrito todo em letras maiúsculas? Não necessariamente. Alguns 
preferem escrever apenas a primeira letra de cada uma das palavras com letra maiúscula: Excelentíssimo 
Senhor Doutor Juiz de Direito da ______ Vara Criminal da Comarca de Goiânia, Goiás. 
 
c) Após o endereçamento, é essencial pularem-se as 10 linhas? Elas devem ser contadas 
exatamente? Não. O que se deve é, depois do endereçamento, deixar espaço suficiente para o 
despacho do juiz. Nada impede, no entanto, que esse espaço seja um pouco maior ou menor, 
preservando-se, evidentemente, o equilíbrio estético da peça. 
 
2. Preâmbulo 
 
a) A que distância da margem deve-se iniciar o parágrafo? Não há medida exata, mas o 
recomendável é que se inicie a escrita mais ou menos no meio da página. A partir da segunda frase o 
parágrafo volta a obedecer à margem esquerda da folha. 
 
b) É necessário deixar-se um espaçamento maior na margem esquerda do que na margem direita? 
Sim. O espaço maior na margem esquerda da folha justifica-se para permitir que a petição seja anexada 
ao corpo do processo sem prejuízo do texto. No entanto, nas petições feitas nas provas de concursos 
essa providência não é necessária. 
 
c) Como deve ser escrito o nome da parte? Na vida prática deve-se grafar o nome da parte de forma 
Página 4 de 8 
 
completa. Já numa prova, não é permitido inventar dados e, portanto o candidato só pode utilizar-se do 
nome fornecido no enunciado. 
 
d) Pode-se grafar o nome da parte totalmente em letras maiúsculas? Não há problema. 
 
e) Em que petições é necessário qualificar a parte e como fazê-lo? Como regra geral pode ser 
estabelecido que a qualificação é necessária nas petições iniciais (queixa-crime, revisão criminal, habeas 
corpus”). Por outro lado, é desnecessária a qualificação das partes nas petições oferecidas no curso do 
processo (defesa preliminar), bem como nos recursos em geral. Quando for necessária a qualificação, 
deve conter os seguintes itens: nome da parte, nacionalidade, estado civil, profissão, residência e 
domicílio. Como numa prova não é permitida a introdução de dados não contidos no enunciado, sob pena 
de serem considerados identificação do candidato, recomenda-se seja adotada a seguinte forma: 
 
“Nome da parte, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na rua _______, 
número _______, nesta Capital.” 
 
f) O nome da petição deve estar em destaque? Mais uma vez, não há regra absoluta quanto ao tema, 
que em verdade é questão puramente estilística. No entanto, é recomendável o destaque, que torna mais 
fácil ao julgador a identificação da peça em questão. 
 
 
REDIGINDO UMA PETIÇÃO 
 
A avaliação final que irá garantir a sua aprovação disciplina Prática Jurídica I e na segunda fase do 
Exame de Ordem levará em conta, basicamente, dois fatores: a capacidade de solucionar juridicamente o 
problema proposto e a sua capacidade de interpretar e expor o seu raciocínio. 
 
A forma de se expressar é, com toda a certeza, o principal instrumento do advogado e sem ela, por mais 
que se saiba nada se pode obter no mundo jurídico. Por isso, neste momento, além de conhecer o direito 
material e processual você deve ser capaz de redigir uma petição que atenda a parâmetros mínimos e 
demostre a sua aptidão ao exercício da advocacia. 
 
A maioria das petições compõe-se de cinco partes (não se esqueça, entretanto, de verificar as 
peculiaridades de cada peça em seu modelo específico). Vejamos essas partes: 
 
1. ENDEREÇAMENTO 
 
É a indicação da pessoa ou órgão ao qual se dirige a peça, ou seja, a pessoa ou o órgão 
competente para apreciar aquele pedido. 
 
No mais das vezes, você irá endereçar a sua peça ao juiz de direito, ao Tribunal ou a Delegacia 
de Polícia. O endereçamento naturalmente deve ser impessoal. 
 
EXEMPLOS 
 
1. Supremo Tribunal Federal 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal 
 
2. Superior Tribunal de Justiça 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal de Justiça 
 
3. Tribunal Superior Eleitoral 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Supremo Tribunal Eleitoral 
 
4. Tribunal Regional Federal 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal Regional 
Federal da ___Região 
 
5. Juntas Eleitorais 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___Junta Eleitoral de __ 
 
6. Tribunal de Justiça (Desembargadores) 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo (para ”HC” e Revisão Criminal) 
 
Página 5 de 8 
 
Ou 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator do Acórdão n° ___ da ___ Câmara 
Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (para Embargos 
Infringentes e de Nulidade) 
 
7. Vara Criminal 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara Criminal de __ 
 
8. Delegado de Polícia 
Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular do __ Distrito Policial de __ 
 
Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular da __ Delegacia de Polícia 
 
Ilustríssimo Senhor Doutor Delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia Federal de 
___ 
 
9. Vara de Execuções Criminais 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ Vara das Execuções Criminais da 
Comarca de ___ 
 
10. Tribunal do Júri 
1° Fase : Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara do Júri da Comarca de 
___ 
 
2° Fase : Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do ___ Tribunal do Júri da Comarca 
de __ 
 
11. JECRIM ESTADUAL 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Criminal do Juizado Especial 
Criminal da Comarca de ___ 
 
12. COLÉGIO RECURSAL ESTADUAL 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Colégio Recursal do Juizado 
Especial Criminal de ___ (para “HC”) 
 
Razões de apelação: Egrégio Colégio Recursal; 
Ínclitos Juízes: 
 
13. JECRIM FEDERAL 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal do Juizado Especial 
Criminal Federal da Subseção de ___ 
 
14. COLÉGIO RECURSAL FEDERAL 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal Presidente do Egrégio Colégio Recursal do 
Juizado Especial Criminal Federal de ___ (para “HC”) 
 
Razões de apelação: Egrégio Colégio Recursal;Colenda Turma Julgadora; 
Ínclitos Juízes Federais: 
 
15. Vara Criminal Federal 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Criminal da Secção Judiciária de 
___ 
 
16. Carta Testemunhável (Escrivão) 
Ilustríssimo Senhor Escrivão do Cartório do ___ Ofício da Comarca de ___ 
 
17. Superior Tribunal Militar 
Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente do Superior Tribunal Militar 
 
18. Tribunal de Justiça Militar 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça Militar do 
Estado de São Paulo 
Página 6 de 8 
 
 
19. Auditor Militar 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz ___ Auditor da _ Auditoria Militar da Justiça Militar de ___ 
 
2. INTRODUÇÃO 
 
A introdução deve conter as informações necessárias sobre as partes, o processo e a petição 
oferecida. Assim, por via de regra deverão constar da introdução: 
 
1- Nome da parte peticionária. 
2- Qualificação da parte peticionária (se não estiver já qualificada no processo). Atenção, pois não é 
permitido inventar dados que não constem do problema. Portanto, se não for fornecida a 
qualificação e ela se fizer necessária, você deverá simplesmente indicar: “nacionalidade”, “estado 
civil”, “profissão”, portador da cédula de identidade número ___ e inscrito no Cadastro de 
Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o número ___. 
3- Número do processo, recurso ou inquérito policial. 
4- Nome da parte contrária. 
5- Menção ao advogado. 
6- Nome da peça que se está oferecendo. 
7- Fundamento legal (artigo de lei) no qual se embasa a peça. 
 
 
EXEMPLO: MARIA (1), qualificada nos autos (2) do processo crime número ___ (3) que lhe 
move o Ministério Público do Estado de Goiás (4), vem, por seu advogado que esta subscreve 
(5) à presença de Vossa Excelência, oferecer ALEGAÇÕES FINAIS (6), com fulcro no artigo 500 
do Código de Processo Penal (7), pelos motivos que passa a expor: 
 
 
3. NARRAÇÃO DOS FATOS 
 
Consiste na sucinta exposição dos fatos trazidos pelo problema proposto. Mais uma vez, lembre-
se de que não é permitido inventar qualquer dado que não conste expressamente do enunciado. 
 
Ainda assim, não é interessante simplesmente copiar o problema. O que você deve fazer é 
narrar, com as suas palavras, os dados fáticos mais importantes para o desenvolvimento da sua 
tese. 
 
 
EXEMPLO: A acusada foi denunciada por supostamente ter emitido cheque sem provisão de 
fundos, para pagamento de mercadorias adquiridas no estabelecimento comercial X. 
 
 
4. EXPOSIÇÃO DO DIREITO – ARGUMENTAÇÃO 
 
Este é o ponto ais importante da sua petição, é nele que você terá oportunidade de demostrar 
todo o seu conhecimento jurídico. Portanto, não poupe esforços. Uma boa argumentação 
desenvolve-se segundo um modelo lógico, (silogismo) composto por três partes: 
 
1) Premissa maior. É o seu ponto de partida, algo que não poderá ser refutado. Na 
argumentação jurídica a premissa maior é geralmente uma fonte do direito (artigo de lei, 
súmula, entendimento jurisprudencial ou doutrinário). 
 
2) Premissa menor. É a situação concreta apresentada pelo problema. Você deverá demostrar 
que aquela situação concreta se subsume perfeitamente ao direito apresentado na premissa 
maior. 
 
3) Conclusão. É a constatação de que o direito exposto na premissa maior aplica-se à situação 
concreta exposta na premissa menor. 
 
4) Após finalizada a concussão, você pode ainda reforçar o seu ponto de vista trazendo 
entendimento doutrinário e jurisprudencial pertinente. Mas lembre-se: não existe a 
obrigatoriedade deste item e ele certamente não suprirá a deficiência de sua argumentação 
pessoal. 
Página 7 de 8 
 
 
 
 
 
EXEMPLO: 
 
A judiciosa Súmula 554 do Supremo Tribunal Federal, assevera que o pagamento do cheque 
emitido sem provisão de fundos após recebida a denúncia não obsta o prosseguimento da 
ação penal. Portanto, conclui-se que caso o pagamento aconteça antes do recebimento da 
denúncia, restará obstada a propositura da ação. (1) 
 
No caso em apreço, a acusada pagou o cheque emitido antes da denúncia, conforme 
demonstra o recibo constante dos autos. (2) 
 
Portanto, a presente ação não poderia sequer ter sido oferecida, devendo ser julgada 
totalmente improcedente, absolvendo-se a acusada. (3) 
 
A corroborar tal posicionamento, insta trazer à colação a cristalina lição do festejado 
penalista Damásio Evangelista de Jesus, que preleciona, in verbis. “O STF, entretanto, 
entende que o pagamento do cheque antes do recebimento da denúncia exclui a justa causa 
para a ação penal. Significa que o Promotor Público não pode oferecer denúncia por 
emissão de cheques sem fundos, quando o emitente pagou o tomar” (Direito Penal – 2.° 
Vol., São Paulo: Editora Saraiva, 2004, p. 447). De fato é esse o entendimento, não apenas 
da Augusta Corte, como da totalidade de nossos Tribunais. 
 
“Somente na hipótese do § 2.°, VI, do art. 171 do Código Penal – fraude no pagamento por 
meio de cheque – o ressarcimento do dano causado à vítima antes do início da ação penal 
descaracterizada o crime de estelionato”. (4) 
 
5. PEDIDO 
 
Nele devem constar todos os requerimentos próprios daquela petição. 
 
 
EXEMPLO: Diante do exemplo, vem requerer a absolvição da acusada, como medida de justiça. 
 
 
 
6. DICAS E CUIDADOS PARA REDIGIR UMA BOA PETIÇÃO 
 
Você deve ainda estar atento aos seguintes detalhes: 
 
- Assinatura da peça: Jamais assine ou coloque o seu nome na petição. Você será 
automaticamente desclassificado. 
 
- Ortografia: Muito cuidado com a ortografia. Erros de português estarão sendo avaliadas e 
poderão prejudicá-lo muito. É interessante levar um pequeno dicionário para a prova e consultá-lo 
sempre que necessário. Quando houver dúvida sobre a grafia de determinada palavra, substitua 
por um sinônimo. Escreva as palavras por extenso, as abreviaturas devem ser evitadas. Quanto às 
novas regras estabelecidas na chamada “reforma ortográfica”, seu uso será obrigatório apenas a 
partir de 2013. 
 
- Acentuação: Também é avaliada e deve ser empregada corretamente. Geralmente, a releitura da 
peça, ao final da redação, é muito útil para a colocação dos acentos que foram “esquecidos”. 
 
- Gramática: Este é outro ponto importante submetido à avaliação. Portanto, muita atenção à 
regência, concordância e aos tempos verbais. Não se preocupe em escrever “difícil”. A redação 
jurídica deve ser, antes de tudo, clara e compreensível. Dê preferência aos períodos curtos e em 
ordem direta, pois a chance de se confundir e errar são menores. Verifique se as frases têm 
começo, meio e fim e se o verbo concorda com o sujeito. 
 
- Vocabulário: Não se esqueça de que o edital da OAB não menciona a obrigatoriedade do uso de 
palavras em latim. Aqui continua valendo a regra: se não tiver certeza de como escrever, não 
escreva. Entretanto, o uso de vocabulários e expressões típicos do universo jurídico de fato 
transmite à peça maior profissionalismo e credibilidade. 
 
Página 8 de 8 
 
- Pontuação: A má utilização da pontuação pode inverter completamente o sentido de uma frase e 
comprometer a inteligibilidade e fluência da sua petição, tornando-a confusa e cansativa. Evite 
frases intermináveis, difíceis de serem acompanhadas e coloque vírgulas nos lugares corretos. 
 
- Paragrafação e respeito às margens: muito cuidado com esse item, que tem roubado pontos 
preciosos dos candidatos: a primeira linha de cada parágrafo (com exceção do endereçamento) 
deve iniciar levemente deslocada para a direita. Além disso, não ultrapasse o espaço entre as 
margens da folha reservado à redação. 
 
- Limpeza: A apresentação estética da peça certamente interfere no ânimo daquele que a corrige e, 
hoje, é item da avaliação da prova. Preste atenção às margens da folha; não escreva fora da pauta 
e evite rasuras. Caso tenha cometido algum erro,a solução é passar um traço sobre a palavra e 
prosseguir (a maioria dos editais atualmente proíbe a utilização de qualquer espécie de corretivo). 
Pular uma linha entre um parágrafo e outro também facilita a leitura e contribui para a limpeza da 
peça, desde que haja espaço para escrever tudo o que for importante. No entanto, fique atento à 
folha de rosto do seu caderno de prova: já houve oportunidade (embora não seja frequente) em que 
os avaliadores proibiram o candidato de pular linhas. Nesse caso, deve ser obedecida essa 
instrução. 
 
- Letra clara e legível: a petição escrita em letra ilegível exige mais atenção do examinador e 
revela uma atitude negligente e descuidada por parte do candidato. Para aqueles que têm a letra 
normalmente inteligível, é possível a utilização da chamada “letra de forma”. Neste caso, deve-se 
apenas tomar cuidado para diferenciar as letras maiúsculas das minúsculas de modo a não 
prejudicar a pontuação. 
 
- Rascunho: A feiura prévia da peça em rascunho permite ao candidato corrigir os erros cometidos 
e aprimorados a redação gerando, assim, um melhor resultado final. É preciso, entretanto, observar 
o tempo a ser despendido para passar a limpo a petição, pois o conteúdo da folha de rascunhos em 
hipótese alguma será corrigido. Também não será corrigida a petição que estiver escrita de lápis.

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