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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO Instituto de Ciência e Tecnologia RODRIGO LIRA FABIANO - 104784 QUANTIFICAÇÃO DA COMUNIDADE BACTERIANA EM SOLO COMPOSTADO São José dos Campos-SP 2018 RODRIGO LIRA FABIANO - 104784 QUANTIFICAÇÃO DA COMUNIDADE BACTERIANA EM SOLO COMPOSTADO Relatório apresentado junto à disciplina de Laboratório de Microbiologia Geral, ministrada pela Prof.ª. Dra. Elisa Esposito. São José dos Campos-SP 2018 1 INTRODUÇÃO Os métodos de contagem microbiana em alimentos podem ser agrupados em métodos diretos e indireto. Os métodos diretos são definidos como aqueles em que as contagens são feitas diretamente do micro-organismos. Dentre eles estão a contagem em placas (superfície, profundidade e micro gota), contagem e câmara de Neubauer. Dentre os métodos indiretos, estão a contagem em tubos múltiplos. Métodos espectotométricos, métodos baseados na quantificação de ATP e RNA mensageiro [1]. Dos diversos métodos empregados para se avaliar o número de bactérias do solo, o mais utilizado baseia-se na contagem de colônias em placas de Petri, no qual se verifica uma significativa variação das condições utilizadas, basicamente o meio de cultura, a diluição do inóculo, a temperatura e o tempo de incubação [2]. O composto orgânico é o produto final de um processo de compostagem utilizado como forma de reciclagem da matéria orgânica presente em resíduos sólidos urbanos. O processo de decomposição da matéria orgânica, por agentes microbianos naturalmente presentes, ocorre através de fermentação controlada em condições aeróbicas ou anaeróbicas, nas chamadas unidades ou usinas de compostagem. O composto orgânico (húmus) obtido contém macro e micronutrientes essenciais às plantas e, quando utilizado em solos, ajuda a melhorar as propriedades físico- químicas dos mesmos, favorecendo a produtividade vegetal, sendo indicado para aplicações e usos em horticultura, fruticultura, produção de grãos, reflorestamento, controle de erosão, entre outros [3]. Pelo que se observa, as diferentes condições de cultivo empregadas para quantificar o número de bactérias do solo devem-se ao fato de haver uma diversidade microbiana, sendo praticamente impossível permitir que todos os microrganismos cresçam em uma única situação de cultivo [4]. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAIS Os materiais utilizados para o procedimento: • Água Destilada • Água Milli-Q • Alça de Drigalski • Beker • Centrífuga • Erlenmeyer • Frasco reagente com rosca, contendo meios TSA, Complexo e Sabouraud • Glicerol 15% • Incubadora com agitação • Lamparina de vidro • Luva térmica • Manta de aquecimento • Micropipeta • Placa de Petri • Tubo falcon 2.2 MÉTODOS Em uma manta de aquecimento, foi colocada com o auxílio de uma luva térmica as três soluções preparadas durante a aula prática um de “Elaboração de Meio de Cultura Sólido”, os meios TSA, Complexo e Sabouraud, já que as soluções haviam sido congeladas, e após elas ficarem em estado líquido, foram colocados cada um em duas Placas de Petri, procedimento realizado com assistência da Técnica de Laboratório Ticiane. Numa balança analítica foi pesado 10,0089g de amostra de solo, oriunda de compostagem (amostragem trazida pela Prof.ª. Dra. Elisa Esposito), e disposto em Erlenmeyer contendo 90mL de água destilada, seguindo-se posteriormente para a incubadora com agitação, no primeiro momento a 160 rpm por um período de 7,5 minutos e 37ºC, no segundo momento a 120 rpm em 7,5 minutos. Com uma micropipeta foi dado início a diluição seriada, sendo colocado 1mL da solução de amostra de solo em tudo falcon com volume de 10mL com água destilada (diluição de 10x), em seguida foi retirada 1mL dessa solução e passada para um novo tubo falcon, igualmente ao anterior, com volume de 10mL e água destilada (diluição de 100x), e o procedimento se repete mais uma vez, 1mL da última diluição é transferido para um tubo falcon de 10mL contendo água destilada (diluição de 1000x). Tendo a solidificação dos meios de cultura, foi preparada a inoculação, sendo separada uma placa de cada meio para dividir as duas diluições de menor concentração (100x e 1000x) e uma inteira para a de maior concentração (10x), próximo ao fogo com o auxílio de uma Alça de Brigalski, foi realizado o espalhamento das gotas de cada meio, com o fim da inoculação, as placas de Petri ficaram na incubadora por um período de 24 horas em 24,2ºC. Após uma semana, foi identificado que a maioria das amostras cresceram muito nos meios de cultura, impossibilitando a contagem, deste modo foi realizado novamente a diluição e inoculação das amostras que não era possível a contagem e mantidas as que era possível, assim foi pesado 2,5g de terra compostado e adicionadas em 10mL de água Milli-Q (água ultrapura). Em dois falcon’s foram colocados 10mL de água Milli-Q para diluir em fatores de 1000x e 10000x em duas placas de cada meio, Sabouraud, TSA e PDA, sendo que em outra placa com Sabouraud foi purificado o micro-organismo da diluição de 100x. Após a purificação, foi realizada a raspagem dos meios que não foi possível realizar a contagem, próximo ao fogo foram abertas as placas, uma de cada vez, com o auxílio de uma Alça de Drigalski raspou-se os micro-organismos e os colocou em um tubo falcon com 20mL de água destilada, sendo posteriormente descartados. Foi adicionado uma gota de cada solução da diluição de 1000x e 10000x, em uma placa de Petri, nos meios TSA, Complexo e Sabouraud, totalizando 6 novas placas, um meio para cada diluição, e com a Alça de Brigalski próximo ao fogo foi feito o espalhamento pelo método de esgotamento, com Parafilm foi lacrado as placas e guardadas na geladeira por 12 horas. Após uma semana foi realizada a contagem da placa que havia sido purificada, a diluição 10000x em meio Sabouraud, onde foi necessário dividi-la em quatro quadrantes para facilitar a contagem, no entanto apenas foi usado os dois quadrantes da esquerda, já que os da direita estavam ruins para a realização da contagem. A solução de diluição de 100x também foi purificada e posteriormente conservada com glicerol 15%. 3 RESULTADOS Para a contagem a placa foi dividida em 4 quadrantes, mas apenas os da direita foram usados, os dados obtidos foram: • 1º Quadrante: 76 UFC • 2º Quadrante: 80 UFC Totalizando 156 UFC na área esquerda da placa, com a impossibilidade de contagem da área direita, foi deduzido que poderia haver a mesma quantidade de UFC que na esquerda, gerando assim uma média/estimativa de 350 UFC presente na amostra. Por meio de uma regra de três foi calculada a UFC/g de solução: 1mL (solução) ----0,0001g (amostra) 0,1 ml (alíquota) ----- x g x = 0,00001 g ou mL 350 UFC’s (UFC da amostra) ------ 0,00001 g ou mL x UFC’s ------ 1 g x = 35.106 UFC/g ou mL ou 35.000.000 UFC/g ou mL 4 DISCUSSÃO As placas de Petri com menores diluições tiveram um grande crescimento microbiano, evidenciando que a amostra de solo compostado utilizada no protocolo detinha bastante matéria orgânica e nutrientes necessários para o crescimento de bactérias e fungos, desta maneira foi necessário repetir o procedimento com maiores diluições,no entanto, com a maior diluição, 10000x, ainda assim em metade da placa não era possível realizar a contagem, sendo necessário realizar uma estimativa em relação a outra metade que possibilitava a contagem, desta maneira pode se concluir que o solo compostado detém um potencial de aplicação em plantas, podendo ser utilizados como bioinoculantes. 5 REFERÊNCIAS [1] Métodos de contagem microbiana. Valença, 1ª Edição, 2016, 28p. Disponível em: <http://ww1.microbiologia-de-alimentos.com>. Acesso em: 30 novembro 2018. [2] Vieira, Francisco Cleber Sousa; Nahas, Ely. Quantificação de bactérias totais e esporuladas no solo. Scientia Agricola. São Paulo - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, v. 57, n. 3, p. 539-545, 2000. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/29621>. Acesso em: 30 novembro 2018. [3] Neto, J. T. P. - Manual de Compostagem, Unicef, Belo Horizonte, p. 17-22, (1996). [4] KENNEDY, A.C.; GEWIN, V.L. Soil microbial diversity: present and future considerations. Soil Science, v.162, p.607-617, 1997.
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