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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO
CURSO DE DIREITO
MARCOS ANDRÉ DA COSTA BARROS
UMA ETNOLOGIA DOS “ÍNDIOS MISTURADOS”?
Situação colonial, territorialização e fluxos culturais.
PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL
 2018
MARCOS ANDRÉ COSTA DE BARROS
UMA ETNOLOGIA DOS “ÍNDIOS MISTURADOS”?
Situação colonial, territorialização e fluxos culturais.
Trabalho apresentado como requisito para a avaliação da disciplina Direito Indígena, ministrado pelo 	professor Jorge Vieira.
PALMEIRA DOS ÍNDIOS - AL
2018
RESENHA CRÍTICA: UMA ETNOLOGIA DOS “ÍNDIOS MISTURADOS”? SITUAÇÃO COLONIAL, TERRITORIALIZAÇÃO E FLUXOS CULTURAIS.
O texto que será a seguir tratado é de tamanha complexidade, mas também de tamanha importância tendo em vista que vem para expor a problemática do estudo da etnologia dos índios do nordeste, apesar de ser datado no ano de 1988, suas reflexões ainda são pertinentes para os dias atuais e assim nos fazem remontar a uma perspectiva histórica.
Fruto de uma apresentação para o concurso do cargo de professor titular de etnologia do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, traz perspectivas de estudos anteriores, e o paradoxo da falta de estudos sobre o índios do nordeste quanto a sua etnologia, com um texto introdutório convidativo o autor nos leva a fazer a reflexão sobre a problemática.
No que concerne as ausências e comparação das perdas feita pela etnologia, Oliveira cita diversos autores que trataram dos índios do nordeste em seus trabalhos, destacando-se dois pontos responsáveis pela visão dos etnologistas sobre os índios do nordeste. 
O primeiro ponto se refere a falta de interesse dos americanistas em retratá-los, o que contribui para uma etnologia menor, outro ponto encontra-se na aparência tida como contraditória à medida em que, ao longo das últimas décadas, o número de populações teria aumentado consideravelmente, passando de 10 etnias, na década de 50, para 23, em 1994.
Para Oliveira o trabalho desenvolvido por Galvão em 1900/1959, intitulado de Áreas culturais indígenas no Brasil 1900/1959, devido a sua grande importância para a antropologia, serviu de contribuição para a visão da etnologia à respeito dos índios do nordeste, tidos como aculturados e assim teriam perdidos seus principais elementos culturais devido a sua integração com a sociedade.
Tentando justificar o pouco interesse dos etnólogos americanistas, onde se englobam os brasileiros, Oliveira se refere a uma passagem de Levis Strauss:
O antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um sentido para configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento, das que estão imediatamente próximas do observador (LÉVISTRAUSS, 1967, p.472 apud OLIVEIRA, 1998, p.49).
Assim a partir dai Oliveira traz sua opinião para explicar o pouco interesse sobre essas populações que seria talvez ocasionado pela pouca distintividade cultural. Quanto ao talvez descrito dos índios da região nordeste, apresentado por Oliveira, não seria tão somente pela não aplicação da perspectiva de Levis Strauss, mas também de termos usados por outros estudiosos com Darcy Ribeiro ao se referir às populações indígenas presentes no Nordeste como “resíduos de população indígena e magotes de índios desajustados”. Segundo Ribeiro, tais populações estariam numa fase tão adiantada de aculturação que não mais poderiam ser consideradas como sujeitos históricos.
Pela perspectiva de Oliveira, fatores de natureza política teriam levado os índios do nordeste a voltarem a adquirir visibilidade no cenário nacional, e assim a despertar interesse de pesquisa. Sendo assim a sua argumentação de forma interessantíssima nos leva a refletir que por meio de serem aculturados teriam perdido parte de sua essência e assim também perdido a visibilidade à etnologia, por outro, seria através das demandas pelo acesso à terra que tais populações estariam despertando a atenção de uma determinada etnologia periférica.
Ao se referir ao novos estudos desenvolvidos na década de 90, Oliveira vem por retratar que tal fenômeno se deu justamente por este fato de natureza política, centrados em questões que dizem respeito tanto à problemática das emergências étnicas, quanto à da reconstrução cultural, o que seria um grande avança, pois eram sempre retratados por suas perdas.
Diante da dificuldade Oliveira se vale das concepções de Barth para propor uma forma de análise que possibilite compreender o que teria ocorrido no caso das populações indígenas do nordeste. Porém, ele indica a necessidade de fazer alguns “ajustes” nas proposições desse autor.
Dirigindo-se a processos identitário de tempos precisos e atos políticos o ajuste se dá pela necessidade da compreensão da interação entre as culturas dentro de um estado em seu quadro político e a incorporação étnicas dessas culturas dentro de uma dimensão territorial.
Quanto ao processo de territorialização este tem tamanha importância para a compreensão dos índios do nordeste, segundo Oliveira, seria através da territorialização, enquanto um ato de natureza política, que se propiciaria a formação de uma identidade própria, de uma determinada coletividade, vindo, inclusive, a reestruturar suas formas culturais.
Oliveira destacou assim três momentos enfrentados pelos índios do nordeste quanto a territorialização, o primeiro se refere a Lei de Terras de 1850 que determinou os registros cartoriais das propriedades, definiu as terras devolutas oficiais que poderiam ser vendidas em leilões públicos, os senhores de engenho no litoral, os fazendeiros no interior, os tradicionais invasores das terras dos antigos aldeamentos indígenas bem como as autoridades que possuíam interesses comuns, sistematicamente afirmaram que os índios estavam “confundidos com a massa da população” e por esse motivo não existiam razões para continuidade dos aldeamentos.
No segundo momento deu destaque a implantação de postos indígenas, ocorrido em meados dos anos 30, responsável pela demarcação de terras e a distribuição de terras na região nordeste a varias populações, tendo assim, possibilitado o desenvolvimento de uma indianidade. O terceiro momento se deu na década de 70 e 80, quando populações tidas como desconhecidas passaram a ser reconhecidas, o que culminou na utilização do termo de índios emergentes, utilizado para se referir aos povos Tinguí-Botó, os Karapotó, os Kantaruré, os Jeripancó, os Tapeba e os Wassu.
Na busca de um termo para definir os índios do nordeste Oliveira tentou defini-los pelo conceito de disporá de Clifford, onde esta consiste no sentimento do indivíduo que se sente dividido entre duas lealdades contraditórias, a de sua terra de origem e do lugar onde está atualmente, onde vive e constrói sua inserção social, onde retrata a importância da relação com a origem como característica das identidades indígenas.
Contudo, partindo do conceito de diáspora Oliveira cria o termo 
"viagem de volta", referindo-se as palavras de Torquato Neto, quando retratou o processo migratório dos nordestino. Oliveira parafraseando Torquato se referiu a relação indigena com a terra de origem, por esta estar gravada em sua natureza, estabelecendo um elo muito mais forte do que a lealdade com seu povo e a sua origem, onde em um processo migratório a sua terra sempre o acompanhará e o guiará de volta ao seu povo.
Para o autor ao se retratar os índios do nordeste, existe muito mais relação histórica, para que assim a antropologia deva buscar uma antropologia histórica, tendo em vista que não foi possível estabelecer o estudo desde a época da colonização é assim estudar os índios em sua etnogenese primária.
Os índios são a história de nosso país, habitaram nossas terras muito antes da chegada dos portugueses, o litoral nordestino e os sertões da caatinga eram o lar destes povos que se viram ameaçados e obrigados a se adaptar com a chegada dos portugueses e assim tiveram sua cultura influenciada. Quando ao ler o texto de Oliveirae este faz menção ao objeto político da reivindicação de terras, percebemos que é uma questão existente ainda nos dias atuais, e assim alguma das vezes a dificuldade, alem das terras estarem ocupadas por outras pessoas, está na dificuldade de comprovação de sua origem indígena em decorrência do processo de colonização, denotando a importância do estudo etnológico destes povos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVEIRA FILHO, João Pacheco. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. MANA, v.4/1, abr. 1998.

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