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Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 1 Farmacologia ANTIBIÓTICOS INIBIDORES DA PAREDE CELULAR Antimicrobianos – substâncias naturais (antibióticos) ou sintéticas (quimioterápicos) que agem sobre microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua destruição CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURA QUÍMICA PAREDE CELULAR Em bactérias gram-negativas NAG e NAM lineares ligadas por oligopeptídeo TOXICIDADE DOS ANTIBIÓTICOS IRRITAÇÃO LOCAL → Irritação gástrica → Dor e formação de abcessos → tromboflebites → Eritromicina, tetraciclinas, cloranfenicol, certas cefalosporinas IRRITAÇÃO SISTÊMICA Fármacos com ↓ ou ↑IT Dependentes da idade, função hepática, função renal, dependentes da gravidez, fatores genéticos PENICILINAS Desafio das primeiras penicilinas: MECANISMO DE AÇÃO As penicilinas interferem na última etapa da síntese da parede bacteriana → exposição da membrana → lise celular, seja pela pressão osmótica, seja pela ativação de autolisinas. Quanto menor o espectro, menor a capacidade destrutiva em termos de variabilidade bacteriana. Agem por: → Inativação de proteínas na membrana celular da bactéria → Inibição de ligações da parede celular → Inibição da síntese da parede celular e ativação de autolisinas Utilizadas para: gangrena gasosa (Clostridium perfringens) e sífilis (Treponema pallidum) REAÇÕES ADVERSAS • Hipersensibilidade (5%) • Diarreia – colite pseudomembranosa Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 2 Farmacologia • Nefrite • Neurotoxicidade – pode precipitar convulsões • Toxicidade hematológica CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS PENICILINAS NATURAIS penicilinas G e V: São obtidas a partir do fungo Penicillium chrysogenum e têm um amplo espectro de ação contra bactérias Gram-positivas, incluindo Streptococcus e Staphylococcus. São suscetíveis à inativação pelas β-lactamases (penicillinases) produzidas pelas bactérias resistentes. MEDICAMENTOS • benzilpenicilina [penicilina G] – benzetacil o cocos gram-positivos e gram-negativos, bacilos gram-positivos e espiroquetas • fenoximetilpenicilina [penicillina V] ESPECTRO DE AÇÃO Β-LACTÂMICOS RESISTENTES À BETA-LACTAMASE Também chamadas de penicilinas resistentes à penicilinase ou antiestafilocócicas. Todos eles interferem na síntese do peptidoglicano. Inserem um anel B-lactâmicos que se aproveita do crescimento da bactéria para destruí-la pelo impedimento do crescimento da parede celular → bloqueio da transpeptdase Quanto mais rápido ela se multiplica, mais ele é efetivo Usados para tratamento de infecções causadas por estafilococos produtores de penicilinase, incluindo o S. aureus. Têm atividade mínima ou nula contra infecções gram- negativas. Podem ser inativados pela beta-lactamase MEDICAMENTOS • Meticilina • Nafcilina • Oxacilina • Dicloxacilina AMINOPENICILINAS Também chamadas de Penicilinas de amplo espectro. Tem um espectro bacteriano similiar ao da Benzilpenicilina, mas são eficazes contra bacilos gram- negativos. A formulação com um inibidor da β-lactamase, como ácido clavulânico ou sulbactam, protege a amoxicilina ou a ampicilina, respectivamente, da hidrólise enzimática e amplia seu espectro antimicrobiano. MEDICAMENTOS • Ampicilina o Age contra o bacilo gram-positivo Listeria monocytogenes e espécies de enterococos suscetíveis. • Amoxicilina ANTIPSEUDOMONAS Atividade contra Pseudomonas aeruginosa MEDICAMENTOS • Piperacilina • Ticarcilina • Azlocilina • Carbenicilina Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 3 Farmacologia INIBIDORES DA BETA-LACTAMASE A hidrólise do anel β-lactâmico, seja por hidrólise enzimática com β-lactamase ou por ácidos, destrói a atividade antimicrobiana do fármaco β-lactâmico. Inibidores da β-lactamase contêm um anel β-lactâmico, mas por si não têm atividade antibacteriana significativa nem causam algum efeito adverso significativo. Ao contrário, ligam-se às β-lactamases e as inativam, protegendo, assim, os antimicrobianos que normalmente seriam substratos dessas enzimas. Por isso, os inibidores das β-lactamases são formulados em associação com os antimicrobianos suscetíveis à β- lactamase. MEDICAMENTOS • ácido clavulânico • sulbactam • tazobactam RESISTÊNCIA BACTERIANA • Atividade da e β -lactamase • Dimiuição da permeabilidade ao antimicrobiano • PLPs alteradas NECESSÁRIA OU NÃO A PRESCRIÇÃO ? Diante de um paciente febril, o clínico ou especialista deveria escolher um agente antimicrobiano que fosse eficaz, seguro e de custo acessível ao paciente. Achados clínicos – infecção bacteriana óbvias com achados focais, deve-se instituir antibioticoterapia. Diante de paciente febril sem achados focais bacterianos, deve-se investigar doenças de origem virais, analisando a gravidade da situação Paciente com bom estado geral – situação não urgente Paciente febril – situação de urgência Paciente em mal estado geral, em situação de emergência, onde o mesmo exibe uma infecção bacteriana provável a qual ainda não foi diagnosticada: indicada antibioticoterapia empírica. A coleta de material deve ocorrer antes de iniciar a antibioticoterapia CEFALOSPORINAS São β-lactâmicos mais resistentes às β-lactamases. Cepas de E coli e Klebsiella sp que expressam b lactamase de espectro ampliado são capazes de hidrolisar a maioria das cefalosporinas - representam um problema clínico crescente ESPECTRO DE ATIVIDADE Eram administradas contra β-lactamases do estafilococo que destruíam as penicilinas. Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 4 Farmacologia Agem contra: • gram-negativos adicionais: H. influenzae, Enterobacter aerogenes e algumas espécies de Neisseria • gram-negativas anaeróbicas • fraca conta microrganismos positivos. Têm atividade aumentada contra bacilos gram-negativos, incluindo os já mencionados, bem como contra a maioria dos outros microrganismos entéricos Vai ter espectro bom contra ambas as gram Ceftobiprole (5ª geração) → contra MRSA (oxicilina - Staphylococcus aureus resistente à meticilina) CARBAPENÊMICOS Também são β-lactâmicos sintéticos Era utilizado para bactérias multirresistentes Possuem expectro de atividade mais amplo que os demais betalactâmicos Atividade contra aeróbios e anaeróbios Imipenem – cilastatina (inibidor da desidropeptidase tubular renal) Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 5 Farmacologia EFEITOS ADVERSOS Semelhante aos de outros betalactâmicos – náuseas e vômitos são os mais frequentes, podendo ocorrer neurotoxicidade com concentrações plasmáticas elevadas MEDICAMENTOS • Imipeném • Meropeném • doripeném • ertapeném MONOBACTÂMICOS GLICOPEPTÍDEOS Vancomicina é um glicopeptídeo tricíclico não consegue atravessar a barreira hematoencefálica Não é betalactâmico MECANISMO DE AÇÃO Age por meio da D-alanina, ligando-se e ocupando o sítio de ligação da enzima ESPECTRO DE AÇÃO Principal indicação: infecção por Staphylococcus mais resistentes EFEITOS ADVERSOS Dor local, flebite, febre, calafrios, formigamentos e náuseas. Erupções cutâneas (5%) TIPO DE ATIVIDADE (AÇÃO) DOS INIBIDORES DA PAREDE CELULAR Bacteriostática – não matam a bactéria imediatamente, mas sim impedem o metabolismo e seu desenvolvimento • Sulfonamidas • Tetraciclinas • Cloranfenicol • Eritromicina Bactericida – matam de imediato a bactéria, o que pode ser prejudicial em caso de não resolução total, ocorrendo a multiplicação • Penicilinas • Cefalosporinas • Vancomicina • Aminoglicosídeos • Polipeptídicos • Quinolonas Mariana Medeiros de Sousa - UFERSA 6 Farmacologia • Rifampicina ANTIMICROBIANOS TEMPO-DEPENDENTES Aqueles que têm sua ação regida pelo tempo de exposição das bactérias às suas concentrações séricas e teciduais ANTIMICROBIANOSCONCENTRAÇÃO OU DOSE- DEPENDENTES Aqueles que exibem propriedades de destruição de bactérias pela sua dose e concentração (quanto maior a concentração, maior o efeito) DEPENDENTES DE FATORES LOCAIS Escolha do tipo de antibiótico depende de USO COMBINADO USO PROFILÁTICO PORQUE SÃO NECESSÁRIOS NOVOS ANTIMICROBIANOS Escassez de novos fármacos Mais microrganismos resistentes