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Planejamento e Construção de Obras Viárias Revestimentos Asfálticos A importância do controle tecnológico ✓ Métodos construtivos e especificidades de cada material estão disponíveis nas normativas da ABNT e do DNIT. http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/ Materiais de base, sub-base e reforço de subleito Misturas asfálticas As misturas asfálticas se constituem no material de uso mais difundido no Brasil, responsáveis por quase a totalidade dos nossos revestimentos de pavimentos. Os revestimentos asfálticos têm sido empregados em diferentes tipos de pavimentos, sob diferentes solicitações: desde em vias de baixo volume de tráfego até naquelas de tráfego intenso e pesado, como nas rodovias, corredores de ônibus etc. Exemplos de estrutura de pavimento novo com revestimento asfáltico, Bernucci et al (2008) Misturas asfálticas Os revestimentos asfálticos são soluções que podem ser aplicadas em qualquer região brasileira, pois há equipamentos e usinas disponíveis, tanto de órgãos públicos como em empresas privadas. Há refinarias de petróleo em várias regiões, o que possibilita uma boa distribuição de ligante asfáltico. Outrossim, há diversas empresas privadas e estatais que produzem emulsão asfálticas em diversas regiões do país, viabilizando os tratamentos superficiais, imprimações e uso em misturas asfálticas a frio. Misturas asfálticas 9 refinarias brasileiras produzindo asfalto: ✓ REMAN. ✓ LUBNOR. ✓ RLAM. ✓ REGAP. ✓ REPLAN. ✓ REFAP. ✓ REPAR. ✓ REVAP. ✓ REDUC. Misturas asfálticas Aliada à disponibilidade de material asfáltico, as regiões brasileiras contam com facilidades para soluções mais simples de revestimentos asfálticos, como os tratamentos superficiais de penetração invertida, além da disponibilidade de equipamentos para aplicação de lama- asfáltica, usinas de pré-misturado a frio e de misturas asfálticas a quente. Adicionalmente, há equipamentos disponíveis para execução dos serviços, como equipamentos de distribuição e compactação. A disponibilidade de fresadoras, recicladoras, usinas preparadas para produção de misturas asfálticas modificadas com polímeros, com adição de fibras, já é mais raro, prevalecendo nas regiões com maior concentração de riqueza. Desafios brasileiros Apesar da alta utilização e domínio tecnológico, algumas barreiras ao maior desenvolvimento brasileiro nesta área se relacionam com: ✓ Melhora da produção de agregados por britagem; ✓ Aproveitamento racional dos agregados naturais, como areias, cascalhos e lateritas; ✓ Especificação correta dos ligantes, dependendo da região; ✓ Difusão do uso de ligantes modificados por polímeros e outros modificadores; ✓ Emprego de soluções adequadas à solicitação do tráfego; ✓ Uso de novas tecnologias de misturas asfálticas; ✓ Adequação dos procedimentos de dosagem; ✓ Melhorias das técnicas construtivas e de controle; ✓ Aplicação correta e programada das técnicas de manutenção. Desafios brasileiros PROJETO DOSAGEM CONSTRUÇÃO CONTROLE TECNOLÓGICO MANUTENÇÃO BOM PAVIMENTO SEGURANÇA CONFORTO Misturas asfálticas Conceituação: As misturas asfálticas usinadas, normalmente empregadas no Brasil na pavimentação, são compostas essencialmente de: - Ligante asfáltico (CAP – cimento asfáltico de petróleo ou asfaltos modificados por polímeros ou mesmo borracha). - Agregados e filer. - Aditivos (melhoradores de adesividade agregado/ligante, fibras, entre outros). Misturas asfálticas - Propriedades Estabilidade: É a capacidade de resistir aos esforços que provocam deformações permanentes. A mistura deve apresentar resistência ao cisalhamento compatível com os esforços a que será submetida. Misturas asfálticas - Propriedades Flexibilidade: É a propriedade de resistir, sem falhas, às flexões repetidas provocadas pelas passagens sucessivas dos veículos, ou seja, deve prover resistência à fadiga. Também é a propriedade de se acomodar a pequenos abatimentos e pequenos recalques promovidos pelo tráfego ou pela condição de subleito. Misturas asfálticas - Propriedades Durabilidade: É a capacidade de resistir à ação conjunta das intempéries e da abrasão promovida pelo tráfego. Decorre do envelhecimento do ligante e da degradação dos agregados. Misturas asfálticas - Propriedades Rugosidade: A mistura deve apresentar uma textura superficial suficientemente rugosa para prover a devida aderência dos pneus, principalmente sobre precipitações pluviométricas. A rugosidade é função da granulometria e do teor de ligante. Impermeabilidade: A mistura deve ser, tanto quanto possível, impermeável para proteger as camadas subjacentes. Misturas asfálticas Requisitos de desempenho: Estas misturas asfálticas são dosadas para poderem resistir aos esforços do tráfego durante o horizonte de projeto (vida útil do pavimento). O desempenho do pavimento será analisado sob dois aspectos principais: - deformações permanentes por fluência devido a elevadas temperaturas e à instabilidade das misturas. - trincamento por fadiga e desagregação. Deformações permanentes A deformação permanente em trilhas de roda é um defeito que leva à formação de desníveis na superfície do pavimento, levando ao aumento da irregularidade e do desconforto ao rolamento, além de ocasionar perda de dirigibilidade. Em dias de chuva, o acúmulo de água nas depressões e trilhas de roda pode levar à hidroplanagem dos veículos. Já em países de clima frio, esta água pode congelar e causar perda de aderência pneu/pavimento. O ensaio de dosagem Marshall estabelece parâmetros que procuram limitar a deformação permanente, requerendo um mínimo para a estabilidade Marshall, um máximo de fluência e um intervalo de volume de vazios dependendo do tipo de mistura. Deformações permanentes A deformação permanente tem origem em três fatores distintos: ✓ sub-dimensionamento da estrutura do pavimento, ocasionando uma estrutura não capaz de resistir aos esforços solicitantes do tráfego, podendo ser resultante da escolha equivocada de um dado material da estrutura de pavimento, construção deficiente, ocasionada por má compactação ou método construtivo inadequado e perda de resistência dos materiais constituintes. Este tipo de deformação é chamado deformação permanente estrutural. ✓ fluência da(s) camada(s) constituintes do revestimento asfáltico, devido a problemas de dosagem e escolha do ligante asfáltico, ao tipo dos agregados e à graduação, ou ao método construtivo inadequado. ✓ desgaste causado em países de clima frio, onde há utilização de pneus com pinos durante o inverno. Deformações permanentes Nas condições ambientais prevalecentes no Brasil, com altas temperaturas e expressiva presença de veículos pesados nas vias, muitas vezes com excesso de carga, a deformação permanente é um fenômeno presente em nossos pavimentos asfálticos. O efeito da temperatura foi estudado no desenvolvimento de deformações permanentes com o objetivo de mostrar a importância desta variável no comportamento das misturas asfálticas. O gráfico a seguir mostra resultados de deformação em placas de misturas realizadas com CAP-20, obtidas com o simulador de tráfego com temperaturas de 25ºC e 60ºC. Os aumentos nos afundamentos em trilhas de roda aumentam com a temperatura devido à queda da viscosidade do ligante asfáltico, sensível a aumentos de temperatura. Deformações permanentes Trincamento por fadiga O trincamento por fadiga é um defeito frequente no Brasil e provoca a queda de resistência do revestimento asfáltico, permite a entrada de água nas demais camadas da estruturae facilita a formação de buracos. Trincamento por fadiga O trincamento pode ocorrer por vários motivos: ✓ fadiga do revestimento; ✓ reflexão de trincas da camada inferior; ✓ afundamento na trilha de roda; ✓ expansão do subleito; ✓ raízes de árvores plantadas junto à borda do pavimento. Trincamento por fadiga As razões são as mais diversas: ✓ falta de compactação do subleito e/ou das camadas constituintes do pavimento, provocando um enfraquecimento da estrutura como um todo e fissuração precoce do revestimento; ✓ drenagem imprópria, que permite queda de resistência nas camadas afetadas pelo aumento da umidade; ✓ incompatibilidade no projeto quanto à natureza e à espessura das camadas, principalmente da camada de revestimento que pode se deformar demais, pode ir à ruptura; ✓ revestimentos asfálticos executados com porcentagem de ligante abaixo do teor de projeto; ✓ projeto inadequado de dosagem levando à porcentagem de vazios que permite a entrada de água, mas não suficientemente permeável para facilitar sua saída, o que diminui a resistência. ✓ temperatura de usinagem ou execução inadequadas. ✓ envelhecimento do ligante durante a vida de serviço. Dosagem de misturas asfálticas A dosagem das misturas asfálticas consiste em saber qual é a proporção de cada um dos materiais que entrará na composição da mistura usinada. Para misturas usinadas a quente, utiliza-se o Método Marshall (1940). Nos EUA, há o SHRP (Strategic Highway Research Program) que, com recursos do governo, vem pesquisando o tema de dosagem de misturas asfálticas de modo a garantir sucesso na pavimentação. O desafio da dosagem reside na dificuldade de estabelecer, para uma dada granulometria, um teor de ligante asfáltico que garanta a durabilidade (resistência à desagregação e à fadiga) e a estabilidade (resistência à deformação permanente ou fluência). O desafio da dosagem Variação das propriedades mecânicas e da durabilidade das misturas asfálticas com a variação do teor de asfalto. Monismith et al (1989) O teor do ligante asfáltico Camadas de revestimento asfáltico Classificação Classificação Classificação Exercício para reflexão Verifique, em sua cidade, quais são os tipos de pavimentos e suas camadas correntemente empregados. Informe-se ainda sobre o clima local, os tipos de tráfego nas vias e as condições de drenagem. Na sequência, faça uma avaliação destes pavimentos e relacione quais tipos de problemas estas estruturas apresentam. Quais as prováveis causas para os defeitos encontrados? Faça à luz do que foi discutido em sala em termos de tipos de problema (deformação permanente e trincamento).
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