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BIOQUÍMICA DE FRUTAS E HORTALIÇAS Prof. Drª. Jessica Bezerra dos Santos Rodrigues INTRODUÇÃO Produtos hortículas geralmente são chamados de frutas, hortaliças e flores. Folhas, flores, raízes, bulbos, tubérculos, brotações e frutos. INTRODUÇÃO Uma crescente busca por uma alimentação saudável tem levado À geração de um comércio cada vez maior de produtos hortículas. Originam-se de diferentes estruturas anatômicas dos vegetais. INTRODUÇÃO Folhas São estruturas muito sensíveis à perda de água devido à elevada relação entre a superfície e o volume. Sensíveis à perda da cor verde. INTRODUÇÃO Flores Brócolis, alcachofras e flores ornamentais comestíveis. Vida útil é muito curta. Apresentam rápida senescência* e geralmente são muito sensíveis ao etileno* INTRODUÇÃO Raízes, bulbos e tubérculos Estrutura de reserva das plantas Baixa atividade metabólica e poucas transformações pós- colheita. Conservação por longos períodos. INTRODUÇÃO Brotações Aspargo Taxa metabólica muito alta e curto período de conservação. INTRODUÇÃO Frutos Alguns frutos são inseridos na classe das hortaliças: tomate, pepino e berinjela. Frutas, geralmente sabor doce e ácido. COMPOSIÇÃO QUÍMICA A composição química irá variar de acordo com: espécie e variedade; condições de cultivo; estádios de maturação; condições e tempo de armazenamento; métodos de análises, etc. COMPOSIÇÃO QUÍMICA Frutas e hortaliças Água Proteí -nas Lipí- dios Mine- rais Vita- minas Carboi- dratos 75-88% - frutas 90% - hortaliças 0,2 a 1,5% 0,1 a 0,7% Exceção – abacate, azeitona e outros 0,3 a 0,8% 10 até mais de 2000 mg/100 g 2 a 20% - dependendo do estágio de maturação COMPOSIÇÃO QUÍMICA Carboidratos Amido: reserva. Outros Polissacarídeos: encontram-se principalmente nas paredes celulares ou entre as células - FIBRA DIETÉTICA - entre 0,7 e 4,7% frutas frescas. *celulose - insolúvel e indigerível no organismo humano é o componente principal da fibra bruta das tabelas de alimentos. *hemicelulose - pouco solúvel em água, mas bastante solúvel em soluções alcalinas fortes. *pectinas - possuem uma ampla variação em sua solubilidade, desde as mais insolúveis até as que se dissolvem com facilidade. CARBOIDRATOS Açúcares simples como sacarose, glicose e frutose - acumulam-se no interior das células, aumentam de teor durante o amadurecimento. As proporções de CHO dependem da atividade metabólica de cada planta. CARBOIDRATO PROTEÍNAS Em geral as frutas (<1%) e hortaliças (<3,5%) contém pouca proteína Nozes (9-20%) Aminoácidos essenciais em pequena quantidade LIPÍDIOS Geralmente possuem pouco lipídios São responsáveis pela superfície cerosa de frutas (aspecto brilhante e proteção contra microrganismos) Desempenham papel importante no aroma e sabor Aroma de tomate e pepino ação da lipoxigenase nos ácidos linoleico e linolênico. ÁCIDOS ORGÂNICOS Contribuem para sabor e aroma A acidez diminui com a maturação porque parte dos ácidos são utilizados na respiração e outra parte é transformada em açúcar. Principais cítrico e málico. Aroma e sabor característico se dão pela combinação de vários compostos voláteis (ésteres, terpenos, aldeídos, cetonas, ácidos orgânicos, etc). Algumas frutas têm aroma e sabor característico devido à presença de um único composto. AROMA E SABOR PIGMENTOS Responsáveis pelas diferentes cores Sofrem alterações durante a maturação Perda da clorofila (verde) Síntese ou revelação de carotenóides (amarelo ou laranja) Biossíntese de antocianinas (vermelho, azul e roxo). FENÓLICOS Responsável pela adstringência em frutas e hortaliças Tem sabor amargo e adstringente (inibem ataque de insetos) Teor de fenólicos diminui com a maturação ETILENO Hormônio vegetal que se apresenta em forma de gás sem odor Atuação no amadurecimento de frutos Aparência Textura Aroma e sabor Como eu avalio a qualidade de frutas e hortaliças? Aspectos fisiológicos e bioquímicos no desenvolvimento de vegetais Crescimento MaturaçãoSenescência CRESCIMENTO Primeira fase da vida do vegetal Multiplicação celular e aumento do volume MATURAÇÃO OU AMADURECIMENTO Corresponde às mudanças sensoriais de sabor, odor, cor e textura que tornam o fruto aceitável para o consumo. Todos os nutrientes e compostos podem sofrer algum tipo de alteração. São transformações de: Degradação Síntese Conhecer melhor o fruto e aplicar técnicas adequadas de conservação da sua qualidade RESPIRAÇÃO Durante o desenvolvimento do fruto, ocorre a translocação de solutos da planta-mãe para o fruto. Quando o vegetal é colhido, o fruto consome suas próprias reservas para manter o seu metabolismo. Respiração é o principal processo RESPIRAÇÃO Degradação oxidativa de substâncias complexas (amido, açúcares, lipídios, proteínas, ácidos) em moléculas mais simples (CO2 e H2O), com produção de energia e geração de moléculas usadas em reações de síntese PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA Frutos climatéricos Frutos não- climatéricos FRUTOS CLIMATÉRICOS O amadurecimento é acompanhado por um aumento na atividade respiratória Elevada produção de etileno Inúmeras transformações bioquímicas Geralmente frutos climatérios são colhidos na maturidade fisiológica, ainda verdes, para facilitar o manuseio e ampliar o tempo de conservação. O amadurecimento acontece com o fruto separado da planta-mãe. FRUTOS CLIMATÉRICOS FRUTOS NÃO-CLIMATÉRICOS Não apresentam aumento na atividade respiratória e na produção de etileno. A respiração vai decrescendo durante o amadurecimento Mudanças de forma lenta e gradativa Devem ser colhidos na maturidade horticultural (quando já apresentam características ótimas para o consumo). FRUTOS NÃO-CLIMATÉRICOS Sempre deve ser observada as particularidades de cada espécie O que pode afetar a respiração? ETILENO É o hormônio do amadurecimento A produção varia nos vegetais Climatéricos produção máxima no amadurecimento Não-climatéricos produção constante e mais baixa ETILENO Efeitos desejáveis Uniformização do amadurecimento Efeitos indesejáveis amarelamento de hortaliças folhosas Amadurecimento acelerado Não armazenar produtos que contenham altas quantidades de etileno junto àqueles muito sensíveis ao hormônio É possível inibir o etileno? TEMPERATURA A atividade respiratória pode ser reduzida pelo uso de baixa temperatura. As reações bioquímicas têm velocidade reduzida. A cada 10ºC de variação de temperatura, a velocidade das reações metabólicas aumenta ou diminui 2 a 3 vezes. Durante o armazenamento refrigerado, o produto deve ser exposto à menor temperatura possível, não ultrapassando a temperatura mínima de segurança (TMS). Quando atinge a TMS a respiração aumenta em tentativa de recuperar danos, depois ela diminui pela desestruturação celular. TEMPERATURA Dano pelo frio Frutos tropicais são mais suscetíveis. Alteração da membrana lipídica aumento da permeabilidade e extravasamento de solutos. Cada espécie reage diferente Danos causados pelo frio em produtos hortícolas Fruto TMS (ºC) Danos Abacate 9 Mudanças na cor da casca e polpa Banana 13 Manchasmarrons ou amarelo-acinzentadas na casca, escurecimento da polpa Berinjela 10 Depressões e bronzeado na casca, escurecimento das sementes Manga 12 Manchas acinzentadas ou marrons na casca, falha no amadurecimento, aumento nas podridões Melão 7 Depressões e podridões Tomate maduro 10 Amolecimento, encharcamento, podridões. Fonte: koblitz, 2010. CONCENTRAÇÃO GASOSA A respiração pode ser reduzida pela elevação do teor de CO2 e diminuição da concentração de O2 na atmosfera de armazenamento do fruto. Atmosfera controlada monitoramente e controle da composição gasosa que o fruto fica exposto. Atmosfera modificada a concentração de gases é modificada pela própria respiração dos frutos. Uso de barreira artificial (embalagens ou recobrimentos). CONCENTRAÇÃO GASOSA Embalagens/recobrimentos reduz atividade respiratória e perda de água Retarda desidratação e murchamento Embalagens mais usadas Filmes de PVS, polietileno e polipropileno Recobrimentos mais usados Cera de carnaúba Polipropileno Lipídios (cera de abelha, óleo vegetal, óleo mineral, etc) Proteínas (caseína, albumina) DANOS MECÂNICOS Qualquer lesão mecânica estimula a atividade respiratória. A lesão mecânica estimula a produção do etileno de ferimento responsável por aumentar a taxa respiratória no sentido de reparar. Carbureto de cálcio Usado na prática para aceleração do amadurecimento BIOQUÍMICA DE FRUTAS E HORTALIÇAS Prof. Drª. Jessica Bezerra dos Santos Rodrigues
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