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UNIDADE – COMUNICAÇÃO ORAL: PÔSTER, SEMINÁRIO E SESSÃO DE COMUNICAÇÃO COORDENADA Contextualizando – A universidade é um local onde há o cultivo do saber, é onde se desenvolvem as mais altas formas de cultura e de reflexão e cuja missão não se esgota na transmissão do que já é sabido e sim do que é preciso para fazer avançar esse saber. Dessa forma, é comum no ambiente acadêmico e científico a utilização de atividades que complementem a aprendizagem como o seminário escolar, o pôster e a sessão de comunicação científica dentre outros. Essas atividades de estudo e pesquisa constituem verdadeiros trabalhos científicos que exigem dos alunos disciplina, rigor, metodicidade e sistematização, fazendo avançar o saber e levando posteriormente a resultados concretos da produção do conhecimento científico e formas de seu processo comunicativo. Questionando... O que são seminário escolar, pôster e sessão de comunicação? Quais são as estruturas desses gêneros orais? COMUNICAÇÃO ORAL O termo oral origina-se do latim oris, um prefixo latino que indica algo relativo à boca. Dessa forma, é usado para se referir a tudo que é transmitido ou produzido por ela. Em outras palavras o oral equivale à fala, que é realizado pelo aparelho fonador em articulação com o sistema respiratório. Funciona da seguinte forma: quando falamos, a voz é produzida na laringe através da vibração das cordas vocais que realizam seu movimento graças ao fluxo de ar que vem dos pulmões (expiração) e a ação dos músculos da laringe. Na medida em que falamos, o som vai se modificando nas cavidades do aparelho fonador. A estas modificações dá-se o nome de ressonância. Dolz et al. (2004, p. 152) explicam melhor todo este processo: [...] o oral reporta-se à linguagem falada, realizada graças ao aparelho fonador humano: a laringe, onde se criam os sons, em conjunto com o aparelho respiratório, que fornece alento necessário à produção e à propagação desses sons, e com cavidades de ressonância (a faringe, a boca e o nariz), que são cavidades do aparelho fonador que vibram sob o efeito conjugado do sopro e dos sons. A produção sonora vocal, como todo fenômeno sonoro, concretiza-se em forma de ondas criadas pelas vibrações produzidas pelo conjunto do aparelho vocal [...] Observe a imagem seguinte em que se demonstram, dentre outros, os órgãos envolvidos na produção dons sons da linguagem humana: os ressonadores, a laringe, as pregas vocais, a traqueia, o pulmão e o diafragma. A voz, no entanto, não produz apenas sons, mas também elementos prosódicos como a acentuação, a entonação e o ritmo. A acentuação é a ênfase dada a uma ou várias sílabas, em uma ou várias palavras; a entonação é a altura tonal usual da palavra falada e o ritmo é a maneira como a língua organiza a acentuação e a entonação. Não podemos pensar o oral como o funcionamento da fala sem a prosódia. Sobre o papel da prosódia da produção da fala, Mendes (2005, p. 52) enfatiza que é um dos elementos responsáveis pelos sentidos que queremos dar ao que falamos, pois auxilia na construção dos efeitos de sentido que queremos provocar e lembra que “às vezes, usamos muito mais a prosódia do que a escolha lexical para gerar sentidos diversos”. Sendo assim, um enunciado como “Eu não acredito mais em você” pode gerar vários significados dependendo da intenção do falante que fará uso dos elementos prosódicos para alcançar o sentido almejado. Audiovisual... Vamos assistir ao seguinte vídeo e entendermos como as pregas ou cordas vocais estão envolvidas na produção dos sons <https://www.youtube.com/watch?v=0H5WKQ--q4c> A linguagem oral está também intimamente relacionada com o corpo, como bem lembrado por Dolz et al ( (2004, p. 160): [...] a comunicação oral não se esgota somente na utilização de meios linguísticos ou prosódicos; vai utilizar também signos de sistemas semióticos não linguísticos, desde que codificados, isto é, convencionalmente reconhecidos como significantes ou sinais de uma atitude. É assim que mímicas faciais, posturas, olhares, a gesticulação do corpo ao longo da interação comunicativa vem confirmar ou invalidar a codificação linguística e/ou prosódica e mesmo, às vezes, substituí-la. De fato, a linguagem oral não se desenvolve somente no plano verbal ou vocal; desenvolve-se também no plano gestual, pois utiliza os signos dos sistemas não linguísticos, organizados da seguinte maneira: Meios paralinguísticos Meios cinésicos Posição dos locutores Aspecto exterior Disposição dos lugares qualidade da voz melodia elocução e pausa respiração risos suspiros atitudes corporais movimentos gestos troca de olhares mímicas faciais ocupação de lugares espaço pessoal distâncias contato físico roupas disfarces penteado óculos limpeza lugares disposição iluminação disposição das cadeiras ordem ventilação decoração Analisando o quadro acima, verificamos que o oral é constituído por diferentes meios que vão além dos elementos puramente verbais ou linguísticos. Não é possível pensar na linguagem oral sem levarmos em consideração as diferentes semioses (meios não-linguísticos) que o compõem, que são relevantes para a construção de sentido nas mais variadas situações de comunicação. PÔSTER É um tipo de apresentação em que o apresentador expõe o resumo expandido e esquematizado de seu trabalho em um suporte material a partir do qual o público visitante da sessão lê e eventualmente pede esclarecimentos sobre determinados aspectos de pesquisa. Não há debate, apenas exposição dos resultados da investigação realizada. A capacidade de síntese do apresentador e os recursos visuais inseridos no pôster serão importantes para atrair a atenção do visitante que estará em meio a outros pôsteres na sessão. O uso de fontes grandes, o jogo de cores vivas, a inserção de imagens, gráficos, figuras, diagramas, fotos etc. são estratégias que podem ser exploradas pelo palestrante proponente de uma comunicação oral como essa. O tempo disponível para essas sessões é em média de 1h 30 minutos, durante o qual o palestrante aguardará a chegada do público que flutuará sobre as diversas opções de pôsteres. Normalmente os visitantes estão sempre apressados e querem obter uma visão geral dos trabalhos da sessão. Aquele que mais se destacar receberá mais atenção. Por isso, o texto oral do palestrante deverá também ser envolvente, inteligente e relevante nas respostas às questões dos visitantes. A maioria dos acadêmicos conhece bem as modalidades de comunicação oral para a apresentação de trabalhos científicos (seminários, comunicações etc.). Muitos já estão até familiarizados com seus diversos tipos porque participam com frequência de eventos institucionais, mas uma grande parte dos pesquisadores ainda continua sem saber montar uma apresentação enxuta, atraente e interativa. Não conseguem organizar bem o material de apoio de modo a fazer sua performance didática, dinâmica e agradável para a audiência. Como falar com clareza e profundidade sem parecer arrogante? De fato, há muitos pesquisadores intuitivos, inteligentes e criativos, capazes de descobrir coisas surpreendentes, mas incapazes de transmitir claramente suas ideias e descobertas. Alguns até escrevem bem, mas comunicam oralmente mal seus achados, porque não sabem utilizar eficientemente os recursos tecnológicos de apoio às apresentações em eventos acadêmicos. É necessário, portanto, um conjunto de fatoresque abrangem o conhecimento, o preparo e a utilização da palavra de forma eficiente. Estrutura do pôster Esclarecemos que ao elaborar um pôster para apresentação em um evento acadêmico, é necessário levar em consideração as normas estabelecias pelo evento. Como exemplo, veja as seguintes normas para apresentação de pôster no V Congresso Brasileiro de Comunicação Alternativa: As propostas de pôster devem ser enviadas na forma de resumo e seguir os seguintes critérios: Título em negrito e centralizado; Nome do autor e coautores completos (e por extenso); Identificação da instituição, programa, Unidade da Federação e agência de fomento (se houver); Indicação do eixo temático; Ter entre 800 e 900 palavras; O documento deverá ser salvo e enviado em PDF; Conteúdo do trabalho: introdução, objetivos, metodologia, resultados e/ou conclusões e referências; Normas de formatação para o corpo do texto: fonte Arial, corpo 12; alinhamento justificado, espaçamento entre linhas 1,5 e margens superior/inferior e esquerda/direita de 3 cm. NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE PÔSTER TAMANHO: o pôster deve ter 60 cm (largura) e de 90 cm (altura). ILUSTRAÇÕES: a proposta poderá conter fotos, imagens e gráficos, desde que não exceda as dimensões. TIPO DE FIXAÇÃO: recomenda-se o uso de barbante ou nylon. Não será permitido o uso de materiais que perfurem o local de fixação do pôster. O material de fixação é de inteira responsabilidade dos apresentadores. ORGANIZAÇÃO DO CONTEÚDO DO PÔSTER Titulo: idêntico ao título do resumo submetido. Nomes dos autores: os mesmos do resumo submetido. Instituição dos autores, cidade e estado. Órgãos de fomento (caso existam): os respectivos símbolos podem ser exibidos nos cantos superiores e inferiores, direito e esquerdo. Dados da pesquisa: introdução, metodologia, resultados e conclusões. Descrição sucinta do tema: priorizar figuras, fotos, tabelas e gráficos. Referências significativas. O texto do pôster deve ser escrito em língua portuguesa e estar legível e a, pelo menos, 1 metro de distância. Organizar informações de modo que as ideias centrais do trabalho sejam facilmente entendidas, bem como utilizar todos os recursos disponíveis para que o pôster desperte o interesse do público. Modelo de um pôster para apresentação em evento acadêmico: Veja que na estrutura do pôster, as ilustrações (fotos, gráficos, tabelas, quadros etc.) são permitidas, desde que eles façam sentido no texto. Não adiantaria nada usar uma ilustração se ela não contribuísse para contextualizar o trabalho. Além disso, é necessário que as ilustrações tenham harmonia com a estética do pôster. É preciso ter o cuidado também com o exagero para que o trabalho não fique muito carregado de informações. Audiovisual... Para terminar, vamos assistir a um vídeo sobre apresentação de pôster em eventos acadêmicos: https://www.youtube.com/watch?v=WErrH8GLUQY A U T O R ES TÍTULO INSTITUIÇÃO LO G O M A R C A SESSÃO DE COMUNICAÇÃO COORDENADA É uma forma de apresentação de trabalho acadêmico em que o palestrante faz a exposição esperando debater com os presentes. Estes devem elaborar questionamentos e fazer observações a partir do que foi apresentado. Os trabalhos não precisam necessariamente abordar a mesma temática, mas têm que pertencer a áreas de estudos e linhas de pesquisas afins. Só assim a sessão poderá proporcionar uma troca de informação para o enriquecimento intelectual de todos os participantes. Geralmente nesse tipo de atividade, há a indicação do coordenador escolhido entre os próprios apresentadores da sessão (geralmente um professor e pesquisador da área) a quem caberá distribuir a palavra e controlar o tempo de cada um dos palestrantes. Cabe a estes preparar um material de apoio para a exposição do seu trabalho, principalmente considerando o tempo curto para a exposição que varia de 15 a 20 minutos. Neste caso, a leitura não é a melhor estratégia para a apresentação, sendo admitida apenas em caso de envio do trabalho escrito por um autor que não possa comparecer à sessão de comunicação. O tempo total desta atividade varia muito, mas costuma-se reservar 2h de duração para uma sessão com até quatro comunicadores. Para você apresentar uma sessão de comunicação deverá fazer a sua inscrição em um evento acadêmico como participante na modalidade apresentação de trabalho. Para isso, será necessário você encaminhar para a coordenação do evento, um resumo do trabalho a ser apresentado na sessão de comunicação, que dever ser resultado de um trabalho de pesquisa realizado. Esse resumo deverá seguir as normas estabelecidas pelo evento. Veja um exemplo: Normas para submissão e apresentação de trabalhos O caderno de resumos da II Semana Universitária será disponibilizado eletronicamente no site do evento através do endereço eletrônico: www.semanauniversitaria.unilab.edu.br. Sendo assim, é fundamental que os autores sigam as instruções abaixo para que seu resumo seja incluído na citada obra. 1. CATEGORIAS DE TRABALHOS Os resumos, em suas categorias, deverão seguir estritamente as observações abaixo; caso isso não ocorra, estes não serão publicados nos anais do evento: Resumo: Contempla trabalhos que apresentam resultados parciais (Projetos em andamento) e deverá conter até 250 palavras sem contar com o título, nomes dos autores e palavras-chave (Seguir o modelo do Anexo 1). 2. NORMAS DE FORMATAÇÃO DOS RESUMOS Editor de textos: Microsoft Word; Fonte: Times New Roman; Espaço simples; Tamanho e estilo: texto tamanho 12, estilo normal, alinhamento justificado; Título com letras em maiúscula e centralizado; Autores centralizados (no máximo seis contando com o orientador); Palavras-chave: no mínimo três e no máximo cinco palavras. As palavras-chave devem conter a letra inicial maiúscula; Margens: superior e esquerda: 3 cm; inferior e direita de 2 cm; Tamanho do papel: A4. Fonte: http://semanauniversitaria.unilab.edu.br/ Exemplo de um resumo encaminhado a um evento para participação em sessão de comunicação BIOLOGIA FLORAL E REPRODUTIVA DE AGAPANTHUS AFRICANUS (L.) HOFFMANNS (LILIACEAE) Diogo Maurízio Zen Luiz Antônio Acra Foi realizado o estudo de biologia floral e reprodutiva de Agapanthus africanus (L.) Hoffmanns (Liliaceae), uma planta exótica, muito utilizada como ornamental em nosso ambiente urbano. Foram realizadas observações de campo, no Campus Curitiba da PUCPR, procurando constatar os visitantes e o seu comportamento na flor, assim como testes de viabilidade, buscando entender o seu processo de reprodução. Os testes realizados foram autogamia, geitonogamia e xenogamia, viabilidade do pólen e viabilidade do estigma. Constatou-se a visita dos seguintes insetos: Diabrotica speciosa (Germar, 1824), Trigona spinipes (Fabricius, 1793), Ceratina (crewellia) sp., Thygater analis (Lepelitier, 1841), Bombus atractus (Franklin, 1913), Pterourus scamader Boisduval 1836, Riodina lysisca Hewitson 1852, Pentatonidae não identificada. Foi observada também a visita de Colibri coruscans, mas ele não foi considerado como polinizador. A antese floral ocorre por volta das 8 horas da manhã e as flores duram entre 5 e 7 dias. Quanto à reprodução, apresentam tanto autocompatibilidade como polinização cruzada por meio de geitonogamia e xenogamia. Palavras-chave: Biologia floral; Agapanthus; Liliaceae; Polinização; Entomofilia Fonte: file:///D:/Downloads/bs-16.pdf Audiovisual... Para terminar, vamos assistir a um vídeo de uma apresentaçãode comunicação coordenada em eventos acadêmicos: https://www.youtube.com/watch?v=qZOo8iq2beU SEMINÁRIO ESCOLAR A prática pedagógica atual incentiva o aluno a ter maior participação em sala de aula. Seminário, um dos mecanismos antes utilizados de forma exclusiva na pós-graduação, é agora uma prática comum em todos os cursos de graduação; isso é muito bom, pois, o falar científico em um seminário associado à prática da pesquisa científica em projetos, tem elevado a qualidade de nossos alunos para o ingresso na pós-graduação. De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 17) o seminário é uma técnica de estudo que inclui pesquisa, discussão e debate; sua finalidade é pesquisar e ensinar a pesquisar. Essa técnica desenvolve não apenas a capacidade de pesquisa, de análise sistemática de fatos, mas também o hábito do raciocínio, da reflexão, possibilitando ao estudante a elaboração clara e objetiva de trabalhos científicos. O nome dessa técnica vem da palavra “semente”, o que parece indicar que o seminário deve ser uma ocasião de semear ideias ou de favorecer sua germinação. Talvez, seja por essa razão que nas Instituições de Ensino Superior o seminário constitui, em geral, não uma ocasião de mera informação, mas uma fonte de pesquisas e de procura de novas soluções para os problemas propostos para pesquisa. O seminário escolar pode ser considerado um excelente laboratório para qualquer estudante praticar a fala científica. O ambiente familiar, os colegas de classe e o professor fazem parte do dia a dia e deixam o aluno-apresentador de seminário muito à vontade; assim, o impacto emocional ao falar em um seminário em sala de aula é mínimo. Mesmo com todos esses pontos positivos há, ainda, um pequeno espaço para dois gigantes: o medo de apresentar e o medo de errar. MEDO A maior oportunidade de você vencer o medo de falar em encontros científicos, é aproveitar cada seminário durante a graduação e se expor. Não importa quantas críticas você possa receber, nem tampouco, quantas imperfeições você possa cometer durante a apresentação em sala de aula durante um seminário. Lembre-se de duas coisas: (1) você é um estudante e está na universidade para adquirir conhecimento, portanto, errar enquanto se aprende é normal. O erro pode ser um instrumento pedagógico a seu favor, feito para você mesmo; (2) os seus colegas também erram (às vezes você é o único que não quer ver os erros dos pares). Vejamos uma reportagem publicada na Revista Exame em que o tema foi o medo de falar em público: As regras definitivas para vencer o medo de falar em público São Paulo - A adrenalina sobe, o ritmo da respiração aumenta e o sangue flui para os membros inferiores. Sim, mais sangue nas pernas e menos no cérebro, justamente no momento em que você mais precisa dele. Este cenário é uma amostra do que acontece no corpo de quem tem medo de falar em público e está prestes a fazer uma apresentação. E não são poucos os profissionais que sofrem ao encarar uma plateia. No livro “A Arte de Falar em Público” (Bookman Editora), Stephan Lucas, professor de comunicação da Universidade Estadual da Pensilvânia, EUA, mostra uma série de pesquisas que comprovam que este é um medo tão comum como o de cobras! E quem passa por este turbilhão físico antes de uma apresentação sabe que é inevitável a perda de foco: a atenção volta-se menos para a mensagem que será transmitida e mais para a necessidade de se acalmar. Nesse ponto, o temido “branco” é um companheiro indesejável, porém, frequente. “A pessoa entra em transe, não é apenas esquecer o que vai falar, é se desconectar da audiência „ensimesmar-se‟, perder a conexão”, explica Rogério Chequer, sócio da SOAP (State Of the Art Presentations), empresa de apresentações. Entregar-se a estas reações é sinônimo de catástrofe na apresentação, de acordo com Chequer. “O apresentador, nestas condições, perde a história que deveria transmitir e a conexão com a audiência, que é o que dá a ele os sinais para reajustar o discurso, a voz, o ritmo da fala. Isso tudo só é possível fazer quando se está conectado à plateia”, explica. Eduardo Cury Adas, também sócio da SOAP, alerta: por mais que você tente disfarçar, o nervosismo fica evidente para o público. “Os sinais não verbais comunicam e acusam o que a comunicação verbal quer disfarçar, o que pode desengajar a audiência”, diz. “Para a audiência você não é o que é e, sim, o que aparenta ser”, explica Chequer. Mas como superar o medo de falar em público e fugir do fracasso anunciado? De acordo com os dois especialistas, três atitudes são essenciais. Confira quais: 1ª Regra – Encare a apresentação/discurso como uma oportunidade: “Quando a pessoa se força a conscientemente encarar a apresentação como uma oportunidade, há a quebra deste modelo de pensamento em que falar em público é uma ameaça”, diz Adas. No livro, “A Arte de Falar em Público”, o professor Stephan Lucas diz também que a melhor forma de vencer o nervosismo negativo é estimular pensamentos e imagens mentais positivas. “Para cada pensamento negativo, é preciso criar cinco positivos”, escreve Lucas. Ao sintonizar a atenção ao eventual sucesso resultante daquela oportunidade, o corpo recebe a situação de outra forma. “A postura é outra e desperta outros tipos de reação”, afirma Adas. Motivação, euforia, animação e contentamento são alguns dos sentimentos estimulados por esta mudança de atitude e resultam em mais foco na mensagem da apresentação. 2ª Regra – Treine, treine e treine mais um pouco: Quem sabe tudo a respeito do conteúdo da apresentação não teme. Por isso, dominar o conteúdo, conhecer todo o roteiro e as informações de cada slide são ações fundamentais para se sair bem na hora H. As sensações do apresentador que faz o dever de casa são a de dever cumprido e de controle total. “Aqui na SOAP nós fazemos simulações da situação real para que o apresentador treine todos os aspectos”, diz Chequer. Mas lembre-se, o primeiro passo de uma apresentação é ter um bom conteúdo a transmitir. “Não adianta estar bem treinado se não tem história. Ela precisa ter começo, meio e fim e servir a um objetivo bem claro. Quando a pessoa sabe que tem em mãos um bom material, já fica mais confiante também”, afirma Adas. 3ª Regra – Respire devagar: O medo altera o ritmo respiratório, e é importante reverter este quadro para não sofrer consequências nefastas da falta de ar. “A respiração fica mais rasa e o cérebro, menos oxigenado, tem lapsos e entra e transe”, diz Chequer. Minutos antes da apresentação, o ideal é respirar fundo e devagar. Mais oxigenado o cérebro tem mais poder de concentração. Durante a exposição, a respiração deve continuar no ritmo tranquilo. Pequenas pausas no discurso são indicadas pelos especialistas. De um a dois segundos de parada fazem muita diferença. “Assim evita-se o uso de palavras vazias, como o „né‟, „bom‟, „então‟, diminui o ritmo para quem tem o hábito da falar rápido, transmite segurança e coragem”, diz Chequer. Fonte: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/as-regras-definitivas-para-vencer-o-medo-de-falar-em-publico Audiovisual... Vamos assistir uma entrevista com o professor Mário Persona falando sobre como perder o medo de falar em público: <https://www.youtube.com/watch?v=2ntGjSrXldA> Estrutura e funcionamento do seminário O seminário se caracteriza pela transmissão de informações ou explicações de conteúdos, o que exige a mobilização de outras habilidades, tais como a leitura, a seleção das informações que se pretende apresentar, a formulação de um texto, enfim, a preparação do que se vai falar. A produçãode qualquer gênero oral formal público não pode acontecer na base da improvisação; por isso, o aluno deve, a partir do tema proposto, explorar as fontes de informação e selecionar os pontos mais importantes em função do tema, distinguindo ideias principais de secundárias, e a elaborar um roteiro destinado a sustentar a apresentação. Dessa forma, o aluno passa a assumir o papel de “especialista” frente a destinatários que não conhecem o tema a ser tratado e que se apresentam como alguém disposto a aprender alguma coisa. O papel do expositor-especialista é o de transmitir um conteúdo, ou, dito de outra forma, de informar, de esclarecer, de modificar os conhecimentos dos ouvintes nas melhores condições possíveis, procurando, diminuir, assim, a assimetria inicial de conhecimentos [...]. Para fazê-lo, o expositor deve, primeiramente, construir uma problemática, levando em conta aquilo que os ouvintes já sabem sobre o tema abordado, assim com as suas expectativas em relação a esse tema. Deve, igualmente, ao longo de sua apresentação, avaliar a novidade, a dificuldade daquilo que expõe – permanecendo atento aos sinais que lhe são enviados pelo auditório -, e, na medida do necessário, dizer de outra maneira, reformular, definir. Por fim, ele deve ter uma ideia clara das conclusões às quais quer levar seu auditório (DOLZ et al, 2004, P. 219) Apesar do seu caráter monologal, o seminário realiza uma situação de comunicação específica, chamada por Dolz et al (2004) de “bipolar”, pois, reúne, de um lado, o orador e, do outro, o seu auditório. Essa atividade, acrescenta Goulart (2005), caracteriza-se pelo envolvimento entre professor, alunos expositores e público. O aluno precisa organizar o seminário em partes e subpartes, a fim de distinguir as fases sucessivas que compõem a sua estrutura interna, evitando que a apresentação se reduza a uma sequência de fragmentos sem ligação entre si. Parafraseando Dolz et al. (2004), é possível distinguir as seguintes partes: (1) uma fase de abertura, na qual o expositor saúda o público; (2) uma fase de introdução ao tema do seminário, onde se delimita o assunto que será apresentado; (3) uma fase de apresentação do plano do seminário, em que o expositor esclarece sobre como o assunto foi organizado e como será desenvolvido; (4) uma fase de desenvolvimento e encadeamento das ideias, na qual cada participante (no caso da apresentação ser em grupo) desenvolve o tópico; (5) uma fase de recapitulação e síntese do que foi apresentado, retomando os principais pontos abordados; (6) uma fase de conclusão e/ou abertura para questões e/ou debates; (7) uma fase de encerramento do seminário, quando o expositor agradece a atenção dada. O sucesso do seminário também depende da forma como este foi estruturado, pois isso garantirá, principalmente, a clareza das informações que serão transmitidas. É necessário que você saiba articular os marcadores linguísticos que irá assegurar a compreensão da mensagem e sustentar a coesão das estruturas textuais e a coerência da apresentação. Dessa forma, segundo Bueno (2008, p. 09), é indispensável trabalhar formas linguísticas como: fazer a saudação da abertura e os agradecimento finais; introduzir os integrantes do grupo; ligar as partes dos assuntos tratados por meio de organizadores textuais (o primeiro, o segundo, a seguir etc.) introduzir exemplos; reformular ideias que não ficaram claras; indicar as vozes (os autores, por exemplo) que sustentam a apresentação; usar expressões que mostrem a adesão do grupo a algumas ideias e a discordância em relação às outras; passar a palavra para os outros integrantes do grupo; retomar as palavras de outros integrantes; abrir espaço para questionamentos do público; responder de modo polido as questões do público; saber encaminhar a questão quando não souber a resposta do questionamento do público; O seminário, para ser bem realizado, demanda não somente do domínio dos meios linguísticos que lhe são subjacentes, mais também dos meios não linguísticos. De acordo com Farias (2009, p. 71): Gêneros extremamente formais, ritualizados, como é o caso do seminário [...] têm características próprias e regras fixas [...], exige dos participantes determinadas posturas, gestos, tom de voz, organização do espaço físico, roupas adequadas, como elementos que fazem parte da significação. De fato, a palavra está em íntima relação com o corpo. Por isso, os códigos não-verbais de comunicação, muitas vezes, transmitem significações que as palavras não chegam a expressar como, por exemplo, o riso que, em determinadas ocasiões, pode comunicar mais facilmente o que sentimentos do que a emissão vocal das palavras. Portanto, nos meios não-linguísticos, deve-se levar em consideração: os meios paralinguísticos, como a qualidade da voz, a melodia, a elocução e as pausas, a respiração, os risos; os meios cinésicos, como a postura física em relação aos colegas, os movimentos de braços e pernas, os gestos, os olhares, as mímicas faciais, visando não distrair o público com movimentos excessivos e a usar a postura e os olhares para interagir com todos e não somente com o professor; o aspecto exterior, como escolher roupas adequadas à apresentação; a disposição dos lugares, como verificar em que ordem os alunos expositores ficarão na frente da sala. Além da apresentação oral, há também a apresentação de um esquema escrito que, “longe de ser somente um suporte auxiliar, faz parte do modelo didático do gênero e deve ser objeto de uma construção refletida”. O esquema, geralmente, é apresentado em recursos materiais como slides a serem apresentados em power point. Sua principal função é auxiliar o expositor e permitir que os aspectos tratados fiquem visíveis para o público e garante a compreensão da sequência dos tópicos que serão abordados. Todavia, deve-se ter cuidado com a linguagem empregada na preparação do esquema que será determinada pelo público ao qual se destina. Na linguagem, deve- se atentar ao seguintes pontos: ao emprego da norma culta; ao tamanho das letras; à cor das letras e do fundo para garantir à legibilidade; ao emprego de frases curtas, diretas, evitando colocar muito texto. Audiovisual... Para terminar, vamos assistir a apresentação de um seminário escolar e tirarmos algumas dúvidas: <https://www.youtube.com/watch?v=9teq6sjmbF4>
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