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CIVIL Pagamento em consignação

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Pagamento em consignação
	Pagamentos especiais 
	Pagamento indireto
	Efetuado mediante deposito judicial ou bancário, e não diretamente ao credor.
	O que caracteriza o pagamento, como modo extintivo da obrigação, é a realização voluntária da prestação devida e a satisfação do interesse do credor.
	O pagamento depende ainda da concordância do credor, que por diversas razoes pode negar-se a receber a prestação ou a fornencer a quitação.
	Não se realizando o pagamento pela falta de cooperação e anuência do credor, o devedor não se exonera da obrigação. 
	Satisfazendo o legitimo interesse do devedor em se liberar do vinculo obrigacional, apesar da falta de cooperação do credor, que a lei permite o pagamento por consignação, como lhe chama o CC ou a consignação do pagamento como diz o CPC.
	Artigo 334 – considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o deposito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
	O CC menciona os fatos que autorizam a consignação. O modo de fazê-lo é previsto no diploma processual.
	Portanto, se o credor sem justa causa, recusa-se a receber o pagamento em dinheiro, poderá o devedor optar pelo depósito extrajudicial ou pelo ajuizamento da ação de consignação em pagamento.
	Caracterização ou comprovação da mora accipiendi.
	O direito material permite a consignação, tanto ao devedor de imóveis quanto de dinheiro, de quantidade de móveis, de coisa certa ou de coisa incerta.
	O fato de a consignação realizar-se por meio de um deposito limita a sua aplicação às obrigações de dar, podendo tomar a forma de entrega ou restituição. 
	Artigo 341 – se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deve ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
	Se tratando de coisa indeterminada, incerta, faltando a escolha da qualidade e se esta competir ao credor, o devedor não será obrigado a permanecer aguardando, indefinidamente que ela se realize.
	Artigo 342 – se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob comunicação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo anterior.
	Fatos que autorizam a consignação, artigo 335: a) a mora do credor (I e II); b) circunstancias inerentes à pessoa do credor que impedem o devedor de satisfazer a sua intenção de exonerar-se da obrigação (III a V).
	Artigo 335, I – se o credor não puder, ou sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma. Mora do credor. Ex: se houver perda de titulo representativo da divida e o credor não se prestar a fazer a ressalva a que alude o artigo 321.
	 Se a recusa injusta, não fundada em motivo legitima, a autoriza. 
	A consignação ainda terá lugar se o credor concordar em receber o pagamento, mas recusar-se a fornecer o recibo de quitação, ou se não puder recebê-lo nem fornecê-lo, porque se trata de meio liberatório do devedor.
	Artigo 335, II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos. Divida quesível, em que o pagamento deve efetuar-se fora do domicilio do credor, cabendo a este a iniciativa. 
	Artigo 335, III – hipótese de o credor ser incapaz de receber ou desconhecido, ter sido declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil. Para que se configure a hipótese de consignação é necessário, pois, que, alem de ser incapaz, o credor não tenha representante legal, ou que, por algum motivo, o pagamento não possa ser efetuado a este. 
	Artigo 335, IV – duvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. Se dois credores mostram-se interessados em receber o pagamento, e havendo dúvida sobre quem tem direito a ele, deve o devedor valer-se da consignação para não correr o risco de pagar mal, requerendo a citação de ambos. 
	Comparecendo mais de um pretendendo ao crédito, o devedor é excluído do processo, declarando-se extinta a obrigação. Não comparecendo nenhum, converter-se-á o depósito em arrecadação de bens de ausentes.
	Artigo 335, V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Estando o credor e terceiro disputando em juízo o objeto do pagamento, não deve o devedor antecipar-se ao pronunciamento judicial e entregá-lo a um deles, assumindo o risco, mas sim consigná-lo judicialmente, para ser levantado pelo que vencer a demanda.
	Artigo 336 – para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
	Em relação às pessoas ou requisitos subjetivos, deve o pagamento ser feito pelo devedor capaz e ao verdadeiro credor, também capaz, ou seu representante, sob pena de não valer, salvo se ratificado por este ou se reverter em seu proveito.
	A legitimidade ativa para a ação consignatória é conferida ao devedor, ao terceiro interessado no pagamento da divida e também ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor.
	Quanto a legitimidade passiva, réu da ação consignatória será o credor capaz de exigir o pagamento ou quem alegue possuir tal qualidade, ou seu representante, uma vez que tem ela finalidade liberatória do debito e declaratória do credito. 
	Quanto ao objeto ou requisitos objetivos, exige-se a integralidade do deposito, porque o credor não é obrigado a aceitar pagamento parcial.
	Impõe-se ao devedor, na consignatória, ao efetuar o deposito, fazê-lo com inclusão da correção monetária do período compreendido entre a data de vencimento da obrigação e a do efetivo depósito, sob pena de ser julgado improcedente o pedido. 
	Se a hipótese consistir na entrega de coisa, deverá ela realizar-se juntamente com os respectivos acessórios, como os frutos ou produtos a que o credor tenha direito. 
	O modo será o convencionado, não se admitindo, por exemplo, pagamento em prestações quando estipulado que deve ser à vista.
	O tempo, deve ser, também o fizado no contrato, não podendo o pagamento efetuar-se antes de vencida a divida, se assim foi convencionado. 
	A mora do devedor, por si só, não impede a propositura da ação consignatória, se ainda não provocou conseqüências irreversíveis e o pagamento ainda é útil ao credor, pois tal ação pode ser utilizada tanto para prevenir como emendar a mora. 
	Se o credor já houver demandado o devedor, não caberá mais a purgação da mora, salvo se na ação proposta houve previsão dessa possibilidade, como ocorre no despejo por falta de pagamento. 
	O simples atraso do devedor não o impede de valer-se da consignação em pagamento.
	Não poderá valer-se do deposito judicial ou extrajudicial quem pretender consignar contra credor incapaz ou antes do vencimento da dívida; ou oferecer objeto que não seja o devido; ou ainda descumprir cláusulas contratuais, tendo o credor, por contrato, direito de recusar o pagamento antecipado.
	Artigo 338 – enquanto o credor não declarar que aceita o deposito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências do direito.
	Artigo 340 – se o credor depois de contestar a lide ou aceitar o deposito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
	Se o credor recusar o deposito e contestar a ação, o levantamento não poderá mais ocorrer sem a sua anuência. Se, no entanto, vier a concordar com a sua efetivação, perderá a preferência e garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada. Alem disso, tendo a anuência ocorrido depois de assegurado o resgate de seu crédito pelo deposito, reputa-se ter ele concedido novo crédito ao devedor, em substituição ao antérico. 
	Se, em vez de contestar a ação, o credor aceita o deposito, a divida se extingue, visto que a consignação produz o mesmo efeito do pagamento.Se a ação foi julgada procedente e subsistente o deposito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. 
	O consentimento posterior do credor com a prestação do devedor de levantar deposito não tem força para restaurar a divida extinta, mas faz surgir uma outra obrigação, que pode ser uma doação ou outro negocio.
	Extrajudicial – pode ocorrer na consignação de prestação devida em virtude de compromisso de compra e venda de lote urbano e de deposito em estabelecimento bancário aceito pelo credor. 
	Diferenciam-s os procedimentos judiciais quando há recusa ou obstáculo para a efetivação do pagamento e quando existe duvida sobre quem deva, legitimamente, receber. 
	Artigo 890, CPC – facultando o deposito extrajudicial, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, quando se tratar de pagamento em dinheiro, faculdade essa também mencionada no artigo 334 do CC. Se o credor, sem justa causa, recusa-se a receber o pagamento em dinheiro, poderá o devedor optar pelo deposito extrajudicial ou pelo ajuizamento da ação de consignação em pagamento.
	A ação de consignação em pagamento, sendo a divida de natureza portável, deve ser proposta no foro do lugar do pagamento (CC, 337; CPC, 891) que é o do domicilio do credor-réu, ou no foro de eleição (CC, 327; CPC 111.) Se a divida for quesível, o foro competente é o do domicilio do autor-devedor. Por fim, competente será o foro onde se encontra a coisa certa objeto da prestação devida (CPC, 891).
	Artigo 892, CPC – tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignadas a primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam efetuados até 5 dias contados da data de vencimento. 
	Artigo 896, CPC – poderá o réu alegar que: não houve recusa ou mora em receber quantia ou coisa devida; foi justa a recusa; o deposito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; o deposito não é integral.

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