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apres primeira guerra e anos 20-aula 4

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HISTÓRIA DA MODA
A primeira Guerra e os Anos 1920
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A PRIMEIRA GRANDE GUERRA
Mulheres com uniformes de trabalho entre 1914 e 1918 que influenciaram o caráter utilitário na moda.
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Traje usado na 1a. Guerra Mundial, 1917.
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Durante a Primeira Guerra Mundial, a moda entrou numa fase de simplificação. As roupas tornaram-se mais fáceis de vestir, os espartilhos de barbatanas foram definitivamente deixados de lado, e com eles, muitos dos costumes vitorianos.
O estilo de dança mais popular na época da Primeira Guerra certamente foi o tango.
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Logo começaram a ser impressos folhetos com instruções “rápidas” para confecção de calçolas especiais de dança, que permitiam uma movimentação livre e desinibida pelo assoalho encerado dos salões...
As combinações fabricadas durante a Primeira Guerra refletem essa onda de liberdade que marcou o período – elas são feitas de cambraia com costuras à mão e à máquina, e muitos bordados e apliques de renda. O comprimento ficou mais curto – agora só iam até os joelhos – e as pernas divididas eram amplas. (HAWTHORNEP, 2009, p.78-79 
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Trench Coats
Originalmente desenvolvido para o exército Britânico por por Thomas Burberry em 1914, o trench coat foi introduzido na moda após a Primeira Guerra.
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Converse All-Star
Sapatos com sola de borracha eram produzidos desde o final do século XIX, mas somente em 1917 Marquis Converse criou um calçado de lona para futebol americano, que mais tarde tornou-se um ícone do basquetebol. 
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Bauhaus
Uma das mais significativas iniciativas de desenvolvimento do desenho voltado para a indústria foi a Bauhaus (palavra alemã formada pelo verbo bauen ‘construir’ e pelo substantivo Haus ‘casa’), escola de arquitetura e design fundada por Walter Gropius na Alemanha, em 1919, e fechada pelos nazistas em 1933. Defendia uma nova estética voltada para a produção de massa, subverteu as artes visuais num instrumento de expressão e de transformação da realidade. 
Edifício da Bauhaus, Dessau, Alemanha 1926. Arquiteto : Walter Gropius. 
Chaleira de autoria da aluna Marianne Brandt
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Têxteis Bauhaus
Os trabalhos desenvolvidos pela Bauhaus na área têxtil foram imediatamente comercializados. “Estas produções eram vendidas em grandes quantidades não apenas para decoração como tecidos de cortinas, mas também como vestuário de criança, por exemplo. Havia também um catálogo volumoso de designs de tecidos da Bauhaus para móveis e cortinas (DROSTE, 1994, p.224)”. 
Mesmo direcionados para a decoração de interiores, os padrões e estampas desenvolvidos foram gradativamente incorporados no vestuário, através de linhas arrojadas, abstrações geométricas rígidas e estudos dos efeitos da cor. 
DROSTE, Magdalena. Bauhaus: 1919 – 1933. Colônia, Taschen, 1994.
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Tecidos criados por Gunta Stolzl, Bauhaus Dessau 1925-1931.
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Sonia Delaunay
A artista russa Sonia Delaunay (1885 - 1979), com seu marido Robert Delaunay e outros, são fundadores do movimento de arte abstrata Orfismo, conhecido pelo uso de cores fortes e formas geométricas. O seu trabalho estendeu-se a concepção de pintura, têxteis e figurinos e incluiu os conceitos de abstração geométrica, a integração de móveis, tecidos, revestimentos de paredes e roupas. Suas experiências com a cor esta relacionada ao design simultâneo, quando um desenho, colocado ao lado do outro o afeta tanto, como os pontos de cores colocados próximos uns dos outros são "misturados" pela olho e afetam uns aos outros.
Robert Delaunay(1885-1941), Ritmo, Joie De Vivre, 1930.
Sonia Delaunay, 1924.
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Sonia Delaunay
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Sonia Delaunay instala-se em Paris em 1905, onde organiza saraus das vanguardas russas. Em 1911, realiza sua primeira obra têxtil “simultânea” – uma veste com motivos geométricos incrustados – e em 1913 vai ao baile Bullier com um vestido simultâneo. A tradução em tecido dos contrastes simultâneos produz efeitos ópticos que vibram como os ritmos cósmicos. Em 1918, por razões financeiras, ela abre uma primeira Maison em Madri (e depois Paris, até 1935). Sonia Delaunay faz uma reflexão sobre a adequação entre motivos e corte no vestuário, princípio que tentará pôr em prática associando-se com o ateliê de costura Redfern. (MÜLLER, 2000, p.7-8)
Modelos de Sonia Delaunay.
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Croquis de Sonia Delaunay
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Têxteis de Sonia Delaunay
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1919-1929
Após a Primeira Grande Guerra, a saia estreita no joelho e a linha da cintura baixa, criou uma nova imagem da mulher, a silhueta tubular.
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Com o fim da guerra, a silhueta feminina transformou-se consideravelmente. Novas atitudes de afirmação social e sedução desnudaram ombros e costas da mulher emancipada, e tornaram os bustos achatados e baixos, as cinturas desapareceram em favor de uma postura moderna provocantemente andrógina. Comprimiram os seios numa única faixa de tecido amarrada nas costas e pequenas pences laterais, que podia ser de cambraia ou crepe, ou jérsei de seda para as mais abastadas, o branco imaculado que dominou as roupas de baixo por séculos começou a dar espaço às outras cores. Para mulheres com seios pequenos usava-se um bandeau, que correspondia a uma tira de tecido fino sem a preocupação com a sustentação e a nudez dos ombros. 
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Na década da silhueta tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, em seda ou crepe, às vezes deixando braços e costas à mostra. Usavam-se meias bege para sugerir pernas nuas, e o raiom tornou-se uma alternativa acessível para a seda.
1920
Chapéus pequenos, cloche, moda nos anos 20.
As barras subiram até a altura do joelho.
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Vestido de cintura baixa com flor em tecido e colar de pérolas.
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Chapéus Cloche 
(significa sino em francês)
Chapéu Derby (ou Bowler) 
Detalhe de Le Fils de L'Homme de René Magritte. 
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O corte “la garçonne” foi considerado o mais feminino penteado da década de 1920. De visual andrógeno, os cabelos curtos era um símbolo da libertação, diversão e ousadia.
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A jovem rebelde de 1920 adotou inúmeras vezes um visual ultrajante.
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Josephine Baker nos anos 1920 e a modelo na coleção de verão 2011 da Prada.
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Trajes masculinos para a noite na década de 1920.
Na esquerda o mais informal dinner jacket (smoking) com a gravata-borboleta de seda preta, calças com laterais no mesmo material da lapela, faixa ou colete preto (nunca ambos). 
A direita o mais formal traje com a casaca, colete branco e gravata-borboleta branca.
Ambas as calças tem fita de seda aplicada ao longo das costuras exteriores das pernas. 
Os cintos substituem os suspensórios. 
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Um jovem vestindo as amplas
Oxford Bags, consideradas
extravagantes.
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Pijamas poderiam ser feitos de tecidos caros como seda, e eram usados para relaxar. 
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As mulheres apresentam vários trajes em um banho nas 
competições balneárias.
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GABRIELLE COCO CHANEL
Nos anos 20 e 30, Chanel criou visual baseado na simplicidade e praticidade. Seus conjuntos em geral feitos de jérsei ou de tweed leve são considerados clássicos. 
Gabrielle “Coco” Chanel criou o visual básico da mulher moderna
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Introduziu na moda o jérsei, antes reservado para roupas de baixo e forro, era prático e não amassavam.
Em 1914, apresentou um modelo chemisier simples.
Em 1918 criou cardigãs e tailleurs.
Sintonizada com as tendências modernas buscou inspiração no Cubismo e no jazz.
Tinha gosto pela sobriedade e corte simples.
Cria o look masculino para mulheres.
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O pretinho básico de Chanel. Vestido de 1927.
Chanel, c.1926.
Chanel, c.1925.
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Chanel, 1927.
Conjunto de 1922.
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Na foto, a modelo Marion Morehouse usa um vestido de Coco Chanel, de 1926. Livro Fabulous Flocks.
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Chanel, 1927-28.
Chanel, 1924.
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Chanel No. 5 tornou-se um dos mais populares fragrâncias do mundo. Foi o primeiro perfume sintético feito
pelo homem. Em vez de óleos essenciais de natureza, perfumes sintéticos são feitos com um composto orgânico que produz álcool quando reduzido.
No início de 1921, Gabrielle "Coco" Chanel encomendou ao químico russo Ernest Beaux, ex-perfumer da família real russa, para criar diversos novas fragrâncias. A melhor seria comercializada pela Maison Chanel, Beaux apresentou a Chanel cinco novas fragrâncias sintéticas. Chanel testou e escolheu o quinto frasco. Desse modo, Chanel No. 5 recebia o seu nome.
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Chanel, 1936.
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Sua loja, fechada na 2ª. Guerra, reabriu em 1954 com o lançamento dos conjuntos de paletó – sem gola e com debruns – e saia, que até hoje tem grande aceitação. O tailleur Chanel é feito de tweed e é composto por uma saia e uma jaqueta com quatro bolsos fechados por botões como jóias. 
Nos anos 1960, Jackie Kennedy conjugou o seu estilo ao de Chanel, também muitas atrizes e outras celebridades fazem o mesmo até hoje.
O tailleur Chanel sempre será sinônimo de elegância 
Romy Schneider num tailleur Chanel na década de 1950.
Coco Chanel no seu tailleur. 
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MADELEINE VIONNET
Inspirada nos antigos trajes gregos, Vionnet foi a grande mestra da técnica do corte enviesado.
Modelo que lembra uma ninfa.
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Abriu sua Maison em 1912, mas fechou durante a Primeira Grande Guerra.
Nos anos 20, criou vestidos em tecido drapeado em dobras sinuosas.
Foi a grande mestre no corte enviesado, para isto seus tecidos eram encomendados com mais de 2 metros de largura. 
Usava principalmente o crepe e o cetim.
Desenvolveu inúmeros vestidos sem cavas e sem abotoamentos. Sua contribuição técnica é inestimável.
1926
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Vionnet criou vestidos com caimento suave que amoldassem bem ao corpo.
1920
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1929
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Vionnet, 1931
Vionnet, 1938
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Vionnet, 1938
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JEANNE LANVIN 
As criações de Madame Lanvin eram túnicas com cintura baixa e folgada e saias compridas. Os vestidos tinham sempre uma concepção romântica e uma severidade muitas vezes atenuada por babados. 
Vestidos de1922.
Vestido de seda com pérolas, 1926.
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Casaco, 1927.
Vestidos, 1923.
JEANNE LANVIN
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 JEAN PATOU 
Abriu a sua primeira empresa em 1912, mas foi forçado a fechá-la em 1914 por causa de Guerra. Ele retornou, em 1919, quando ele abriu sua Maison de costura. Suas roupas eram desportivas e juvenis, e foram um grande sucesso, tanto em França e nos Estados Unidos. 
Roupas esportivas, 1928.
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Jean Patou,, 1924, V&A .
Jean Patou, 1926.
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Ele não só concebida vestidos, mas também, vestuário desportivo, roupas para tênis e trajes de banho. Inventou a saia mais curta para as jogadoras de ténis.
Patou criou roupas para a tenista Suzanne Lenglen. 
 O fotógrafo russo George Hoyningen-Huené captura uma modelo num mergulho nesta fotografia, que apareceu na edição de 6 de julho de 1929, na Vogue. 
Ela veste uma camisola branca com cinto, uma túnica para nadar de Jean Patou. 
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Jean Patou, anos 1930.
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Prof. Flávio Bragança
E-mail: flavio.braganca@uva.br
Referências Bibliográficas
BAUDOT, François. Moda do Século. São Paulo: Cosac & Naify, 2000.
DROSTE, Magdalena. Bauhaus: 1919 – 1933. Colônia, Taschen, 1994
FONTANEL, Béatrice. Sutiãs e espartilhos. Rio de Janeiro: GMT, s/d.
HAWTHORNE, Rosemary. Por baixo do pano: a história da calcinha. São Paulo: Matrix, 2009.
JANSON, H. W. História da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
NERY, Marie Louise. A evolução da indumentária: subsídios para criação de figurinos. Rio de Janeiro: SENAC, 2003.
SEELING, Charlotte. Moda – século dos estilistas. Colônia: Konemann, 1999.
LAVER, James. A roupa e a moda. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
MÜLLER, Florence. Arte & Moda. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. 
O´HARA, G. Enciclopédia da Moda, de 1840 a década de 90. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

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