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Apostila bioquímica clínica.pdf

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1 
 
 
 
 
BIOQUÍMICA 
CLÍNICA 
EXAMES LABORATORIAIS DE BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
BIOQUÍMICA ........................................................................................................................................ 3 
1- Introdução à Bioquímica ................................................................................................................. 4 
2- Glicose ............................................................................................................................................. 5 
3- Hemoglobina Glicada ...................................................................................................................... 5 
4- Uréia ................................................................................................................................................ 6 
5- Creatinina ........................................................................................................................................ 7 
6- Ácido Úrico ...................................................................................................................................... 9 
7- Colesterol Total e frações ........................................................................................................... 11 
7.1 Triglicerídeos ....................................................................................................................... 13 
7.2 HDL ...................................................................................................................................... 14 
8 - Ferro ........................................................................................................................................... 16 
9 - Sódio ........................................................................................................................................... 18 
10 - Potássio .................................................................................................................................. 19 
11 - Cloro ....................................................................................................................................... 20 
12- Magnésio (Mg+)........................................................................................................................ 21 
13- Cálcio (Ca+) .............................................................................................................................. 22 
14- Fósforo ...................................................................................................................................... 23 
15- Fosfatase Alcalina .................................................................................................................... 24 
16- Fosfatase Ácida ........................................................................................................................ 25 
17- TGP (alanina aminotransferase) ............................................................................................ 26 
18- TGO (Aspartato Aminitrasnferase)....................................................................................... 26 
19- Gama GT .................................................................................................................................. 28 
20- Amilase ..................................................................................................................................... 28 
21- Desidrogenase lática – LDH ................................................................................................... 29 
22- CK (creatinoquinase) .............................................................................................................. 30 
23- CK-MB ..................................................................................................................................... 31 
24- Bilirrubina Total e frações ..................................................................................................... 32 
25- Proteína Total e Albumina ..................................................................................................... 34 
25.1 Albumina ................................................................................................................................. 34 
26- Troponinas ............................................................................................................................... 34 
27- Gasometria ............................................................................................................................... 36 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOQUÍMICA 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
1- Introdução à Bioquímica 
 
Divisões da Bioquímica: 
 Bioquímica fundamental: biomoléculas 
 Bioquímica metabólica 
 Bioquímica clínica: análises clínicas 
É voltada principalmente para o estudo da estrutura e função dos componentes celulares 
como, proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos. 
O sangue é considerado como um sistema complexo e relativamente constante, constituído de 
elementos sólidos (células sanguíneas), substância líquida (soro ou plasma) e elementos 
gasosos (oxigênio e gás carbônico). Embora não seja necessário conhecer todos os detalhes 
sobre os procedimentos analíticos dos testes, é essencial conhecer o tipo de amostra 
necessária para cada tipo de análise. 
Tipo de Análise - Tipo de Amostra 
 
Bioquímica e Sorológica - Soro ou plasma 
Hematológica - Sangue total com EDTA 
Glicêmica - Plasma com fluoreto de sódio 
Coagulação - Plasma com citrato de sódio 
 
 
Termos importantes ! 
 
Soro: parte líquida do sangue que contêm os componentes celulares importantes (proteínas, 
hormônios, minerais e dióxido de carbono)- sem anticoagulante. 
Plasma: parte líquida do sangue,contêm o soro e os fatores de coagulação - com 
anticoagulante. 
Nível Sérico: Quantidade de uma determinada substância no sangue/soro/plasma. 
Valor de Referência (VR): Intervalo de normalidade de um determinado teste bioquímico. 
Limiar de detecção: limite máximo de detecção de um teste. 
Discrepância: diferença entre dois valores; discordância. 
Automação: análise realizado por aparelhos automáticos.Por exemplo: Cobas 232. 
Controles: Soro comerciais com parâmetros bioquímicos conhecidos. 
Hemólise: Quando existe ruptura de hemácias, liberando hemoglobina. 
Lipêmico: Quando os níveis de lipídios estão elevados, o soro apresenta um aspecto branco 
ou leitoso. 
Jejum: restrição alimentar por determinadas horas. 
 
 
 
5 
 
 
 
 
2- Glicose 
A glicose é a principal fonte de energia para o organismo, derivada de degradação dos 
glicídios da alimentação e das reservas corporais (glicogênio), ou síntese endógena a partir de 
proteínas e triglicerídeos. Se a ingestão energética excede os gastos, o excesso converte-se em 
lipídeos e glicogênio, para armazenamento no tecido adiposo e no fígado, ou no músculo 
respectivamente. Em todas as células, a glicose é metabolizada para produzir ATP e fornecer 
seus elementos necessários nos processos biossintéticos. 
O distúrbio mais frequentemente encontrado do metabolismo glicídico é a glicose sanguínea 
elevada, devido ao diabetes mellitus. 
A glicose é normalmente filtrada pelos glomérulos e quase totalmente reabsorvida pelos 
túbulos renais. Entretanto, quando a concentração no sangue atinge níveis superiores a faixa 
de 160 a 180 mg/dl, a glicose começa a ser detectada na urina, ocorrendo a glicosúria. 
 
Princípio do Teste: O reagente é apresentado em uma composição líquida, pronto para uso e 
utiliza metodologia enzimática de grande especificidade analítica,de simples e fácil aplicação 
em laboratórios clínicos. 
 
Amostra: Soro, Plasma e Líquor (LCR). 
 
Valores de Referência
*
: 
 
Condição Glicemia de Jejum 
Normal Menor do que 100 mg/dL 
Pré-diabetes Entre 100 e 125 mg/dL 
Diabetes Acima de 126 mg/dL 
 
* American Diabetes Association (ADA),2014. 
 
Jejum: 10 a 12 horas. 
 
Interferências: 
Amostra hemolisada, uso de ácido ascórbico (Cebion
®
, Energil C
®
, Redoxon
®
, entre outros), 
ingestão de álcool. 
 
 
3- Hemoglobina Glicada 
 
 
 
6 
 
A Hemoglobina (Hb) é uma proteína presente em nossas hemácias (glóbulos vermelhos). A 
função da hemoglobina é transportar oxigênio no sistema circulatório. Denomina-se 
hemoglobina glicada (HbA1c) a fração da hemoglobina que se liga a glicose. 
Quanto maior for o nível de glicose na circulação, maior será a ligação da glicose com a 
hemoglobina. O resultado do teste de A1C é dado em porcentagem de hemoglobina ligada à 
glicose. 
A glicação da hemoglobina ocorre durante os 120 dias do período de sobrevida das hemácias. 
Entretanto, a glicose presente no sangue depende de um intervalo de tempo para glicar à 
hemoglobina. A glicemia dos últimos 30 dias antes da dosagem contribui com 50 % da 
hemoglobina glicada dosada, e as glicemias dos últimos meses (2 a 4), com 25%. A dosagem 
final,portanto, corresponde à média ponderada dos níveis das glicemias das 6 a 8 últimas 
semanas antes da dosagem. 
 
Atenção! 
A medida da hemoglobina glicada é muito importante para a monitoração do paciente 
diabético, mas não deve ser usada para o diagnóstico do diabetes mellitus. 
 
Princípio do Teste: Realizada em uma coluna de resina, permite por troca iônica, a separação 
entre a Hemoglobina A ( e outras hemoglobinas) da Hemoglobina Glicada. 
 
Amostra: Sangue Total com EDTA. A hemoglobina glicada é estável no sangue total por 
cinco dias entre 2-8 °C. 
 
Valor de Referência: 
 A1C entre 4% a 6% = faixa de resultados normais; 
 A1C entre 6% a 7% = presença de pré-diabetes; 
 A1C maior que 7% = diabetes mal controlado. 
 
Jejum: Não aplicável. 
 
Interferências: Quando a amostra é colhida em heparina pode-se obter resultado falsamento 
elevado. Amostras lipêmicas ou ictéricas interferem na dosagem, fornecendo resultados 
falsamente elevados. 
 
4- Uréia 
 
A uréia é um produto do catabolismo de aminoácidos e proteínas. Gerada no fígado, é a 
principal fonte de escreção do nitrogênio do organismo. É difundida através da maioria das 
membranas celulares, e sua maior parte é excretado pela urina. 
 Não é tão específica para a avaliação da função renal como a creatinina, mas também se 
eleva no sangue na insuficiência renal aguda ou crônica. Também pode estar alterada em 
casos de insuficiência cardíaca congestiva, queimaduras graves, e quando existe algum 
problema de obstrução do fluxo da urina (tumores ou cálculos renais). 
 
 
7 
 
 
Princípio do Teste: A uréia é hidrolisada pela urease produzindo amônia e dióxido de 
carbono. A amônia reage com o 2-cetoglutamato e NADH em uma reação catalisada pela 
glutamato desidrogenase (GLDH) promovendo oxidação do NADH a NAD. A consequênte 
redução da absorbância, medida em 340 nm, é proporcional à concentração de uréia na 
amostra. 
 
Amostra: Soro, Plasma, Urina. O analito é estável no soro ou plasma por 12 horas entre 15 – 
25 ºC, por 3 dias entre 2 – 8 ºC e por 3 meses a 20 ºC negativos. 
Jejum: Mínimo de 8 horas. 
 
Valores de Referência: 
Soro ou Plasma: 15 a 40 mg/dL. 
Urina: 26 a 43 g/24 horas. 
Valores críticos : >100 mg/dL 
 
 
Interferentes: Ingestão de alimentos que são ricos em proteínas , gerando metabólitos de 
uréia em seu produto final. 
Presença de hemólise ou sinais de contaminação bacteriana. 
 
 
 
 É bom saber: 
 
 
 Se um dos rins estiver totalmente funcional, as concentrações de uréia podem manter-
se normais, mesmo quando exista uma disfunção significativa no outro rim. 
 A alimentação com elevado conteúdo protéico pode provocar níveis anormais de 
uréia. 
 Os sintomas clássicos da uremia são náuseas, mal estar, vômito, fraqueza, cefaléia 
(dores de cabeça). Os sintomas mais graves são torpor (alto nível de sonolência 
súbita), distúrbios na coagulação sanguínea e pode levar até ao estado de coma. 
 
 
5- Creatinina 
 
A constância na formação e excreção da creatinina faz dela um marcador muito útil da função 
renal, principalmente da filtração glomerular.É o produto de degradação da creatina, sua 
concentração sérica depende não só da filtração glomerular, mas também da massa muscular, 
 
 
8 
 
idade, sexo, ácido úrico,e alguns medicamentos ( cefalosporinas, trimetoprim, cimetidina e 
anticoncepcionais). 
A creatinina no sangue é usada junto com a uréia para avaliar a função renal, em avaliações 
de rotina ou para acompanhamento da evolução e do tratamento de doenças renais e doenças 
que podem comprometer os rins, como diabetes. 
 
 
Importante! 
A determinação da creatinina plasmática é um teste de função renal mais seguro do que a 
uréia, pois possui independência de fatores como dieta, grau de hidratação e metabolismo 
protéico. 
 
Aumento dos níveis de creatinina indica problemas que afetam a função renal, como: 
 
 Lesão dos vasos sanguíneos dos rins (glomerulorefrite) causada, por exemplo, por 
infecções ou processos autoimunes. 
 Infecções renais (pielonefrite) 
 Obstrução do trato urinário por cálculos ou outros problemas. 
 
 
Princípio do Teste: A creatinina e outros componentes do soro reagem com a solução de 
picrato em meio alcalino, formando um complexo de cor vermelha que é medico 
fotometricamente. 
 
 
Amostra: Soro ou Plasma ( Heparina ou Citrato). A amostra é estável por até 7 dias em 
temperatura de 2-8 ºC. E urina, que deve ser colhida por um periodo de 24 horas e conservada 
em geladeira até o momento da dosagem. 
 
 
Valores de Referência: 
 
Soro/Plasma mg/dL Valor 
Crianças < 1 mês 0,40 a 0,70 
Crianças 1 a 12 anos 0,70 a 1,00 
Mulheres 0,50 a 1,00 
Homens 0,70 a 1,20 
 
 
Urina (24hs) 
 
Homem 1500-2500 mg/dL 
Mulher 800-1500 mg/dL 
Criança (2 a 3 anos) 6-22 mg/Kg/24hs 
Criança (>3 anos) 12-30 mg/Kg/24hs 
 
 
 
 
9 
 
Níveis sanguíneos altos de creatinina podem ser observados temporariamente após lesões 
musculares. 
Níveis baixos de creatinina são incomuns e não representam motivo de preocupação. Podem 
ser observados quando há diminuição da massa muscular. 
Jejum: Para creatinina sérica recomenda-se jejum mínimo de 8 horas. 
Interferências: Aumento da creatinina pode ocorrer por interferência de substâncias como o 
piruvato, ácido úrico, frutose, guanidina, hidantoína, ácido ascórbico, várias cefalosporinas, 
particularmente cefoxitina. A presença de lipemia, hemólise ou icterícia pode interferir na 
dosagem da creatinina. 
Importante! 
Valores de Bilirrubina maiores que 5 mg/dL e Triglicérides maiores que 250 mg/dL produzem 
resultados falsamente elevados 
 
6- Ácido Úrico 
 
O ácido úrico é uma substância formada pelo organismo através da decomposição da purina 
presente em alguns alimentos, como carne, feijão ou marisco. 
É armazenado no organismo, proveniente do catabolismo das proteínas da dieta, concentra-se 
principalmente no fígado. Sua excreção ocorre por via renal, por isso existe uma relação 
proporcional aos valores séricos e os valores urinários. 
 
Os níveis séricos do ácido úrico são determinados pela relação entre dieta, mecanismos de 
reabsorção e excreção dos rins. 
Diversos fatores como dieta, predisposição genética,idade, peso, medicamentos, consumo de 
álcool, diabetes mellitus e distúrbios lipídicos podem alterar os valores séricos de ácido úrico. 
Geralmente, o ácido úrico não causa nenhum problema e é facilmente eliminado pelos rins, 
porém, quando existe algum problema renal, por exemplo, o ácido úrico pode se acumular nos 
tecidos, dando origem a Gota e provocando inflamação e dor nas articulações. 
A gota caracteriza-se clinicamente por hiperuricemia, precipitação de urato monossódico em 
fluídos biológicos supersaturados e depósitos de urato por todo o corpo, com excessão do 
sistema nervoso central, mas com maior predisposição para as articulações, cartilagem 
periarticular, ossos, e tecidos moles subcutâneos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Principio do Teste: O ácido úrico é convertido a alantoína , pela enzima Uricase. A 
intensidade da cor vermelha é proporcional à concentração de ácido úrico na amostra. 
Amostra: Usar soro, urina (colhida em intervalo de 24 horas) ou líquidos amniótico e 
sinovial. Não usar plasma, pois obtêm-se resultados falsamente diminuídos. O analito é 
estável por 3 dias entre 2 – 8 ºC e por 6 meses a 10 ºC negativos. 
Jejum: Recomenda-se jejum mínimo de 8 horas e coleta pela manhã, pois variações 
circadianas são observadas. 
 
Valor de Referência: 
Soro/Plasma 
Mulher: 2,4 - 6,0 mg/dL 
Homem: 3,4 - 7,0 mg/dL 
Urina 
Homem e mulher: 250 a 750 mg/24 horas. 
 
Líquido sinovial: 2 a 8 mg/dL 
Valores críticos: Soro: > 12 mg/dL. 
 
Interferentes: Se houver suspeita da presença de ácido ascórbico, deixar o soro em repouso 
durante 90 minutos antes de iniciar a dosagem para que resultados falsamente diminuídos não 
sejam obtidos. 
Várias drogas afetam a excreção de ácido úrico, incluindo aspirina e outros antinflamatórios, 
contrastes empregados em Radiologia, vitamina C e warfarin. O uso de diuréticos reduz a 
excreção de ácido úrico. 
Mão com ácumulo de cristais de ácido úrico nas 
articulações. Em: http://www.tuasaude.com/acido-
urico/ 
Pé com cristais de urato de sódio na articulação. Em: 
http://www.tuasaude.com/acido-urico/ 
 
 
11 
 
 
 
É bom saber! 
O mais comum é que os valores do paciente estejam acima dos valores de referência e, por 
isso, deve-se iniciar o tratamento para ácido úrico alto. Mais raro, é o surgimento de ácido 
úrico baixo pois está relacionado com problemas congênitos, como Doença de Wilson. 
Sintomas : 
Os principais sintomas de ácido úrico alto são a dor, o inchaço, a vermelhidão e a dificuldade 
em movimentar uma articulação, especialmente nos dedos das mãos, joelhos, tornozelos, 
calcanhar e dedos dos pés. 
Além disso, um sintoma comum e ácido úrico alto é o aparecimento constante de pedras nos 
rins, que causam dor intensa no fundo das costas e dificuldade para urinar, por exemplo. 
 
7- Colesterol Total e frações 
 
O Colesterol é um esterol encontrado em todos os tecidos animais. Desempenha importantes 
funções fisiológicas, incluindo a síntese de ácidos biliares, vitamina D, hormônio esteróides 
e constituintes da dupla camada das membranas celulares. O Colesterol está presente na 
parede intestinal, oriundo de três fontes: dieta, secreção biliar e intestinal e 
células.Alimentos de origem animal, em especial carne, gema de ovos, frutos do mar e 
laticínios, aumentam o aporte de colesterol na dieta. 
O Colesterol é feito em quantias necessárias pelo corpo e é armazenado no corpo. Está 
especialmente concentrado no fígado, rim, glândula supra-renal e cerébro. 
O Colesterol total apresenta-se aumentado: 
 hipercolesterolemia primária e secundaria; 
 síndrome nefrótica; 
 Hipotireoidismo 
 Diabetes mellitus; 
 Cirrose biliar; 
 Hipoalbuminemia. 
 
 Níveis baixos podem ser encontrados na desnutrição e no hipertireoidismo. 
O Exame de perfil lipídico ou lipidograma, consiste em : Colesterol Total, 
Triglicerídeos, Colesterol HDL, LDL. 
 
O Colesterol total é transportado pelo organismo ligado a três classes de lipoproteínas: As 
Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL), as de Baixa Densidade (LDL) e as de muito 
Densidade (VLDL). As lipoproteínas são complexos macromoleculares sintetizados no 
fígado e no intestino delgado, que transportam o colesterol e os triglicerídeos através da 
corrente sanguinea. 
 
 
 
12 
 
E existe ainda os Quilomícrons que são grandes partículas produzidas pelas células 
intestinais,compostas de cerca de 85 a 95% de triglicerídeos de origem da dieta (exógena), 
pequena quantidade de colesterol livre e fosfolipídios e 1 a 2% de proteínas.Por sua 
proporção lipídeo/proteína, os quilomícrons flutuam, dando ao plasma um aspecto leitoso, 
formando, ainda, sobre ele, uma camada cremosa, quando fica em repouso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.01. Soro lipêmico (direita). Aspecto turvo e leitoso. Fonte: www.alfanalises.com.br 
 
 
 Significado Clínico 
O colesterol em excesso vai se depositando na parede dos vasos e oxidando. Esse acúmulo 
altera o endotélio, que é a camada que recobre internamente as artérias, facilitando o depósito 
de outras substâncias, como cálcio e fibrina. O resultado é a temida placa ou ateroma, 
obstruída de gordura por dentro. A pressão exercida sobre ela é tão grande que pode provocar 
uma inflamação e até o seu rompimento. 
Nos dois casos há perigo de infarto ou derrame à vista: seja pelo próprio aumento da placa ou 
pelo coágulo que surge de um rompimento, a passagem do sangue pode ficar completamente 
obstruída. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.02. Placa de ateroma ( artéria com placa de gordura) nos vasos sanguíneos. 
Fonte:www.ciencianews.com.br/colesterol 
 
 
Princípio do Teste: Os ésteres de colesterol são hidrolisados pela colesterol esterase a 
colesterol livre e ácidos graxos. A reação é colorimétrica, e a leitura é feita em aparelho de 
espectofotômetro ou automação. 
 
 
13 
 
 
Amostra: Soro. Não utilizar plasma, alguns anticoagulantes como o citrato, oxalato ou 
EDTA produzem resultados falsamente diminuídos.O analito é estável por 7 dias entre 2-8ºC 
e 6 meses a -20ºC. Não utilizar amostras fortemente lipêmicas ou hemolisadas. 
 
Jejum: 10 A 12 horas 
 
Valores de Referência: 
 
Colesterol Total (mg/dL) 
 
Desejável < 200 
Limiar elevado 200-239 
Elevado >240 
 
 
Interferências: Níveis elevados de ascorbato (Vitamina C) produzem interferências 
negativas nos resultados. Soro hemolisado podem ocasionar resultados falsamente 
elevados. 
 
 
7.1 Triglicerídeos 
 
 
Os triglicerídeos circulantes são provenientes da dieta ( fonte exógena) e do fígado ( fonte 
endógena). Triglicerídeos, ésteres de ácidos graxos de glicerol representam a maior 
quantidade de gordura no organismo. Sua função primária é armazenar e providenciar 
energia para as células. A concentração de triglicerídeos do plasma é dada pelo balanço 
entre taxas de entrada e de eliminação dessas moléculas no organismo. 
As concentrações de triglicerídeos no plasma variam conforme a idade e o sexo. 
Dosagens de triglicerídeos são usadas para avaliar hiperlipidemias. 
Altas concentrações podem ocorrer em: 
 Hipoparatireoidismo, 
 Síndrome nefrótica, 
 Doenças de depósitos de glicogênio, 
 Diabetes mellitus. 
 
Também podem ser encontrada elevada em casos de pancreatite aguda. E algumas drogas 
como anticoncepcionais orais e estrogênio, podem levar a resultados falsamente elevados. 
 
Significado Clínico 
 
 
 
14 
 
O papel do triglicerídeos no risco de desenvolvimento de doença arterial coronarianatem 
sido bastante discutido. Estudos clínicos e epidemiológicos mais recentes demonstraram que 
o aumento dos níveis de triglicerídeos pode ser considerado um fator de risco independente 
para aterosclerose. Níveis séricos aumentados de triglicerídeos aumentam a adesividade 
plaquetária , favorecendo a formação de trombos. 
 
 
Princípio do Teste: A degradação do triglicerídeo ocorre por ação enzimática da Lipase da 
lipoproteína. Formando uma reação colorimétrica. 
Amostra: Usar soro ou plasma com EDTA. O analito é estável por dois dias entre 2 - 8 ºC. 
Armazenamento prolongado da amostra não é recomendado, porque várias substâncias podem 
ser hidrolizadas liberando glicerol, levando à obtenção de resultados falsamente elevados. 
 
Jejum: 10 a 12 horas. 
 
 
 
 
Valores de Referência: 
 
Valores desejáveis ou recomendados 
 
 Triglicérides (mg/dL) 
Desejável < 150 
Limiar Alto 150 - 199 
Elevado 200 - 499 
Muito Elevado > 500 
 
 
Interferências: A abstinência alcoólica é desejável nas 72 horas que antecedem o teste. 
A heparina promove a ativação in vivo ou in vitro da lipase da lipoproteína, fazendo com 
que a concentração dos triglicérides se reduza gradativamente em amostras contendo 
heparina. Este fenômeno ocorre também em amostras de soro obtidas em pacientes 
recebendo doses terapêuticas de heparina. 
 
 
7.2 HDL 
 
O colesterol HDL é inversamente proporcional ao risco de desenvolvimento de doenças 
coronarianas. Níveis superiores a 60 mg/dl são associados a um efeito protetor, enquanto 
níveis séricos abaixo de 40 mg/dL relacionam-se a risco mais elevado de desenvolvimento de 
doenças coronariana. Essa capacidade protetora parece estar relacionada ao mecanismo de 
transporte reverso do colesterol, no qual a HDL está envolvida, captando colesterol não-
esterificado dos tecidos periféricos pela ação da enzimática da LCAT (lectina-colesterol-acil-
 
 
15 
 
transferase) e formando as HDL maduras, que irão levar o colesterol até o fígado de forma 
direta ou transferindo-o para outras lipoproteínas, especialmente as VLDL. Quando no fígado, 
o colesterol é reutilizado em processos metabólicos ou excretrado pela bile. Os valores séricos 
variam com a idade e com o sexo. 
 
Algumas situações podem contribuir para a diminuição dos níveis séricos de Colesterol HDL: 
 Sedentarismo, 
 Tabagismo, 
 Diabetes mellitus, 
 Fatores genéticos 
 Obesidade , 
 Fármacos. 
 
Princípio do Teste: Sistema para determinação do Colesterol HDL através da precipitação 
seletiva das lipoproteínas de baixa e muito baixa densidade (LDL E VLDL) , por reação de 
ponto final. 
 
Amostra: Usar soro ou plasma com EDTA. O analito é estável por dois dias entre 2 - 8 ºC. 
 
 
Amostras com citrato ou oxalato não devem ser usadas porque produzem resultados 
falsamente diminuídos. As amostras de soro ou plasma não devem permanecer entre 15-30 ºC 
por mais de 14 horas. Armazenar entre 2-8 ºC por 7 dias no máximo. 
 
Jejum: 10 a 12 horas. 
 
Valores de Referência: 
 
Crianças/Jovens 
 
Colesterol LDL (mg/dL) 
Idade : 2 a 19 anos 
 
Desejado <110 
Limítrofe 110-129 
Elevado > 130 
 
Colesterol HDL (mg/dL) 
 
<10 anos Desejável >40 
 10 a 19 anos Desejável >35 
 
 
16 
 
 
Adultos: 
 
Colesterol LDL (mg/dL) 
 
Ótimo <100 
Limiar ótimo 100-129 
Limiar elevado 130-159 
Elevado 160-189 
Muito elevado >190 
 
Colesterol HDL (mg/dL) 
 
Baixo <40 
Elevado (desejável) >60 
 
 
Interferências: Concentrações de bilirrubina acima de 5 mg/dL produzem resultados 
falsamente diminuídos. Concentrações de triglicerídeos acima de 750 mg/dL produzem 
resultados falsamente elevados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curiosidade: O exercício e o uso moderado de flavonóides (contidos no vinho tinto) têm 
sido apontados como fatores que ajudariam a elevar os níveis séricos de Colesterol- HDL. 
 
8 - Ferro 
 
O ferro é absorvido principalmente na parte superior do duodeno e no jejuno. Uma vez 
absorvido, se liga à transferrina plasmática. A maior parte do ferro circulante é captada pelos 
precursores eritróides na medula óssea para compor a hemoglobina. A hemoglobina utiliza 
cerca de 80 % do ferro corporal. O restante é armazenado no interior das células reticulares da 
medula óssea, baço e fígado, 60% sob a forma de ferritina e cerca de 40% como 
hemossiderina. 
Equação de Friedewald 
 
Colesterol VLDL= Triglicerídeos/5 
Colesterol LDL= Colesterol Total - (HDL + VLDL) 
 
 
 
17 
 
 
Portanto, a distribuição do ferro corporal é oriunda da dieta. É ingerido no estado férrico e , 
para sua absorção, precisa estar em sua forma reduzida (ferroso). Por isso, a absorção é 
influenciada por fatores redutores gastrointestinais, ph gástrico e composição da dieta, como a 
presença do ácido ascórbico, que mantém o ferro no estado ferroso. Outra fonte de ferro é a 
proveniente do processo de degradação da hemoglobina, quando o ferro é liberado da 
hemoglobina e retorna à transferrina plasmática. 
 
 
 
 
Fig.03. Processo de Oxidação do Ferro (esquerda) . Estágios da perda do Ferro (direita). 
Fonte: http://lucasnicolau.com/?num=artigos&artigo=7 
 
Significado Clínico 
 
Os sinais clínicos da deficiência de ferro resultam de um longo período de desequilíbrio no 
balanço de ferro. 
A deficiência de ferro pode ocorrer por diferentes mecanismos: 
 Aumento das necessidades, como ocorre na gravidez; 
 Por diminuição da ingesta ( em uma dieta pobre em proteínas); 
 Por diminuição da absorção , como nos casos de cirurgia ou patologia que levem a má 
absorção; 
 Por perda excessiva (sangramentos agudos ou crônicos). 
A perda sanguínea constitui a causa mais importante de deficiência de ferro em adultos. Em 
homens e mulheres na menopausa, quase sempre é consequência de perda sanguínea pelo 
tubo gastrointestinal, causada por patologias benignas e malignas. O uso crônico de 
medicamentos como antiinflamatórios, corticosteroides, salicilatos e também o uso de álcool 
podem causar ou agravar os quadros gastrointestinais. Nas mulheres o sangramento mestrual 
também pode ser considerado. 
Princípio do Teste: Após a adição do Ferrozine forma-se um complexo magenta brilhante, 
cuja absorbância é medida em espectrofotômetro. 
 
Amostra: Soro. O analito é estável por 4 dias entre 15-25ºC e por 6 dias entre 2-8 ºC 
 
 
 
18 
 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
Valores de Referência: 
 
Crianças/Jovens (mg/dL) 
 
Recém-nascido 100-250 
Lactente 40-100 
2-14 50-120 
 
Adultos (mg/dL) 
 
Homem 65-170 
Mulher 50-160 
 
Interferências: Valores de bilirrubina maiores que 19 mg/dL produzem resultados falsamente 
elevados. 
 
OBS: A única anemia microcítica e hipocrômica em que as reservas de ferro estão 
ausentes é a anemia ferropriva. 
 
 
9 - Sódio 
É o único íon que deve ser adicionado artificialmente à alimentação sob a forma de cloreto de 
sódio (NaCl- sal de cozinha), pois não se encontra nos alimentos em concentrações 
compatíveis com as necessidades celulares humanas. Está ligado à condução de estímulos 
nervosos nos neurônios. O sódio é o cátion mais abundante no líquido extracelular, 
representando 90% de todos os cátions e determina a osmolaridade do plasma. A 
concentração de sódio plasmático depende muito da ingestão e excreção de água e, em menor 
grau da regulação do sódio pelos rins. 
Significado Clínico 
 
A dosagem do íon sódio tem aplicação clínica na avaliação dos distúrbios hridroeletrolíticos 
que podem ocorrer em diversas patologias. 
A quantidade desódio no corpo é relativamente constante em relação à dieta. Embora, uma 
ingestão diária de sódio seja em média 3g ( como cloreto de sódio) essa quantidade é também 
excretada diariamente. 
 
Princípio do Teste: Sistema para determinação quantitativa de íon sódio em amostras de 
soro, por reação enzimática, em modo cinético. 
 
 
19 
 
 
Amostra: Usar somente soro. O analito é estável por 7 dias entre 2-8ºC. 
 
Jejum: 8-10 horas 
 
Valores de Referência: 136-146 mmol/L 
 
 
Interferências: Concentrações de cloreto de potássio (KCL) até 10mM, e bilirrubina direta 
acima de 40 mg/dL , produzem interferências. 
 
10 - Potássio 
Também está relacionado à condução de estímulos nervosos e ao equilíbrio hídrico das 
células. Ao contrário do sódio, encontra-se em maior concentração no meio intracelular e em 
menor concentração no meio extracelular, esse transporte é feito através da "bomba de sódio" 
, e ao contrário, a difusão para fora é lenta. 
O processo de excreção consiste da filtração glomerular, reabsorção nos túbulos contorcidos 
proximais e, finalmente, excreção através da troca por íons Na+ nos túbulos contorcidos 
distais. Os rins não podem reduzir a excreção de potássio a quase zero como fazem para o 
sódio. 
Significado Clínico 
O controle rigoroso da concentração de K+ no líquido extracelular é essencial, porque taxas 
elevadas de K+ (acima de 7,5 mEq/L) podem inibir seriamente a irritabilidade muscular, 
incluindo o coração, a ponto de provocar uma parada cardíaca. Níveis baixos de K + são 
também perigosos porque aumentam a irritabilidade muscular podendo provocar uma parada 
cardíaca por contração (sístole). A dosagem do íon potássio no soro e urina tem aplicação na 
avaliação dos distúrbios com alteração do equilíbrio ácido-base e, hidroeletrolítico. Está 
também relacionada aos níveis de aldosterona e reabsorção de sódio. 
Princípio do Teste: Sistema para determinação quantitativa de íon potássio em amostras de 
soro, por reação enzimática, em modo cinético. 
 
Amostra: Soro. Não usar amostra hemolisada. O analito é estável por até 5 dias se 
armazenado entre 2-8ºC. 
 
Jejum: 8- 10 horas. 
 
Valores de Referência: 3,5-5,1 mmol/L 
 
 
Interferências: Concentrações de cloreto de potássio (KCL) até 10mM, e bilirrubina direta 
acima de 40 mg/dL , produzem interferências para resultados falsamente elevados. 
 
 
 
 
20 
 
 
11 - Cloro 
O cloro é ânion de maior concentração no meio extracelular e desempenha o principal papel 
na manutenção da neutralidade eletroquímica do líquido extracelular, incluindo o plasma. A 
maior parte do cloro ingerido é absorvida, e o excesso é eliminado pelos rins. Existe uma 
discreta diminuição dos níveis séricos no período pós-prandial, por aumento da formação de 
ácido (HCL) pelas células parietais gástricas. Na maioria das vezes, sua concentração é 
afetada pelas mesmas condições que afetam a concentração do sódio. 
 
Significado Clínico 
O cloro sérico encontra-se aumentado: 
 Na desidratação; 
 Nas perdas excessivas de bicarbonato (por perdas gastrointestinais baixas); 
 Na acidose tubular renal; 
 Insuficiência renal aguda; 
 Alcalose respiratória; 
 Excessiva reposição do íon por hidratação venosa (soro fisiologico); 
 Intoxicação por salicilatos 
 
A determinação da concentração do cloro no suor é indicada na investigação da fibrose 
cística, onde se encontra aumentada. 
 
Princípio do Teste: Os íons cloreto presente na amostra reagem com tiocianata de mercúrio 
formando cloreto mercúrio e íons tiocianato. Os íons tiocianato quando combinados com íons 
férrico formam tiocianato férrico, de coloração amarela com intensidade proporcional à 
concentracção de cloretos. 
 
Amostra: Soro ou Plasma ( Heparina), urina e Líquor. Para evitar a passagem do cloreto para 
as hemácias, o plasma ou soro devem ser separados até 1 hora após a colheita. O analito é 
estável durante 7 dias antre 15-25 ºC. 
 
Jejum: 8-10 horas. 
 
Valores de Referência: 
 
Soro/Plasma: 
 
98-110 mEq/L 
Urina: 
 
110-250 mEq/L 
Líquor: 
 
113-127 mEq/L 
 
 
 
21 
 
 
Interferências: Uso de diuréticos, aumento do aporte de sal na dieta, diurese pós-mestrual ou 
qualquer etiologia. 
 
 
Referências 
Labtest Diagnostica S.A. 2015 
www.newbiotest.com.br 
Willians , H.L, Johnson D.J, Haut M.J.Bioquímica Clínica.23:237-240.1997 
Mota, V.T. Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações. Laboratório Central. São Paulo. 
2013 
http://www.labtestsonline-pt.org/tests/Chloride.html?tab=3 
 
 
 
 
12- Magnésio (Mg
+
) 
 
A determinação do magnésio tem assumido importância clínica considerável principalmente 
na área da neonatologia, onde os distúrbios metabólicos deste íon (hipomagnesemia) são os 
responsáveis por sinais e sintomas clínicos, frequentemente atribuídos à hipocalcemia. A 
determinação do magnésio em amostras de sangue, urina e líquor; é útil na avaliação de 
distúrbios metabólicos. 
 
 Significado Clínico: 
Valores diminuídos do magnésio sérico ocorrem em várias condições clínicas: estado de má 
nutrição, alcoolismo, estados de má absorção, pancreatite aguda, hipoparatireoidismo, 
hipertireoidismo e hiperaldosteronismo. Elevação do magnésio é encontrada na 
desidratação, acidose diabética severa, doença de Addison. Condições que interferem na 
filtração glomerular, como na uremia, resultam na retenção de magnésio e conseqüente 
elevação na concentração sérica. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.01. Distribuição de íons intra e extracelulares. 
Fonte: www.abcsaude.com.br/cloro 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante) e plasma (heparinizado) isentos de hemólise (os 
eritrócitos contêm três vezes mais magnésio que o soro). 
 
Jejum: 8 a 10 horas 
 
Valores de Referência: Soro: 1,9 a 2,5 mg/dL 
 Urina: 48 a 152 mg/24 horas 
 
Interferências: Evitar o uso de torniquete por tempo superior a 1 minuto. Não coletar o 
material em tubos contendo citrato, oxalato, fluoreto e EDTA. 
 
 
13- Cálcio (Ca+) 
 
A maior parte do cálcio encontrado no organismo encontra-se sob a forma insolúvel (sais de 
cálcio) como componente do esqueleto. Está presente sob a forma iônica nos músculos, 
participando da contração muscular, nos líquidos intercelulares, linfa e no plasma sangüíneo, 
em que auxilia no processo de coagulação. O cálcio sérico é mantido dentro dos limites 
fisiológicos pela ação combinada do paratohormônio e vitamina D, através de seus efeitos 
sobre os ossos, intestinos e rins. O cálcio ionizado representa a porção fisiologicamente ativa 
do cálcio sérico (total) e corresponde a metade do cálcio total. 
 
Significado Clínico: 
 
Na maioria das vezes a hipercalcemia indica a presença de hiperparatireoidismo ou de 
doenças malignas. As causas mais comuns de hipocalcemia são: hipoparatireodismo 
idiopático, insuficiência renal, desordens do metabolismo da vitamina D, deficiência de 
magnésio, pancreatite aguda, transfusões sanguíneas múltiplas, entre outros. 
Concentração sérica de cálcio inferior a 7,0 mg/dL é considerada crítica, pois pode levar à 
tetania. Também são considerados críticos resultados superiores a 12,0 mg/dL, pois podem 
induzir ao coma. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante) e plasma (heparinizado) isentos de hemólise e separados 
prontamente após a coleta, para evitar a captação do cálcio pelos eritrócitos. 
 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
 
23 
 
 
Valores de Referência: 
 
Cálcio (soro ou plasma): 8,8a 11,0 mg/dL; Cálcio Ionizado : 4,6 a 5,4 mg/dL; Cálcio (urina): 
até 200 mg/24 horas (com dieta restrita de cálcio: 500 mg/24 horas). 
 
Interferências: Diuréticos, antiácidos, vit. D, podem aumentar a calcemia. Corticosteroides e 
insulina podem diminuir. 
 
14- Fósforo 
 
O fósforo é um dos constituintes mais abundantes do organismo, presente em diferentes 
tecidos. Em um adulto normal, a maior parte encontra-se no osso, e o restante, nos tecidos 
moles e ligados a proteínas, lipídios e carboidratos. Participa de diferentes processos 
metabólicos e está presente como fosfolipídio em todas as membranas celulares. Sua 
homeostase depende basicamente do controle da absorção (intestino delgado), filtração e 
reabsorção renal e estoque de reserva que é feito no osso. 
Cerca de 80 a 90% do fósforo ingerido é absorvido de forma ativa no intestino. A absorção é 
aumentada na diminuição da ingestão de cálcio, na acidez do conteúdo intestinal e também 
pela ação da vitamina D e do hormônio de crescimento. A maior parte do fósforo absorvido é 
excretada na urina. É filtrado pelos glomérulos e reabsorvido em grande parte pelo túbulo 
proximal, de modo que apenas cerca de 10 a 15% do fósforo filtrado alcança o túbulo distal. 
 
Significado Clínico: 
 
Os mecanismos de regulação do cálcio afetam também os níveis de fósforo, sendo seus 
valores diretamente relacionados: a elevação de um significa a diminuição do outro. 
Os níveis séricos de fósforo oscilam ao longo do dia: valores mínimos são observados entre as 
9 e as 12 horas, aumentando gradativamente até atingir um platô à tarde, e apresentando um 
discreto pico em torno da meia-noite. 
O aumento do fósforo sérico ocorre por diminuição da filtração glomerular, aumento da 
reabsorção tubular renal e aporte exógeno ou endógeno. A diminuição ocorre por desordens 
tubulares e aumento das perdas. Alterações nos níveis do hormônio paratireoidiano afetam a 
reabsorção renal do fósforo. 
Causas de aumento dos níveis de fósforo no soro são: desidratação, hipovolemia, acromegalia, 
hipoparatireoidismo, pseudo-hipoparatireoidismo, hipervitaminose D, metástase óssea, 
sarcoidose, cirrose, embolia pulmonar, falência renal, após manobras de ressuscitação e na 
cetoacidose diabética. 
 
 
24 
 
Valores séricos diminuídos são encontrados no uso de diuréticos, antiácidos, 
hiperparatireoidismo primário, septicemia, deficiência de vitamina D, acidose tubular renal, 
síndrome de Fanconi, hemodialisados crônicos, após episódios de vômitos, osteomalacia 
e por outras causas que levem a elevação de cálcio no soro. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante) e plasma (heparinizado) e urina de 24 horas. O soro ou 
o plasma devem ser isentos de hemólise, pois a concentração de potássio nos eritrócitos é 
consideravelmente maior. 
 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
Valores de Referência: 
 
Adultos: 2,5 a 4,5 mg/dL 
Crianças: 4,0 a 7,0 mg/dL 
 
 
Interferências: Evitar atividade física rigorosa nas 24 horas antecedentes ao teste. 
 
 
15- Fosfatase Alcalina 
 
É uma enzima presente em praticamente todos os tecidos do organismo, especialmente nas 
membranas das células dos túbulos renais, ossos (osteoblastos), placenta, trato intestinal e 
fígado. Portanto, a fosfatase alcalina encontrada no soro é resultado da presença de diferentes 
isoenzimas originadas em diferentes órgãos, com predomínio das frações ósseas e hepáticas. 
Embora até hoje sua função ainda não esteja bem definida, a fosfatase alcalina parece estar 
envolvida com o transporte de lipídios no intestino e nos processos de calcificação óssea. 
 
 
Significado Clínico: 
 
 
Na prática clínica, a grande utilidade está na investigação de doenças hepatobiliares e nas 
doenças ósseas que cursam com aumento da atividade osteoblástica. 
Como é totalmente excretada pela bile, durante muito tempo acreditou-se que sua elevação 
nas patologias hepatobiliares resultava da falência de excreção da enzima. Hoje se sabe que a 
resposta hepática a qualquer tipo de agressão da árvore biliar é sintetizar fosfatase alcalina 
principalmente nos canalículos biliares. Isso explica sua marcada elevação nas patologias do 
trato biliar. 
 
 
25 
 
A elevação tende a ser maior nas obstruções extra-hepáticas (litíase e carcinoma de cabeça de 
pâncreas) do que nas intra-hepáticas (processos invasivos). Isso acontece por uma 
combinação de aumento de produção associado a diminuição da excreção. Por isso, é 
considerada um marcador importante para processos obstrutivos hepáticos. 
 
Nas doenças ósseas, o maior aumento dos níveis séricos da fosfatase alcalina é encontrado na 
doença de Paget (valores de 10 a 25 vezes o normal). Níveis moderadamente elevados podem 
ser encontrados na osteomalacia, em alguns tumores ósseos e no hiperparatireoidismo 
primário e secundário. As fraturas levam a um aumento transitório, e na osteoporose os 
valores são normais. 
Recém-nascidos e crianças, mas especialmente adolescentes, apresentam valores 
significativamente mais elevados do que os adultos, devido ao crescimento ósseo. Durante a 
fase de crescimento rápido da adolescência (estirão da puberdade), são encontrados níveis 
extremamente elevados 
 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante) . Isento de hemólise. 
 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
Valores de Referência: 30 a 140 UI/L 
 
Interferências: A gravidez pode aumentar os níveis sanguíneos de fosfatase alcalina. 
Também ocorem elevações temporárias durante a cicatrização de fraturas ósseas. 
Medicamentos: Eritromicina, Vit.D, Alopurinol. 
 
 
 
 
16- Fosfatase Ácida 
 
É utilizada no diagnóstico, acompanhamento e monitoração terapêutica de câncer de 
próstata. 
A fosfatase ácida é um grupo de enzimas localizadas principalmente na próstata e suas 
secreções. Pequenas quantidades podem ser encontradas na medula óssea, baço, fígado, rins, 
hemácias e plaquetas. Possui duas isoenzimas: a prostática e a eritrocitária. 
 
Significado Clínico: 
 
Valores aumentados: câncer de próstata, hiperplasia prostática benigna, pós-cirúrgico de 
próstata ou trauma prostático, manipulação prostática, infartamento prostático, fraturas 
ósseas, metástases ósseas, doença de Gaucher, leucemia das células cabeludas (hair cells), 
hepatites virais, hiperparatireoidismo, púrpura trombocitopênica idiopática, icterícias 
obstrutivas, cirrose de Laënnec, leucemias mielocíticas, mieloma múltiplo, osteogênese 
imperfeita, doença de Paget, trombocitose, tromboflebite e uso de esteróides anabolizantes. 
 
Amostra: Soro. Colher sangue e separar o soro imediatamente. O soro deve ser acidificado 
logo após a separação (adição de 0.01 mL de ácido acético a 20% a cada 1 mL de soro). 
 
Jejum: Não obrigatório. 
 
 
 
26 
 
Valores de Referência: <6,5 U/L 
 
 
Interferências: Apesar de ser um marcador tumoral prostático, não é tão sensível quanto o 
exame de PSA. 
 
 
 
17- TGP (alanina aminotransferase) 
 
A enzima alanina aminotransferase (ALT) era antigamente denominada transaminase pirúvica 
(TGP) e é encontrada abundantemente no fígado, em quantidades moderadas no rim e em 
pequenas quantidades no coração e na musculatura esquelética. 
Sua origem é predominantemente citoplasmática, fazendo com que se eleve rapidamente após 
a lesão hepática, tornando-a um marcador sensível da função do fígado. 
 
Significado Clínico: 
 
Como marcador hepatocelular, apresenta valores alterados em patologias que cursam com 
necrose do hepatócito, como hepatites virais, mononucleose, citomegalovirose e hepatites 
medicamentosas. Entretanto, é um marcador menos sensível que a AST para hepatopatias 
alcoólicas, cirrose ativa,obstruções extra-hepáticas e lesões metastáticas no fígado. 
Pode se apresentar elevada, em situações de trauma da musculatura esquelética, miosites e 
miocardites, e normal ou discretamente elevada nos casos de infarto agudo do miocárdio. 
Valores de ALT são iguais ou superiores aos de AST na maioria dos pacientes com hepatite 
viral, icterícia pós-hepática ou colestase intrahepática. 
Nos casos de cirrose hepática, hepatite alcoólica ou carcinoma metastático, os valores de ALT 
são inferiores aos de AST. 
No infarto agudo do miocárdio, os valores de ALT encontram-se dentro da faixa de referência 
ou ligeiramente aumentados. Elevações da ALT também são relatadas na polimiosite, 
dermatomiosite e rabdomiólise. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante). O analito é estável até 3 dias se 2 a 8 °C. 
Jejum: Não obrigatório. 
Valores de Referência: Soro: 4 a 32 U/L; Os níveis na infância são discretamente superiores 
àqueles encontrados em adultos. 
Interferências: ácido valpróico, metildopa , dopamina , soro lipêmico ou ictérico. Exercícios 
físicos nos dias do exame. 
 
 
 
18- TGO (Aspartato Aminitrasnferase) 
 
 
27 
 
 
A enzima Aspartato Aminitrasnferase (AST) era antigamente denominada Transaminase 
Oxaloacética (TGO) e são encontradas em diversos órgãos e tecidos como: fígado, coração, 
músculo esquelético e eritrócitos. 
Elevações das transaminases ocorrem nas hepatites (viral e tóxica), hepatite por drogas, na 
mononucleose, cirrose, colestase, carcinoma hepático primário ou metastático, pancreatite, 
traumatismo extenso e no choque prolongado. 
Está presente no citoplasma e também nas mitocôndrias, e portanto sua elevação indica um 
comprometimento celular mais profundo. No caso do hepatócito, isso se revela por uma 
elevação por tempo mais prolongado no curso das hepatites virais agudas e uma elevação 
seletiva nos casos de hepatites alcoólicas, metástases hepáticas e necroses medicamentosas e 
isquêmicas. 
 
Significado Clínico: 
 
Aumentos da AST no soro são comumente encontrados no infarto agudo do miocárdio, 
elevando-se nas primeiras 12 horas e apresentando um pico sérico após algo em torno de 24 
horas, com retorno aos valores normais em um período de 3 a 5 dias. Valores discretamente 
elevados podem ser encontrados também no infarto pulmonar, no infarto renal ou em casos de 
grandes tumores, na embolia pulmonar, distrofias musculares, dermatomiosite, traumas da 
musculatura esquelética, no pós-operatório, especialmente de cirurgias cardíacas, cirrose 
alcoólica, hepatite induzida por drogas, mononucleose infecciosa, citomegaloviroses, anemias 
hemolíticas, pancreatite aguda e acidente vascular cerebral. 
 
Obs: Deve-se ressaltar que a sensibilidade e especificidade da dosagem de AST no 
diagnóstico do infarto agudo do miocárdio são baixas, tornando a determinação desta enzima 
a menos indicada para este diagnóstico. A dosagem de AST sérica está limitada, atualmente, 
ao estudo das hepatopatias. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante). O analito é estável até 3 dias se 2 a 8 °C. 
 
Jejum: Não Obrigatório. 
 
Valores de Referência: Mulheres:10-37 U/L; Homens: 11-39 U/L. Os níveis na infância são 
duas a três vezes superiores àqueles encontrados nos adultos. 
 
Interferências: stress muscular, salicilatos, tetraciclinas , isoniazida , lipemia , hemólise , 
andrógenos , etanol, esteróides anabolizantes . 
 
 
 
 
28 
 
19- Gama GT 
 
A gama glutamil transpeptidase ou transferase (GGT) é uma enzima presente nas membranas 
celulares e nas frações microssômicas envolvidas no transporte de aminoácidos através da 
membrana celular. Está presente em ordem decrescente de abundância no túbulo proximal 
renal, fígado, pâncreas e intestino. Os níveis séricos da GGT são principalmente de origem 
hepática. Sua meia-vida é de 7 a 10 dias, aumentando para 28 dias nas lesões hepáticas 
ligadas ao álcool. Os valores são aproximadamente 50% mais elevados nos homens do que 
nas mulheres, e são diretamente proporcionais à massa corporal, ao consumo de álcool, ao 
fumo e ao nível de atividade física. 
 
Significado Clínico: 
 
Valores muito elevados são encontrados nos quadros de colestase crônica, como na cirrose 
biliar primária ou na colangite esclerosante e em outras patologias hepáticas e biliares. 
Apresenta-se freqüentemente elevada em alcoólatras, mesmo sem hepatopatia, na obesidade e 
no uso de drogas como analgésicos, anticonvulsivantes, quimioterápicos, estrogênio e 
contraceptivos orais. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante). O analito é estável até 3 dias se 2 a 8 °C. 
 
Jejum: 10 a 12 horas. 
 
 
Valores de Referência: 
 
Homens: 15 a 85 U/L 
Mulhres: 5 a 55 U/L 
 
 
Interferências: analgésicos, anticonvulsivanates e anticoncepcionais. 
 
 
20- Amilase 
 
As amilases são enzimas que catalisam a hidrólise da amilopectina, da amilase e do 
glicogênio. A amilase presente no sangue e na urina de indivíduos normais é de origem 
pancreática (predominantemente forma P) e das glândulas salivares (forma S). 
 
 
29 
 
A avaliação dos níveis séricos da amilase tem grande utilidade clínica no diagnóstico das 
doenças do pâncreas e na investigação da função pancreática. 
 
Significado Clínico: 
 
Na pancreatite aguda, os níveis de amilase podem alcançar valores de quatro a seis vezes o 
limite superior de referência, elevando-se em 2 a 12 horas e retornando a níveis normais em 3 
a 4 dias. Cerca de 20% dos casos de pancreatite aguda podem cursar com valores normais de 
amilase. Por isso, a dosagem concomitante dos níveis de lipase é importante, permitindo o 
diagnóstico desses casos. 
As causas não-pancreáticas de aumento da amilase incluem lesões inflamatórias das glândulas 
salivares, como parotidite, apendicite aguda, prenhez tubária rota, úlcera péptica perfurada, 
trauma pancreático, obstrução intestinal, aneurisma dissecante da aorta, pós-operatório de 
cirurgias torácicas e abdominais, queimaduras, doenças do trato biliar, traumas e tratamento 
odontológicos (cirurgias e extrações). 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante). 
 
Jejum: Não Obrigatório. 
 
Valores de Referência: 17 a 115 U/L 
 
OBS: pancreatites agudas (início 3-6 horas, pico 20-30 horas, duração 48-96 horas). 
 
Interferências: ácido salicílico, rifampicina, álcool e cirurgias próximas ao pâncreas, ou 
procedimentos odontológicos. 
 
 
21- Desidrogenase lática – LDH 
 
É uma enzima intracelular responsável pela oxidação reversa do lactato em piruvato. É 
amplamente distribuída em todas as células do organismo, concentrando-se mais 
especialmente no miocárdio, rim, fígado, hemácias e músculos. Possui cinco formas de 
isoenzimas. Seus valores encontram-se elevados em todas as situações em que ocorre grande 
destruição celular. 
Significado Clínico: 
Os níveis séricos elevados são encontrados em diferentes condições como anemia 
megaloblástica e hemolítica, leucemias, linfoma, hemoglobinopatias, infarto agudo do 
miocárdio, infarto pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência coronariana, 
choque e hipóxia importantes, doenças musculares, lesões hepáticas, neoplasias primárias ou 
secundárias (metastáticas), hepatites, icterícias obstrutivas e cirrose. 
 
Amostra: Soro (sem anticoagulante). O Soro é estável até 48 horas sob refrigeração de 2 a 8 
ºC. Isento de Hemólise. 
 
 
30 
 
 
Jejum: Não Obrigatório. 
 
Valores de Referência: 
 
Adultos: 135 a 214 U/L 
Crianças (2 a 15 anos): 120 a 300 U/L 
 
Interferências: Hemólise e Lipemia 
 
 
 
22- CK (creatinoquinase) 
 
A creatinoquinase (CK), tambémchamada de creatina-fosfoquinase (CPK), é uma enzima 
com vasta distribuição tissular, que desempenha importante papel regulador no metabolismo 
intracelular dos tecidos contráteis. Está presente principalmente nos musculatura estriada, no 
tecido cardíaco e no cérebro. Na eletroforese, podem ser identificadas três isoenzimas, pela 
sua origem, e também de forma numérica, de acordo com a migração na eletroforese. A CK-
BB - CK-1 - é a forma encontrada no cérebro; a CK-MB - CK-2 - é encontrada no miocárdio 
e a CK-MM - CK-3 - é encontrada no músculo estriado. A CK-MM esta habitualmente 
presente no soro. 
Significado Clínico: 
 
Sua maior utilização está no diagnóstico das lesões e doenças da musculatura esquelética e no 
infarto agudo do miocárdio. Valores muito elevados são encontrados também nas 
rabdomiólises, inclusive nas que têm como causa a intoxicação por uso de cocaína. 
Seus níveis séricos podem estar diminuídos em situações nas quais ocorra perda de massa 
muscular e nas hepatopatias alcoólicas. 
No infarto agudo do miocárdio (IAM), a CK total aumenta nas primeiras 4 a 6 horas após o 
início do quadro, apresentando um pico entre 18 a 24 horas e permanecendo alterada por 48 a 
72 horas após o episódio. A CK total pode estar normal no período precoce pós-infarto, 
quando a CK-MB já começa a se elevar. Os valores da CK podem aumentar entre 3 a 20 
vezes os valores normais, dependendo da localização e da extensão da área afetada. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Amostra: Usar soro ou plasma colhido em EDTA ou Heparina. 
 
Jejum: Não aplicável. 
 
Valores de Referência: 
 
 
Homens: <200 U/L 
Mulheres: < 150 U/L 
 
 
 
Interferências: Soro hemolisado. Evitar exercícios físicos intensos até 48 horas antes da 
coleta. Em caso de ter feito biópsia muscular, é desejável aguardar 30 dias para a dosagem de 
CK. 
 
 
 
 
 
 
 
23- CK-MB 
 
 
Uma das isoenzimas da CK total, a CK-MB é considerada padrão ouro de referência para 
comparação com outros marcadores de lesão miocárdica. Para sua dosagem, utiliza-se um 
método no qual um anticorpo específico inibe a isoenzima MM e a fração restante 
corresponde basicamente à MB. Sua dosagem deve ser sempre acompanhada da dosagem de 
CK total. Para avaliar melhor os resultados obtidos, pode se lançar mão de um índice obtido 
pela divisão de CK-MB/CK total x 100, que indica o percentual de aumento da CK-MB em 
relação à CK total. 
Normalmente, a CK-MB representa em torno de 5 a 6% da CK total. Percentuais acima desses 
valores são indicativos de origem miocárdica e associados a injúria. Índices superiores a 25% 
são incomuns, exigindo que se avaliem as interferências no método, tais como a presença das 
macro CK 1 e 2. 
 
Significado Clínico: 
 
A evolução clássica esperada da CK-MB durante a curva de dosagens seriadas é fundamental 
para o diagnóstico de infarto do miocárdio. O aumento inicial ocorre entre 3 a 8 horas após o 
início dos sintomas, atingindo seu pico entre 12 a 24 horas e declinando até a normalidade em 
48 a 72 horas. 
Entretanto, o diagnóstico de injúria miocárdica deve se pautar em um conjunto de achados 
clínicos, alterações no eletrocardiograma e dos marcadores bioquímicos cardíacos como CK, 
CK-MB e troponinas. 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: www.vivomais.com.br/infarto 
Amostra: Usar soro ou plasma colhido em EDTA ou Heparina. 
 
Jejum: Não aplicável. 
 
 
Valores de Referência: 
 
 
<6% ou 24 U/L 
 
 
 
Interferências: Soro hemolisado. 
Se o médico suspeitar de uma lesão quer no músculo cardíaco, quer no músculo esquelético, a 
análise à troponina é mais específica na identificação de um ataque cardíaco. 
 
 
24- Bilirrubina Total e frações 
 
A bilirrubina é o principal produto do metabolismo da heme da hemoglobina. Cerca de 70% 
da bilirrubina são provenientes da destruição de eritrócitos velhos, 15% provêm de fontes 
hepáticas, e o restante é proveniente da destruição de células vermelhas defeituosas na medula 
óssea e nos citocromos. A bilirrubina é então removida do corpo através das fezes e uma pequena 
porção na urina. 
 A Bilirrubina circula na corrente sanguínea em duas formas: 
Bilirrubina indireta (ou não conjugada): essa forma não se dissolve em água e é a bilirrubina 
que viaja na corrente sanguínea para o fígado, onde é transformada em uma substância solúvel 
Bilirrubina direta (ou conjugada): quando a bilirrubina indireta chega ao fígado é excretada na 
forma de bile, constituindo um dos pigmentos biliares. Essa substância então retorna à 
 
 
33 
 
corrente sanguínea para ser excretada nas fezes. Por ser solúvel em água, a bilirrubina 
conjugada é encontrada em pequenas quantidades na urina. 
 
Significado Clínico: 
 
As bilirrubinas são medidas (dosadas) para avaliar anemias hemolíticas ou doenças hepáticas e das 
vias biliares. Essa dosagem é especialmente importante em recém-nascidos com icterícia. A barreira 
entre o sangue e o líquido cefalorraquiano está incompleta nas primeiras semanas de vida, e um 
excesso de bilirrubina não conjugada no sangue pode se depositar em partes do cérebro do bebê, 
causando lesões irreversíveis. 
O exame de bilirrubinas geralmente é pedido para avaliar o funcionamento do fígado. Fatores 
de que justificam a dosagem de bilirrubina são: 
Icterícia 
Alcoolismo 
Suspeita de intoxicação por drogas 
Exposição ao vírus da hepatite 
Taquicardia. 
Amostra: Usar soro ou plasma (Heparina, EDTA) e líquido amniótico. Quando protegido da 
luz, o analito é estável 4 dias entre 2 – 8 ºC e 3 meses a 20 ºC negativos. 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
Valores de Referência: 
 
 
Bilirrubina Total: 0,3 a 1,9 mg/dL 
Bilirrubina Direta: 0 a 0,3 mg/dL 
 
OBS: A taxa de bilirrubina normal para recém-nascidos é de até 5 mg/dL, mas cerca de 60% 
dos recém-nascidos têm algum grau de icterícia e níveis de bilirrubina acima de 5 mg/dL. 
 
Interferências: A urina normal não contém bilirrubina. Entretanto, níveis elevados 
de bilirrubina conjugada, que é solúvel em água, são eliminados na urina e identificados na 
urinálise de rotina. 
 
 
 
 
 
34 
 
25- Proteína Total e Albumina 
 
As proteínas do sangue são compostas basicamente pela Albumina e um grupo de proteínas 
denominadas Globulinas, além de uma pequena fração de fibrinogênio e outras proteínas. A 
dosagem de proteínas totais é utilizada na avaliação do estado nutricional e na investigação de 
edemas. 
 
Significado Clínico: 
Aumentos são encontrados na desidratação, doença hepática, neoplasias, mieloma, 
macroglobulinemia Waldenströn, hanseníase, leishmaniose, doenças granulomatosas, 
colagenoses, uso de corticóides e contraceptivos orais. Valores baixos podem ocorrer na 
gravidez, cirrose, imobilização prolongada, insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, 
neoplasias, enteropatias perdedoras de proteínas, desnutrição, hipertireoidismo, queimaduras, 
doenças crônicas, e no uso de carvedilol e laxativos. 
 
25.1 Albumina 
 
A Albumina é a proteína mais abundante no plasma. Sintetizada pelas células do parênquima 
hepático, tem meia-vida de 15 a 19 dias. Sua função primária é manter a pressão 
coloidosmótica do plasma. Níveis elevados podem ocorrer na desidratação aguda sem 
significado clínico. Normalmente espera-se uma razão albumina/globulina maior ou igual a 1. 
Resultados baixos de albumina ocorrem na cirrose, glomerulopatias, sarcoidose, doenças 
granulomatosas, colagenoses, infecções agudas, caquexia, queimaduras e doenças 
inflamatórias intestinais.Amostra: Usar Soro e líquidos (pleural, sinovial, ascítico). As proteínas são estáveis 3 dias 
entre 2 a 8 ºC e 7 a 10 dias a 10ºC negativos. 
 
Jejum: 8 a 10 horas. 
 
Valores de Referência: Albumina: 3,5 a 5,5g/dL; Globulinas: 1,4 a 3,2g/dL; Totais: 6,4 
a 8,3g/dL. 
 
Interferências: Quando o torniquete é mantido por mais de 3 minutos durante a colheita de 
amostra, ocorre um aumento de até 5% no valor da proteína total no sangue. Exercícios físicos 
aumentam as concentrações das proteínas. 
 
26- Troponinas 
 
As troponinas são constituídas por três diferentes proteínas (C,T e I) que estão presentes nos 
músculos esquelético e cardíaco, onde são elementos importantes no processo contrátil. São 
codificadas por genes diferentes, sendo que a troponina C se expressa de forma idêntica, e as 
troponinas T e I, de forma diferenciada nas duas localizações. Essa característica das 
troponinas T e I permitiu a identificação por anticorpos monoclonais e sua utilização no 
 
 
35 
 
diagnóstico diferencial do infarto agudo do miocárdio. Outra característica importante é que 
as troponinas não são detectadas em pacientes saudáveis, fazendo com que mesmo pequenos 
níveis detectados na fase inicial da lesão sinalizem de forma precoce a presença de injúria 
miocárdica. 
 
Significado Clínico: 
 
A troponina I é a mais específica para lesões do músculo cardíaco, eleva-se entre 4 a 6 horas e 
atinge o pico em torno de 12 horas após a lesão miocárdica, permanecendo elevada no soro 
por um período de 3 a 10 dias. Esse marcador tem sido apontado como o marcador de injúria 
miocárdica mais próximo do ideal, demonstrando claramente seu valor prognóstico tanto no 
infarto como na angina instável. Vários estudos demonstraram sua positividade na presença 
de microinfartos indetectáveis por outros marcadores. 
Por sua alta concentração nos músculos cardíacos, por sua alteração precoce e por 
normalmente não estar detectável na circulação, a dosagem das troponinas, especialmente a 
troponina I, tem sido utilizada com alta sensibilidade e especificidade como um novo 
marcador de lesão miocárdica. 
 
 
 
 
 
 
Fig02. Demonstração das Troponinas cardíacas na contração da musculatura esquelética e cardíaca. 
Fonte: www.tuasaude.com.br/troponinas 
Amostra: Soro ou Plasma. Para Plasma (EDTA ou Heparina sódica). Armazenamento à 
temperatura de 2-8 ºC por 14 dias e a –20 ºC por 8 semanas. 
 
 
Jejum: Não aplicável. 
 
Valores de Referência: 
 
 
Indivíduos aparentemente saudáveis e critérios para 
IAM consistentes com a OMS 
Troponina I ng/mL [mg/L] 
Pacientes Saudáveis (97,5%) Até 0,05 
Pacientes Saudáveis (2,5%)/Angina Estável Até 0,15 
Estratificação de Risco para SIMI* 0,15 – 0,6 
 
 
36 
 
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) 0,6 – 1,5 
 
* SIMI = Síndromes Isquêmicas Miocárdicas Agudas (Angina Instável e IAM sem supradesnível do 
segmento ST) 
 
Interferências: Hemólise e lipemia. 
 
 
 
 
 
27- Gasometria 
 
Para funcionarem a contento, as atividades metabólicas necessitam de um pH mantido em 
condições ideais. Esse fator depende da manutenção do equilíbrio ácidobase do organismo, 
obtido pela interação dos mecanismos renais (controle de concentração de bicarbonato) e 
pulmonares (controle de concentração de CO2). 
Consequentemente, o status do equilíbrio metabólico depende de mecanismos respiratórios 
com uma troca gasosa adequada e boa oxigenação tecidual e um tamponamento fornecido 
pelos rins. 
Os distúrbios ácido-base que podem ocorrer são: acidose metabólica, acidose respiratória, 
alcalose metabólica e alcalose respiratória. Inicialmente, pode parecer que o conhecimento 
isolado da alteração da concentração de bicarbonato ou da concentração de pCO2 conduza, 
respectivamente, a um diagnóstico de alteração metabólica e respiratória. Entretanto, isso não 
é verdadeiro, visto que um distúrbio primário pode levar a uma alteração secundária 
compensatória, que no final visa à manutenção do pH em níveis adequados. Portanto, a 
análise do equilíbrio ácido-base depende da avaliação em conjunto de diferentes parâmetros, 
que são representados pelo exame gasometria arterial. Esses parâmetros são: pH, pCO2, 
bicarbonato, pO2, saturação do O2. 
O primeiro parâmetro observado na análise da gasometria arterial deve ser o pH. 
Independentemente dos demais parâmetros, o pH determina se o paciente se encontra em 
acidose ou alcalose. O valor limítrofe do pH para essa definição é de 7,4. Valores abaixo deste 
são considerados acidose, e acima, alcalose. Somente quando determinada essa condição, 
outros parâmetros como bicarbonato e pCO2 poderão ser utilizados para diagnosticar se a 
origem dos distúrbio é metabólica ou respiratória. A concentração do bicarbonato, da pCO2 e 
do pH é interdependente. Portanto, a alteração de um dos parâmetros leva ao movimento 
compensatório dos demais, na busca do equilíbrio. Os níveis de bicarbonato associados aos 
mecanismos respiratórios de retenção e eliminação do CO2 mantêm o equilíbrio ácido-base. 
 
Significado Clínico: 
Em geral, é utilizada para avaliar sintomas de problemas respiratórios ou metabólicos, ou 
de doenças renais ou pulmonares que causam desequilíbrio ácido-base ou dificuldade 
 
 
37 
 
respiratória. É usada para diagnóstico e monitoração desses grupos de doenças e de seu 
tratamento. 
Traumatismos cranianos e do pescoço podem afetar a respiração. Anestesia prolongada, 
especialmente após cirurgia com derivação cardiopulmonar ou cirurgia encefálica, pode exigir 
monitoração prolongada da gasometria no pós-operatório. 
Resultados normais da PO2 indicam que a pessoa está recebendo oxigênio suficiente. 
Os resultados dos outros componentes da gasometria são inter-relacionados e devem ser 
considerados em conjunto. Certas combinações de resultados fornecem uma indicação da 
causa da acidose ou da alcalose: 
A acidose respiratória se caracteriza por pH baixo e PCO2 alto, devido a dificuldade 
respiratória – pouco oxigênio é absorvido e pouco dióxido de carbono é eliminado. Isso tem 
muitas causas, incluindo pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica e sedação excessiva. 
A alcalose respiratória se caracteriza por pH alto e PCO2 baixo, devido a hiperventilação 
causada por dor, sofrimento emocional e outros distúrbios. 
Na acidose metabólica, há diminuição do pH e do bicarbonato. As causas incluem diabetes, 
choque e insuficiência renal. 
Na alcalose metabólica há aumento do pH e do bicarbonato, que pode ocorrer com 
hipocalemia, vômitos crônicos com perda de ácido gástrico e infusão excessiva de 
bicarbonato. 
 
 
 
 
 
Fig03. Seringa heparinizada para coleta de Gasometria. 
Amostra: Sangue arterial colhido com heparina. Evitar hemólise e bolhas de ar. 
Homogeneizar imediatamente após a coleta. O paciente deve estar em repouso durante pelo 
menos cinco minutos. 
Fig03. Seringa heparinizada para coleta de Gasometria. 
Jejum: Não aplicável. 
Valores de Referência: 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Interferências: Coágulos de sangue e bolhas de ar podem interferir na leitura da gasometria 
arterial.

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