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apres anos 2000

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DÉCADA DE 2000
Globalização
 
Elisabeth Lecourt
As transformações globais, no nível tecnológico e nos padrões de demanda e consumo, têm transferido a indústria pesada dos países que fizeram a revolução industrial para países recentemente industrializados. 
O Brasil no Mapa da Moda 
Estilo de vida que combina com a informalidade. Compradores internacionais em busca de originalidade com produção de qualidade.
O jeans brasileiro ficou reconhecido pela invenção da cintura baixa (perfeita para o corpo das brasileiras) com corte que arrebita o bumbum. O sucesso tem uma explicação técnica: por ser mais alto atrás e nas laterais, muito mais baixo na frente, ajusta-se melhor nos quadris. 
Mas, não é somente nossas peças prontas que fazem sucesso lá fora. O Brasil já é o maior produtor de tecido jeans do mundo e produz em média 25 milhões de metros por mês. Não é a toa que grandes empresas nacionais estão investindo forte em inovação, produção e exportação. 
A uniformização das tendências perdeu espaço para a valorização do trabalho de alguns criadores que desenvolvem ideias singulares. 
Criadores, como Nicolas Ghesquière, na Maison Balenciaga até 2012 e atualmente na Louis Vuitton, trabalham à margem dos convencionalismos do mundo da moda, sem, contudo deixarem de estar inseridos nos mecanismos da comercialização.
Verão, 2008.
Cada vez mais a moda e a arte se fundem. Essa ideia é reforçada no conceito das novas lojas onde o espaço é dedicado igualmente à arte, à moda e ao design.
Prada Flagship Store (SoHo) NY.
Inverno 2001/2002
Viktor Horsting e Rolf Snoeren reuniram-se enquanto estudavam moda na Academia de Arte e Design na Holanda. Em 1993 mudaram-se para Paris para lançar a sua primeira coleção, baseada na distorção, reconstrução e camadas, ganharam três prêmios no Salon Europeen des Jeunes Stylistes. Em 1998 mostraram sua primeira coleção de Alta costura. 
Viktor & Rolf ganharam a atenção em apresentações com enfoque no conceito.
VIKTOR & ROLF
Inverno 2008
Inverno, 2003.
Viktor & Rolf, Inverno 2010/11
Styling
O Styling das ruas migrou para as passarelas, e vice-versa.
Cada vez mais o consumidor descobriu um jeito personalizado de combinar as peças.
Blog: http://thesartorialist.blogspot.com/
Conceito “Sex and the City”, visual urbano num mix de sofisticação e praticidade.
STELLA MCCARTNEY
Filha do ex-beatle Paul McCartney começou a trabalhar com o estilista Christian Lacroix aos 15 anos em 1987, quando o estilista lançava a sua primeira coleção de alta costura. 
Em 2001 lançou sua própria grife, suas roupas sensuais, românticas, muito inventivas são executadas com perfeição.
A designer também é conhecida pelo engajamento ecológico.
Stella McCartney para Adidas
CORES
As cartelas de cores ficaram cada vez mais abrangentes. Cores vibrantes, como o vermelho usado em casacos e suéteres. 
A cor preta expandiu sua atuação do inverno para todas as estações.
Junya Watanabe para Comme des Garçons, 
outono/inverno 2008/09.
MUITOS OLHARES
	Contra a produção em série, base da industrialização, e a homogeneização do vestuário massificado, foram resgatadas técnicas artesanais que tornaram as roupas mais pessoais. Um número cada vez maior de consumidores adotou procedimentos como o da customização, que consiste na interferência pessoal em roupas novas ou usadas, e o vintage, a utilização de roupas antigas garimpadas em brechós. 
Olhar para o artesanal, a estamparia industrial reproduziu renda guipure e ponto richelieu.
Olhar para o sujo: aspecto dirty, enlameado, mofado.
Olhar para o usado, aparência de gasto e amaciado. Aspecto envelhecido como parte da originalidade como os couros desgastados, costuras com aspecto inacabado, esgarçados. Abriram espaço para o desenvolvimento industrial das lavanderias, que dão os tons aos tecidos, desgastes de cores e texturas ou os desbotamentos localizados.
Olhar para o antigo: o termo “vintage” migrou das melhores safras de vinhos, para a moda designando peças antigas, ou as retrôs inspiradas nestas, com autenticidade.
Vintage: YSL (65) 
Retrô: Diane von Furstenberg (2008)
A década das retrospectivas
Os anos 2000 serão lembrados pelas criações baseadas em constantes citações de épocas passadas. Como na coleção primavera/verão 2003 de Marc Jacobs, toques de figurino romântico dos anos 50 e 60 
Marc Jacobs, primavera 2003.
Em março de 2003, os anos 40 estavam na coleção de John Galliano.
No estilo militar, que começou relembrando a obsessão dos jovens dos anos 70 por roupas do exército americano, do qual surgiu o estilo cargo, e entrou no circuito dos tecidos finos e na alfaiataria em verdes olivas e caquis. 
Vários, inverno 2010.
Balenciaga, inverno 2005.
Os óculos Ray-Ban aviador estavam de volta. 
Inverno 2005 reeditou o lado nostálgico dos anos 50, nas saias rodadas, nos cardigans, nos cache-coeurs, nas calças capri com suéteres.
Alexander McQueen, inverno 2005.
As referências dos anos 80 estavam por toda parte, das cores das roupas esportivas aos volumes extravagantes para as mais modernas. 
A cantora Róisín Murphy, 2008. 
Na década anterior acompanhamos uma constante retrospectiva
de silhuetas e peças do passado através de novos tecidos e tecnologias...
Video: Hussein Chalayan, Primavera/Verão 2007. 
HUSSEIN CHALAYAN
Turco nascido em Chipre e radicado em Londres, diplomou-se na Central St Martin’s College em 1993. Ficou conhecido pelas experimentações de formas e materiais, como sua saia-mesa, pelos desfiles performáticos e por desenvolver tecnologia vestível. 
Inverno 2000.
Inverno 2007.
Sutiãs push-up, o modelo une, levanta e aumenta o volume dos seios ao mesmo tempo através de uma combinação de costura diagonal, taças fortemente acolchoadas e estruturadas com aros e bojos moldados. 
Lingerie
Julia Roberts como Erin Bronkivich, 2000.
Lingerie Shapewear: ajudando as mulheres a reduzir medidas e modelar o corpo.
Steven Meisel, Vogue, fevereiro de 2009.
DEUSAS 
As exposições do Metropolitan de NY apontaram para algumas tendências da década, como a mostra Goddess: The Classical Mode, de 2003. 
Nas passarelas e nos tapetes vermelhos, drapeados em tecidos delicados, numa evidente lembrança de Madame Grès, em tonalidades claras, beges, cinzas, gelos, e nas vitrines, batas drapeadas e sandálias leves.
Christian Dior Haute Couture, por John Galliano, vestidos de jersey de seda, verão 2001. Foto de Steven Klein.
Yves Saint Laurent Rive Gauche, por Tom Ford, chiffon de seda, 2002. 
Natalie Portman usa vestido Lanvin no Oscar 2005. 
Gucci, jersey de seda, 2003.
Visual criado pelo estilista italiano Antonio Marras para Kenzo, 2004. 
Nômades
Estilo identificado pela produção “cebola”, aquela de várias peças sobrepostas, que podem ser descartadas à medida da mudança do clima. Apesar do aparente desajuste de texturas, combinam cores fortes, estampas, detalhes artesanais. A roupa é um diário de viagem, com peças favoritas e muitas compradas durante viagens, com referências folclóricas e étnicas.
John Galliano, inverno 2004 
Jean-Paul Gaultier, inverno 2004
Produção da Marie Claire americana, fevereiro de 2010.
Brad Pitt fotografado por Steven Klein para a revista W. Produzido por Michael Kaplan, que também fez o guarda-roupa de Fight Club (1999).
O NOVO HOMEM: RUDE
O NOVO HOMEM: METROSSEXUAL
David Beckham nas campanhas da Motorola e da Emporio Armani. 
Chanel, verão 2009.
Chanel, verão 2010.
Chanel, 2008.
O NOVO HOMEM: AMBIGÜIDADE
SEXY BACK:
O cantor Justin Timberlake e 
Detalhe de catálogo da Zara.
E – STYLE:
O ator e ambientalista Woody Harrelson e desfile de Marc Jacobs
ATLÉTICO:
O tenista Rafael Nadal e 
Desfile de J-P Gaultier
TOYS 
Muitos adultos abusaram das referências infantis. Malhas em cores ácidas e em contrastes com fundos escuros, estampas de personagens, citações de quadrinhos, mangás, games, e acessórios lúdicos. 
Alguns se vestiram
de personagens, como os adolescentes em Tóquio. 
Peças de Walter Van Beirendonck
Toy Art
Y-3, VERSACE e RAF SIMONS, 2008. Tênis RAF SIMONS, inverno 2009.
A Moda Fitness foi da academia para toda parte. Tecidos criados para os esportes, como o Dryfit, que suportam o suor, são incorporados na vida urbana. 
Bolsa Danura da Louis Vuitton de 2004 inspirada na prática de Ioga. 
	BUSCA DE TRANQÜILIDADE E BEM-ESTAR
Tendência cocoon (casulo) cultivo da vida em casa, com intuito de proteção.
Esoterismo, prática de Ioga, valorização de têxteis indianos. Conforto acima de tudo.
...mas, qual o futuro da moda?
A coleção prêt-à-porter verão 2010 de Alexander McQueen apresentou uma representação visual e metafórica da cidade de Atlântida, seu povo e civilização. 
Sob a direção de Nick Knight, o site SHOWstudio.com transmitiu a apresentação ao vivo de Paris. 
"Meus desfiles sempre foram uma grande parte do meu trabalho, o que leva três meses para desenvolver é mostrado em apenas 15 minutos para um público muito pequeno. Eu queria criar uma sensação de inclusão para todos aqueles no mundo que estão interessados ​​no meu trabalho e no mundo da moda. Este é apenas o primeiro passo para revolucionar o "show system" como o conhecemos ", disse McQueen.
Uma tela LED de sessenta metros projetou uma imagem super-dimensionada da modelo Raquel Zimmerman dentro e fora da água e enrolada de serpentes, como pano de fundo devidamente macabro para este jogo tecnológico.
Os equipamentos de transmissão, ao invés de estarem discretamente escondidos no pit dos fotógrafos, estavam na passarela - duas câmeras robóticas de seis metros que ganharam vida, transformando o olhar do público antes de fazerem sinistras piruetas autômatas em torno das modelos.
Alexander McQueen, primavera/verão 2010. Coleção Plato's Atlantis.
Prof. Flávio Bragança
Referência Bibliográfica:
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo, Cosac & Naify, 2000.
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaios sobre a sociedade de hiperconsumo. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SABINO, Marco. Dicionário da Moda. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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