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Mecânica dos Solos II Aula 08 – Tensões de Ruptura Prof. Thiago Martins Definição de tensão em meios contínuos 𝐹1 𝐹2 𝐹3 𝐹4 𝐹5 𝐹6 B A z x y 𝐹𝑅 ∆𝐹 ∆𝐴 ‘∆A ∆𝐹 𝑛 ∆𝐹 ∆𝐹 𝑐 n Corpo em equilíbrio sob a atuação de um sistema de forças. n representa a direção normal ao plano analisado Definição de tensão em meios contínuos ∆A ∆𝐹 𝑛 ∆𝐹 ∆𝐹 𝑐 ∆A σ 𝑛 𝑝𝑛 τ 𝑛𝑧 𝑝𝑛 = lim ∆𝐴→0 ∆𝐹 ∆𝐴 𝜎𝑛 = lim ∆𝐴→0 ∆𝐹𝑛 ∆𝐴 𝜏𝑛 = lim ∆𝐴→0 ∆𝐹𝑐 ∆𝐴 Tensão total no ponto n n τ 𝑛𝑦 Pela Lei de Equilíbrio de Newton, o estado de tensão em qualquer plano passando por um ponto, em um meio contínuo, é totalmente especificado pelas tensões atuantes em três planos mutuamente ortogonais, que passam por este mesmo ponto. zyzxz zyyxy zxyxx zyxxyz tttT ] [][ τxy Em coordenadas cartesianas o estado de tensão em um elemento 3D é determinado por nove componentes de tensão τxy − 𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝑎𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑜 𝑛𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑙 a tensão atua, e o segundo a direção da componente tangencial σx τxz σy σz τyz τyx τzyτzx x z y 𝜎𝑦 − 𝑜 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑐𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎 𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒çã𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 Estado triaxial de tensões Estado plano de tensões Muitas obras de engenharia geotécnica, podem ser tratadas em termos bidimensionais, nesses casos faz-se necessário o conhecimento das tensões em apenas 2 planos ortogonais. Sendo os casos mais comuns o de deformação plana (a deformação em um dos eixos é nula) e axissimétrica (as deformações no plano horizontal são iguais, e a análise pode ser feita considerando exclusivamente os eixos horizontal e radial). (Gerscovich, 2012) Determinação das tensões em um plano inclinado qualquer, A-A’. σx τyx τxy σy n θt A A’ wordpress Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer α τα σα Sendo de particular interesse os denominados planos de ruptura. α σατα τα σα Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer σx τyx τxy σy n θt Tensões no plano de interesse Tensões nas direções de aplicação Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer Estas componentes podem ser calculadas a partir de um estado plano. As equações que correlacionam as tensões nas direções de aplicação, com as tensões no plano inclinado, partem da análise de equilíbrio de força nas direções normal e tangencial a este plano. σx τyx τxy σy n α θ dS dS cosθ d S s e n θ θ Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer Considere um elemento, de espessura unitária, pelo qual passa um plano de ruptura de largura dS e cuja inclinação vale θ: σx τyx τxy σy n α θ dS dS cosθ d S s e n θ Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer O produto das tensões que atuam nas faces vertical e horizontal deste elemento pelas respectivas áreas de atuação, representa as forças atuantes em cada face. σx τxy τxy σy n α θ dS dS cosθ d S s e n θ σxdS senθ τxydScosθ τxydS senθ σydS cosθ σdS θ τdS Forças atuantes em diferentes direções Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer τxydS sen²θ τxydS senθcosθ τdS θ θ τxydS cosθsenθ τxydS cos²θ θ Componentes advindas das tensões cisalhantes σxdS sen²θ σydS cosθsenθ σdS θ θ σxdS senθcosθ σydS cos²θ Componentes advindas das tensões normais Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer cosdSsen2²cosdS²dSsendS xyyx cos2²cos² sensen xyyx Aplicando as relações trigonométricas 2cos2 sensen 2/)2cos1(²cos 2/)2cos1(²sen Tem-se: 22cos)( 2 1 )( 2 1 senxyxyyx A partir desta decomposição, pode-se fazer o somatório de forças nas direções normal e tangencial, para a condição de equilíbrio, isto é,∑F=0: 0Fn Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer 0Ft ²dSsen²cosdScosdSsensencosdSdS xyxyyx Aplicando as relações trigonométricas 2sencossen2 2cos²sen²cos Tem-se: ²sen²coscossensencos xyxyyx 2cos2)( 2 1 xyxy sen Da mesma forma, para a direção tangencial ao plano: 22cos)( 2 1 )( 2 1 senxyxyyx 1 xyxy sen Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer Desta forma, as equações: Permitem determinar as tensões normais (σθ) e tangencias (τθ), para um plano com uma inclinação qualquer (θ), a partir das tensões atuantes sobre o elemento considerado (σx, σy, τxy). ( ) 2 cos 2 2 x y z Estado plano de tensões Por qualquer ponto tensionado, passam três planos ortogonais entre si, para os quais a tensão cisalhante é nula. Estes planos são chamados de planos principais. As tensões normais que atuam sobre estes planos são ditas tensões principais, sendo convencionalmente: σ1 = Tensão principal maior; σ2 = Tensão principal intermediaria; σ3 = Tensão principal menor. 2cos2 2 xy xy sen Estado plano de tensões Tensões em um plano qualquer 22cos 22 senxy xyxy 0 0 2cos 22 3131 2 2 31 sen σy = σ1 σx = σ3 As equações anteriores podem ser reescritas em função das tensões principais, neste caso: Lembrando que, σy = σ3 σx = σ1 Se, K < 1 v hK Se, K > 1, portanto: Coeficiente de empuxo lateral: Estado plano de tensões Para τθ = 0 (planos principais) xy xy tg 2 2:. 02cos2sen 2 xy xy Como um plano principal não possui tensões cisalhantes, a equação definida anteriormente, para o cálculo da tensão em um plano inclinado qualquer, permite determinar a direção das tensões principais. 2cos2)( 2 1 xyxy sen Estado plano de tensões As tensões normais atuantes nos planos principais são definidas a partir da substituição da equação de tg2θ em σθ. As expressões resultantes estão apresentadas abaixo: 2 xy 2 xyxy 1n 22 2 xy 2 xyxy 3n 22 Tensão principal maior: Tensão principal menor: Círculo de Mohr Raio do Círculo de Mohr.: 2 xy 2 xy 2 σ (kPa) τ (k P a) Círculo de Mohr O Círculo de Mohr é a representação gráfica de um estado de tensões em um ponto. Este Círculo é obtido trançando-se um gráfico de tensões normais versus tensões cisalhantes para cada valor de inclinação (θ), no espaço (σ, τ). θτ(θ) σ(θ) σ (kPa) τ (k P a) 0 2θ θ τ(θ) σ(θ) C Qualquer ponto na circunferência, tal como o ponto C, representa o estado de tensão em um plano cuja normal está orientada em um ângulo θ em relação à direção da tensão principal maior. Te n sã o C is al h an te Tensão Normal (σx,τxy) (σn,τn) (σy,-τxy) σ3 σ1N ≡ M Q R S ≡ O 2θ Q Círculo de Mohr Para traçar um Círculo de Mohr basta conhecer as tensões principais (σ1e σ3) ou dois pares de tensõesatuantes em dois planos ortogonais quaisquer, por exemplo (A e B). σ (kPa) τ (k P a) 0 θ τ(θ) σ(θ) A τ m á x σ3 σ1 B Círculo de Mohr Convenção de sinais: Tensões normais de compressão: positivas; Tensões cisalhantes que provocam rotação anti-horária do elemento: positivas. τ - σ +σ + σ + σ + τ + τ + τ - Círculo de Mohr Convenção de sinais Círculo de Mohr Conceito de Pólo ou Origem dos Planos Um outro elemento fundamental para a interpretação do estado de tensões em um ponto a partir do Círculo de Mohr é o Polo. Polo é, por definição, a origem dos planos. Representado no Círculo de Mohr pelo ponto de interseção entre dois planos ortogonais, sendo único para um mesmo estado de tensão. A título de ilustração considere o exemplo onde R = tensões atuantes em um plano vertical; e M = tensões atuantes em um plano horizontal. T en sã o C is al h an te (σx,τxy) (σy,-τxy) σ3 σ1N ≡ M R S ≡ O P 1º.: Passa por R um plano paralelo ao plano no qual atuam suas tensões (neste caso plano vertical) 2º.: Passa por M um plano paralelo ao plano no qual atuam suas tensões (neste caso plano horizontal) 3º.: 1º ∩ 2º = P (Polo) Tensão Normal (kPa) 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350 Te n sã o T o ta l C is al h an te ( k P a) -50 -40 -30 -20 -10 0 10 20 30 40 50 316.03 -41.722 279.79 252.42343.4 Polo Círculo de Mohr Conceito de Pólo ou Origem dos Planos Uma linha que une o Polo a um ponto Q (qualquer) será paralela ao plano no qual as tensões representadas pelo ponto Q atuam. Portanto, conhecida a posição do Polo é possível determinar a inclinação em qualquer plano para um dado estado de tensões. R – tensões atuantes em um plano vertical. M – tensões atuantes em um plano horizontal. T en sã o C is al h an te Tensão Normal (σx,τxy) (σn,τn) (σy,-τxy) σ3 σ1 M Q R O θ P Círculo de Mohr Conceito de Pólo ou Origem dos Planos Valores em unidade de tensão. Exemplo 1 Determine graficamente as tensões principais para o elemento apresentado abaixo e compare com os resultados obtidos a partir de uma solução analítica. 30º Exemplo 2 Determine graficamente as tensões atuantes no plano de ruptura do elemento apresentado abaixo e compare com os resultados obtidos a partir de uma solução analítica.
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