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* * Jorge Marvão Médico Especialista em Anestesiologia, Centro Hospitalar e Universitário do Porto Coordenador do Serviço de Anestesiologia do Hospital Escola Fernando Pessoa Docente Convidado da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Fernando Pessoa MBA em Organizações e Serviços de Saúde Universidade Fernando Pessoa * * * * * * A anestesia local é definida como um bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensações sem alteração do nível de consciência. De um modo geral a sua acção restringe-se ao local de aplicação e termina com a sua difusão. Nieman, em 1860, utilizou, em dentária, a cocaína como primeiro anestésico local, isolada da Erytroxycolon coca. Várias as pesquisas realizadas, no sentido da procura de substitutos sintéticos para a cocaína, tendo Ein Horn, em 1905, sintetizado a procaína, anestésico local dominante nos 50 anos seguintes. Desde esse momento estavam criadas as condições para a descoberta dos anestésicos locais com outras características. Em 1943 Lofgren, sintetizou a lidocaína, protótipo dos anestésicos locais. * * Actualmente encontramos dois tipos de anestésicos locais no mercado: os ésteres e as amidas. As amidas representam uma alternativa menos tóxica, mais efectiva, com maior duração de acção e com menor capacidade alérgica que os anestésicos tipo éster. Cocaína Lidocaína Procaína Ésteres Bupivacaína Amidas Tetracaína Mepivacaína Benzocaína Articaína * * Os anestésicos locais mais usados na clínica Apresentações: Anestésico puro mecanismo de acção – bloqueio dos canais de sódio Combinação com vasoconstritores utilidade diferentes aplicações… * * Mecanismo de Acção dos Anestésicos Locais Ligação da molécula de anestésico local ao receptor da célula nervosa Bloqueia o canal de sódio Diminui a condutância ao sódio Diminuindo ou impedindo a despolarização da membrana O que bloqueia a transmissão do impulso eléctrico sensitivo (aferente) Sem transmissão do impulso não há ‘percepção’ da dor * * Mecanismo de Acção dos Anestésicos Locais * * * * * * Factores a Considerar: 1 - Local da injecção Irrigação sanguínea Cuidados a observar para evitar iv Meios à disposição Profundidade da infiltração 2 - Concentração / Dose Quanto maior, mais rápida será a velocidade de instalação da anestesia por impedimento da transmissão entre neurónios. Relação variável entre a quantidade de anestésico e o volume total. * * Factores a Considerar: 3 - PH do meio Quanto maior for o pH do meio, maior será a rapidez com que o efeito anestésico se instala O que fazer no caso de um abcesso? Qual o seu pH? Como contornar a situação? 4 – Lipossolubilidade A lipossolubilidade está relacionada com a potência do anestésico. Quanto maior, maior será a sua potência. * * Toxicidade: Local - Toxicidade Neurovascular Directa Sistémica - Sistema Nervoso Central, Sistema Cardiovascular Sistema Imunológico, Sistema Hematológico Sinais e Sintomas: Vertigens, Zumbidos, Náuseas, Delírios Palpitações, Dor Précordial, Palpitações, Diaforese Hipotensão, Bradicardia Respiração superficial – Paragem Respiratória Paragem Cardíaca, Síncope * * Efeitos tóxicos potenciados por: Insuficiência Renal Insuficiência Hepática Acidose Respiratória Bloqueios Cardíacos Deficiente débito cardíaco Gravidez Extremos de idade Hipóxia A CAUSA MAIS FREQUENTE DE TOXICIDADE É A INJECÇÃO INTRAVASCULAR INADVERTIDA. * * Reacções Alérgicas: Principalmente relacionadas com os ésteres DERIVADOS DO ÀCIDO PARA-AMINOBENZOICO (PABA) Também associadas às amidas Lidocaína,.. CONTÊM METILPARABENO, SIMILAR AO PABA: por vezes provoca também reacções alérgicas * * Fenómeno ‘’Alergia do Dentista’’ Associado a pacientes com necessidade de tratamento dentário sob anestesia local que imediatamente após a injecção de AL apresentam: Flush facial Palpitações Taquicardia Hipertensão A falta de familiaridade com esta situação pode levar o médico dentista a concluir, erradamente, que se trata de uma reacção alérgica »CLEVELAND CLINIC FOUNDATION (DR.JOHN E TETZLAFF) » * * * * Elevado interesse actualmente pelas técnicas de sedação durante os tratamentos médico dentários. Mais adeptos ao longo dos anos mais recentes. Mais-valia em doentes que recusam tratamento por medo… Mais-valia para o médico-dentista. Pouco consenso no que diz respeito a conceitos, técnicas, fármacos e doses bem como a definição correcta de quem está devidamente habilitado para administrar a sedação e resolver as potenciais complicações durante e após a técnica. Da Pertinência do Tema * * Da Pertinência do Tema Nos EUA existem guidelines bem definidas e claras. Obriga a um profissional dedicado exclusivamente à técnica anestésica e credenciado para tal, com competências em suporte avançado de vida e técnicas de reanimação!.. Mas o que é, efectivamente a Sedação ? * * Definição de Sedação ‘’A sedação é um continuum e, por isso, nem sempre é possível prever a resposta de um determinado indivíduo. Desta forma, os profissionais que pretendam proporcionar determinado nível de sedação deverão ser capazes e estar habilitados a resgatar os pacientes de um eventual nível de sedação mais profundo do que aquele inicialmente previsto e pretendido.”(ASA, 2014) Na prática clínica recorrente o uso da denominação Sedação Consciente. O que é afinal ?? * * Níveis de Sedação A sedação sendo um processo contínuo, divide-se em quatro graus, que estão relacionados com: a profundidade o método utilizado os fármacos empregues o perfil do paciente a sua história clínica específica a sua eventual medicação crónica com o sexo e com a idade Deste modo temos os seguintes níveis, organizados por ordem crescente de profundidade da sedação… * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Ansiólise / Sedação Minor Estado do paciente induzido por drogas, durante o qual este responde normalmente a estímulos e ordens verbais. Neste estado, os reflexos das vias aéreas e as funções ventilatórias e cardiovasculares permanecem inalterados. (ASA, 2014) Sedação Moderada/Analgesia (“Sedação Consciente”) É um estado dedepressão da consciência, induzido por fármacos, durante o qual os pacientes respondem de modo coerente e orientado aos estímulos e comandos verbais, quer sejam acompanhados ou não, por estímulos tácteis ligeiros. O paciente mantém-se em ventilação espontânea e não é necessária nenhuma intervenção para manter a patência da via aérea. A função cardiovascular mantém-se, por norma, estável. (ASA 2014) * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Sedação Profunda/Analgesia É um estado de depressão de consciência, induzido por fármacos, durante o qual o paciente não é facilmente despertável mas responde adequadamente a estímulos dolorosos. A capacidade de manter uma ventilação espontânea pode estar comprometida… a função cardiovascular normalmente está preservada. (ASA 2014) Anestesia Geral É um estado de perda de consciência induzido por drogas durante o qual o paciente não está despertável, nem mesmo por estímulos dolorosos. A sua capacidade de ventilar espontânea e sustentadamente está comprometida. Neste quadro, a função cardiovascular pode ser comprometida ou, pelo menos, afectada. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica A anestesia Office-Based Conceito: ’’Práticas anestésicas levadas a cabo num ambiente fora do bloco operatório’’ Vantagens maior conforto e comodidade para o paciente maior conveniência para o médico dentista menor custo regime ambulatorial Desvantagens necessidade de estratificação adequada dos pacientes investimento em material e equipamento de emergência que poderá nunca ser utilizado… * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica O conceito de sedação consciente difere totalmente da anestesia geral. Depressão mínima do nível de consciência produzido por métodos farmacológicos e métodos não-farmacológicos. É mantida a respiração espontânea. São preservados os reflexos protectores da via aérea. Permanece a capacidade de resposta a estímulos físicos e comandos verbais. Administração de fármacos hipnóticos e analgésicos com resultados excelentes. Paciente relaxado, sonolento e cooperante. Utilização de midazolam provoca amnésia anterógrada. A comunicação é possível e desejada, durante o acto clínico. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Técnicas para Sedação em Medicina Dentária Vias de administração Vantagens e desvantagens Via entérica: oral, sublingual, rectal Via parentérica/endovenosa Via inalatória Vias intramuscular, submucosa, subcutânea e intranasal * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Técnicas para Sedação em Medicina Dentária * * Frequentemente ouvimos falar de Sedação Consciente… Mas… A que nos referimos concretamente? Sedação: acto de sedar ; acalmar Sedar: acalmar ou moderar a acção excessiva de (órgão ou sistema de órgãos) ministrar uma substância com o efeito de acalmar; serenar Consciente: que tem consciência da própria existência que sabe o que faz que sente lúcido Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Fármacos de Eleição Benzodiazepinas Midazolam Diazepam Lorazepam Opióides Fentanil Alfentanil Outros fármacos que são uma mais-valia clínica no outcome: corticóides ev anti-heméticos analgésicos * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Óxido Nitroso/Protóxido de Azoto O protóxido de azoto apresenta uma ampla divulgação entre os Médicos Dentistas. influência anglo-saxónica interesse comercial dos distribuidores O protóxido de azoto (N2O) tem, o seu papel quando falamos de sedação, no campo da medicina dentária entre outros. como qualquer fármaco, apresenta vantagens e desvantagens importante referir denotar que: vantagens são profusamente difundidas riscos, contra-indicações e desvantagens são repetidamente ignorados! * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica O protóxido de azoto A nível cardiovascular o N2O deprime a resposta dos barorreceptores. diminuição da resposta do organismo às variações de pressão arterial Estimula directamente o SNC. estado de euforia no início acção depressora da função do miocárdio O N2O provoca vasodilatação ao nível do SNC, o que explica as frequentes cefaleias que os pacientes manifestam após a sedação sob N2O. Exerce também efeitos a nível respiratório, com maior frequência e menor volume corrente. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica O protóxido de azoto Conduz ao aumento da quantidade de CO2 dissolvida no sangue, o pH diminui e diminui também a resposta à hipóxia. O N2O apresenta a vantagem de ser um fármaco de administração inalatória, através de dispositivos de distribuição sobre o nariz que permitem manter livre o campo oral do paciente... porém... frequentemente os pacientes, adultos e pediátricos, demonstram relutância ou intolerância em adaptar ao seu nariz estes dispositivos que são desconfortáveis. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica Tendo estes factores em conta, constata-se que a sedação endovenosa se revela a opção terapêutica mais adequada, permitindo: Elevada segurança para o paciente Óptimo controlo de repercussões hemodinâmicas Previsibilidade na resposta aos fármacos Rápida administração de fármacos de emergência Administração de fármacos adjuvantes ao tratamento realizado, com vista à excelência de serviço prestado Melhor outcome dos pacientes em termos de resultado cirúrgico devido a um melhor controle do edema pós-cirúrgico. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica A sedação permite ao Médico Dentista: Realizar com segurança trabalhos cirúrgicos de elevada precisão Executar em menos tempo determinados trabalhos pois o paciente colabora Abordar pacientes que recusam os tratamentos propostos por medo/ansiedade Tratar pacientes especiais Concretizar em uma única sessão trabalhos muito prolongados fatigantes para o paciente mais traumáticos O recurso à anestesia geral em bloco operatório , para determinados trabalhos que, pela sua delicadeza / complexidade / segurança carecem de total imobilidade do paciente é, em quase 100% dos casos, uma possibilidade. * * Implantologia e Reabilitação Oral - Residência Clínica A sedação profunda acarreta uma abordagem mais complexa e envolvendo mais recursos, o que a torna mais onerosa e não representa uma vantagem significativa num elevado número de casos. Riscos, complicações e má colaboração. A Sedação Consciente é, pois, uma mais-valia importante, cativando novos pacientes e permitindo a execução de alguns planos de tratamento já propostos mas que, por medo ou ansiedade, não foram concretizados. * * jmarvao@ufp.edu.pt * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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