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apres de 1900 a 1914-aula 3

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MODA DO 
SÉCULO XX
De 1900 a 1914
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1900-1914
Um dos períodos históricos de maior efervescência foi, certamente os primeiros anos do século XX, determinado pelas rápidas mudanças do pensamento e do desenvolvimento tecnológico. 
Ficou conhecido da França como Belle Époque, e na Inglaterra como Eduardiano, referente ao Rei Edward VII, filho da Rainha Victoria. 
A sociedade vivia numa avalanche de bailes, jantares, festas e eventos culturais. 
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O estilo Art Nouveau soube utilizar materiais tradicionais como a pedra e adapta-lo ao sabor da inspiração, lançou mão de materiais novos como cerâmicas policromas, ferro batido, aço aparente, vidros pintados. 
Hector Guimard (1867-1942), arquiteto e desenhista industrial francês. Conhecido por seu trabalho do metrô de Paris (produzido entre 1899 e 1900), onde usou o ferro fundido em adornos criativos com formatos de plantas. 
Louis Comfort TIFFANY (1848-1933) Luminária Libélula, c. 1900. 
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O traje feminino
No início do século XX, os seios e o ventre eram comprimidos pelo espartilho com barbatanas.
De perfil, a silhueta formava um S.
	Formada por um busto grande, projetado para frente, e uma cintura achatada e fina; nas costas, em contrapartida, as nádegas ficavam projetadas para trás
Os bordados formavam arabescos, o cetim dava acabamento ao tecido fino e o uso de rendas em blusas, golas e peitilhos eram freqüentes.
A saia longa, alargava-se em forma de sino e cobria os pés, prolongando-se até formar uma cauda.
Ilustração de Alfred Choubrac, para Corsets Baleinine Incassables, 
c. 1900. 
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Os colarinhos estreitos e altos eram ornamentados com rendas.
As mangas eram, geralmente, justas nos punhos e bastante compridas indo até a metade da mão. As mangas-presunto (manches à gigot) conviviam com as mangas perna de cordeiro, abalofadas nos ombros, presas dos cotovelos e justas até o punho.
Durante o dia usavam tecidos como linho, veludo ou a lã; durante a noite usavam seda, musselina, tule, chiffon, cetim e crepe-da-china, bordados e enfeitados
As cores predominantes eram em tons pastéis ou apagados, bege, cor-de-rosa, azul ou violeta.
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Os chapéus eram enfeitados com plumas pesadas, sobre o cabelo preso encaracolado.
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O traje masculino
No início do século XX, os homens usavam casaca, que consiste em um casaco abotoado até a cintura e arredondado nas laterais com cartola, para ocasiões formais.
Os ternos eduardianos eram compostos de paletós estreitos e compridos com três ou quatro botões e com bolsos externos. Geralmente cinzas ou beges.
As calças eram estreitas, com vincos e algumas vezes, a bainha era virada.
Colarinhos de linho engomados e muito altos e retos em volta do pescoço.
Terno eduardiano
Sobrecasaca
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Cena da corrida de Ascot,
“My Fair Lady”, 1963.
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A MODERNIDADE DA PRIMEIRA DÉCADA
Difusão das idéias de Freud
Primeira Revolução Russa
Teoria da Relatividade de Einstein
O Cubismo de Picasso
Les Demoiselles d’Avignon,
Picasso, 1907, MOMA, NY.
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Em Viena, o pintor Gustav Klimt e sua amiga estilista Emilie Flöge propuseram túnicas ‘reformadas’ (1905). Suas criações eram túnicas soltas chamadas "reformkleid" que libertava as mulheres e homens dos trajes apertados. Klimt frequentemente usava as “reformkleid” em seus retratos criando um grande efeito, ele queria com o tecido e corte enfatizar a personalidade da pessoa cujo retrato estava pintando. 
Klimt, O Beijo, 1907/08. Óleo sobre tela, 180 x 180 cm. Viena.
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Les Ballets Russes
Mata Hari
UMA NOVA VISÃO DO CORPO EM MOVIMENTO
Isadora Duncan 
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Ilustração de George Barbier (1882 - 1932).
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Paul Poiret (1879-1944)
Poiret foi um costureiro que interveio nos diferentes campos estéticos, preocupado por elevar as artes aplicadas por meio de uma criação rica. Criou um universo totalmente identificado por seu nome e sensibilidade.
Foi o libertador das mulheres, pois livrou-as dos espartilhos. 
Denise Poiret, sua esposa e musa. 
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Inicialmente criou trajes inspirados na Grécia, entretanto, influenciado pelo orientalismo que varreu a Europa na época, Poiret criou vestidos-túnicas, mantôs inspirados em quimonos, pantalonas bufantes, turbantes e trajes de odaliscas que permitiam maior flexibilidade do corpo da mulher. 
No auge da fama, criou estampas de cores vivas em tecidos que eram utilizados tanto no vestuário quando na decoração de interiores, para isso, contratou artistas novos e talentosos, como Raoul Dufy (1877-1953) que o auxiliava no desenvolvimento de técnicas de tingimento e estamparias em cores fortes. 
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Mantô Paul Poiret, La Perse, com estampa de Raoul Dufy, 1911. 
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O traje ao lado mostra várias características do orientalismo de Poiret: túnica em estilo quimono com bainha armada, a cintura alta, o turbante, as peles e sedas ricamente bordadas e coloridas. 
Da abertura frontal em ‘V’, sem colarinho, descem mangas tipo raglã, uma de cada cor. A cintura alta é acentuada por uma larga faixa de tecido plissado rosa pálido. A sobre-saia rodada é ornamentada com motivos florais e desce em evasê até o quadril. Na bainha recebe uma estrutura de fio metálico. Completa o look uma saia comprida drapejada.
Esta linha foi chamada de abat-jour (abajur).
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http://www.colourlovers.com/palette/86335/Paul_Poiret
Criou pantalonas e túnicas em cores vivas.
Manteau para teatro.
Ilustração de Georges Lepape para
A Gazette du Bon Ton, 1912.
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Ilustração de George Barbier 
para Poiret,1912.
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Paul Poiret, 1911. 
Paul Poiret, 1912. 
Paul Poiret, manteau d’auto, 1912.
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	Durante uma viagem em que divulgava a sua moda pela Europa, visitou as Oficinas de Viena, que serviram de inspiração para o lançamento de sua Escola de Arte Martine. Consistia numa escola de artes aplicadas onde se criavam desenhos de decoração, papéis de parede, objetos decorativos, móveis, tapeçarias e tecidos dentro de seu senso estético. 
	Era o ano de 1911, quando o estilista criou duas empresas, uma para cada uma das suas filhas. Para Martine, a caçula, ele estabeleceu Les Ateliers de Martine. Para Rosine, a mais velha, ele estabeleceu Parfums de Rosine. 
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Paul Poiret, 1918. 
Paul Poiret, La Rose d'Iribe, 1913.
Têxtil de Raoul Dufy. 
Paul Poiret,1912.
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Paul Poiret inovou também na maneira de divulgar sua coleções, empregava um grupo de modelos que circulavam suas criações em lugares badalados.
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	Poiret também inovou ao lançar suas coleções em grandes festas temáticas. Em 1911, utiliza seu carisma em torno da organização da festa “A Noite 1002”, inspirada nas 1001 Noites, e ambientada na terra dos sultões. Com Madame Poiret como protagonista da encenação principal, em que vestia o famoso vestido abajur, acompanhado de turbante e calça de odalisca, Poiret transforma a apresentação da coleção num evento cênico. 
	No mesmo ano, se tornou o primeiro costureiro a lançar o seu próprio perfume, isso dez anos de Chanel lançar seu famoso “N 5”. 
Toute la Forêt (Toda a Floresta)
Poiret e Denise, nas festas “A Noite 1002”(1911) e “As Festas de Baco” (1912). 
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Denise Poiret, transformou sua esposa num ícone do seu estilo.
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Túnica, Paul Poiret, 1913. Seda adamascada em prata e marfim.
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Poiret abandonou os espartilhos, e apesar de seu discurso de simplicidade, continuou fiel ao gosto pela ornamentação e suntuosidade tradicional da Alta Costura. Não resistiu ao funcionalismo dos anos 1920, vendeu o seu nome e sucumbiu à crise financeira de 1929.
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	Karl Lagerfeld inspirou-se da Índia na coleção Métiers D’Arts da Chanel no “pré” outono/inverno 2011/12.  Utilizando os melhores artesãos e ateliês, Chanel é capaz de criar peças de prêt-à-porter com detalhes de alta costura. 
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Mariano Fortuny 1871-1949
Mariano Fortuny re-inventou o plissado, presente neste vestido chamado Delfos patenteado em 1909. Fortuny conseguiu plissar de forma duradoura num método não
descoberto, assim como o resultado de suas cores. O design atemporal, que revela a influência da Grécia Clássica.
Fortuny 1912
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MARIANO FORTUNY
O processo de plissado é provavelmente o que ele conhecia mais - o pregueamento era feito à mão em tecido molhado ou úmido, realizado no local com pontos e definido com o calor. Existiram muitos imitadores, mas ninguém nunca realmente conseguiu repeti-lo. Fortuny desenvolveu o processo entre 1907 - 08 e patenteou em novembro de 1909, e continuou a fazer variações até sua morte em 1949.
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Mariano Fortuny, vestido Delphos, seda plissada tingida artesanalmente, 1923.
Delphos, 1909
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Mariano Fortuny, vestido de seda plissada, anos 20.
Sra. Condé Nast veste Fortuny. 
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Mariano Fortuny, conjunto plissado de seda, 1934. 
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Técnica (aproximada) de Fortuny
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http://forums.thefashionspot.com/f105/how-hand-pleat-fabric-74672-2.html
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LEGADO: ISSEY MIYAKE
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JEANNE PAQUIN (1869-1936) 
Fundou sua Maison em 1891, tornando-se a primeira mulher a dirigir uma casa de costura, e em 1900 presidiu o pavilhão da moda na Exposição Mundial. Mme. Paquin apresentou o seu vestido império em 1906. 
Suas modelos desfilavam suas criações nas óperas e corridas de cavalos. 
Em 1902 se tornou a primeira a abrir filias em Londres, Buenos Aires e Madri.
Paquin, ilustração de Babier para a Gazette du Bom Ton, 1914.
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Paquin, ilustração de Babier para a Gazette du Bom Ton, 1912.
Paquin, 1912.
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Este mantô de Mme. Paquin é inspirado em um quimono japonês.
Mme. Paquin, 1912.
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Dior, primavera/verão 1998.
LEGADO
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Lucile - Lucy Christiana Sutherland (1863 – 1935) 
Admirada pela feminilidade, o seu estilo era trabalhado com fitas, pérolas e rendas. Em 1900 abriu em Londres a "Maison Lucile". Começou a colher seus primeiros louros como estilista graças à produção da sua luxuosa lingerie de seda pura para as damas mais ricas e famosas da época. Mais tarde passou a criar para o cinema, bem como para a Ziegfield Follies. Ela abriu sucursais de Lucile, em Nova York, Paris e Chicago de 1910 a 1925, fechou no final da década de 1920.
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Vestido de Lucile, 1910.
Desenho de Lucile, c. 1922.
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ERTÉ 1892-1990
Romain de Tirtoff
Estudou pintura na Rússia, foi para Paris e trabalhou com Poiret de 1913 a 1914. Fez cenários para Diaghilev e para Folies-Bergère, criou figurinos para dançarina Josephine Baker e filmes da Metro da década de 20. Passou pela Vogue até a Harpper´s Bazaar americana pedir exclusividade em 1916 por dez anos e depois por mais dez anos. Fez também a revista International Cosmopolitan.
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Estilistas do mundo inteiro se inspiravam em suas ilustrações onde a figura feminina era estilizada e expressiva. Tinha forte influência do balé, suas composições eram feitas a partir dos movimentos do corpo e da linha curva. 
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ERTÉ
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“Do outro lado do Atlântico, a América marca um ponto na concepção do sutiã, em 1913, Mary Phelps Jacob, inventa um novo tipo de sutiã, muito macio, curto, e tão bem desenhado que separa os seios naturalmente. Jovem nova-iorquina, revoltada contra os espartilhos com barbatanas, resolve fazer, uma espécie de porta-seios que separa bem os seios, usando como material dois lenços e fita de bebê”. (FONTANEL, p. 89)
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Referências Bibliográficas
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.
FONTANEL, Béatrice. Sutiãs e espartilhos. Rio de Janeiro: GMT, s/d.
JANSON, H. W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurinos. Rio de Janeiro: SENAC, 2003.
SEELING, Charlotte. Moda – século dos estilistas. Colônia: Konemann, 1999.
LAVER, James. A roupa e a moda. São Paulo: Companhia das Letras, 1989
O´HARA, G. Enciclopédia da Moda, de 1840 a década de 90. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Prof. Flávio Bragança

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