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Relatorio_Laboratorio_2_-_Carolina Mergulhao_-_ENG1031 ULTIMO


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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Departamento de Engenharia Mecânica
ENG1031 - Motores de Combustão Interna
Prof. Paulo Roberto de Souza Mendes/ Florian Pradelle
Relatório do Laboratório 2
Experiência de Reynolds
Aluno:
Carolina MERGULHÃO	matrícula: 1011067-9	turma 3VC
Relatório apresentado aos professores Paulo Roberto de Souza Mendes e Florian Pradelle, referente ao laboratório ministrado no dia 23/09/2014.
Rio de Janeiro, 07/10/2014.
Índice
1. Introdução
2. Análise teórica
3. Descrição e procedimento da experiência
4. Dados experimentais e redução de dados
5. Resultados e comentários
6. Conclusão
7. Referências Bibliográficas
8. Apêndices
1. Introdução
 A experiência de Reynolds, de 1883, atestou a existência de dois tipos distintos de escoamento: o laminar e o turbulento, como pode ser visto na Figura 1. A prática realizada no laboratório possibilitou a visualização do padrão de escoamento da água através de um tubo de vidro mediante a adição de um corante.
Figura 1 – Diferentes tipos de escoamento. Acima, escoamento turbulento, abaixo, escoamento laminar.
O escoamento de um fluido pode ser classificado como laminar ou turbulento dependendo de sua estrutura. No regime laminar o escoamento é descrito como movimento suave do determinado fluido não ocorrendo, portanto, deslocamentos laterais. Já para o regime turbulento, o escoamento caracteriza-se por deslocamentos laterais e aleatórios além do principal. Tais fenômenos são evidenciados na Figura 2.
Figura 2 – Para uma velocidade constante, temos os dois tipos de escoamento apresentados. a) Regime laminar: filete contínuo e regular, sem perturbações transversais. b) Regime turbulento: filete não regular devido a perturbações laterais. 
 É difícil dizer o momento exato em que o fluido deixa de estar no regime laminar ou turbulento em razão da oscilação diametral do fluido que qualquer ruído cause, por menor que seja.
Neste laboratório, foram desenvolvidos ensaios em um Aparato de Osbourne Reynolds, com o objetivo de caracterizar os regimes de escoamento pela visualização de um filete de corante e determinar o número de Reynolds crítico para essa situação (1). .Para tal determinação, o número de Reynolds foi controlado pela vazão (velocidade média). Assim, foram medidos nesse relatório os seguintes parâmetros:
Volume (L); 
Tempo (s); 
Número de Reynolds; 
Tipo de regime (observado).
2. Análise teórica
O número ou coeficiente de Reynolds (Re) trata-se de um número adimensional amplamente utilizado na mecânica dos fluidos (como por exemplo, em projetos de tubulações industriais e asas de aviões) para avaliação do regime de escoamento de um determinado fluido sob uma superfície. Introduzido em 1851 por George Gabriel Stokesen, o número de Reynolds recebeu este nome graças ao físico e engenheiro hidráulico Osbourne Reynolds, que popularizou seu uso em 1883.
Sua importância consiste em permitir avaliar o tipo de escoamento, relativo à estabilidade do fluxo, e determinar se o mesmo flui de modo laminar ou turbulento. Seu significado físico é um quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade. 
 Eq. 1
No escoamento, quando o número de Reynolds, calculado, é menor do que o valor do número de Reynolds crítico (Rec = 2000), o escoamento é dito laminar; Para um número de Reynolds, calculado, maior do que o valor do número de Reynolds crítico (Rec = 2300), o escoamento é dito turbulento; E, por fim, para um número de Reynolds entre o valor crítico (2000 <Rec<2300), o escoamento édito em transição. Para se obter o número de Reynolds usa-se a seguinte fórmula:
 Eq. 2
Onde, v é a velocidade de escoamento do fluido [m/s]; ρ é a massa específica [Kg/m3]; µ é a viscosidade [Kg/m.s].
Para o cálculo da velocidade de escoamento, utiliza-se a seguinte equação:
 Eq. 3
Onde, Q é a vazão volumétrica [m3/s]; D é o diâmetro do tubo [m].
Para o cálculo da vazão volumétrica, utiliza-se a equação abaixo:
 Eq. 4
Onde, V é o volume [m3] e t é o tempo [s].
Por fim, podemos estabelecer, com base nas equações apresentadas acima, que o número de Reynolds pode ser calculado a partir da seguinte equação:
 Eq. 5
3. Descrição e procedimento da experiência
Neste laboratório, foram desenvolvidos ensaios em um Aparato de Osbourne Reynolds. O fluido (água) foi, previamente, introduzido no tubo cilíndrico central. No centro do tubo cilíndrico foi introduzida a tinta, para melhor visualização do escoamento em diferentes velocidades, uma vez que, a água é incolor. Depois de aberta a bomba, iniciou-se o escoamento de água pelo tubo, concomitantemente, à tinta.
 Enquanto um aluno controlava a vazão média manipulando a válvula, o outro media o volume de água escoada, recolhida em um bécher. Para tal, o aluno utilizou um cronômetro para medida do tempo de escoamento.
Variou-se o volume de água recolhida no bécher e a vazão, manipulada pela válvula. Os alunos restantes observaram os diferentes tipos de escoamento e, então, foram anotados todos os dados em uma tabela.
Para este experimento, foram utilizados os seguintes equipamentos:
Aparato de Osbourne Reynolds;
Reservatório de água;
Reservatório de tinta;
Cronômetro
Tinta;
Água;
Bécher de 1 L;
Tubo de escoamento;
Válvula de saída do tubo.
 Figura 3 – Aparato de 
 Osbourne Reynolds utilizado.
Os dados teóricos dos materiais utilizados, bem como suas incertezas, foram resumidos na Tabela 1.
Tabela 1: Dados teóricos.
	Parâmetros
	Valor
	Incerteza
	Densidade* (Kg/m3)
	1000,0
	50,0
	Viscosidade (Kg/m.s)
	0,001
	5.10-5
	Tempo /cronômetro (s)
	-
	0,01
	Volume / bécher (L)
	-
	0,02
	Diâmetro do tubo (m)
	13,0.10-3
	1.10-1
*A densidade da água foi medida à 20ºC.
Para diferentes vazões, os dados medidos na experiência, são:
Volume de escoamento de água, recolhida no bécher (mL);
Tempo de escoamento (s);
Regime observado.
Com os dados obtidos anteriormente, os diferentes parâmetros puderam ser determinados para cada situação:
Vazão volumétrica (m3/s);
Incerteza da vazão (m3/s);
Velocidade de escoamento (m/s);
Incerteza da velocidade de escoamento;
Número de Reynolds;
Incerteza do número de Reynolds;
Regime teórico;
Regime observado.
Dados experimentais e Redução dos dados
4.1. Medições
Os dados experimentais foram organizados em uma planilha que é reproduzida na Tabela 2.
Tabela 2: Dados experimentais obtidas durante o laboratório.
	Teste
	Volume (mL)
	Tempo (s)
	Regime observado
	1
	600
	68,26
	Laminar
	2
	600
	37,89
	Transição (laminar)
	3
	600
	13,32
	Turbulento
	4
	600
	42,40
	Transição
	5
	300
	89,34
	Laminar
	6
	600
	36,23
	Transição (turbulento)
	7
	600
	22,51
	Turbulento
	8
	300
	62,32
	Laminar
	9
	600
	33,11
	Transição
	10
	600
	25,19
	Transição (turbulento)
	11
	600
	22,13
	Transição (turbulento)
	12
	600
	14,82
	Turbulento
4.2. Redução dos dados
Os parâmetros a avaliar para todos os ensaios foram calculados diretamente na planilha, usando as fórmulas dadas na seção 2 (análise teórica).
- Vazão volumétrica
Para o cálculo da vazão foi utilizada a Eq. 4 :
- Velocidade de escoamento
Para o cálculo da velocidade de escoamento foi utilizada a Eq. 3 :
- Número de Reynolds
Para o cálculo do número de Reynolds foi utilizada a Eq. 5:
4.3.Análise de incertezas
 Dado o fato de as incertezas se propagarem, é necessário avaliar como isto ocorre. Vamos supor que um resultado R é função de n variáveis xi, que são medidas diretamente. 
 Eq. 6
Paracalcular a incerteza δR a partir das incertezas δxi, temos:
 Eq.7
, onde ∂R/∂xi são os coeficientes de sensibilidade.
De acordo com a expressão de Kline e McClintock(3), temos:
 Eq. 8
Cabe ressaltar, que esta equação pode ser usada, uma vez que a mesma prevê de maneira mais realista a incerteza mantendo o nível de probabilidade das medidas individuais.
- Cálculo da incerteza da vazão volumétrica
Da Eq. 4 de cálculo da vazão volumétrica, temos:
 
 Eq. 9
- Cálculo da incerteza da velocidade de escoamento
Da Eq. 3 de cálculo da velocidade de escoamento, temos:
 Eq. 10
- Cálculo da incerteza do número de Reynolds
Da Eq. 5 de cálculo do número de Reynolds, temos:
 Eq. 11
5. Resultados e Comentários
As grandezas calculadas, a partir dos dados experimentais, são resumidas na Tabela 3.
Tabela 3: Dados calculados a partir dos dados experimentais e dos dados teóricos, os cálculos foram feitos usando o programa Maple 11.
	Teste
	Volume (m3)
	Tempo (s)
	Vazão volumétrica (L/s)
	Vazão volumétrica (m3/s)
	δQ *(m3/s)
	Velocidade de escoamento (m/s)
	δv **(m/s)
	Número de Reynolds
	δRe***
	Regime teórico
	Regime observado
	1
	6.10-4
	68,26
	0,0088
	8,79.10-06
	0.0013
	0,06626
	0.002432
	861,33
	67.65
	laminar
	Laminar
	2
	6.10-4
	37,89
	0,0158
	1,58.10-05
	0.0007
	0,11936
	0.008764
	1551,72
	121.89
	laminar
	Transição (laminar)
	3
	6.10-4
	13,32
	0,0450
	4,50.10-05
	0.0002
	0,33954
	0.037403
	4414,02
	332.51
	turbulento
	Turbulento
	4
	6.10-4
	42,40
	0,0142
	1,42.10-05
	0.0008
	0,10667
	0.015481
	1386,67
	107.65
	laminar
	Transição
	5
	3.10-4
	89,34
	0,0034
	6,72.10-06
	0.0017
	0,02531
	0.008650
	329,05
	32.07
	laminar
	Laminar
	6
	6.10-4
	36,23
	0,0166
	8,28.10-06
	0.0007
	0,12483
	0.027497
	1622,82
	127.47
	laminar
	Transição (turbulento)
	7
	6.10-4
	22,51
	0,0267
	2,67.10-05
	0.0031
	0,20092
	0.051637
	2611,94
	205.17
	turbulento
	Turbulento
	8
	3.10-4
	62,32
	0,0048
	4,81.10-06
	0.0099
	0,03629
	0.019861
	471,72
	45.98
	laminar
	Laminar
	9
	6.10-4
	33,11
	0,0181
	1,81.10-05
	0.0059
	0,13660
	0.045134
	1775,74
	139.48
	laminar
	Transição
	10
	6.10-4
	25,19
	0,0238
	2,38.10-05
	0.0050
	0,17954
	0.065918
	2334,05
	183.34
	turbulento
	Transição (turbulento)
	11
	6.10-4
	22,13
	0,0271
	2,71.10-05
	0.0048
	0,20437
	0.083025
	2656,79
	208.69
	turbulento
	Transição (turbulento)
	12
	6.10-4
	14,82
	0,0405
	4,05.10-05
	0.0035
	0,30517
	0.134466
	3967,25
	311.22
	turbulento
	Turbulento
*Incerteza da vazão volumétrica.
**Incerteza da velocidade de escoamento.
***Incerteza do númerod e Reynolds.
6.Conclusão
Esse laboratório permite desenvolver métodos para caracterizar os tipos de escoamentos: laminar, transiente ou turbulento. Os dados medidos e os parâmetros calculados permitiram avaliar a condição de tais escoamentos. Repetindo os ensaios, foi possível efetuar tal classificação com maior precisão.
Portanto, foi possível estabelecer que para um número de Reynolds, calculado, menor do que o valor do número de Reynolds crítico (Rec = 2000), o escoamento é dito laminar; Para um número de Reynolds, calculado, maior do que o valor do número de Reynolds crítico (Rec = 2300), o escoamento é dito turbulento; E, por fim, para um número de Reynolds entre o valor crítico (2000 <Rec<2300), o escoamento édito em transição.
Tais conclusões podem sofrer alteração em sua validade tendo visto que, alguns fatores podem alterar a precisão das medidas efetuadas, como: a imprecisão do olho humano aos e observar o tipo de escoamento e o volume medido, ao acionamento e parada do cronômetro, ruídos que influenciam diretamente no comportamento equipamento e incertezas já previstas nos valores das variáveis e nos equipamentos utilizados. 
7.Referências Biliográficas
 
Material cedido pelo laboratório de mecânica dos fluidos 1, (2014.2).
W. Fox, Alan T. McDonald e Philip J. Pritchard, Introdução à mecância dos fluidos, LTC, 6ºedição, 2006.
http://pmendes.usuarios.rdc.puc-rio.br/mecflu1/Bem-vindo.html
8.Apêndices
- Lista de símbolos
[ml] 	mililitro;
[s]	segundo;
[mm]	milímetro;
[m]	metros;
[m²]	metros quadrados;
[m³]	metros cúbicos;
D	diâmetro;
V	volume;
v	velocidade;
Q	vazão volumétrica;
A	área;
t	tempo;
ρ	massa específica;
μ	viscosidade;
Re	número de Reynolds;
Rec	número de Reynolds crítico para um determinado fluido.
- Referências das imagens
Figura 1 - http://educacao.divulgueconteudo.com/47440-ventilacao-pulmonar
Figura 2 - https://www.google.com.br/search?q=escoamento+laminar+e+turbulento&espv=2&biw=1120&bih=604&tbm=isch&imgil=doIFXkEY_tDNFM%253A%253BLjYJLC1HBnoNJM%253Bhttp%25253A%25252F%25252Fwww.mspc.eng.br%25252Ffldetc%25252Ffluid_0520.shtml&source=iu&pf=m&fir=doIFXkEY_tDNFM%253A%252CLjYJLC1HBnoNJM%252C_&usg=__60TblmFD4Z-eSFIQVxNJMrhHq7o%3D&ved=0CCgQyjc&ei=he8vVOj8Mc_KgwTa5YL4CA#facrc=_&imgdii=_&imgrc=doIFXkEY_tDNFM%253A%3BLjYJLC1HBnoNJM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.mspc.eng.br%252Ffldetc%252Fim01%252Ffluido503.gif%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.trabalhosfeitos.com%252Ftopicos%252Fhidraulica-escoamento-laminar-e-turbulento%252F0%3B380%3B260
Figura 3 – Imagem tirarda durante a prática laboratorial.