Buscar

Problema 5 tutoria circulação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SANGUE
COMPONENTES DO SANGUE
Plasma
-É a porção líquida do sangue, dentro da qual os elementos celulares estão suspensos.
-É composto de matriz extracelular.
Componentes do Plasma
-A água é o principal componente do plasma, correspondendo a aproximadamente 92% do seu peso.
-ÁGUA: porção líquida do sangue. Funciona como solvente e meio de suspensão; absorve, transporta e libera calor.
-ELETRÓLITOS: representado por sais inorgânicos, cátions (Na, K, Ca, Mg), ânions (Cl, HPO4, SO4, HCO3). Eles ajudam a manter a pressão osmótica e exercem funções fundamentais na fisiologia das células.
-NUTRIENTES: produtos da digestão, como aminoácidos, glicose, ácidos graxos, glicerol, vitaminas, minerais. Funções essenciais no desenvolvimento, crescimento e fisiologia das células.
-GASES: oxigênio, dióxido de carbono, nitrogênio. Importante em muitas funções das células, participa na regulação do pH do sangue.
-SUBSTÂNCIAS REGULADORAS: enzimas, hormônios, vitaminas. Catalisa reações químicas, regula o metabolismo, crescimento e o desenvolvimento, cofatores para reações enzimáticas.
-PRODUTOS RESIDUAIS: ureia, ácido úrico, creatina, creatinina, bilirrubina, amônia. Grande parte são produtos de decomposição do metabolismo proteico que são conduzidos pelo sangue para órgãos de excreção.
Proteínas Plasmáticas
-Respondem por 7% do peso e grande parte é produzida no fígado.
-A presença de proteínas no plasma torna a pressão osmótica do sangue mais alta do que a do líquido intersticial.
-ALBUMINA: menor e mais numerosa das proteínas. Contribui para a pressão coloidosmótica; maior contribuinte da viscosidade do sangue; transporta hormônios (esteroides), ácidos graxos e cálcio; ajuda a regular o pH do sangue.
-GLOBULINAS: proteínas grandes. Imunoglobulinas ajudam a atacar vírus e bactérias; alfa-globulinas e beta-globulinas transportam ferro, lipídios e vitaminas lipossolúveis.
-FIBRINOGÊNIO: proteína grande. Exerce função essencial na coagulação sanguínea.
Elementos Figurados
-Incluem ERITRÓCITOS, LEUCÓCITOS e PLAQUETAS.
-Os leucócitos são as únicas células plenamente funcionais na circulação.
		*Desempenham um papel chave na resposta imunitária, defendendo o corpo contra invasores externos, como parasitas, vírus e bactérias.
		*5 tipos de leucócitos: linfócitos, monócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos.
-Os eritrócitos perdem seu núcleo ao entrarem na corrente sanguínea. 
		*Desempenham um papel chave no transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e de dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões.
-As plaquetas, as quais também não possuem núcleo, são fragmentos celulares que foram originados de uma grande célula precursora conhecida como megacariócito.
		*Participam da coagulação, o processo pelo qual os coágulos sanguíneos impedem a perda de sangue de vasos lesados.
PROPRIEDADES FÍSICAS DO SANGUE
-O sangue é denso e mais viscoso do que a água. A temperatura do sangue é de aproximadamente 38°C e apresenta pH ligeiramente alcalino. A cor do sangue varia, quando saturado com oxigênio, é vermelho-vivo; quando insaturado com oxigênio, o sangue varia de vermelho-escuro a vermelho-azulado.
FUNÇÕES DO SANGUE
-Transporte: o sangue transporta oxigênio dos pulmões para as células do corpo, e dióxido de carbono das células do corpo para os pulmões. Transporta nutrientes do trato gastrointestinal para as células do corpo e hormônios das glândulas endócrinas para outras células por todo o corpo. Também transporta calor e produtos residuais.
-Regulação: o sangue circulante ajuda a manter a homeostasia em todos os líquidos do corpo. Exerce uma função na regulação do pH por meio de tampões. Ajuda também a regular a temperatura do corpo, propriedades de absorção de calor e resfriamento da água presente no plasma sanguíneo.
-Proteção: o sangue coagula, uma proteção contra a perda excessiva pelo sistema circulatório após uma lesão. Os leucócitos protegem contra doenças executando o processo da fagocitose.
CÉLULAS DO SANGUE
Eritrócitos
-São as células sanguíneas mais abundantes.
-A função principal é facilitar o transporte de oxigênio dos pulmões às células e o transporte do dióxido de carbono das células aos pulmões. 
-Contém a proteína transportadora de oxigênio, a hemoglobina.
-Eritrócitos maduros não possuem núcleo
		*Na medula óssea, as células progenitoras comprometidas se diferenciam, após vários estágios, em grandes eritroblastos nucleados. Quando o eritroblasto amadurece, o núcleo se condensa e a célula encolhe. No último estágio antes da maturação, o núcleo é expulso e fagocitado pelos macrófagos da medula óssea.
-São discos bicôncavos. Eles são “sacos” membranosos simples preenchidos com enzimas e hemoglobina.
		*A estrutura em forma de disco dos eritrócitos também possibilita que eles modifiquem sua forma em resposta a mudanças osmóticas no sangue. Um eritrócito colocado em um meio ligeiramente hipotônico incha e forma uma esfera sem romper a integridade da sua membrana. Em um meio hipertônico, os eritrócitos encolhem e desenvolvem uma superfície pontiaguda quando a membrana é tracionada em direção ao citoesqueleto.
-Pelo fato de os eritrócitos não conterem mitocôndrias, eles não podem realizar metabolismo aeróbio.
-Sem núcleo e reticulo endoplasmático para realizar a síntese de proteínas, os eritrócitos são incapazes de sintetizar novas enzimas ou renovar componentes da membrana.
-Os eritrócitos vivem cerca de quatro meses (120 dias), em virtude do desgaste que se comprimem pelos capilares.
-O sistema de grupo sanguíneo ABO se baseia em dois antígenos, simbolizados como A e B. Os indivíduos cujos eritrócitos produzem apenas antígeno A são considerados do tipo sanguíneo A. Aqueles que produzem apenas antígeno B são do tipo B. Indivíduos que produzem tanto A quanto B são do tipo AB. Aqueles que não produzem nenhum dos dois tipos são do tipo O.
-A síntese de hemoglobina necessita de ferro. A hemoglobina (Hb) consiste em quatro cadeias de proteínas globulares, cada uma disposta ao redor de um grupo heme contendo ferro. O ferro ingerido na dieta é absorvido no intestino delgado por transporte ativo e é transportado no sangue por uma proteína carreadora denominada de transferrina. Os eritrócitos em desenvolvimento usam o ferro para sintetizar o grupo heme da hemoglobina. O excesso de ferro no corpo é armazenado, sobretudo no fígado, na proteína ferritina e seus derivados.
Leucócitos
-Assim que os patógenos entram no corpo, a função geral dos leucócitos é combatê-los por meio da fagocitose ou respostas imunes.
		*Para realizar essas tarefas, muitos leucócitos deixam a corrente sanguínea e se acumulam em pontos de invasão dos patógenos ou inflamação. (Depois que leucócitos granulares e monócitos deixam a corrente sanguínea para lutar contra a lesão ou infecção nunca mais retornam. Os linfócitos, por outro lado, circulam continuamente)
-Os leucócitos conseguem atravessar as paredes dos capilares por meio da emigração.
-Os neutrófilos e os macrófagos são ativos na fagocitose, ingerindo bactérias e descantando material morto. Diversas substâncias químicas diferentes liberadas pelos micróbios e tecidos inflamados atraem os fagócitos, um fenômeno chamado quimiotaxia.
Leucócitos Granulares
-Essas células fagocíticas possuem um núcleo multilobulado.
Eosinófilo
-Função: combatem os efeitos da histamina nas reações alérgicas, fagocitam os complexos antígenos-anticorpos e destroem determinados vermes parasitários.
-Os grânulos grandes de tamanho uniforme no interior de um eosinófilo são eosinofílicos – coram-se de vermelho-alaranjado com corantes ácidos.
-São a primeira linha de defesa contra parasitas e também participam na deflagração de processo de asma brônquica.
-Contagem alta: reações alérgicas, parasitoses e doenças autoimunes.
-Contagem baixa: toxidade medicamentosa, estresse.
Basófilo
-Funções: liberam heparina, histamina e serotonina nas reações alérgicas que intensificam a resposta inflamatória total.
-Os grânulos arredondados de tamanhosvariados de um basófilo são basofílicos – coram-se de azul-púrpura com corantes básicos. 
-Têm um papel na hipersensibilidade imediata (asma brônquica) e tardia (reação alérgica cutânea) e na propagação da resposta imunológica.
-Contagem alta: reações alérgicas, leucemias, cânceres e hipotireoidismo.
-Contagem baixa: gravidez, ovulação, estresse e hipertireoidismo.
Neutrófilo
-Função: fagocitose, destruição das bactérias com lisozima.
-Os grânulos de um neutrófilo são menores, uniformemente distribuídos e de coloração lilás-claro.
-Possuem um núcleo lobulado.
-Após deixar a circulação através de vênulas pós-capilares, os neutrófilos atuam com o objetivo de eliminar bactérias opsonizadas ou limitar a extensão da reação inflamatória no tecido conjuntivo.
-Atuam na defesa do organismo contra processos infecciosos. Possuem grande capacidade fagocítica.
-Contagem alta: infecção bacteriana, queimaduras, estresse e inflamação.
-Contagem baixa: exposição à radiação, toxidade medicamentosa, deficiência de vitamina B12 e lúpus eritematoso sistêmico.
Leucócitos Agranulares
-Possuem um núcleo arredondado ou endentado. Eles contêm apenas grânulos primários, que são os lisossomos.
Monócitos (Macrófagos Tissulares)
-Função: fagocitose (após se transformarem em macrófagos nômades ou fixos).
-O sangue é simplesmente um condutor para os monócitos, que migram do sangue para os tecidos, nos quais aumentam de tamanho e se diferenciam em macrófagos, que estão envolvidos na fagocitose de bactérias, apresentação de antígenos e remoção de restos de células mortas.
-Contagem alta: infecções virais ou fúngicas, tuberculose, algumas leucemias e outras doenças crônicas.
-Contagem baixa: supressão da medula óssea, tratamento com cortisol.
Linfócitos (Células T e Células B – Plasmócitos)
-Função: mediadores das respostas imunes, incluindo as reações antígeno-anticorpos. As células B se tornam plasmócitos, que secretam anticorpos. As células T atacam os vírus invasores e as células cancerosas e teciduais transplantadas.
-Células B: são produzidas e amadurecem na medula óssea.
	*Estimuladas por antígenos se diferenciam em plasmócitos secretores de anticorpos.
-Células T: são produzidos na medula óssea, mas completam sua maturação no timo.
	*Ativas, participam da imunidade celular.
-Contagem alta: infecções virais, algumas leucemias.
-Contagem baixa: doença prolongada, imunossupressão e tratamento com cortisol.
Plaquetas
-Sob influência do hormônio trombopoetina, as células-tronco mieloides se desenvolvem em células formadoras de colônias de megacariócitos que, por sua vez, se desenvolvem em células precursoras chamadas megacarioblastos, que se transformam em magacariócitos, células imensas que se fragmentam. Cada fragmento, envolvido por um pedaço de membrana celular é uma plaqueta.
-Uma vez liberadas, as plaquetas estimulam a coagulação sanguínea. 
-Iniciam uma série de reações químicas que culminam na formação de uma rede de filamentos proteicos insolúveis, chamados fibrina.
Hemostasia
-Evita a perda de sangue dos vasos danificados.
-É o processo de manutenção do sangue dentro de um vaso sanguíneo danificado.
Vasoconstricção
-O primeiro passo é a constrição imediata dos vasos sanguíneos danificados causada por substâncias parácrinas vasoconstritoras que são liberadas pelo endotélio.
-Diminui temporariamente o fluxo sanguíneo e a pressão dentro do vaso.
-Imediatamente após o corte ou ruptura do vaso sanguíneo, o trauma da própria parede vascular faz com que a musculatura lisa dessa parede se contraia; esse mecanismo reduz de forma instantânea o fluxo de sangue pelo vaso lesado.
Formação do Tampão Plaquetário
-Bloqueio mecânico do orifício.
-O tampão se forma à medida que as plaquetas se aderem ao colágeno exposto (adesão plaquetária) e se tornam ativadas, liberando citocinas na área ao redor da lesão. 
-Os fatores plaquetários reforçam a vasoconstrição local e ativam mais plaquetas, as quais aderem umas às outras (agregação plaquetária) para formar um tampo plaquetário frouxo.
-Quando as plaquetas entram em contato com a superfície vascular lesada, especialmente com as fibras de colágeno da parede vascular, alteram rapidamente suas características de forma drástica. Começam a se dilatar, assumem formas irregulares, com inúmeros pseudópodes que se projetam de suas superfícies, suas proteínas contráteis se contraem intensamente provocando a liberação de grânulos que contêm fatores ativos; esses fatores ficam pegajosos e aderem ao colágeno dos tecidos e à proteína.
Coagulação do Sangue
-O colágeno exposto e o fator tecidual iniciam uma série de reações da cascata da coagulação.
-A cascata é uma série de reações enzimáticas que terminam na formação de uma rede de fibras da proteína fibrina, que estabiliza o tampão plaquetário.
-O tampão plaquetário reforçado é chamado de coágulo.
-Alguns fatores químicos envolvidos na cascara da coagulação também promovem a adesão e a agregação plaquetárias na região danificada.
-A ativação das plaquetas inicia o processo da coagulação
	*Quando a parede de um vaso sanguíneo é danificada, o colágeno exposto e as substâncias químicas provenientes das células endoteliais ativam as plaquetas.
	*As plaquetas aderem ao colágeno com a ajuda das integrinas, proteínas receptoras de membrana que estão ligadas ao citoesqueleto. A adesão ativa as plaquetas que liberam o conteúdo dos seus grânulos intracelulares, como serotonina, ADP e o fator de ativação plaquetária (PAF).
	*O PAF inicia uma alça de retroalimentação positiva ativando mais plaquetas.
-A coagulação transforma o tampão plaquetário em um coágulo
	*As duas vias se unem na via comum, produzindo trombina, que é a enzima que converte o fibrinogênio em polímeros insolúveis de fibrina. Estas fibras de fibrina se tornam parte do coagulo.
-Mecanismo
	*Conversão de protrombina em trombina: o primeiro ativador da protrombina é formado como resultado da ruptura de vaso sanguíneo ou da liberação de substâncias especiais no sangue; o segundo ativador é a quantidade suficiente de cálcio iônico – que causa a conversão da protrombina em trombina.
	*Conversão do fibrinogênio em fibrina – formação do coágulo: a trombina atua sobre o fibrinogênio, removendo quatro peptídeos de baixo peso molecular de cada molécula de fibrinogênio, formando molécula de monômero de fibrina, com capacidade automática de se polimerizar com outros monômeros de fibrina para formar fibras de fibrina. 
-O coágulo sanguíneo é composto por malha de fibras de fibrinas que cursam em todas as direções e que retêm células sanguíneas, plaquetas e plasma.
Rota extrínseca
-Começa quando o tecido danificado expõe o fator tecidual, tromboplastina tecidual ou fator III. O fator tecidual ativa o fator VII iniciando a via extrínseca.
-1) Liberação do fator tecidual: o tecido traumatizado libera complexo de diversos fatores, chamado fator tecidual ou tromboplastina tecidual. Esse fator é composto, de modo especial, por fosfolipídios das membranas dos tecidos mais complexo lipoproteico que atua, principalmente, como enzima proteolítica.
-2) Ativação do fator X: papel do fator VII e do fator tecidual. O complexo lipoproteico do fator tecidual se combina com o fator VII da coagulação sanguínea e, em presença de íons cálcio, atua enzimaticamente sobre o fator X para formar o fator X ativado.
-3) Efeito do fator X ativado para formar o ativador da protrombina: o papel do fator V. O fator X ativado se combina, imediatamente, com os fosfolipídios teciduais que fazem parte dos fatores teciduais, além de com o fator V, para formar o complexo chamado ativador de protrombina. Em presença de íons cálcio, a protrombina divide-se para formar a trombina.
Rota intrínseca
-Inicia com a exposição do colágeno e envolve proteínas que já estão presentes no plasma. O colágeno ativa a primeira enzima, o fator XII, iniciando a cascata.
-1) O trauma sanguíneo e a exposição do sangue ao colágeno da parede vascular causam a ativação do fator XIIe liberação dos fosfolipídios das plaquetas que contêm a lipoproteína chamada fator plaquetário 3 que também tem participação nas reações de coagulação subsequentes.
-2) Ativação do fator XI: o fator VII ativado atua enzimaticamente sobre o fator XII ativando-o também.
-3) Ativação do fator IX pelo fator XI ativado.
-4) Ativação do fator X: papel do fator VIII. 
-5) Ação do fator X ativado na formação do ativador de protrombina: papel do fator V.
FORMAÇÃO DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS 
-Todas as células sanguíneas são descendentes de um tipo de célula precursora única conhecida como célula-tronco pluripotente hematopoiética. Esse tipo de célula é encontrado primariamente na medula óssea.
Hematopoese
-Síntese das células do sangue, começa no início do desenvolvimento embrionário e continua ao longo de toda a vida da pessoa.
-As células do sangue são produzidas na medula óssea.
-Por volta da terceira semana de desenvolvimento fetal, células especializadas do saco vitelínico do embrião formam aglomerados. Alguns desses aglomerados de células são destinados a se tornarem o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos, ao passo que outros se tornam células sanguíneas.
-À medida que o embrião se desenvolve, a produção das células do sangue se estende do saco vitelínico para o fígado, o baço e a medula óssea. Após o nascimento, o fígado e o baço param de produzir células sanguíneas.
-A hematopoese é controlada por citocinas
		*São peptídeos ou proteínas liberadas por uma célula que afeta o crescimento ou a atividade de outra célula.
		*Eritropoetina, trombopoetina, fatores estimuladores de colônias, interleucinas, fator de célula-tronco.
Produção de Glóbulos Vermelhos (Eritropoiese)
-A produção de eritrócitos é controlada pela glicoproteína eritropoetina, que é sintetizada principalmente nos rins de adultos.
-O estímulo para a síntese e liberação de EPO é a hipóxia, ou seja, baixos níveis de oxigênio nos tecidos. A hipóxia estimula a produção de um fator de transcrição chamado fator induzível por hipóxia 1 (HIF-1), que ativa o gene EPO para aumentar a síntese de EPO.
Glóbulos Brancos
-Fatores estimuladores de colônia regulam a leucopose, ou seja, possuem a capacidade de estimular o crescimento de colônias de leucócitos.
-Estas citocinas, produzidas por células endoteliais, fibroblastos da medula óssea e leucócitos, regulam a produção e o desenvolvimento dos leucócitos.
-A produção de novos leucócitos é regulada em parte por leucócitos existentes.
		*Essa forma de controle permite que o desenvolvimento dos leucócitos seja muito específico e conforme as necessidades do corpo.
MECANISMO DE LIGAÇÃO E TRANSPORTE DO OXIGENIO PELO HEMOGLOBINA
- O grupo heme, em cada subunidade, localiza-se dentro de uma cavidade hidrofóbica, delimitada, sobretudo por aminoácidos apolares, que estabelece em interações hidrofóbicas com o anel porfirínico.
-Este ambiente apolar torna possível a ligação do oxigênio ao ferro (Fe2+), sem que ele seja oxidado ao estado férrico (Fe3+). Ao sítio de ligação do ferro com oxigênio, aparentemente tão específico, podem ligar-se, ainda, outras moléculas pequenas, como CO (monóxido de carbono) e H2S (gás sulfídrico), com afinidade ainda maior que oxigênio, que é, portanto, excluído.
-Uma molécula de hemoglobina totalmente oxigenada contém, portanto, quatro moléculas de O2 e é denominada oxiemoglobina (oxi-Hb ou HbO2), em contraposição à forma desprovida de oxigênio, chamada desoxiemoglobina (desoxiHb ou Hb). A ligação do oxigênio ao grupo heme altera a cor da hemoglobina, que passa de azulada (sangue venoso) a vermelha (sangue arterial). As grandes mudanças ocorrem nas áreas de contato entre os dímeros, que, efetivamente, se deslocam, um em relação ao outro.
-A ligação com oxigênio desencadeia alterações na conformação da hemoglobina. A ligação do oxigênio ao Fe2+ do grupo heme provoca o deslocamento do ferro para o plano do anel porfirínico, que se torna mais achatado, deslocando a histidina proximal e iniciando um a série de alterações estruturais na hemoglobina.
VASOS SANGUÍNEOS
CARACTERÍSTICAS
-A parede de um vaso sanguíneo consiste em três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um revestimento interno endotelial, uma camada média consistindo em músculo liso e tecido conjuntivo elástico e um revestimento externo de tecido conjuntivo.
-Túnica íntima
	*Forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo e está em contato direto com o sangue que flui pelo lúmen do vaso.
	*A camada interna é o endotélio, que é uma lâmina fina de células planas que reveste a face interna de todo o sistema circulatório.
	*Membrana basal fornece uma base de suporte físico para a camada epitelial sobrejacente. O arcabouço da membrana composto de fibras colágenas dá a membrana basal resistência significativa à tensão, embora suas propriedades também proporcionem elasticidade para distensão e retração.
	*Lâmina elástica interna é a parte mais externa, que forma o limite com a túnica média.
-Túnica média
	*É uma lâmina composta por tecidos conjuntivo e muscular, que apresenta a maior variação entre os diferentes tipos de vasos.
	*Na maioria dos vasos, é uma lâmina relativamente espessa composta basicamente de células musculares lisas e quantidades substanciais de fibras elásticas.
	*Lâmina elástica externa forma o limite com a túnica externa.
-Túnica externa
	*Consiste em fibras colágenas e elásticas, variando desde um envoltório de tecido conjuntivo fino à camada mais espessa do vaso sanguíneo.
	*Contém numerosos nervos e, especialmente nos vasos mais calibrosos, minúsculos vasos sanguíneos que irrigam o tecido da parede do vaso.
Artérias
-Artérias ELÁSTICAS/CONDUTORAS
		*São as maiores artérias do corpo, com um diâmetro variando desde a aorta e do tronco pulmonar até os ramos da aorta.
		*Possuem os maiores diâmetros entre as artérias, mas as paredes de seus vasos são relativamente finas, comparadas com o tamanho geral do vaso.
		*Esses vasos são caracterizados por lâminas elásticas externas e internas bem definidas, junto com uma túnica média espessa que é dominada por fibras elásticas, as lamelas elásticas.
		*Realizam uma função importante: ajudam a impulsionar o sangue para frente, enquanto os ventrículos estão se relaxando.
		*À medida que o sangue é ejetado do coração para as artérias elásticas, suas paredes se distendem, acomodando facilmente o jato de sangue.
-Artérias MUSCULARES/DISTRIBUIDORAS
		*São de tamanho médio.
		*Suas túnicas médias contêm mais músculo liso e menos fibras elásticas do que as artérias elásticas. E essa grande quantidade de músculo liso torna as paredes das artérias musculares relativamente espessas.
		*São capazes de constrição e dilatação mais acentuadas para ajustar a intensidade do fluxo sanguíneo.
		*A túnica externa é frequentemente mais espessa do que a túnica média nas artérias musculares.
		*Em virtude da quantidade reduzida de tecido elástico nas paredes das artérias musculares, estes vasos não possuem a capacidade de se retrair e ajudar a impelir o sangue como as artérias elásticas.
Arteríolas
-São vasos microscópios e numerosos que regulam o fluxo de sangue para as redes capilares dos tecidos corporais.
-Têm uma túnica íntima fina com uma lâmina elástica interna fina, contendo pequenos poros.
-A túnica média consiste em uma ou duas lâminas de células musculares lisas, que possuem uma orientação circular na parede do vaso.
-A extremidade terminal da arteríola, meta-arteríola, se afila na direção da junção capilar.
-Na junção meta-arteríola-capilar, a célula muscular mais distal forma o esfíncter pré-capilar, que monitora o fluxo sanguíneo para o capilar; as outras células musculares na arteríola regulam a resistência.
-São conhecidos como vasos de resistência, pois as arteríolas são essenciais para a regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os capilares, regulando a resistência.
-A túnica externa consiste em tecido conjuntivo areolar contendo numerosos nervos simpáticos amielínicos.Essa inervação simpática controla o diâmetro das arteríolas.
Capilares
-Os menores vasos sanguíneos, tem diâmetro de 5 a 10microm e formam curvas em “U” que ligam o efluxo arterial ao retorno venoso.
-São encontrados próximos de quase todas as células do corpo, mas seu número varia com a atividade metabólica do tecido que vascularizam.
-São referidos como vasos de trocas porque a função básica dos capilares é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial.
-Não apresentam túnicas externa e média.
-Capilares CONTÍNUOS
		*São a maioria. As membranas plasmáticas das células endoteliais formam um tubo contínuo que é interrompido apenas pelas fendas intercelulares, espaços entre as células endoteliais adjacentes.
		*São encontrados no encéfalo, pulmões, músculos liso e esquelético, tecidos conjuntivos.
-Capilares FENESTRADOS
		*As membranas plasmáticas das células endoteliais nesses capilares possuem muitas fenestrações, pequenos poros.
		*São encontrados nos rins, vilosidades do intestino delgado, plexos corióideos dos ventrículos no encéfalo, processos ciliares dos olhos e na maioria das glândulas endócrinas.
-Capilares SINUSOIDES
		*Suas células endoteliais podem ter fenestrações muito grandes, além de terem uma membrana basal incompleta ou ausente.
		*Apresentam fendas intercelulares muito grandes que permitem a passagem de proteínas e, em alguns casos, até mesmo de células sanguíneas de um tecido para a corrente sanguínea.
-Sistema porta: quando o sangue passa de uma rede capilar para a seguinte.
Veias
-Em geral, possuem paredes muito finas em relação ao seu diâmetro total.
-A túnica íntima das veias é mais delgada do que aquela das artérias; a túnica média das veias é muito mais fina do que nas artérias, com relativamente poucas fibras elásticas e musculares lisas; a túnica externa de uma veia é a camada mais espessa e consiste em fibras colágenas e elásticas.
-São suficientemente distensíveis para se adaptarem às variações de volume e pressão do sangue que passa por elas.
-A ação de bombeamento do coração é o principal fator na movimentação do sangue venoso de volta para o coração. A contração dos músculos esqueléticos dos membros inferiores também ajuda a aumentar o retorno venoso para o coração.
-Muitas veias possuem válvulas, pregas finas da túnica íntima que formam válvulas semelhantes a abas. As válvulas auxiliam no retorno venoso, impedindo o fluxo retrógrado do sangue.
-Veias anastomóticas: conectam veias e artérias.
Vênulas
-Têm paredes finas que não mantêm facilmente seu formato.
-Drenam o sangue capilar e começam o fluxo retrógado de sangue para o coração.
-As vênulas que inicialmente recebem sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares, que são as menores vênulas e possuem junções intercelulares organizadas livremente.
-Como são os contatos endoteliais mais fracos encontrados ao longo de toda a árvore vascular; as vênulas são muito porosas.
-As vênulas que inicialmente recebem sangue dos capilares são chamadas vênulas pós-capilares.
-Atuam como locais significativos de troca de nutrientes e resíduos e de emigração de leucócitos.
-Vênulas musculares têm paredes mais espessas, impedindo que a troca com o líquido intersticial continue ocorrendo.
-As paredes finas das vênulas musculares e pós-capilares são os elementos mais distensíveis do sistema muscular; isto permite que expandam e atuem como reservatórios excelentes para acúmulo de grandes volumes de sangue.
HEMODINÂMICA
DEFINIÇÃO
Fluxo
-O fluxo pode ser definido como a intensidade de deslocamento de um volume do fluido e é expresso por unidade de volume por unidade de tempo (cm3/s). Desta forma, fluxo sanguíneo significa simplesmente a quantidade de sangue que passa por um determinado ponto da circulação em um certo período de tempo.
Resistência
-Resistência é o impedimento ao fluxo sanguíneo em um vaso, podendo ser encontrada pelas medidas do fluxo e da diferença de pressão entre dois pontos de um vaso. A intensidade do fluxo sanguíneo em todo o sistema circulatório é igual à do sangue bombeado pelo coração. Porém, a resistência periférica total faz com que haja grande diferença de pressão entre artérias e veias.
Capacitância
-Capacitância ou complacência vascular pode ser definida como a quantidade total de sangue que pode ser armazenada em uma determinada região da circulação, para cada milímetro de mercúrio de aumento da pressão.
VELOCIDADE DO FLUXO SANGUÍNEO
RELAÇÃO ENTRE FLUXO SANGUÍNEO, PRESSÃO E RESISTÊNCIA
-O fluxo sanguíneo por um vaso é determinado por dois fatores: (1) a diferença de pressão sanguínea entre as duas extremidades do vaso (gradiente de pressão) que impulsiona o sangue pelo vaso; (2) o impedimento ao fluxo sanguíneo pelo vaso, ou resistência vascular.
-F=∆P/R
-O sangue flui de uma área de maior pressão para uma área de menor pressão.
-O fluxo de sangue pelo sistema circulatório requer um gradiente de pressão. Este gradiente de pressão é análogo à diferença de pressão entre duas extremidades de um tubo pelo qual o líquido flui.
	*Quanto maior o gradiente de pressão, maior é o fluxo de líquido.
-A resistência (tendência do sistema circulatório de se opor ao fluxo sanguíneo) se opõe ao fluxo.
-O fluxo sanguíneo escolhe o caminho com menor resistência.
	*Um aumento na resistência de um vaso sanguíneo resulta em redução do fluxo por ele.
	*A resistência é influenciada por três componentes: o raio, comprimento e viscosidade.
-A velocidade do fluxo depende da taxa do fluxo e da área de secção transversal.
	*Velocidade do fluxo é a distância que um dado volume de sangue percorre em um dado período de tempo. É uma medida de quão rápido o sangue flui ao passar por um ponto.
FLUXO LAMINAR
-Quando o sangue flui de forma estável por vaso sanguíneo longo e uniforme, ele se organiza em linhas de corrente, com camadas de sangue equidistantes da parede do vaso. Além disso, a porção mais central do sangue permanece no centro do vaso.
-A velocidade do fluxo pelo centro do vaso é muito maior que próximo às paredes -> perfil parabólico.
FLUXO TURBILHONAR
-Consiste em sangue correndo em todas as direções do vaso e se misturando continuamente em seu interior.
-Quando a intensidade do fluxo sanguíneo é muito elevada, ou quando o sangue passa por obstrução no vaso, o fluxo pode ficar turbulento ou desordenado, em vez de laminar.
-Significa que o sangue flui na direção longitudinal e na direção perpendicular, geralmente formando redemoinhos.
-A tendência à ocorrência do fluxo turbulento é de modo direto proporcional à velocidade do fluxo sanguíneo, ao diâmetro do vaso e à densidade do sangue, e inversamente proporcional à viscosidade do sangue. Re = 𝒗.𝒅.𝝆/ɳ.
COMPLACÊNCIA DOS VASOS SANGUÍNEOS
-É a quantidade total de sangue que pode ser armazenada em determinada região da circulação para cada mmHg de aumento da pressão.
-Complacência vascular = 𝒂𝒖𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒐 𝒗𝒐𝒍𝒖𝒎𝒆 / 𝒂𝒖𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒑𝒓𝒆𝒔𝒔ã𝒐.
-Este conceito não deve ser confundido com distensibilidade, porque a complacência é igual à distensibilidade multiplicada pelo volume. Um vaso que apresente grande distensibilidade que apresente um pequeno volume pode ser muito menos complacente do que um vaso que apresente grande volume.
MICROCIRCULAÇÃO
-Função: transporte de nutrientes para os tecidos e a remoção dos produtos da excreção celular.
-Cada tecido na maioria dos casos controla seu próprio fluxo sanguíneo.
TROCA DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DOS CAPILARES
-Estrutura da microcirculação e do sistema capilar
	*A microcirculação de cada órgão está organizada para atender às suas necessidades específicas.
	*Artérias -> arteríolas -> capilares.
	*No ponto onde cada capilar verdadeiro se origina da metarteríola (arteríolas terminais), uma fibra muscular lisa costuma circundar o capilar. Essa estrutura é chamada esfíncter pré-capilar, que pode abrir e fechar a entrada do capilar.
	*As metarteríolas e os esfíncteres pré-capilares estão em contato íntimocom os tecidos que irrigam. Portanto, as condições locais dos tecidos – as concentrações de nutrientes, produtos finais do metabolismo, íons hidrogênio – podem causar efeitos diretos sobre os vasos, no controle do fluxo sanguíneo local.
-Estrutura da parede capilar: camada unicelular de células endoteliais e é circundada por membrana basal fina no lado externo do capilar.
- “Poros” na membrana capilar
	*Fenda intercelular que é um fino canal curvado na junção entre as células endoteliais adjacentes, que é uma pequena linha de passagem que liga o interior do capilar ao exterior. A fenda é interrompida periodicamente por curtas cadeias de proteínas que mantém as células unidas, porém permitindo a livre difusão de líquido. As fendas se localizam somente nas margens das células endoteliais.
*Para o transporte, há vesículas plasmalêmicas diminuídas ou cavéolas que são formadas a partir de oligômeros de caveolinas associadas à moléculas de colesterol e esfingolipídios. Acredita-se que elas tenham papel no transporte de macromoléculas através da membrana celular. Algumas dessas vesículas podem se coalescer e formar canais vesiculares por toda a espessura da célula endotelial. Além disso, acredita-se que elas desempenham papel na endocitose e transcitose.
-Fluxo de sangue nos capilares – vasomotilidade
	*O fluxo de sangue para os capilares é realizado de forma intermitente, sendo causado pelo fenômeno chamado vasomotilidade, que consiste na contração das metarteríolas e esfíncteres pré-capilares. 
*A regulação vasomotilidade é determinada por vários fatores identificados, porém o mais importante deles é a concentração de oxigênio no tecido. 
*Embora haja essa intermitência há diversos capilares irrigando um mesmo tecido, sendo assim seu funcionamento é a média do funcionamento de todos os capilares individuais.
-Trocas de água, nutrientes e outras substâncias entre o sangue e o líquido intersticial
	*O meio mais importante de transferência de substâncias entre o plasma e o líquido intersticial é a difusão.
*As substâncias lipossolúveis podem difundir-se diretamente através das membranas celulares do endotélio capilar, sem precisar atravessar os poros. Além de poder permear todas as regiões da membrana capilar. Dentre as lipossolúveis incluem-se o oxigênio e o dióxido de carbono, tendo livremente passagem sua velocidade/intensidade de transporte através da membrana é muito maios do que de outras substâncias.
*Substâncias hidrossolúveis (não lipossolúveis) não podem atravessar as membranas lipídicas das células endoteliais, assim estas de difundem pelos “poros” intercelulares na membrana celular. Dentro destas moléculas hidrossolúveis estão a própria água, íons de sódio, cloreto e glicose. Apesar do que do pequeno tamanho da fenda intercelular essas substâncias dissolvidas na água são transportadas em grande velocidade.
*A permeabilidade dos poros intermoleculares depende do diâmetro da molécula, sendo que o mesmo tem um tamanho definido e apenas moléculas menores que este diâmetro podem passar (incluem-se a água, glicose, íons, etc), porém macromoléculas não passam por conta de seu tamanho (i.e. proteínas plasmáticas).
*A intensidade de difusão de uma substância, através de qualquer membrana, é diretamente proporcional a sua diferença de concentração entre os dois lados da membrana. Desta forma há uma tendência entre a difusão da substância na direção de sua menor concentração.
TROCA DE LÍQUIDOS ATRAVÉS DOS CAPILARES
EQUAÇÃO DE STARLING
-O líquido intersticial é derivado da filtração e da difusão pelos capilares, possuindo praticamente os mesmos elementos constituintes do plasma, exceto pelas proteínas que estão em concentrações muito menores.
-A pressão hidrostática nos capilares tende a forçar o líquido e as substâncias nele dissolvidas através dos poros capilares para o espaço intersticial. 
-Pressão osmótica (gerada pelas proteínas plasmáticas – chamada de pressão coloidosmótica) que tende a fazer que o líquido se mova por osmose dos espaços intersticiais para o sangue. Essa pressão impede perdas excessivas de líquidos pelo sangue para o meio intersticial. 
-O sistema linfático possui grande importância para a reposição de pequenas quantidades de proteínas e líquidos que são extravasados do sangue para o tecido.
-Quatro principais forças determinam o movimento do líquido do sangue para o liquido intersticial ou o inverso. Elas são chamadas de forças de Starling: 3 compartimentos: interstício, capilares e tecido.
*Pressão capilar (Pc) – que tende a forçar o líquido para fora através da membrana do capilar.
*Pressão do líquido intersticial (Pli) – que tende a forçar o líquido para dentro através da membrana do capilar quando a Pli for positiva e para fora quando a Pli for negativa.
*Pressão coloidosmótica plasmática capilar (IIp) – que tende a provocar a osmose do líquido para dentro, através da membrana do capilar.
*Pressão coloidosmótica do líquido intersticial (IIli) – que tende a provocar osmose de líquido para fora através da membrana do capilar.
A pressão efetiva de filtração (PEF) é dada pela expressão:
PEF = Pc – Pli – Iip + IIli, onde se PEF for positivo ocorrerá filtração de líquidos pelos capilares e se for negativo ocorrerá absorção de líquido pelos capilares.
-Como há grande diferença entre a pressão média entre as extremidades arteriais e venosas dos capilares (entre 15 – 25 mmHg) essa diferença faz com que o líquido do sangue seja “filtrado” para fora do capilar na extremidade arterial, mas reabsorvido de volta para os capilares na extremidade venosa. Na extremidade arterial a PEF é de aproximadamente +13 mmHg, tendendo assim a mover o líquido para fora dos poros capilares. Contudo, a baixa pressão sanguínea na extremidade venosa altera o balanço das forças favorecendo a absorção, sendo a PEF de -7 mmHg, soma-se a isso que os capilares venosos são mais numerosos e permeáveis do que os arteriais, dessa forma a força necessária para a absorção é menor.
SISTEMA LINFÁTICO
MORFOLOGIA
-É composto por quatro elementos: (1) linfa, (2) vasos linfáticos que conduzem a linfa, (3) inúmeras estruturas e órgãos contendo linfócitos no interior de um tecido filtrante, (4) medula óssea vermelha.
-A maioria dos componentes do plasma sanguíneo se infiltra através das paredes dos capilares sanguíneos para formar o líquido intersticial. Após a passagem do líquido intersticial para os vasos linfáticos ele passa a ser denominado linfa.
FUNÇÕES
-Restituir de volta ao sistema circulatório os líquidos e proteínas filtrados para fora dos capilares.
-Capturar a gordura absorvida no intestino delgado e transferi-la para o sistema circulatório.
-Atuar como um filtro para ajudar a capturar e destruir patógenos.
-Permite movimento unidirecional do líquido intersticial desde os tecidos até a circulação.
-Auxilia na circulação dos líquidos do corpo e ajuda a defender o corpo contra agentes causadores de doenças.
-Drenagem do excesso de líquido intersticial
	*Os vasos linfáticos drenam o excesso de líquido intersticial dos espaços teciduais, retornando-o para o sangue. Esta função associa intimamente o sistema linfático ao sistema circulatório.
-Transporte de lipídios da dieta
	*Os vasos linfáticos transportam os lipídios e as vitaminas lipossolúveis absorvidas pelo trato gastrointestinal até o sangue.
-Execução de respostas imunes
COMPONENTES E CARACTERÍSTICAS
Sistema Vascular: Capilares Linfáticos, Vasos Coletores, Tronco Linfático
-Os vasos linfáticos são encontrados na maioria dos órgãos, com raras exceções, como no SNC e a medula óssea. 
-Capilares linfáticos
		*Os vasos linfáticos começam como capilares linfáticos.
 		*São vasos finos e sem aberturas terminais, constituído por uma única camada de tecido endotelial e uma lâmina basal incompleta, são mantidos abertos por numerosas microfibrilas elásticas, as quais também se ancoram firmemente ao tecido conjuntivo que o envolve. 
		*São mais permeáveis do que os capilares sanguíneos e, portanto, conseguem absorvermoléculas maiores, como proteínas e lipídios.
		*Tem uma estrutura única que permite o fluxo do líquido intersticial para dentro, mas não para fora. Quando a pressão é maior no líquido intersticial do que na linfa, as células se separam ligeiramente, como na abertura de uma porta de vaivém unidirecional, e o líquido intersticial entra nos capilares linfáticos. Quando a pressão é maior dentro do capilar linfático, as células ficam mais justapostas e a linfa não flui de volta para o líquido intersticial.
		*Presos aos capilares linfáticos estão os filamentos de ancoragem, contendo fibras elásticas. Os filamentos de ancoragem se estendem a partir do capilar linfático, fixando as células endoteliais linfáticas aos tecidos adjacentes. Quando o excesso de líquido intersticial se acumula e provoca edema tecidual, os filamentos de ancoragem são tracionados, tornando as aberturas entre as células ainda maiores, de forma que mais líquido consegue fluir para os capilares sanguíneos.
*Os capilares linfáticos dispostos em forma de redes fechadas espalham-se por todo corpo, dando origem aos vasos linfáticos.
	-Vasos coletores 
			*Os vasos linfáticos por sua vez possuem propriedades físicas de alongamento e contratilidade.
*Possuem também em seu lume, ao contrário dos capilares linfáticos, válvulas que permitem a passagem da linfa e impedem seu refluxo. 
*Os vasos linfáticos são distribuídos na seguinte subdivisão: linfáticos iniciais, pré-coletores, coletores e ducto torácico.
*Os linfáticos iniciais se iniciam como pequenos tubos em forma de dedo ou em forma de laço e aparecem fechados para o interstício, válvulas como os demais, somente pregas endoteliais salientes no lúmen capilar, são compostos por um cilindro de células endoteliais (túnica íntima) e uma membrana basal interrompida.
*Os vasos pré-coletores, além de apresentarem a estrutura dos capilares, são envolvidos internamente por tecido conjuntivo, elementos elásticos e musculares. Estes segmentos valvulados possibilitam a contração e a distensão destes vasos.
*Os coletores são vasos onde desembocam os pré-coletores, são mais ricos em válvulas que as veias, o que lhes confere um aspecto de colar de pérolas (linfografia). Os coletores retiram a linfa de zonas da pele em formato de tiras. Compõem-se de três camadas: túnica intima - camada mais interna onde há fibras elásticas; túnica média - formada por musculatura lisa arranjada em forma espiral; túnica adventícia - formada por fibras de colágeno.
-Tronco linfático 
*Conforme os vasos linfáticos deixam os linfonodos em uma região específica do corpo, unem-se para formar troncos linfáticos.
*Os principais troncos linfáticos são lombar, intestinal, brocomediastinal, subclávio e jugular.
*Os tronco lombares drenam a linfa da parte livre dos membros inferiores, da parede e das vísceras da pelve, dos rins, das glândulas suprarrenais e da parede abdominal.
*O tronco intestinal drena a linfa proveniente do estômago, dos intestinos, do pâncreas, do baço e de parte do fígado.
*Os troncos broncomediastinais drenam a linfa proveniente da parede torácica, pulmão e coração.
*Os troncos subclávios drenam a parte livre dos membros superiores.
*Os troncos jugulares drenam a cabeça e pescoço. 
*A linfa passa dos troncos linfáticos para dois canais principais, o ducto torácico e o ducto linfático direito e, em seguida, drena para o sangue venoso.
*O ducto torácico começa como uma dilatação, chamada cisterna do quilo, anterior à segunda vértebra lombar. É o principal ducto de retorno da linfa para o sangue. A cisterna do quilo recebe a linfa dos troncos lombares direito e esquerdo e do tronco intestinal. No pescoço, o ducto torácico também recebe a linfa dos troncos jugulares, subclávios e broncomediastinal esquerdos. Consequentemente, o ducto torácico recebe a linfa do lado esquerdo da cabeça, pescoço e tórax, da parte livre do membro superior esquerdo e de todo o corpo abaixo das costelas. O ducto torácico, por sua vez, drena a linfa para o sangue venoso.
*O ducto linfático direito recebe a linfa proveniente dos troncos jugulares direito, subclávio direito e broncomediastinal direito. Portanto, o ducto linfático direito recebe a linfa proveniente do lado superior direito do corpo. A partir do ducto linfático direito, a linfa drena o sangue venoso na junção das veias subclávia e jugular interna direita.
Linfonodos
-Estão espalhados por todo o corpo, tanto superficial quanto profundamente e, em geral, ocorrem em grupos. Grandes grupos de linfonodos são encontrados próximos das glândulas mamárias, nas axilas e na região inguinal.
-São recobertos por uma cápsula de tecido conjuntivo denso que se estende para dentro. Internamente à cápsula se encontra uma rede de fibras reticulares de sustentação e fibroblastos.
-As trabéculas são extensão capsulares que dividem o linfonodo em compartimentos, proporcionam suporte e fornecem uma rota para os vasos sanguíneos no interior do linfonodo.
-O parênquima do linfonodo é dividido em um córtex superficial e uma medula profunda.
-Os linfonodos atuam como um tipo de filtro. Quando a linfa entra em uma extremidade do linfonodo, as substâncias estranhas são aprisionadas pelas fibras reticulares no interior dos seios do linfonodo. Em seguida, macrófagos destroem algumas substâncias estranhas por fagocitose, enquanto os linfócitos destroem outras por meio de respostas imunes. Logo após a linfa filtrada deixa a outra extremidade do linfonodo
-Armazenam células brancas (linfócitos). 
-Quando ocorre uma infecção, podem aumentar de tamanho e ficar doloridos enquanto estão reagindo aos micro-organismos invasores. 
-Também liberam os linfócitos para a corrente sanguínea. 
Órgãos Linfoides
-Os órgãos linfáticos primários são os locais nos quais as células-tronco se dividem e se tornam imunocompetentes, isto é, capazes de executar uma resposta imune. Exemplos: medula óssea vermelha e o timo.
-Os órgãos linfáticos secundários são os locais nos quais ocorrem as respostas imunes. Exemplos: linfonodos, baço.
-Timo
		*É um órgão bilobado, localizado no mediastino, entre o esterno e a aorta.
		*Uma lâmina envolvente de tecido conjuntivo mantém os dois lobos firmemente justapostos.
		*Uma cápsula de tecido conjuntivo envolve cada lobo separadamente. As extensões da cápsula, as trabéculas, penetram nos lobos dividindo cada um deles em lóbulos.
		*Cada lóbulos do timo consiste em um córtex externo intensamente pigmentado e uma medula central menos pigmentada.
		*O córtex é composto por numerosas células T e células dendríticas, células epiteliais e macrófagos dispersos.
		*A medula consiste em células T mais maduras amplamente espalhadas, células dendríticas e macrófagos.
-Baço
		*É a maior massa individual de tecido linfático no corpo e está localizado no hipocôndrio esquerdo entre o estômago e o diafragma.
		*Uma cápsula de tecido conjuntivo denso envolve o baço e é recoberta pelo peritônio visceral. As trabéculas se estendem para o interior, a partir da cápsula.
		*A cápsula mais as trabéculas, as fibras reticulares e os fibroblastos constituem o estroma do baço; o parênquima do baço consiste em dois tipos diferentes de tecido, chamados polpa vermelha e polpa branca.
		*Polpa branca é tecido linfático consistindo principalmente em linfócitos e macrófagos dispostos em torno doas ramos da artéria esplênica, chamados de artérias centrais.
		*Polpa vermelha consiste em seios venosos cheios de sangue e de cordões de tecido esplênico, chamados cordões esplênicos, que consistem em eritrócitos, macrófagos, linfócitos, plasmócitos e granulócitos.
		*Na polpa branca as células B e T executam funções imunes, semelhantes aos linfonodos, enquanto os macrófagos do baço destroem os patógenos transportados pelo sangue por meio de fagocitose.
		*Na polpa vermelha o baço realiza três funções relacionadas com os eritrócitos: (1) remoção pelos macrófagos de eritrócitos e plaquetas defeituosos, senescentes ou rompidos; (2) armazenamento de plaquetas e (3) produçãode eritrócitos durante a vida fetal.
*O baço é um órgão linfoide apesar de não filtrar linfa, ou seja, é um órgão excluído da circulação linfática, porém interposto na circulação sanguínea e cuja drenagem venosa passa, obrigatoriamente, pelo fígado.
CIRCULAÇÃO LINFÁTICA
 Gradiente de Pressão
-O líquido intersticial, juntamente com partículas suspensas, pode pressionar e abrir as válvulas formadas pelas células do endotélio do capilar, fluindo assim diretamente para o interior do capilar linfático. Contudo, esse líquido possui dificuldade em deixar o capilar por conta das mesmas válvulas que não se abrem a uma pressão interna.
-Qualquer fator que aumente a pressão do líquido intersticial também aumenta o fluxo linfático se os vasos estiverem funcionando corretamente. 
-Faz com que o balanceamento das trocas de líquido entre na membrana capilar favorecendo o líquido intersticial, aumentado a pressão e o volume deste e consequentemente da linfa
*Pressão hidrostática capilar elevada
*Pressão coloidosmótica do plasma diminuída
*Pressão coloidosmótica aumentada no líquido intersticial
*Permeabilidade aumentada nos capilares
-Porém, quando em alta atividade estes fatores não somente aumentam a entrada de líquido para os capilares linfáticos, mas também comprimem a superfície externa dos vasos linfáticos, impedindo o fluxo da linfa.
LINFA
Constituição
-A linfa é um líquido transparente, esbranquiçado (algumas vezes amarelado ou rosado), alcalino e de sabor salgado, que circula pelos vasos linfáticos. 
-É derivada do líquido intersticial que flui para os vasos linfáticos, assim nas porções capilares onde a linfa acaba de entrar no sistema, ela possui praticamente a mesma constituição do líquido intersticial. 
-Desta forma, a concentração de proteínas na linfa varia dependendo do tecido de origem da mesma, por exemplo, como 2/3 da linfa são derivados do fígado e dos intestinos a linfa no ducto torácico (que mistura a linfa de todo o organismo) tem em geral 3-5 g/dL de proteínas. 
-Possui grande quantidade de glóbulos brancos, que neste caso são chamados linfócitos. 
-Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos. 
-A linfa é transportada pelos vasos linfáticos em sentido unidirecional e filtrada nos linfonodos (também conhecidos como nódulos linfáticos ou gânglios linfáticos). Após a filtragem, é lançada no sangue, desembocando nas grandes veias torácicas.
Circulação e Trajeto
-A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos e macromoléculas que as células produzem durante seu metabolismo, ou que não conseguem ser captadas pelo sistema sanguíneo. 
-O sistema linfático coleta a linfa, por difusão, através dos capilares linfáticos, e a conduz para dentro do sistema linfático. Uma vez dentro do sistema, o fluido é chamado de linfa, e tem sempre a mesma composição do que o fluido intersticial.
-A linfa percorre o sistema linfático graças a débeis contrações dos músculos, da pulsação das artérias próximas e do movimento das extremidades. 
-Todos os vasos linfáticos têm válvulas unidirecionadas que impedem o refluxo. Se um vaso sofre uma obstrução, o líquido se acumula na zona afetada, produzindo-se um inchaço denominado edema.
-Ao contrário do sangue, que é impulsionado através dos vasos pela força do coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma bomba central. 
-A linfa depende exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular. 
-A linfa move-se lentamente e sob baixa pressão devido principalmente à compressão provocada pelos movimentos dos músculos esqueléticos que pressiona o fluido através dele. A contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos capilares linfáticos. 
-Este fluido é então transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo) e no duto torácico (para o resto do corpo); estes ductos desembocam no sistema circulatório na veia subclávia esquerda e direita.
MECANISMO DE CONTROLE DO FLUXO SANGUÍNEO REGIONAL
CONTROLE LOCAL DO FLUXO SANGUÍNEO
-Cada tecido tem a capacidade de controlar seu próprio fluxo sanguíneo em proporção às suas necessidades metabólicas. E esse controle é importante porque se todos os tecidos utilizassem o fluxo de sangue máximo possível para o órgão este fluxo sanguíneo exigido seria muito maior do que o que o coração pode bombear. O fluxo sanguíneo para cada tecido é usualmente mantido no mínimo suficiente para suprir suas necessidades.
-O controle local do fluxo sanguíneo pode ser dividido em duas fases: controle agudo e controle a longo prazo.
-Controle agudo: é realizado por meio de rápidas variações da vasodilatação ou da vasoconstrição local das arteríolas, matarteríolas e esfíncteres pré-capilares, ocorrendo em segundo ou minutos para permitir a manutenção muito rápida do fluxo sanguíneo tecidual local apropriado.
*Alguns fatores possuem efeito agudamente sobre esse controle. 
*1) Aumento do metabolismo tecidual aumenta proporcionalmente igual o fluxo sanguíneo para o mesmo. 
*2) Quando a disponibilidade de O2 para o tecido diminui, o fluxo sanguíneo aumenta imensamente. 
-Existe duas teorias para a regulação do fluxo sanguíneo quando a intensidade do metabolismo ou a disponibilidade de se alteram
*3) Teoria da vasodilatação para a regulação aguda do fluxo sanguíneo – diz que quanto maior a intensidade do metabolismo ou menor a disponibilidade de O2 ou outros nutrientes para o tecido, maior será a intensidade/velocidade de formação de substâncias vasodilatadoras pelas células teciduais, sendo que estes irão atuar nos esfíncteres, metarteríolas e arteríolas causando vasodilatação. Substâncias vasodilatadoras sugeridas: adenosina, dióxido de carbono, compostos de fosfato de adenosina, histamina, íons K e H. Sendo essas substâncias liberadas principalmente em resposta à deficiência de O2. Sendo a adenosina considerada a substância mais importante entre esses vasodilatadores.
*4) Teoria da falta de oxigênio para o controle local do fluxo sanguíneo – diz que as metarteríolas e esfincters pré-capilares abririam de forma cíclica (vasomotilidade), como o músculo liso destas estruturas necessitam de O2 para permanecerem contraídos pode-se presumir que a força de contração dos mesmos aumentaria após na concentração de O2. Quando a concentração de O2 eleva-se acima de certo nível os esfíncteres pré-capilares e as metarteríolas se fechariam até que as células do tecido consumissem todo o excesso de O2. Assim caindo a concentração de O2 os esfíncteres pré-capilares e as metrateríolas se abririam e novamente iniciaria o ciclo.
*5) Há indícios também que a concentração de nutrientes, como a glicose, podem influenciar o fluxo localmente. 
*6) Quando a pressão sanguínea é alterada, há uma súbita elevação do fluxo sanguíneo local, este é logo regularizado pela autorregulação do fluxo sanguíneo, sendo que há duas teorias para explicar essa autorregulação aguda:
+Teoria metabólica – quando a pressão fica muito alta, o excesso do fluxo sanguíneo fornece O2 e outros nutrientes em demasia ao tecido, o que provoca a constrição dos vasos sanguíneos e o retorno do fluxo a valores próximos do normal.
+Teoria miogência – propõem que a alta pressão arterial, ao estirar o vaso, provoca sua constrição reativa a qual reduz o fluxo sanguíneo a valores próximos do normal. Ao contrário, sob baixa pressão, o estiramento é menor e o musculo relaxa permitindo a passagem de maior quantidade de sangue.
*7) Há também para o controle do fluxo agudo substâncias dilatadoras liberadas pelo endotélio, as fator de relaxamento derivado do epitélio (FRDE), sendo o principal o óxido nítrico, que atuam afetando o grau de relaxamento ou contração do vaso. O rápido fluxo sanguíneo pelas artérias e arteríolas geram estresse por cisalhamento das células endoteliais, provocando a liberação principalmente de óxido nítrico,que então relaxa o vaso sanguíneo.
-Controle a longo prazo: consiste em variações lentas e controladas do fluxo, ao longo de dias, semanas ou meses, resultando em um melhor controle do fluxo em proporção as demandas teciduais. Ocorre como resultado do aumento ou diminuição das dimensões físicas e no número de vasos sanguíneos que irrigam o tecido, ou seja, alteração na vascularização do tecido. Assim, conforme as demandas metabólicas ocorrem uma verdadeira reconstrução física da vasculatura para atender as demandas dos tecidos. Sendo que a disponibilidade de O2 é um fator crucial nessa estruturação, sobretudo em tecidos jovens ou em reconstrução. Presume-se que a deficiência de O2 e/ou de outros nutrientes em um tecido leve a formação de fatores de crescimento vascular (fatore de crescimento do endotélio, fator de crescimento de fibroblastos e angiogenina) o que promovem o crescimento de novos vasos.
	*1) Regulação por alterações na vascularidade tecidual: se o metabolismo no tecido é aumentado por período prolongado, a vascularização aumenta (angiogênese); se o metabolismo for reduzido, a vascularização diminui.
	*2) Desenvolvimento de circulação colateral: na maioria dos tecidos, quando uma artéria ou veia é bloqueada, em geral novo canal vascular se desenvolve ao redor do bloqueio e permite pelo menos nova irrigação parcial de sangue para o tecido afetado.
	*3) Remodelamento vascular
CONTROLE NEURAL E HORMONAL DO FLUXO SANGUÍNEO
-É feito por substâncias secretadas ou absorvidas dos líquidos corporais, como hormônios e íons. Alguns são sintetizados por glândulas e transportados para o corpo inteiro, já outros são formados em tecidos locais e atual na regulação local.
-Agentes vasoconstritores
*Norepinefrina e epinefrina – são hormônios, sendo a norepinefirna vasoconstritor especialmente potente e a epinefrina menos potente (podendo até causar vasodilatação leve em alguns tecidos). A norepinefrina é liberada, mediante a estimulação do Sistema Nervoso Simpático, em todas as partes do corpo por terminações nervosas simpáticas nos tecidos, onde ela excita o coração e contrai veias e arteríolas. Além disso, as terminações nervosas simpáticas na medula adrenal estimulam a liberação de ambas as substancias pela glândula na corrente sanguínea que provocam os mesmos efeitos da estimulação simpática direta, formando assim um duplo mecanismo de controle: estimulação nervosa direta e efeitos indiretos.
*Angiostesina II – é uma potente hormônio vasoconstritor, atua contraindo de forma muito intensa as arteríolas, podendo reduzir drasticamente o fluxo sanguíneo em determinados tecidos. Em condições normais ela age ao mesmo tempo em muitas arteríolas do corpo, aumentando a resistência periférica total.
*Vasopressina – também chamada de hormônio antidiurético, é uma das substancias vasoconstritoras mais potente do organismo. É formada nas células nervosas do hipotálamo, e armazenada na hipófise de onde é liberada para o sangue. Tem a função de aumentar a reabsorção de água pelos túbulos renais de volta para o sangue, auxiliando no controle do volume do líquido corporal.
*Endotelina – é tão potente quanto à vasopressina, capaz de provocar intensa vasoconstrição quando presente em quantidades de alguns nanogramas. Está presente nas células endoteliais de praticamente todos os vasos sanguíneos, sendo sua liberação estimulada pela lesão do endotélio (i.e. esmagamento do tecido ou substância química traumatizante), ela ajuda a interromper o fluxo para os locais lesados impedindo a perda excessiva de sangue.
-Vasodilatadores
*Bradicinina – diversas substancias denominadas cininas causam vasodilatação intensa quando formadas no sangue. Uma desta, extremamente importante em respostas inflamatórias tecidual ou por outros efeitos químicos ou físicos no sague ou tecidos, é a bradicinina que provoca intensa dilatação arteriolar e aumento da permeabilidade capilar. Que é formada a partir da conversão enzimática tecidual da calidina, substância liberada pela alfa-2-glubulina em resposta a ativação da calicreína, que é ativada pela maceração do sangue.
*Histamina – liberada em praticamente todos os tecidos corporais, se o tecido é lesado ou se torna inflamado, ou se passar por um processo alérgico. A maior parte da histamina é derivada dos mastócitos nos tecidos lesados e dos basófilos no sangue. Exerce potente efeito vasodilatador sobre as arteríolas e aumento na permeabilidade capilar.

Continue navegando