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UNIVERSIDADE PAULISTA Ana Paula Mariano da Silva RA 1890761 Daniely Angela Ribeiro RA 1890589 Jonathan Schroepfer RA 1890587 Maria De Fátima Pereira Ribeiro RA 1802972 Patrícia Ferreira Da Silva RA 1870860 BANCO DO BRASIL S.A.: PIM IV Cariacica 2018 UNIVERSIDADE PAULISTA ANA PAULA MARIANO DA SILVA RA 1890761 DANIELY ANGELA RIBEIRO RA 1890589 JONATHAN SCHROEPFER RA 1890587 MARIA DE FÁTIMA PEREIRA RIBEIRO RA 1802972 PATRÍCIA FERREIRA DA SILVA RA 1870860 BANCO DO BRASIL S.A.: PIM IV Projeto Integrado Multidisciplinar IV para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Pública, apresentado à Universidade Paulista – UNIP. Orientador: Cláudio Ditticio. Cariacica 2018 RESUMO Este Projeto Integrado Multidisciplinar (PIM IV) trata-se de um estudo realizado com a instituição Banco do Brasil S.A. O Banco do Brasil é uma empresa de economia mista, vanguardista no mercado financeiro brasileiro. Foi o primeiro banco a ser fundado no país e a quarta instituição emissora do mundo, consolidada no mercado atual tanto em patrimônio e receita, quanto em abrangência nacional. O trabalho tem como foco a discussão e paralelo entre a empresa em questão e os seguintes aspectos: gestão pública e políticas públicas no Brasil; introdução à teoria do estado e dinâmica das relações interpessoais. Através de uma pesquisa qualitativa com levantamento bibliográfico, este trabalho foi estruturado de forma a analisar criteriosamente cada elemento proposto na discussão com a finalidade de elaboração de estratégias de melhoria para a instituição. Palavras-chaves: Gestão pública; políticas públicas; introdução à teoria do estado; dinâmica das relações interpessoais. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Quadro - Administração pública X administração privada ................. 6 Figura 2 – Tabela Posição Acionária do Banco do Brasil ................................... 8 Figura 3 – Relatório Anual 2017 – Banco do Brasil ........................................... 10 Figura 4 – Estrutura de Governança Corporativa – Banco do Brasil ................. 11 Figura 3 – Relatório Anual 2017 – Banco do Brasil ........................................... 16 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5 2. GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL ............................... 7 2.1 Conceituando ....................................................................................................... 7 2.2 Accountability ........................................................................................................ 9 2.3 Governança Corporativa .................................................................................... 10 3. INTRODUÇÃO À TEORIA DO ESTADO ............................................................. 12 4. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ................................................ 14 5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 17 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 19 5 1. INTRODUÇÃO Após as invasões napoleônicas dominarem território português, a Coroa Real consolidou império o que até então era sua colônia. Em 1808 era, então, fundado pelo príncipe D. João VI, o Banco do Brasil, quarto banco emissor da história global e primeira instituição bancária do país. Ao longo dos seus anos de existência e atuação, o interesse comunitário e o desenvolvimento social se mostraram os principais focos das políticas públicas adotadas pela instituição. Com mais de cinco mil agências e abrangência nacional, o Banco do Brasil procura assegurar sua alta posição em seu setor atuando em todos os setores do mercado financeiro e se diferenciando através de sua Estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável, ou/ DRS. Essa estratégia procura adotar práticas ambientalmente corretas e economicamente viáveis, sempre pleiteando a justiça social. O Banco do Brasil, vanguardista em seu mercado de atuação, se mantém como um dos maiores bancos do país tanto em receita líquida e patrimônio como em abrangência em território nacional. É considerado empresa pública de economia mista, ou seja, de capital aberto, cuja maior parte de suas ações estão em poder do governo. Tantos anos de existência não seriam possíveis a menos que uma gestão forte e determinada estivesse presente na história da instituição. Por não se tratar de uma instituição privada, o gerenciamento dos processos de gestão passa a envolver a política governamental vigente. O foco primordial da gestão pública é o desenvolvimento social e econômico da sociedade. O quadro abaixo explana algumas diferenças básicas entre a administração pública e a privada. 6 Figura 1: Quadro Administração pública X administração privada Fonte: Saldanha (2006) Para Meirelles (1985), enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A constituição federal determina as diretrizes a serem seguidas pela gestão pública a fim de profissionalizar a forma como as instituições são gerenciadas. Para garantir uma boa gestão é importante que se conte com profissionais capacitados aos cargos de gestão e uma tendência do mercado é a requisição de servidores gabaritados no assunto. O aprimoramento constante das equipes e líderes de gestão são a chave para o desenvolvimento de uma gestão pública que cumpra os preceitos esperados. 7 2. GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL 2.1. Conceituando O conceito de gestão pública para Saldanha (2006, pág. 12) é definido por: [...] quanto à gestão, implica no atendimento aos seguintes parâmetros: tradução da missão; realização de planejamento e controle; administração de recursos humanos, materiais tecnológicos e financeiros; inserção de cada unidade organizacional no foco da organização; e tomada de decisão diante de conflitos internos e externos. (SALDANHA, 2006, p.12) A transparência na administração pública exige uma política específica. Atualmente, a gestão pública brasileira é norteada conforme o art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, bem como suas emendas posteriores. A este artigo, são elencados os princípios inerentes à Gestão e Administração Pública: legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade e eficiência. O objetivo desses princípios é dar controle e unanimidade aos serviços administrativos de todas as parcelas da federação: união, estados, municípios e distrito federal. Outra lei muito importante no que tange a administração pública é a Lei Complementar nº 101/00, ou Lei da Responsabilidade Fiscal. Seu objetivo é atuar como código de conduta para os administradores públicos nas três esferas do governo (municipal, estadual e federal) e valendo para os três poderes (judiciário, legislativo e executivo). Para Saldanha (2006), os fins da gestão pública resumem-se em um único objetivo: o bem comum da coletividade administrada.Toda atividade do setor público deve ser orientada para esse objetivo. Não diferente é o Banco do Brasil, apesar de não ser uma empresa pública, mas sim de economia mista, contando com capital público e privado. Por ser uma instituição de economia mista, o Banco do Brasil assume característica de uma sociedade anônima com ações negociáveis na bolsa de valores, ainda que o governo tenha posse da maior parte de suas ações com direito a voto. Deste modo, o governo garante a atuação do banco nas políticas de crescimento 8 econômico, social e industrial do país. É garantida a sua atuação em situações de baixa atratividade frente aos bancos privados, como o fornecimento de crédito rural, exemplo. De acordo com o site Econoinfo, referência em pesquisas e informações de mercado, abaixo tem-se a posição acionária do Banco do Brasil. Figura 2: Tabela Posição Acionária do Banco do Brasil Fonte: Econoinfo, 2018 Numa sociedade de economia mista não se admite benefícios de isenções fiscais e/ou qualquer foro privilegiado. As empresas devem se propor com a transparência e ampla divulgação de suas informações como forma de prestar contas à sociedade sobre seu negócio. Diante do cenário atual de escândalos envolvendo empresas estatais e sociedades de economia mista no Brasil, a Lei de Responsabilidade das Estatais, publicada em junho de 2016, ganhou peso dentro do cenário da gestão pública. Para Cardoso (2016), a Lei 13.303/2016 estabeleceu regras jurídicas mais precisas para a constituição e funcionamento das empresas estatais. O objetivo da lei é promover uma administração responsável das empresas, eliminando as indicações políticas à cargos de gestão, definindo uma conduta obrigatória das instituições. O Banco do Brasil procura atender às medidas de gestão específicas para a promoção desta transparência, como accountability e governança corporativa. 9 2.2. Accountability Com o objetivo de se fazer cumprir as leis que norteiam a gestão pública e visando a máxima transparência, a prestação de contas da administração pública é objeto de ampla divulgação nos portais do governo. A ativa participação dos cidadãos no controle e procura por resultados é a chave para o desenvolvimento do conceito de accountability. Segundo Shendler (1999), accountability tornou-se um termo essencial na preocupação contínua de vigiar o exercício de poder e suas limitações institucionais na administração pública. É por meio dessa prestação de contas fiel e transparente que será promovido um ambiente de confiança entre a gestão pública e a sociedade. Porém o desenvolvimento do padrão de organização social civil é diretamente proporcional ao dever de accountability, uma vez que uma coletividade desorganizada não promove a pressão devida nos gestores públicos para o correto exercício de seus deveres. O Banco do Brasil disponibiliza anualmente um relatório personalizado com as informações de todos os seguimentos da instituição, elucidando desde o modelo de negócios empregado, inovações e estratégia de mercado e, principalmente, seus números referentes ao faturamento, lucros e dividendos. Além disso, a instituição também alimenta sites de transparência de domínio do governo que corroboram com as políticas de prestação de contas. Para uma instituição financeira, a prestação de contas garante ainda mais credibilidade para a empresa. Este mercado específico exige um perfil de negócios que inspire confiança e garanta solidez para os clientes e investidores. Ao decorrer de sua existência, o Banco do Brasil passou a prezar cada vez mais para esses aspectos de seu empreendimento e o próprio Relatório Anual é marca dessa preocupação. 10 Figura 3: Relatório Anual 2017 – Banco do Brasil Fonte: Banco do Brasil (2017) 2.3. Governança Corporativa De acordo com o Instituto Brasileiro de Governanças Corporativas (IBGC), governança corporativa é o sistema pelo qual as instituições são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria e órgãos de fiscalização e demais interessados. Para Marques (2007), governança corporativa pode ser descrita como os mecanismos ou princípios que governam o processo decisório dentro de uma empresa. Governança corporativa é um conjunto de regras que visam minimizar os problemas de agência. Não é de interesse da governança corporativa intervir ou questionar a autonomia das instituições, mas sim equilibrar a competitividade e produtividade da organização. Ainda que hoje o Banco do Brasil apresente solidez e inspire confiança em sua administração, nem sempre o cenário foi assim. Há duas décadas, aproximadamente, as impressões que se transmitiam eram de uma gestão ineficiente e pouca transparência. Em meados nos anos 90 eram apontados prejuízos com ações em queda na bolsa de valores ainda que o Ibovespa apresentasse exponencial crescimento. A partir deste cenário, a instituição se propôs a se transformar e evoluir sua gestão, implementando o Estatuto Social, que se baseia até hoje nos pilares da governança corporativa para atender a demanda exigente do mercado que exige o 11 compromisso com a transparência e a qualidade na gestão, aumentando os seus níveis de credibilidade. Assim, em 2001 e após a implementação das novas estratégias, o Banco do Brasil viu o valor de suas ações crescerem cerca de 600% no mercado. Com o propósito de atender à Lei das Estatais, em 2017, o Banco do Brasil criou as Políticas de Transações com Partes Relacionadas, de Indicação e Sucessão de Administradores e de Remuneração de Acionistas e revisou seu Estatuto Social como parte das medidas de atualização de sua governança corporativa. A seriedade do Banco do Brasil com suas políticas de governança corporativa tem como consequência as mais altas avaliações de órgãos reguladores como o IG-SEST, instrumento de acompanhamento periódico para avaliação do cumprimento dos requisitos exigidos pela Lei das Estatais. Os processos de tomada de decisão no Banco do Brasil ocorrem de forma colegiada e sob vigilância de comitês estratégicos visando segurança, qualidade e agilidade. Uma tática empregada pela empresa é a segregação de funções a fim de promover autonomia dos setores ao mesmo tempo que garante a disseminação da visão administrativa, conhecimento e informação, redução dos riscos e garantia da qualidade. Figura 4: Estrutura de Governança Corporativa – Banco do Brasil Fonte: Relatório Anual – Banco do Brasil 12 As auditorias internas aplicadas pela instituição nos seus diversos setores são uma ferramenta que se alia aos princípios da governança corporativa. Para o cargo de auditor geral, é realizada eleição entre os funcionários ativos e o mesmo assume após aprovação do conselho administrativo, uma vez que a auditoria interna é subordinada a esse conselho. O setor de auditoria se encarrega da realização das auditorias focadas nos riscos e assessoramento ao conselho de administração, conselho fiscal, diretoria executiva e subsidiárias. Os dados obtidos nas auditorias são compilados e disponibilizados anualmente no site do Banco do Brasil como forma de atender aos seus próprios critérios de accountability. Na Governança Corporativa aplicada pelo Banco do Brasil, a ética e a transparência são valores de referência para todos os setores envolvidos. No que tange a Gestão da Ética Corporativa, visa-se a disseminação da cultura ética e capacitação das equipes a fim de atingir padrões de comportamento esperados e a inibição de qualquer desvio de conduta. A instituiçãotambém faz parte do Grupo de Trabalho de Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção, que procura dar suporte na implementação de práticas e políticas de combate a corrupção e lavagem de dinheiro e promoção da integridade das instituições signatárias. 3. INTRODUÇÃO À TEORIA DO ESTADO Para Azambuja (2008), a Teoria Geral do Estado (TGE) estuda os fenômenos ou fatos políticos como fatos sociais e não históricos. Embasada sob os aspectos sociológicos, políticos e jurídicos, a TGE é resultado direto da evolução social e psicológica das sociedades. Conforme a humanidade desenvolveu consciência coletiva, a ideia de poder foi sendo forjada. O poder que antes se dividia entre as sociedades primitivas se viu transferido para uma única pessoa à medida que se desenvolveu a necessidade de ordem social, fazendo com que o Estado se tornasse detentor do poder. Estado é a organização político-jurídica de uma sociedade para realizar o bem público/comum, com governo próprio e território determinado, segundo Azambuja. Embora a formação do Estado não seja espontânea, é ele quem cria o ambiente e clima para a vida em sociedade. Considerando a existência dos poderes de direito e 13 poderes de fato, assume-se que há também uma pluralidade de grupos organizados – partidos, em tons de rivalidade e concorrência no ambiente estatal. É papel do Estado regular as concorrências e delimitar o poder a quem é de direito. Os partidos tem a função de interpretar e dar voz a vontade popular sobre as ordens desejadas e as formas de realiza-las. É função do Estado regulamentar a concorrência política ao passo que garante a gestão eficiente dos negócios públicos em prol do bem comum. Havendo Estado, tem-se sociedade, que é determinada pela associação de indivíduos convivendo de maneira organizada e interdependente, que dividem valores culturais, regras e normas de conduta, bem como um sistema jurídico, regidos por um governo. O termo governo se refere ao exercício do poder do Estado. Trata-se de uma condução política. O governo é um órgão que acende ao poder a fim de executar suas funções pré-estabelecidas na Constituição, expressando o poder estatal através de ordem jurídica, e retira-se após mandato estipulado, diferentemente do Estado que tem característica de se firmar idêntico e inalterável perante ao governo. São exemplos de governo a democracia e a monarquia, sendo o primeiro caracterizado pelas eleições dos seus representantes de forma direta ou indireta e o segundo designado por meio da hereditariedade. É papel do governo a administração do Estado. A TGE trata também de investigar o regime político, a essência dos partidos, sua organização, técnica de combate e proselitismo, a liderança e também os programas, segundo Bonavides (2000). Deste modo, surgem as indagações acerca da administração pública, autoridades e suas influências no meio social. Considerados como órgãos à serviço do Estado, os governantes devem fundamentar suas diretrizes na vontade coletiva. É função do estado garantir a correta administração dos serviços e órgãos públicos em detrimento da luta política. O Banco do Brasil está presente em quase todos os municípios brasileiros nos dias de hoje. Isso faz parte da proposta e intensão do governo de utilizar a instituição como agente transformador da sociedade, garantindo acesso à credito consciente e financiamentos desenvolvidos para fomentar o crescimento econômico, como os do agronegócio. As políticas do Banco do Brasil voltadas para o bem-comum sempre estarão relacionadas com os planos e diretrizes do governo vigente, o que influencia 14 diretamente o impacto social e econômico gerado na coletividade, recaindo sobre os financiamentos, empréstimos, geração de empregos e programas de inclusão. Atualmente, a empresa dispõe de diversos programas de cunho social, entre eles estão a Transformação Digital da Sociedade Brasileira, que tem intuito de desenvolver jovens e capacita-los ao mercado de trabalho como potencias em tecnologia da informação; Economia Verde, que visa incorporar e promover a sustentabilidade na forma de investimentos em modelos de negócios com perfil sustentável; moradia popular, que dispõe-se a facilitar a aquisição de moradia para famílias de baixa renda – Programa Minha Casa Minha Vida; e outros. O Banco do Brasil ainda conta com Investimento Social Privado, que consiste no repasse voluntário, monitorado e sistemático de recursos de iniciativa privada a causas sociais, culturais e de interesse público. Os Centros Culturais Bando do Brasil (CCBB), presentes em quatro estados brasileiros são mantidos por meio deste incentivo, além do patrocínio a projetos esportivos e educativos. É importante lembrar que a empresa não recebe nenhum tipo de doação externa. Os recursos advêm de acionistas e do próprio governo federal, de acordo com a divisão das ações. No que tange a parcela do governo, o repasse se dá através do Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Governo Federal e ocorre por meio de contratos e convênios específicos para os programas sociais. A prestação de contas desses programas sociais também faz parte do compromisso com a transparência do Banco do Brasil. Diante do cenário macroeconômico – entende-se por macroeconomia o estudo do comportamento e desenvolvimento de uma economia e seus termos agregados –, o Banco do Brasil oferece previsões de curto prazo (24 meses) e longo prazo (até cinco anos) para os clientes e acionistas. A intenção é que se obtenha as projeções para as variáveis de interesse (juros, taxa de câmbio, inflação, PIB, saldo da balança comercial) afim de que as decisões de mercado sejam tomadas de forma segura, ainda que as estimativas não sejam perfeitas, mas confiáveis. 4. DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS Segundo Wagner e Hollenbeck (2012) uma das afirmações menos controvertidas que se pode fazer sobre remuneração dos trabalhadores é a de que é 15 importante vincular o pagamento ao desempenho no trabalho. Os gestores devem estar sempre atentos para não tratarem a remuneração como recompensa imediata pela produtividade. O resultado dessa prática pode ser altamente nocivo para as equipes, minando a ética e moral quando se promove um ambiente de competitividade ou acabando por desmotiva-las completamente quando não for possível enxergar o grau de participação do indivíduo no montante coletivo, como ocorre nos casos de premiação por desempenho de equipes ou metas gerais da empresa. É preciso buscar novos meios para incitar a produtividade e a psicologia organizacional se mostra muito eficaz nesse ponto. Utilizando a satisfação das necessidades psicológicas do ser humano como ferramenta para atingir os resultados, as empresas podem alcançar seus objetivos ao passo que sempre garantam a satisfação pessoal de seus colaboradores. É de concordância para muitos especialistas da área de Comportamento Organizacional que os colaboradores de uma organização são sua principal fonte de vantagem competitiva. Para Wagner e Hollenbeck (2012), a administração de pessoas pela aplicação de conhecimentos no campo do comportamento organizacional é um recurso essencial por meio do qual a vantagem competitiva pode ser criada e sustentada. Fatores como a motivação e liderança devem ser levados em conta quando o assunto é a garantia da máxima produtividade dos colaboradores. Para Trumbull (2011), a motivação, tanto intrínseca quanto extrínseca pode variar de acordo com a cultura do individuo e de seu local de origem. Assumindo que, dentro das organizações, cada colaborador trará junto com sua personalidadeprofissional uma bagagem intelectual, cabe ao gestor lidar com as diferenças individuais de forma que as mesas sejam aproveitadas e desenvolvidas com o propósito de extrair o melhor de cada funcionário de forma singular. Wagner e Hollenbeck (2012) corroboram com essas ideias quando afirmam que as organizações bem-sucedidas devem tentar capitalizar as diferenças para melhorar a competitividade. Atualmente, um desafio para as empresas em geral é promover a equidade no ambiente de trabalho. O Governo Federal dispõe de um Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça que garante um selo de qualidade específico às organizações que se propõem a implementar medidas pró equidade. O Banco do Brasil garantiu seu primeiro selo em 2007, no ano de sua adesão. Além disso, há a preocupação com as demais minorias. Em respeito às individualidades, a partir de 2016, a empresa 16 também normatizou o uso de nome social no ambiente de trabalho, ainda que não haja obrigatoriedade legal para tanto. Para Gil (2001), empregados motivados para realizar seu trabalho tanto individualmente como em grupo, tendem a proporcionar melhores resultados. Ainda que o autor defenda que a automotivação é um estado de espírito intrínseco ao ser humano, cabe às empresas desenvolver gatilhos e mecanismos que estimulem cada vez mais o corpo de funcionários. Pensando na motivação dos colaboradores, o Banco do Brasil desenvolveu ao longo dos anos de sua existência uma cultura interna sólida de satisfação. Desde 2002, a instituição conta com a Universidade Corporativa Banco do Brasil, como parte da estratégia de capacitar individualmente cada funcionário e retê-los junto a empresa. Outra medida adotada é monitorar o grau de engajamento dos colaboradores via Pesquisa de Cima e Engajamento Organizacional, que ocorre anualmente na intenção os níveis de motivação, satisfação, identificação com o trabalho e vínculo com a empresa. Figura 5: Gráfico Pesquisa de Clima e Engajamento Organizacional 2017 17 Fonte: Banco do Brasil (2017). Para Saldanha (2006) a avaliação de desempenho é um meio para a progressão, promoção, transferência ou acesso, com o fim de aumentar a eficiência, a eficácia e a efetividade de uma organização pública. É através de pesquisas de desempenho que se pode planejar o estabelecimento de novas metas, indicadores e controles, além de planos de orientação individual e antecipação à eventuais crises por parte das lideranças. Admitindo essa visão, o Banco do Brasil implementou em 2006 um Programa de Certificação de Conhecimentos para atestar as capacidades intelectuais dos seus colaboradores, além da avaliação individual de desempenho. A ideia é que sejam identificadas lacunas de desenvolvimento e se promova um ambiente motivacional com feedbacks entre os colaboradores e suas lideranças. Outra preocupação das instituições quando o assunto é a qualidade de vida do colaborador no ambiente profissional é a segurança e saúde no trabalho. Após pesquisa interna, o Banco do Brasil identificou que transtornos mentais decorrentes, entre outros fatores, de estresse no trabalho eram os principais motivadores de absenteísmo na instituição. Com isso, desenvolveu-se um Programa Estruturado de Gerenciamento do Estresse no Trabalho a fim de mapear as áreas de maior exigência psicológica, redesenhar os processos internos e melhorar o ambiente e clima de trabalho. 5. CONCLUSÃO Este estudo revelou que o Banco do Brasil está na vanguarda do seu setor e carrega hoje a credibilidade que construiu. Nem sempre a empresa apresentou essa credibilidade e confiança que hoje ostenta. Com relação à Gestão e Políticas Públicas pode-se afirmar que a instituição passou ao longo dos anos por um processo de evolução chegando à sua maturidade atual. Nota-se que a empresa passou por severas alterações no que tange a sua gestão, como a implementação dos princípios de accountability e governança corporativa. No que se refere a Teoria do Estado, foi constatado que a instituição procura promover, sustentar e afirmar sua posição de agente promotor de políticas sociais. Os 18 mecanismos de captação de recursos que utiliza gira em torno do seu mercado de capitais e independe de doações ou ajuda externa. A formação de parcerias também acontece e é fomentada, bem como o repasse recebido do governo federal. Uma forma eficaz de captação de novos recursos para o desenvolvimento das politicas sociais de iniciativa privada seria a formação de parcerias com outras instituições com a mesma visão e valores, angariando ainda mais fundos para a continuidade e melhorias nos projetos sociais. No que tange a Dinâmica das Relações Interpessoais, pode-se identificar que o Banco do Brasil se preocupa adequadamente com seu corpo de colaboradores, buscando aplicar as teorias do estudo de comportamento organizacional e psicologia das organizações no dia a dia dos funcionários. Ainda que esteja empenhado em satisfazer as necessidades psicológicas e remuneráveis dos colaboradores, nota-se pelo gráfico que foi apresentado que o alcance das pesquisas de clima ainda deixa a desejar, podendo influenciar o resultado da pesquisa de satisfação como um todo. O Banco do Brasil se mostra ao final deste estudo como uma empresa empenhada em mudar os rumos da própria história, se reinventando nos aspectos de sua gestão, sua imagem com o público externo e também com o público interno, que figura o seu capital humano. 19 REFERÊNCIAS AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do estado. 2 ed. São Paulo: Globo, 2008. BANCO DO BRASIL. Relatório anual. Disponível em: <https://www.bb.com.br/docs/pub/siteesp/ri/pt/dce/dwn/relan2017.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2018. BANCO DO BRASIL. Raint 2017. Disponível em: <https://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/raint2017.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2018. BANCO DO BRASIL. Transparência na gestão. 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