Parasitologia Ácaros Aves/ Parasitologia/ Veterinária/ UFPEL/ 2021.

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05/09/2018
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MESOSTIGMATA
ÁCAROS HEMATÓFAGOS DAS AVES
2018
INTRODUÇÃO
• Mesostigmata – abertura respiratórias a nível das patas III
• ectoparasitos de aves domésticas, silvestres e industriais
• podem atacar o homem
Reservatórios de vida livre
Ninhos = focos de infestação
aves domésticas 
e
homem
• anemia
• debilidade
• queda na produção de ovos (até 50%)
• redução no tamanho (peso) dos ovos
• perda de peso
• queda de fertilidade de galos (menor produção de sêmen)
• predisposição a enfermidades
• altas infestações→morte
IMPORTÂNCIA
Hematofagia → intenso prurido, que leva a:
• má nutrição
• doenças concomitantes
• estresse
• instalações inadequadas (úmidas, escuras, com fendas) que
favoreçam os ácaros
• criações promíscuas
• superlotação
• más condições de higiene e sanidade
Fatores que predispõem a superinfestações
FILO: Arthropoda
SUB-FILO: Chelicerata
CLASSE: Arachnida
SUB-CLASSE: Acari
ORDEM: Mesostigmata
FAMÍLIA: Dermanyssidae Macronyssidae
GÊNERO: Dermanyssus Ornithonyssus
ESPÉCIE: D. gallinae O. bursa
O. sylviarum
TAXONOMIA
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• macroscópicos, até 2 mm
• grande escudo dorsal
• escudos ou placas ventrais (esternal, 
genito-ventral e anal)
• patas longas e ± anteriores
• quelíceras e palpus desenvolvidos
• espiráculos a nível de coxa III 
MORFOLOGIA
quelíceras
estigmas
placa
genito-ventral
placa anal
palpus
hipostômio
placa
esternal
Ácaros hematófagos que atacam as aves
• muito similares morfologicamente (tamanho e aparência)
• diferencia-se pelas placas ventrais
• hábitos e ecologias diferentes
Necessidade de identificação correta, para a tomada de 
medidas de controle adequadas
Dermanyssus gallinae
“piolhinho”, “piolho de galinha”, “ácaro vermelho”
• 0,4 a 0,7 mm, chegando a 2mm
• amarelo claro, vermelho-brilhante quando cheios de sangue e 
cinza escuro após a digestão
Aspectos Morfológicos
• setas dorsais e ventrais esparsas pelo corpo
•só um escudo dorsal, estreitado na região 
posterior e terminando truncado
• escudo genito-ventral com margem 
posterior arredondada
• escudo anal não oval
• abertura anal na extremidade posterior
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Aspectos Biológicos
• cosmopolitas
• preferem aves domésticas e silvestres – na falta, atacam mamíferos
• parasitos temporários, hábitos noturnos
• hematofagia → esconderijo → postura de cerca de 8 ovos
• várias posturas, sempre precedidas de hematofagia
• após ingestão de sangue tendem a se aglutinar nos esconderijos
• adultos vivem até 90 dias
• machos transferem espermatóforos com as quelíceras
• adultos podem sobreviver vários meses sem se alimentar – ficam nos
galpões dos aviários – infestam novos lotes
não se alimenta
Esconderijos
Usam locais protegidos, com pouca luminosidade, e aquecidos:
• ninhos de galinhas e outras aves
• coletores de ovos
• poleiros, bebedouros, comedouros de aviários e galinheiros
• frestas e fendas de parede, superfícies ásperas
• colunas de sustentação das gaiolas
• acúmulos de sujeira ,e fezes secas com penas, camas
• teias de aranha
Sérios problemas em criações comerciais de poedeiras
17 horas de luz – durante o período de descanso são atacados pelo ácaro -
não dormem, tentando se livrar do parasito, o que é dificultado por:
• debicagem
• espaço reduzido das gaiolas
• proximidade com outras aves (impede que se movimente e se defenda)
• unhas deformadas pelo não contato com o solo
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• irritação 
• queda da produção de ovos
• redução do tamanho dos ovos
• queda da qualidade dos ovos por má qualidade da casca e presença 
de manchas devidas ao esmagamento e fezes dos ácaros
• morte em pintos e aves idosas, fracas
• podem veicular patógenos
Consequências
Ataques a humanos
• quando não encontram aves
• geralmente picam no pescoço, braços e pernas
• picada dolorosa
• coceira persistente
• formação de pápulas e escoriações
• surtos em hospitais – ninhos de pombos em marquises e aparelhos 
de ar condicionado 
• após a saída dos filhotes, ácaros famintos invadem residências humanas
Ornithonyssus
O. bursa – regiões tropicais e sub-tropicais
O. sylviarum – regiões temperadas, mais
frequente em criações industriais
• “piolhinho das galinhas”
• altas infestações matam pintos, e fazem chocas abandonar o ninho
• galinhas confinadas, pombos, canários, pardais e aves silvestres
• grave problema em poedeiras
• parasita filhotes de pássaros – Capão do Leão 100% dos ninhos de pardais,
rolinhas e canários da terra após a saída dos filhotes
• pode transmitir os vírus da varíola aviária e da New Castle
• 0,5 a 2mm
• forma oval
• coberto de pelos curtos
• semi-transparentes – difícil de vê-los na pele até que se encham de 
sangue e o digiram – coloração vermelha ou cinza escuro
Morfologia • abertura anal no terço anterior do escudo anal
• escudo genito-ventral afilado posteriormente, terminando em 
ponta
• escudo dorsal afilado posteriormente 
• quelíceras longas
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Características Biológicas
• mais frequentes na primavera e no verão
• encontram-se (e fazem postura) sobre as aves e nos ninhos
• ciclo completo em 5 a 7 dias
• sobrevivência fora do hospedeiro de 15 a 20 dias
• localização preferencial – ao redor da cloaca e ventral (aspecto de sujo)
Ovos, ácaros, exúvias e excreções nas penas
Ovos, ácaros, exúvias e excreções nas penas
escarificações, crostas
adultos e ninfas sobre a pele
ovos e excreções nas penas
aspecto de sujo na região ventral e ao redor da cloaca
A – fêmea antes de se alimentar
B – fêmea ingurgitada
C – ovos do ácaro na pena
D - ninfa
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Ataques a humanos
• quando manipula aves e ninhos
• quando ácaros, sem alimento, invadem residências, hospitais, fábricas,
geralmente após a saída das aves jovens dos ninhos
• lesões mais frequentes no pescoço, barriga e nádegas
• pruriginosas, irritativas (confundem com escabiose)
Nesses casos, para o controle:
• identificar o agente e as espécies atingidas
• remover os ninhos da proximidade da residência
• queimar ninhos infestados
• piretróides ou fosforados no ambiente
• descobrir e eliminar os locais de sobrevivência do ácaro no ambiente
Caso de professores da UFRGS (O. bursa)
Caso de Santa Maria - apartamento (O. bursa)
• moradora de 4⁰ andar
• acordou com lesões pruriginosas em pernas, braços e tronco
• visualizou ácaros na cama, nas paredes do quarto, saindo do ar condicionado,
e no piso
• parte externa do ar condicionado – ninho de bem-te-vi com 3 filhotes,
altamente infestados
* Ivermectina não funcionou; esperaram sair – queimaram ninho
Frequência de ácaros hematófagos em 
aves de 43 granjas de São Paulo
Presentes em 75% das granjas avícolas estudadas
• construir instalações com aberturas amplas, que permitam a 
entrada de luz solar
• inspecionar aves antes de introduzí-las na propriedade
• evitar o transporte de ácaros em roupas e utensílios
• exame periódico de uma amostra de aves de cada galpão
• remoção de fezes acumuladas abaixo das gaiolas
• entre lotes: limpar, aplicar água fervente e acaricidas nas instalações
CONTROLE GERAL
•inspecionar frequentemente o telhado para impedir a construção
de ninhos de pombos e pardais
• queimar camas e ninhos infestados
• escaldar ninhos suspeitos com água fervente (evitar químicos)
• infestação: tratar todo o lote (avermectinas – oral, injetável
pulverização de piretróide ou fosforado)
CONTROLE GERAL (cont.)
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- setas esparsas
- placa genito-ventral com posterior
arredondada
- placa anal não oval
- ânus no terço posterior da placa
- quelícerasmais curtas que os palpus
- coberto de pelos curtos
- placa genito-ventral afilada posteriormente
e terminando em ponta
- placa anal oval
- ânus no terço anterior da placa
- quelíceras longas
Dermanyssus sp. Ornithonyssus sp. MESOSTIGMATA 
Raillietia spp.
ÁCARO DO CONDUTO AUDITIVO DE 
RUMINANTES
INTRODUÇÃO
• Mesostigmata – Família Raillietidae
• ectoparasitos do conduto auditivo de ruminantes
• espécies mais frequentes
R. auris – bovinos
R. caprae – caprinos e ovinos
R. fletchmanni – bubalinos e bovinos
Aspectos Biológicos
• cosmopolitas (pouco diagnosticados)
• fêmeas ovovivíparas
• parasito na fase adulta e larval (alimentam-se de cerume)
• larvas e ninfas no pasto
• ciclo total: de 8 a 20 dias
• zebuínos mais sensíveis que raças européias
• mais frequente em animais mais velhos
♀ e ♂
ovos
larvas
larvas→ ninfas→adultos
Patogenia
• ação mecânica e irritativa - congestão, petéquias
e microperfurações do tímpano
• favorecimento de infecções bacterianas secundárias
• redução da audição – obstrução por placas de pus
• queda de produção – mastigação e deglutição doloridas
• caprinos – transmissão de micoplasmas
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quelíceras (acidentalmente) e unhas dos tarsos (fixação)
lesões no epitélio do canal auditivo
invasão bacteriana
otite
Caprinos no RJ
10% com otite purulenta
Sinais Clínicos
• pouco comuns
• petéquias, ulcerações e hemorragias no canal auricular
• bloqueio do canal por placas de secreção
• ataxia (lesões do tímpano e do sistema vestibular)
• paralisia facial unilateral
• debilidade
• sacudir da cabeça
• morte (MG – otite)
Raramente diagnosticado
• sinais clínicos não são associados a esse parasitismo
• não é usado otoscópio na rotina veterinária de ruminantes
• poucos relatos
• difícil visualização - tamanho reduzido (± 1 mm), coloração
creme, e pouca mobilidade
• muitas vezes os ácaros estão no meio das placas de secreção
Diagnóstico
• exame direto – otoscopia 
• coleta e exame de cerume
Controle
• limpeza 
• aplicação de acaricida