SEPARAÇÃO DE PODERES

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SEPARAÇÃO DE PODERES
Faculdade Paraíso - Ciência Política e Teoria Geral do Estado 
Profa. Ma. Patrícia Oliveira Gomes
Montesquieu e a teoria da tripartição dos Poderes
 A separação de poderes é um instrumento da proteção das liberdades individuais em face do Estado. 
 
 A liberdade política do cidadão consiste em fazer tudo o que as leis permitem.
 
 Montesquieu inova na crítica ao absolutismo: propõe a legitimidade dos governos com base na prática da liberdade e na organização racional do poder.
Montesquieu e a teoria da tripartição dos Poderes
Defensor de monarquias constitucionais, Montesquieu compreende a importância de evitar o absolutismo a partir da existência de corpos intermediários entre o indivíduo e o Estado, tais como: magistratura, parlamento e partidos políticos. 
Em qualquer Estado devem existir três poderes: Executivo, Legislativo e “Judiciário” (Poder Executivo dos que dependem do direito civil).  
Essas funções não devem estar nas mãos do mesmo corpo individual ou coletivo, pois só o poder detém o poder, mas existe uma relação de interdependência entre essas funções.
Legislativo + Executivo:
podem ser feitas leis tirânicas para executá-las tiranicamente
 
Judiciário + Legislativo:
o juiz legislador tem poder arbitrário sobre a vida e a liberdade dos cidadãos
 
Judiciário + Executivo:
juiz tem a força de um opressor
 
Montesquieu e a teoria da tripartição dos Poderes
- Diferença entre Montesquieu e Locke: Poder Judiciário e Ideia de controle de um poder sobre o outro.
 
A relação e articulação entre eles pode ser feita de diversas formas, devendo haver uma relação de equilíbrio. Atualmente, essa é a do que se chama “freios e contrapesos” (check and balances).
A separação de poderes e o constituciona-
lismo
Após a consolidação da tese de Montesquieu como verdadeiro dogma nas Constituições, também se consolida a ideia de separação dos poderes, como forma de aumentar a eficiência do Estado, pela sua distribuição em órgãos especializados.
Artigo 16 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: Toda sociedade, onde a garantia dos direitos não esteja assegurada, nem a separação de poderes determinada, não possui Constituição.
A separação de poderes e o constituciona-
lismo
 O poder do Estado é uno e indivisível. O que existe é separação de funções. 
 
 Além da defesa das liberdades, o objetivo da separação seria otimizar a eficiência da ação dos Estados.
 
 A separação dos poderes foi concebida como fator de limitação do Estado e redução de sua atuação (liberalismo).
A separação de poderes e o constituciona-
lismo
Constituição Federal de 1988:
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: (...) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais
As funções do Estado – Legislativo, Executivo e Judiciário (visão tradicional)
Legislativo: 
- Normas Gerais e obrigatórias para todos e que regulem a vida social. 
Executivo
- Execução das normas gerais através da administração pública, execução de serviços públicos, edição de atos com efeitos objetivos, concretos e particulares.
 Judiciário
- Aplicação da lei ao caso concreto, julga conflitos individuais, pune os crimes.
 
Críticas à Separação de Poderes
Considerando a teoria liberal da Separação de Poderes, Dalmo Dallari tece as seguintes críticas:
 É meramente formal.
 Não assegura a liberdade dos indivíduos ou o caráter democrático dos Estados.
 Houve mudanças na concepção do Estado e democracia que são incompatíveis com a teoria tradicional sobre a separação de poderes.
Referências
BONAVIDES, Paulo. Teoria Geral do Estado. 7 ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
 
CICCO, Cláudio de.; GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 3 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. 
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. 18 ed. São Paulo: Saraiva, 1994. 
 
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 2. ed rev. e atual. São Paulo: Globo, 2008.