Prévia do material em texto
ESTRADAS II M. Sc. MAYSA PONTES RANGEL Engª Civil- Mestre em Planejamento Urbano- Infraestrutura Urbana Candido Mendes – UCAM maysaran@terra.com.br AULA 2.8- Dimensionamento de pavimentos flexíveis 1. Métodos semi-empíricos de dimensionamento de pavimentos flexíveis 2. Método do DNER 2.1 Capacidade do subleito (CBR) e índice de grupo IG 2.2 Espessura total do pavimento 2.2.1 Número de solicitações N 2.2.2- Simbologia das camadas 2.2.3- Coeficiente de equivalência estrutural – k- 2.2.4- CBR ou IS das respectivas camadas- Valor Hm, Hn e H20 no ábaco de dimensionamento 2.2.5- Sistema de inequações para a obtenção das espessuras das camadas. 2.2.6- Espessura do revestimento de acordo com N e o tipo de revestimento. 3 Aplicações Figura 2.11: Resumo das características dos métodos de dimensionamento Fonte: CNT, 2017 Método do DNER (Atual DNIT ) roteiriza o dimensionamento de pavimentos flexíveis em função dos seguintes fatores: -capacidade do subleito (CBR) e índice de grupo IG; - número equivalente de operações do eixo padrão (N) -espessura total do pavimento durante um período de projeto. Tal como todo método de dimensionamento de pavimentos, os fundamentos deste método são o conhecimento das propriedades do solos do subleito existente, das propriedade geotécnicas dos materiais que tem potencial para aproveitamento nas diversas camadas que compõem o pavimento e a estimativa do tráfego que solicitará o pavimento durante a sua vida útil de serviço. têm como base o ensaio CBR e relaciona a capacidade de suporte do subleito (CBR) e a intensidade do tráfego com a espessura mínima necessária ao pavimento 2.1 Capacidade do subleito (CBR) e índice de grupo IG O Método do DNER combinou os métodos de dimensionamento do Índice de Grupo e do CBR adoção do “Índice de Suporte”, parâmetro derivado do cálculo do Índice de Grupo e da obtenção do Índice de Suporte Califórnia, através da realização do ensaio de CBR nos materiais utilizados. o IG, apesar de ser um classificador muito conhecido, só pesquisa as propriedades indesejáveis, fornecidas pela fração fina do solo – silte, argilas, humus e outras – não diferenciando as variações de atrito interno trazidas pela fração inerte, segundo sua natureza, tamanho e graduação. faixa de solos de boa qualidade: IG = 0, deixa sem definição outras características que poderiam alterar os resultados do dimensionamento. Expressão do IS IS = (ISIG + ISCBR)/2 Onde ISCBR = índice de suporte numericamente igual ao Índice de Suporte Califórnia (CBR – obtido em ensaio e dado em %) ISIG = índice de suporte derivado do índice de grupo, correspondendo praticamente a uma inversão de escala (tabela 1), fazendo com que solos de boa qualidade tenham os maiores valores de ISIG O método impõe a condição de que o Índice de Suporte máximo seja igual ao valor do CBR IS máximo= CBR quando o IS for maior que o CBR, o valor adotado para o IS será o do próprio CBR. 1- calcula-se IG 2- na tabela ao lado relaciona-se IG com ISIG 3- Expressão do IS= (ISIG + ISCBR)/2, sendo ISCBR= CBR 4- IS máximo= CBR 5- quando o IS for maior que o CBR, o valor adotado para o IS será o do próprio CBR. 2.2 Espessura total do pavimento 1-conhecer o número de solicitações N 2- conhecer a simbologia das camadas 3-conhecer o CBR das respectivas camadas para encontrar o Valor Hm, Hn e H20 no ábaco de dimensionamento- ensaio laboratório 4-determinar o Coeficiente de equivalência estrutural – k- Tabela 5- forma-se o sistema de inequações para a obtenção das espessuras das camadas. 6- conhecendo-se o tipo de revestimento adota-se a espessura do mesmo de acordo com N. 2.2.1 Número de solicitações N N= Vt x FC x FE x FR Para pavimentos flexíveis, os métodos de dimensionamento consideram a equivalência entre um eixo padrão e as cargas de eixos simples, tandem duplos e tandem triplos, através do cálculo do Número N. 2.2.2- conhecer a simbologia das camadas hn = espessura do reforço do sub-leito h20= espessura da sub-base B= espessura da base R= espessura do revestimento Hm = espessura total do pavimento necessária para proteger um material com CBR = m% Hn= espessura total do pavimento necessária para proteger um material com CBR = n% H 20= espessura total do pavimento necessária para proteger um material com CBR = 20% 2.2.3-determinar o Coeficiente de equivalência estrutural – k 3- K -Coeficiente de equivalência estrutural é um número que relaciona a espessura necessária da camada de material padrão com a espessura equivalente do material utilizado. MATERIAL PADRÃO É A BASE GRANULAR A AASHTO apresenta diversas formas de se obter o valor do coeficiente estrutural, em geral por meio de correlações com outras propriedades mecânicas dos materiais (CBR, módulo de resiliência, etc.). Coeficiente de equivalência estrutural de um material é um índice que indica uma relação empírica entre o número estrutural e a espessura da própria camada, sendo uma média da capacidade relativa do material para atuar como componente estrutural de dado pavimento, dissipando pressões sobre as camadas inferiores ( BALBO, 2007). CONHECENDO-SE O TIPO DE BASE OU REVESTIMENTO ENCONTRA-SE O VALOR DE K NA TABELA A SEGUIR coeficiente de equivalência estrutural –K Exemplo 1: o coeficiente de equivalência estrutural da base de solo-cimento (com 10cm de espessura) com resistência à compressão, após sete dias de cura, é K = 1,4 10 cm da base de solo-cimento têm o mesmo comportamento estrutural que 14 cm (14 = 10 x 1,4) da base granular que é o material padrão de k = 1. Exemplo 2: –o revestimento de concreto betuminoso (10 cm) possui coeficiente k = 2 10 cm de revestimento de concreto betuminoso têm a mesma capacidade estrutural que 20 cm (10x2) de base granular, coeficiente k = 1. A espessura das respectivas camadas deve ser multiplicada pelo respectivo k: espessura equivalente do revestimento=R x Kr espessura equivalente da base=B x Kb ; espessura equivalente da sub-base=h20 x Ks espessura equivalente do reforço do subleito= h x Kref 2.2.4-conhecer o CBR ou IS das respectivas camadas para encontrar o Valor Hm, Hn e H20 no ábaco de dimensionamento com o valor de N, procede-se verticalmente até encontrar a reta representativa do CBR da camada e prolongando-se horizontalmente encontra-se a espessura total do pavimento. . 2.2.5- Sistema de inequações para a obtenção das espessuras das camadas. 2.2.6- conhecendo-se o tipo de revestimento adota-se a espessura do revestimento de acordo com N na Tabela Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso . Verifica-se a existência de quatro incógnitas: R, B, h20 e hn, e apenas três equações. Para solução, adota-se a espessura do revestimento de acordo com N, conforme a Tabela Espessura Mínima de Revestimento Betuminoso . Atenção: TS a espessura é desprezível=0 Uma vez determinadas as espessuras Hm, Hn e H20 pelo ábaco de dimensionamento e a espessura de R pela tabela Espessura Minima de Revestimento Betuminoso, as espessuras da base (B), sub-base (h20) e reforço do subleito são obtidas pela resolução sucessiva das seguintes inequações: Atenção aos aspectos construtivos ATENÇÃO sub-base com CBR maior que 20% usar CBR de 20% no ábaco e reduzir a espessura de H20 no valor excedente. Ex: para N= 1,E + 06 e sub-base com CBR 30% reduz em 10% a espessura (30- 20) No ábaco 20% para H20 = 25 H20 = 25-10%= 22.5 N superior a 1,E + 07 acresce-se em 20% a espessura de H20. Espessuras máximas e mínimas para camadas granulares: 20 e 15 cm, respectivamente. Nem sempre tem todas as camadas, se não existe não há como calcular a espessura total acima dela. Exemplo 2: dimensionar o pavimento em que o N = 10³, sabendo-se que o subleito tem um CBR = 3% e dispondo-se de material para o reforço do subleito, com CBR = 9%. Tem-se um material para sub-base com CBR = 20% ematerial para base com CBR = 60%. 1º passo- com o valor de N, ir na tabela 1 para saber a espessura do revestimento 2º passo- conhecendo-se o material das camadas, ver na tabela 2 o valor do Coeficiente de equivalência estrutural – k 3º passo- conhecendo-se o CBR da camada subjacente e o valor de N, ir no ábaco de dimensionamento(Tabela 3) para obter-se Hm, Hn e H20 4º passo- resolver o sistema de inequações. Devido ao N, o tipo de revestimento asfáltico (Tabela 1) é o tratamento superficial, logo pode-se desprezar a espessura. KB = 1,00, KS = 1,00 e KRef = 1,00 (Tabela 2) Espessura (ábaco) H20 = 18 cm Hn=H9 = 26 cm Hm=H3 = 43 cm H20 = B + R = 18 cm B = 18 cm B + h20 ≥ Hn 18 cm + h20 ≥ 26 cm h20 = 8 cm h20 = 15 B + h20 + h3 ≥ Hm 18 cm + 15 cm + h3 ≥ 43 cm h3 ≥ 10 cm h3 = 15 R = 0 cm B = 18 cm Sub-base = 15 cm Subleito = 15 cm Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Espessura= 2,5 cm e K= 1,2 Exemplo 3: dimensionar um pavimento de uma estrada em que o N = 1,E + 06 sabendo-se que o subleito possui um CBR = 12%, material de sub-base com CBR = 40% e para base um material com CBR = 80% Solução: devido ao N temos um tratamento superficial como revestimento asfáltico, logo a espessura = 0 cm, KB = 1,00 e KS = 1,00 No ábaco para N=10E6 Hn ou H12 = 34 cm H20= 25 cm Devido a sub-base com CBR = 40% pode reduzir em 20% a espessura de H20, 20% de 25 = 5 logo H20 = 20 cm B + R= H20, como R = 0 ,logo B=20 RKR + BKB + h20 ≥ Hn, como R = 0 e KB = 1,00 temos B + h20 ≥ Hn 20 cm + h20 ≥ 34 cm logo h20 = 14 adota-se h20 = 15 cm 1- simbologia das camadas (identificar as camadas) 2-determinar ou conhecer o número N, 3- com o valor de N, ir na tabela 1 para saber a espessura do revestimento 4- conhecendo-se o material das camadas, ver na tabela 2 o valor do Coeficiente de equivalência estrutural – k 5- conhecendo-se o CBR da camada subjacente e o valor de N, ir no ábaco de dimensionamento para obter-se a espessura total Hm, a espessura necessária acima do reforço Hn e a espessura necessária acima da subbase H20 6- resolver o sistema de inequações.