Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA, MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA Drogas antifúngicas Outubro- 2017 Analice Azevedo Luiz Gustavo de Oliveira Luiz Gustavo de Oliveira Luiz Gustavo de Oliveira Luiz Gustavo de Oliveira Luiz Gustavo de Oliveira Luiz Gustavo de Oliveira Dezembro-2018 Antifúngicos • As drogas antifúngicas tiveram um avanço quantitativo e qualitativo menor que as drogas antibacterianas: ÆFungos são eucariotos como o hospedeiro (efeitos colaterais) • Busca-se agentes antimicóticos mais específicos. • Aumento a partir da década de 80: ↑Infecções fúngicas sistêmicas 9 Incremento dos métodos diagnósticos 9 Uso de procedimentos invasivos 9 Surgimento de novas doenças imunossupressoras (Ex: HIV) Æ Pressão sobre a indústria farmacêutica para descoberta de novos fármacos antifúngicos Anfotericina B Nistatina 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 Flucitosina Cetoconazol Fluconazol Itraconazol Caspofungina Ravuconazol Posaconazol Voriconazol Formulações lipídicas da anfotericina B Micafungina Anidulafungina Histórico dos Antifúngicos Streptomyces noursei Streptomyces nodus Classificação dos antifúngicos Naturais: Antibióticos Produzido por microrganismos, que inibem ou matam outros microrganismos. Sintéticos ou semi-sintéticos: Quimioterápicos Sintetizados em laboratório. 9 Polienos 9 Griseofulvina 9 Flucitosina 9 Derivados azólicos 9 Alilaminas 9 Derivados Morfolínicos 9 Equinocandinas 9 Nicomicinas 9 Sordarinas 9 Ciclopirox olamina Classificação dos Antifúngicos Mecanismo de Ação Polienos (Anfotericina B, Nistatina) Azóis (Fluconazol, Cetoconzol, Miconazol) Alilaminas (Terbenafina) 1. Antifúngicos que interferem na membrana celular Polienos – Estrutura Geral Antibióticos Polienos Streptomyces nodosus Streptomyces noursei Streptomyces natalensis Streptomyces griseus • Ligam-se ao ergosterol da membrana celular fúngica – alteração da permeabilidade Polienos – Mecanismo de Ação • Mecanismo adicional: dano direto a membrana – cascata reações oxidativas (geração de radicais livres tóxicos) Polienos – Mecanismo de Ação Ligação ao Ergosterol – Formação de Poros Polienos Anfotericina B: isolada de Streptomyces nodosus - Difícil administração e efeitos colaterais (nefrotoxicidade) - 1990: Formulações lipídicas (alto custo) - Tratamento de micoses profundas (C. albicans, H. capsulatum, C. neoformans, Coccidioides immitis, B. dermatitidis , Aspergillus spp. e etc) - Uso sistêmico - Em associação com Flucitosina (diminuição qtde) • Nistatina: isolada de Streptomyces noursei - Atividade contra Candida spp. (via tópica e oral) - De uso tópico: encontra-se disponível principalmente na forma de pomadas e cremes vaginais - Efeitos adversos: raros (dermatite e distúrbios gastrointestinais) Polienos Derivados Azólicos A classe pode ser dividida estruturalmente: 1) Imidazóis (2 N no anel azol): Imidazóis Cetoconazol: • Fungicida ou fungistático (dependendo [ ]); • Histoplasmose, coccidioidomicose e blastomicose; • Espécies de Candida spp. e dermatófitos; • Resistência: Candida albicans e Candida tropicalis; • Toxicidade: gástrica e hepática Miconazol: potente atividade contra Candida spp. (Candida albicans) e dermatófitos Imidazóis tópicos: micoses superficiais (dermatomicoses, candidíase e ptiríase versicolor) Derivados Azólicos 2) Triazóis (3 N no anel azol): Triazóis Fluconazol: • Candida spp. (exceto C. glabrata e C. krusei), C. neoformans, H. capsulatum, C. immitis, P. brasiliensis e dermatófitos • Sem atividade contra Aspergillus spp., Fusarium spp. e zigomicetos • Administração oral ou intravenosa • Baixa toxicidade • Atividade fungistática contra a maioria dos fungos leveduriformes Itraconazol: • Administração oral ou intravenosa • Amplo espectro: Candida spp., C. neoformans, Aspergillus spp., S. schenkii, dermatófitos, fungos dematiáceos e dimórficos • Resistência: Fusarium, zigomicetos e algumas amostras de Aspergillus fumigatus • Efeitos tóxicos raros Triazóis Voriconazol: • Novo triazol de amplo espectro • Atividade contra: Candida spp., C. neoformans, Trichosporon spp., Aspergillus spp., Fusarium spp., fungos dematiáceos e dimórficos • Resistência: zigomicetos • Indicado no tratamento de pacientes intolerantes ou com infecção refratária a outros antifúngicos • Baixa toxicidade Azóis – Mecanismo de Ação Inibição da síntese do Ergosterol : Inibe a citocromo P450 ( lanosterol 14α-demetilase) Dano à membrana plasmática de levedura causado por Miconazol Alilaminas Butenafina Naftifina • Utilizadas no tratamento de dermatomicoses (principalmente onicomicoses) • Uso tópico e oral • Poucos efeitos tóxicos Tópico Sistêmico Alilaminas- Mecanismo de Ação Derivados Morfilínicos Amorolfina • Amorolfina: tratamento tópico das dermatomicoses (cremes e esmaltes) • Atividade fungicida • Poucos efeitos adversos Amorolfina – Mecanismo de Ação • Inibição da síntese de ergosterol em 2 processos enzimáticos suscessivos: (redutase e isomerase) • Inibição em vias diferentes das alilaminas e derivados azólicos 2. Antifúngicos que interferem na parede celular Equinocandina Caspofungina Micafungina Anidulafungina Equinocandina – Mecanismo de Ação Inibição da síntese de B-(1-3) glicano sintase, essencial para a integridade da parede – lise da célula Polioxinas e Nicomicinas • Peptídeos nucleosilados • Atuam como análogos competitivos do substrato da enzima quitina sintase • Baixa atividade antifúngica contra fungos filamentosos oportunistas • Melhor ação contra leveduras 3. Antifúngicos que interferem na mitose Griseofulvina • Isolada a partir do Penicilium griseofulvum • Uso oral para tratamento de dermatofitoses • Atividade fungistática – Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton • Efeitos adversos: mais comuns distúrbios gastrointestinais, relatos de hepatotoxicidade e efeitos teratogênicos. Griseofulvina – Mecanismo de Ação Mecansimo de ação: Interage com os microtúbulos impedindo formação do fuso mitótico (inibição da multiplicação do fungo). 4. Antifúngicos que interferem na síntese do ácido nucléico Flucitosina • Atua como um antimetabólito • Análogo da pirimidina fluorada • Via oral • Espectro limitado: Candida spp., C. neoformans e alguns fungos dematiáceos (cromoblastomicoses) • Utilizada em associação com Anfotericina B ou Fluconazol • Monoterapia – resistência: Candida spp. e C. neoformans (alterações na enzima citosina desaminase) • Efeitos adversos: raros (altas concentrações séricas) Flucitosina – Mecanismo de Ação ↓dTTP 5. Antifúngicos que interferem na síntese proteica Sordarinas • Inibe seletivamente o fator de elongação EF2 (responsável pela translocação do ribossomo ao longo da cadeia polipeptídica durante a síntese proteica) • Atividade in vitro contra: C. albicans e Cryptococcus neoformans Ciclopirox olamina • Uso tópico; • Mecanismo de ação: quelante de íons di e trivalentes necessários para as atividades enzimáticas e da cadeia respiratória das céls fúngicas – inibe a síntese da parede (deficiência na captação de aminoácidos e nutrientes • Tratamento de micoses cutâneas: dermatófitos e leveduras Resistência às drogas antifúngicas • Estudos com C. albicans e outras espécies • Pouco conhecido para Aspergillus spp. e C. neoformans • Não há evidências de que os fungos são capazes de destruir ou modificar os agentes antifúngicos • Genes de resistência antifúngica não são transferidos entre as células • Formaçãode biofilmes Mecanismos de Resistência às drogas antifúngicas Resistência aos Azóis Alteração do alvo Fluconazol : C. albicans e C. krusei Itraconazol: A. fumigatus Mutação no gene ERG11: - Síntese de uma lanosterol 14-alfa demetilase alterada - Superexpressão de ERG11 Resistência aos Azóis Bomba de efluxo Fluconazol: C. albicans, C. glabrata e C. krusei Itraconazol: A. fumigatus A indução da expressão da principal bomba de efluxo do tipo facilitador (MDR-multidrogas) Alteração ou diminuição no conteúdo de ergosterol • C. albicans • C. glabrata • C. krusei • C. lusitaniae Resistência aos derivados poliênicos Perda da atividade da permease, citosina desaminase ou da uracil fosforribosiltransferase • C. albicans e C. glabrata Resistência a fluocitocina Testes de Susceptibilidade • Fornecem uma estimativa confiável da atividade relativa de dois ou mais fármacos contra o organismo testado • Correlação com a atividade antifúngica in vivo • Monitoramento de resistência entre uma população normalmente susceptível • Avaliação de novas drogas antifúngicas • Métodos qualitativos e quantitativos (CIM) Antifungigrama realizado a Candida albicans en agar de Shadomy. Se observan los halos de inhibición generados frente a 9 antifúngicos diferentes. Para fins de padronização, o método aceito internacionalmente e preconizado pelo CLSI (Clinical and Laboratory Standards Institute), antigo NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory Standards) é a diluição em meio líquido, tanto em tubos quanto em microplacas. Diluição em caldo - Macrométodo Diluição em caldo - Micrométodo
Compartilhar