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A NULIDADE DO ENUNCIADO N.º 165 DO FONAJE (FÓRUM NACIONAL DE JUIZADOS ESPECIAIS) A PARTIR DA TEORIA GERAL DO DIREITO E SUA INEFICIÊNCIA PRÁTICA

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ANAIS 
ELETRÔNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS 
ELETRÔNICOS 
 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL 
Florianópolis/Palhoça 
14, 15 e 16 de setembro de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAIS 
ELETRÔNICOS 
 
 
 
 
 
 
 
Organizador 
Alexandre Botelho 
 
 
 
 
 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
Coordenador científico 
Prof. Alexandre Botelho, MSc. 
 
Comissão Organizadora 
Alexandre Botelho 
Anderson de Souza Rosa 
Andressa Tomazini 
Cláudia Pick 
Eliana Becker 
Eliziane Vezintana 
Fabiano Zoldan 
Janete Zanchin 
João Batista Thomé 
Juliana Fiorini Thomé 
Karina Souza 
Karla Leonora Dahse Nunes 
Letícia Zanela 
Luciana Xavier de Oliveira 
Luciara Vanderlinde Canadas 
Maria Eduarda Medeiros da Silveira 
Sâmia Mônica Fortunato 
Samira Schultz Mansur 
Sergio Francisco da Silva Júnior 
Suele de Souza Rosa 
Tânia Maria Santhias 
Victor Rebelo Bianchini 
 
Comissão científica 
Alberto Gonçalves 
Daniele Espezim 
Eliana Becker 
Hercílio Lentz 
João Batista Thomé 
João Paulo Filipin 
Joel Irineu Lohn 
Patrícia Castagna 
Sâmia Fortunato 
Solange Büchelle 
Susana Pretto 
Tânia Santhias 
 
Realização 
Grupo de Pesquisa Zeitgeist 
 
Apoio 
Universidade do Sul de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Botelho, Alexandre 
 Anais do I Congresso de Direito Unisul - SC, 2017. 
 264 p. 
Anais (congresso) - Universidade do Sul de Santa 
Catarina, Florianópolis/Palhoça, 2017. 
 
 Inclui referências. 
 
 1. Direito. I., II. Universidade do Sul de Santa 
Catarina. III. Título 
 
 
 
 
 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 128 
 
 
A NULIDADE DO ENUNCIADO N.º 165 DO FONAJE 
(FÓRUM NACIONAL DE JUIZADOS ESPECIAIS) A 
PARTIR DA TEORIA GERAL DO DIREITO E SUA 
INEFICIÊNCIA PRÁTICA 
 
Guilherme Christen Möller 
RESUMO 
Com o objetivo investigar a nulidade existente no Enunciado 
n.º 165 do FONAJE, bem como sua ineficiência prática, por 
meio de um estudo misto (utilização de método dedutivo e 
indutivo), abordar-se-á neste artigo os principais pontos 
acerca da temática, para tanto, iniciando-se tecendo 
considerações sobre o Enunciado n.º 165 do FONAJE a 
partir da Lei n.º 9.099/95 e do Código de Processo Civil de 
2015, seguindo-se para a análise de um dos objetos deste 
estudo, a nulidade do Enunciado n.º 165 do FONAJE a 
partir da Teoria Geral do Direito, e, ao fim, fechando esta 
digressão com a observação acerca da ineficácia da 
celeridade processual na utilização de prazos corridos, 
fundamento do enunciado objeto deste estudo a partir de 
dados práticos. Nessa perspectiva, conclui-se que, com base 
na Teoria Geral do Direito, o Enunciado n.º 165 do FONAJE 
é nulo, além de ser ineficiente na prática, devendo-se o 
mesmo ser cancelado o quanto antes a fim de que não mais 
induza em erro os atuantes do Direito com a sua utilização. 
Palavras-chave: Código de Processo Civil de 2015; Juizado 
Especial; FONAJE, Enunciado n.º 165 do FONAJE; Prazo. 
 
 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 129 
 
 
INTRODUÇÃO 
Em março do ano de 2015 aprova-se a Lei Ordinária 
n.º 13.105/2015, o Código de Processo Civil de 2015. Essa 
codificação é marcada por romper com muitas das técnicas 
instrumentais que vinham sendo utilizadas no período em 
que vigorou o Código Buzaid (Código de Processo Civil de 
1973, Lei n.º 5.869/73). 
Dentre tantas modificações e novidades, encontra-se a 
disposição relativa ao computo dos prazos dos atos/fatos 
processuais, os quais passam a ser contados em dias úteis, 
suspendendo-se a contagem nos finais de semana, feriados 
e recesso forense (art. 219 do CPC). 
Essa regra, no entanto, aplica-se em todos os 
procedimentos, seja comum ou especial, enquanto não 
houver disposição, especial, que o contrarie, isso inclusive 
nos procedimentos especiais previstos em leis esparsas, 
ocasião em que se aplica a disposição especial, afinal, a 
disposição especial sobrepõe à disposição geral, seguindo-
se o critério da especialidade. 
Nesse cenário, surge o Fórum Nacional de Juizados 
Especiais e elabora um enunciado, qual seja Enunciado n.º 
165 do FONAJE, com base no princípio da celeridade 
processual (art. 2º da Lei dos Juizados Especiais), 
sustentando que nos processos que tramitarem pelo 
procedimento do juizado especial, serão os prazos 
computados de forma continua, ou seja, similar ao Código 
de Processo Civil de 1973. 
A posição adotada pelo FONAJE estaria correta se a Lei 
n.º 9.099/95 apresentasse norma-regra que assim 
dispunha, o que em momento algum é possível observar no 
corpo dessa lei. 
Desse modo, a fim de zelar por uma “falsa” celeridade 
processual, utiliza-se um enunciado para sobrepor uma 
disposição de lei ordinária, rejeitando-se a hierarquia de 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 130 
 
 
normas e induzindo as Unidades Jurisdicionais, que 
detenham competência da Lei dos Juizados Especiais, a 
seguir a contagem dos prazos processuais de forma 
continua. 
Ver-se-á neste estudo que não bastasse uma violação 
à Teoria Geral do Direito, o Enunciado n.º 165 do FONAJE 
nada mais representa do que uma “falsa”, como já 
pontuado, celeridade processual, afinal, pelos dados 
colhidos e que aqui serão apresentados, não há prejuízo a 
celeridade processual tutelada na utilização de prazos em 
dias úteis em vez de prazos corridos. 
1. PARA ENTENDER O ENUNCIADO N.º 165 DO 
FONAJE: BREVÍSSIMA ANÁLISE DA LEI DOS 
JUIZADOS ESPECIAIS E DO CÓDIGO DE PROCESSO 
CIVIL DE 2015 
O presente capítulo tem por mera finalidade 
apresentar solidas bases para entender o problema que será 
investigado no presente estudo, de modo que se abordará, 
incialmente, a Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 9.099/95) 
– com enfoque na parte cível da lei –, passando-se para a 
análise do Código de Processo Civil – nesse momento 
focando-se exclusivamente na nova disposição acerca da 
forma de contagem de prazo processuais –, e, ao fim deste 
introito, analisando o Enunciado n.º 165 do FONAJE com 
base na Lei n.º 9.099/95 e no Código de Processo Civil de 
2015. 
A Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 9.099/951) surge 
como sucedâneo da revogada Lei dos Juizados Especiais de 
 
1 BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 131 
 
 
Pequenas Causas (Lei n.º 7.244/842), inclusive, essa 
conclusão é acessível na proporção em que se observar a 
revogação operada pela primeira lei sobre a segunda, isso 
na perspectiva da disposição do art. 97, in fine, da Lei n.º 
9.099/953. 
Inspirada, no início da década de oitenta do século 
passado, na iniciativa individual de juízes de direito, guiados 
pela small clains courts do sistema jurídico norte-
americano4, formando os denominados “conselhos de 
conciliação e arbitramento”, é caracterizado por ser uma 
técnica processual diferenciada, na proporção em que é 
vista como um procedimento especial, considerado que sua 
natureza especial decorre do fator que é oriundo de uma lei 
especial, o contrário do que ocorre no Código de Processo 
Civil, afinal, o último, mesmo que uma lei de mesma 
hierarquia – lei ordinária – (art. 59 da Constituição Federal5), 
 
2 BRASIL. Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984. Juizado 
Especial de Pequenas Causas. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1980-
1988/L7244.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
3 Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e 
a Lei nº7.244, de 7 de novembro de 1984. BRASIL. Lei nº 9.099, 
de 26 de setembro de 1995. Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
4 VIDAL, Jane Maria Köhler. Origem do Juizado Especial de 
Pequenas Causas e seu estágio atual. In: Revista dos Juizados 
de Pequenas Causas. N. 1. Abr/1991. DECOMAIN, Pedro 
Roberto. Juizados especiais da fazenda pública (Lei n.º 
12.153/09). In: Revista Dialética de Direito Processual (RDDP). 
N. 84. Mar/2010. 
5 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica
ocompilado.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 132 
 
 
trata-se de uma lei geral, responsável por regular o campo 
das relações processuais civis brasileiras.6 
Numa perspectiva instrumental, sua diferenciação em 
relação ao Código de Processo Civil está no fato de que se 
respalda em critérios como oralidade, simplicidade, 
informalidade, economia processual e celeridade, com o 
objetivo primordial – e sempre que assim for possível – a 
obtenção de um resultado processual por vias de 
autocomposição (art. 2º da Lei n.º 9.099/95)7. 
Em razão da técnica processual diferenciada, o procedimento 
previsto na Lei n.º 9.099/1995, interpretado conjuntamente com 
as disposição especificas da Lei n.º 10.259/2001 e da Lei n.º 
12.153/2009, tem natureza especial. O direito posto em causa não 
assume qualquer relevo nessa definição. O procedimento nos 
juizados especiais caracteriza-se pela oralidade em grau máximo 
[...] – ou procedimento por audiências – e pela influência dos 
princípios diretores – simplicidade, informalidade, economia e 
celeridade objetivando, “sempre que possível a conciliação ou a 
transação” (art. 2.º da Lei n.º 9.099/1995. 8 
Diferentemente do Código de Processo Civil de 2015 
(Lei n.º 13.105/2015), em que se consagra como norma 
fundamental do processo (art. 4º do CPC) a garantia 
fundamental constitucional (art. 5º, inc. LXXVIII, da CF) de 
razoável duração do processo, a Lei dos Juizados Especiais 
impõe que a relação processual que esteja sob guarda desse 
procedimento especial deva ser célere (art. 2º da Lei n.º 
9.099/95), de modo a entender a necessidade do processo 
que tramita por esse rito ter de tramitar e ser julgado o mais 
rápido possível. 
 
6 ASSIS, Araken de. Processo Civil Brasileiro. 2ª. ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2016, v. I. 
7 BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
8 ASSIS, Araken de. Processo Civil Brasileiro. 2ª. ed. São Paulo: 
Editora Revista dos Tribunais, 2016, v. I, p. 114. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 133 
 
 
O direito de acessar a ordem jurídica justa exige uma prestação 
qualificada que, dentre outros atributos, há de ser concedida em 
um prazo razoável. Este o teor do art. 5º, inciso LXXVIII, da 
Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional 
45 de 2004: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. O dispositivo 
constitucional em comento explicita o direito fundamental a um 
processo com duração razoável, nos âmbitos judicial e 
administrativo, bem como os meios que garantam esta sua 
qualidade, de sorte a integrar o rol dos direitos fundamentais 
previstos em nossa Carca Constitucional. Considerando a inegável 
morosidade na tramitação dos processos no Brasil, o legislador 
constitucional positivou a duração razoável do processo, mas sem 
definir qual seria o tempo de tramitação para que se verificasse o 
comando constitucional – e, por certo, não poderia ser de outra 
forma Tem-se, portanto, um conceito indeterminado que compete 
à doutrina tentar encontrar a maneira de (i) aferi-lo e (ii) efetivá-lo, 
caso a caso, sem que se possa, a priori, fixar um número como 
sendo aquele o “prazo razoável”. Portanto, ainda que se considerem 
os critérios acima mencionados e as peculiaridades de cada causa, 
não é possível, de antemão, afirmar qual seria o prazo razoável de 
duração de determinado processo. Impõe-se, pois, nos dias atuais, 
a atualização e revisitação do próprio princípio do acesso à justiça, 
princípio este que hoje já não mais se exaure na possibilidade do 
exercício do direito de ação, mas abarca também, e principalmente, 
o direito conferido ao jurisdicionado à obtenção de uma tutela 
adequada à natureza do direito material controvertido e que venha 
a conferir ao jurisdicionado, num prazo razoável e observado o 
devido processo legal, exatamente aquilo a que tem direito de 
obter9. 
Na mesma proporção em que se encontra 
indeterminabilidade para definir o lapso temporal que 
corresponderia à razoável duração do processo, encontra-se 
indeterminabilidade para definir o lapso temporal 
correspondente à celeridade processual. Pensa-se, no 
entanto, que o lapso temporal dessa celeridade deva ser – no 
 
9 CARACIOLA, Andrea Boari. Duração razoável do processo. In: 
Teoria Geral do Processo contemporâneo. 1ª. ed. ASSIS, Carlos 
Augusto de; CARACIOLA, Andrea Boari; DELLORE, Luiz; 
FERNANDES, Luís Eduardo Simardi; SOUZA, André Pagani, p. 
80-82. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 134 
 
 
mínimo – infimamente considerável em relação ao lapso da 
duração razoável. 
Não bastasse divergências existentes entre essas leis, 
há, porém, determinadas ocasiões em que ocorrerão 
omissões no procedimento da Lei dos Juizados Especiais. 
Frente à essa omissão legislativa, socorre-se ao Código de 
Processo Civil para fins de suprir a vista lacuna (art. 1.046, 
§ 2º, do CPC). Numa perspectiva comparativa entre 
disposições existentes em cada uma dessas leis, vislumbra-
se a situação aqui exposta na questão da contagem dos 
prazos dos atos/fatos do processo. 
É, prazo, “a distância de tempo que medeia entre dois 
atos ou fatos”10 do processo, com a finalidade de fixar 
quantidade razoável de tempo para a realização desses atos 
do processo. Sua existência é necessária para que o 
processo não seja eterno, afinal, deve iniciar (dies a quo) e 
finalizar (dies ad quem).11 
Na legislação processual civil anterior, os prazos eram 
regulados a partir do art. 177 e obedeciam ao princípio da 
continuidade (art. 178 do CPC/73)12, ou seja, vez que 
iniciada a contagem do prazo correspondente ao ato/fato 
processual, não seria ela suspensa ou interrompida sem 
relevante motivo13. 
 
10 GONÇALVES, Marcus Vinicíus Rios. Novo Curso de Direito 
Processual Civil. 12ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 302. 
11 GONÇALVES, Marcus Vinicíus Rios. Novo Curso de Direito 
Processual Civil. 12ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 302. 
12 BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Código de 
Processo Civil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
13 NERY, Rosa Maria de Andrade; NERY JÚNIOR, Nelson. Código 
de Processo Civil comentado e legislação extravagante. 13ª. 
ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p. 537. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 135 
 
 
Essa metodologia não se manteve no Código de 
Processo Civil de 2015, afinal, a proposta para essa “nova” 
codificação seria a de tratar a “contagem de prazo em dias, 
estabelecido por lei ou pelo juiz” computando-se “somente 
os dias úteis” (art. 219 do CPC)14, representando, desse 
modo, duas consideráveis modificações: 1) Computo em dias 
úteis; 2) Suspensãodos prazos em feriados, finais de 
semanas e recesso forense.15 No Código de Processo Civil de 
2015, as disposições relativas aos prazos processuais foram 
regulados na seção I, capítulo III, do título I, do livro IV, a 
partir do seu art. 218.16 
Diferentemente do CPC/1973, que estabelece a continuidade dos 
prazos processuais sem levam em consideração a sua interrupção 
em razão de feriados (art. 178 do CPC/1973), a nova lei processual 
é expressa ao estabelecer que na contagem dos prazos legais ou 
judiciais computar-se-ão somente os dias úteis (art. 219). 17 
Tal modificação não deve ser vista como algo irrisório, 
afinal, trata-se de algo significativamente democrático, na 
medida em que se atendeu as reivindicações da Ordem dos 
Advogados do Brasil (OAB), empregando o respeito pelo 
papel do advogado na proporção de lhe garantir descanso 
nos finais de semana, feriados e recesso forense, o que não 
 
14 BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de 
Processo Civil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 1 out. 2017. Art. 219. 
15 MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. O projeto do 
CPC: crítica e propostas. São Paulo: Editora Revista dos 
Tribunais, p. 94. 
16 BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de 
Processo Civil. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 1 out. 2017. Art. 219. 
17 DONIZETTI, Elpídio. Curso didático de Direito Processual 
Civil. 19ª. ed. São Paulo: Atlas, 2016, p. 435. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 136 
 
 
acontecia outrora, pois havia a necessidade de tal 
profissional ficar à disposição de um eventual prazo.18 
Sendo advogado militante no contencioso cível, não tenho como 
deixar de saudar efusivamente a novidade legislativa. Nem é 
preciso muita experiência forense para compreender que, com 
prazos em trâmite durante o final de semana, o advogado 
simplesmente não tem descanso. Basta imaginar o termo inicial de 
contestação numa ação cautelar numa quarta-feira como feriado 
na quinta e na sexta.19 
Além disso, na seara dos prazos processuais, buscou-
se a tentativa da uniformização, determinando um prazo 
padrão em dia, por conta da forma de sua contagem, para 
regular os atos/fatos processuais.20 
Ocorre que a regra do art. 1.003, § 5º21 (unificação de 
prazos), do CPC, não se aplica a todos os prazos legais, 
tampouco faz alguma referência a eventual prazo decorrente 
da fixação pelo juiz (prazo judicial) ou convencional, mesmo 
 
18 FERREIRA, Antonio Oneildo. A Advocacia sob uma perspectiva 
temporal. In: O Novo CPC: As conquistas da Advocacia. COÊLHO, 
Marcus Vinicius Furtado; FERREIRA, Antonio Oneildo; 
LAMACHIA, Claudio Pacheco Prates; SOUZA NETO, Cláudio 
Pereira; RIBEIRO, Cláudio Stábile. (coord). Brasília: OAB, 
Conselho Federal, 2015, p. 97. 
19 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo 
Civil comentado. 1ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 348. 
20 FERREIRA, Antonio Oneildo. A Advocacia sob uma perspectiva 
temporal. In: O Novo CPC: As conquistas da Advocacia. COÊLHO, 
Marcus Vinicius Furtado; FERREIRA, Antonio Oneildo; 
LAMACHIA, Claudio Pacheco Prates; SOUZA NETO, Cláudio 
Pereira; RIBEIRO, Cláudio Stábile. (coord). Brasília: OAB, 
Conselho Federal, 2015, p. 93-94. 
21 Art. 1.003, § 5º, do CPC: “Art. 1.003 [...] § 5º Excetuados os 
embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para 
responder-lhes é de 15 (quinze) dias. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 
de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. Art. 219. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 137 
 
 
que seguindo a linha do CPC de 1973 e se aplicando aos três 
casos.22 
Em outras palavras, a proposta marcante – quiçá 
principal – acerca da forma de contagem de prazos a partir 
da vigência do CPC de 2015, em 18 de março de 2016, foi a 
de considerar apenas os dias que forem úteis daquele prazo, 
excluindo-se os finais de semana, feriados e recesso forense. 
Assim, tecido essas considerações acerca da Lei n.º 
9.099/95 e da Lei n.º 13.105/15, a inexistência de norma 
regulamentadora sobre a contagem de prazos na Lei dos 
Juizados Especiais, faz recorrer-se à lei geral (art. 1.046, § 
2º, do CPC)23, no caso o Código de Processo Civil de 2015, 
ocasionando-se na aplicação da contagem nos estritos 
moldes do art. 219 desse diploma ao procedimento especial 
da Lei n.º 9.099/95. 
Dentre tantos pontos controvertidos, alguns deles ocupam posição 
central no debate. O tema aqui tratado é precisamente um deles: a 
nova sistemática de contagem de prazos processuais instituída 
pelo art. 219 do CPC/2015 e sua (in)aplicabilidade ao Sistema dos 
Juizados Especiais. A simples leitura das leis que disciplinam o 
Sistema dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/1995; Lei nº 
10.259/2001; e Lei nº 12.153/2009) conduz a uma única e 
irrefutável conclusão: nenhuma delas traz qualquer dispositivo 
sobre a contagem dos prazos processuais. Pode até haver outras 
controvérsias, mas tal questão é incontestável.24 
 
22 ALVIM, Arruda; ALVIM, Eduardo Arruda; ASSIS, Araken de. 
Comentários ao Código de Processo Civil. 3ª. ed. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2014, p. 390. 
23 “Permanecem em vigor as disposições especiais dos 
procedimentos regulados em outras leis, aos quais se aplicará 
supletivamente este Código”. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de 
março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
24 DIAS, Alisson de Souza. Os Juizados Especiais e o novo CPC: 
A questão da contagem dos prazos. In: Portal Jurisprudência. 
Disponível em: 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 138 
 
 
Contudo, insurge, nesse, até então, “pacífico campo”, 
o Fórum Nacional de Juizados Especiais (FONAJE), 
manifestando-se, por intermédio de um enunciado, que 
inobstante a inexistência de regulamentação acerca da 
contagem de prazos na Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 
9.099/95), a disposição contida no Código de Processo Civil 
deva ser deixada à limiar por conta da celeridade (art. 2º) 
que rege essa lei especial, ocasionando a utilização da 
contagem de forma continua, similarmente ao Código de 
Processo Civil de 1973, conforme dispõe o Enunciado n.º 
165 do FONAJE: “Nos Juizados Especiais Cíveis, todos os 
prazos serão contados de forma contínua (XXXIX Encontro 
- Maceió-AL)”25, afinal, a utilização da contagem dos prazos 
em dias úteis seria prejudicial à celeridade processual 
tutelada por essa lei especial. 
Ref.: Artigo 219 do Código de Processo Civil de 2015, que trata da 
contagem de prazos processuais em dias úteis. Os Magistrados 
integrantes da Diretoria e Comissões do FONAJE – Fórum Nacional 
de Juizados Especiais, reunidos ordinariamente, nas dependências 
do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, na cidade de 
Florianópolis, em data de 04 de março de 2016, convictos de que 
as disposições do artigo 219 do Novo CPC, relativas à contagem de 
prazos processuais, não se aplicam ao Sistema de Juizados 
Especiais, deliberaram por elaborar e divulgar a presente Nota 
Técnica, já como indicativo de proposta de enunciado específico a 
ser apreciada por ocasião do XXXIX Encontro do FONAJE, a ter 
lugar em Maceió-AL, de 08 a 10 de junho de 2016, dada a flagrante 
incompatibilidade com os critérios informadores da Lei 
9.099/1995.26 
 
<http://portaljurisprudencia.com.br/2016/08/07/os-juizados-
especiais-e-o-novo-cpc-questao-da-contagem-dos-prazos/>.Acesso em: 2 out. 2017. 
25 BRASIL. FONAJE, Fórum Nacional de Juizados Especiais. 
Enunciados. Disponível em: 
<http://www.amb.com.br/fonaje/?p=32>. Acesso em: 2 out. 
2017. 
26 BRASIL. FONAJE, Fórum Nacional de Juizados Especiais. Nota 
técnica n.º 01/2016. Disponível em: 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 139 
 
 
Na linha da nota “técnica”, foi o entendimento do 
XXXIX Encontro do FONAJE, realizado em Maceió, Estado 
do Alagoas, nos dias 8 a 10 de junho do ano de 2016, 
resultando no enunciado protagonista deste trabalho, o 
Enunciado n.º 165 do FONAJE. 
Os magistrados dos Juizados Especiais do Brasil, reunidos no 
XXXIX Encontro do Fórum Nacional de Juizados Especiais – 
FONAJE, nos dias 8, 9 e 10 de junho de 2016, em Maceió, capital 
do Estado de Alagoas, sob o tema ‘A Autonomia dos Juizados 
Especiais’, vêm a público para: 1. Reafirmar a necessidade de 
preservação da autonomia e da independência do Sistema de 
Juizados Especiais em relação a institutos e a procedimentos 
incompatíveis com os critérios informadores definidos no art. 2º da 
Lei 9.099/95, notadamente os previstos no Novo Código de 
Processo Civil; e ressaltar que, por suas peculiaridades, os 
Juizados Especiais, órgãos constitucionais (art. 98, inc. I, da 
CF/88), são vocacionados a contribuir positiva e decisivamente 
para a redução dos índices de congestionamento processual da 
Justiça Brasileira; [...].27 
Em outras palavras, descartou-se o Código de Processo 
Civil – quiçá a própria Teoria Geral do Direito, conforme será 
visto a frente – e criou-se um enunciado para sobrepor essa 
lei ordinária – frisa-se: enunciado sobrepondo disposição de 
lei ordinária –, pautando-se meramente em princípios, e não 
numa norma-regra prevista na Lei dos Juizados Especiais, 
o que implicando, fatidicamente, na aplicação desse 
enunciado nas varas competentes pelos Juizados Especiais 
Cíveis do Brasil, isso sem contar a ambiguidade que daí 
emanou, com Unidades Jurisdicionais aplicando o 
 
<https://drive.google.com/file/d/0B0ZgIqiDzc7yeXNMakdwMGR
pQkk/view>. Acesso em: 2 out. 2017. 
27 BRASIL. FONAJE, Fórum Nacional de Juizados Especiais. Carta 
de Maceió – XXXIX FONAJE. Disponível em: 
<http://www.amb.com.br/fonaje/?p=634>. Acesso em: 2 out. 
2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 140 
 
 
enunciado em questão, bem como outras tanto seguindo a 
disposição do Código de Processo Civil28. 
2. A CONCLUSÃO DA LEITURA DO ENUNCIADO N.º 
165 DO FONAJE A PARTIR DA TEORIA GERAL DO 
DIREITO: NULIDADE! (UM EXEMPLO DA 
NECESSIDADE DA LEITURA INTERDISCIPLINAR DO 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL) 
O sistema jurídico brasileiro adota uma hierarquização 
de normas, na proporção em que existe um sistema e, para 
a composição desse sistema, existem diversas camadas que 
 
28 Até o advento da I Jornada de Direito Processual Civil, criou-se 
um turbulento cenário no tema aqui proposto – quiçá 
contraditório –, haja vista que, enquanto, de um lado, o Enunciado 
n.º 165 do FONAJE sustenta que os prazos nos Juizados Especiais 
devam ser contados de forma contínua, o Enunciado n.º 45 da 
ENFAM sustenta que “a contagem dos prazos em dias úteis aplica-
se ao sistema dos juizados especiais”, e, por fim, o Enunciado n.º 
175 do FONAJEF dispõe que, “por falta de previsão legal específica 
nas leis que tratam dos juizados especiais, aplica-se, nestes, a 
previsão da contagem dos prazos em dias úteis (CPC/2015, art. 
219)”. BRASIL. FONAJE, Fórum Nacional de Juizados Especiais. 
Enunciados. Disponível em: 
<http://www.amb.com.br/fonaje/?p=32>. Acesso em: 2 out. 
2017. BRASIL. ENFAM, Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados. Enunciados Aprovados. 
Disponível em: <http://www.enfam.jus.br/wp-
content/uploads/2015/09/ENUNCIADOS-VERSÃO-
DEFINITIVA-.pdf>. Acesso em: 2 out. 2017. BRASIL. FONAJEF, 
Fórum Nacional de Juizados Especiais Federais. Enunciados. 
Disponível em: 
<http://www.ajufe.org/static/ajufe/arquivos/downloads/fonajef
-enunciados-compilados-i-ao-xiii-definitivo-1151152.pdf>. Acesso 
em: 2 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 141 
 
 
o sustentarão, cada uma representando um nível normativo 
nessa hierarquia.29 
Nessa perspectiva, há, no topo desse sistema, a 
Constituição Federal, norma suprema do sistema, seguindo-
se para baixo, encontram-se, respectivamente, as Leis 
Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias e leis 
delegadas, e, ao fim dessa cadeia – do qual se prefere a 
denominação de sistema normativo – estão as Resoluções, 
Portarias e Enunciados, compondo a base do sistema. Essa 
é a denominada “pirâmide Kelseniana”30. 
Ironicamente, uma “norma” – se é que a atribuição, à 
um enunciado, do termo “norma” estaria correto – de última 
camada, v.g., um Enunciado, v.g., oriundo do Fórum 
Nacional de Juizados Especiais, não poderia ir em sentido 
contrário à uma disposição contida em camadas superiores 
desse sistema, como por exemplo, um Enunciado 
contrariando disposição contida em uma determinada – v.g., 
Código de Processo Civil (Lei n.º 13.105/2015) – Lei 
Ordinária. A hierarquização dessas normas pressupõe 
subordinação entre elas, de modo que, uma “norma” da base 
não poderia contraria a norma do topo, tampouco ser 
utilizada como instrumento jurídico para alterar o sentido 
daquela norma. Caso isso ocorra, aplica-se o denominado 
“critério da hierarquia”, ou seja, em ocorrendo uma das 
hipóteses aqui destacadas, nessa perspectiva, das normas 
conflitantes, a de mais alto grau hierárquico prevalece, 
sendo a outra deixada à limiar. 
A proposta desse sistema parte de Hans Kelsen31, 
sendo adotado e incorporado pelo sistema jurídico do Brasil 
 
29 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ª. ed. São Paulo: 
Editora WMF Martins Fontes, 2009. 
30 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ª. ed. São Paulo: 
Editora WMF Martins Fontes, 2009. 
31 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ª. ed. São Paulo: 
Editora WMF Martins Fontes, 2009. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 142 
 
 
no art. 59 da Constituição Federal de 198832, sendo que o 
fundamento de todo esse sistema hierárquico encontra 
escopo na chamada “norma hipotética fundamental”33. 
Aplicando-se esse brevíssimo introito sobre hierarquia 
de normas ao caso em comento, veja-se que de um lado, há 
uma disposição contida em Lei Ordinária Federal, qual seja 
o art. 219 do Código de Processo Civil de 2015 (Lei Ordinária 
n.º 13.105/2015)34, arguindo que os prazos processuais 
serão computados em dias úteis, excluídos os finais de 
semanas, feriados e recesso forense, e, por outro lado, há 
um Enunciado que dispõe em sentido contrário àquela 
norma, qual seja o Enunciado n.º 165 do FONAJE (Fórum 
Nacional de Juizados Especiais), arguindo, por sua vez, que 
os prazos processuais, na Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 
9.099/1995)35, deverão ser contados de forma corrida, 
afinal, a redação do art. 219 do CPC vai em sentido contrário 
às propedêuticas dessa lei especial. 
Destaca-se, no entanto, que o diálogo conflitante sobre 
a questão é esse, ou seja, um Enunciado (base da hierarquia 
das “normas”), contrariando disposição contida em Lei 
Ordinária (“terceira camada” da hierarquia das normas). 
 
32 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica
ocompilado.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
33 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ª. ed. São Paulo: 
Editora WMF Martins Fontes, 2009. 
34 BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de 
Processo Civil. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
35 BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 143 
 
 
O problema, porém, é que não há qualquer disposição 
sobre forma de contagem de prazos processuais na Lei dos 
Juizados Especiais, ou seja, dever-se-ia, pelo menos, seguir 
a orientação do Código de Processo Civil de 2015, vez que 
não há uma aplicação de um critério de especialidade (lex 
specialis derogat lex generalis) para desempate dessa 
questão.36 
A discussão consiste puramente no fator de que uma 
norma, hierarquicamente inferior, é utilizada como 
instrumento para contrariar o disposto em outra norma, no 
entanto, hierarquicamente superior àquela. 
Nessa perspectiva, a conclusão que se tira não é outro 
do que a do Enunciado n.º 165 do FONAJE ser nulo, afinal, 
não poderia contraria o Código de Processo Civil, vez que 
está hierarquicamente subordinado à disposição contida no 
último. 
Em entendendo que seria necessário essa adaptação – 
adaptação necessária, conforme será visto na sequência – 
deveria ser seguido as vias ordinárias do processo legislativo 
que dispõe a Constituição Federal37 e propor uma mudança 
no próprio texto da Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 
9.099/95) para a adição de redação no sentido do 
enunciado. 
Caso assim fosse, a discussão aqui seria meramente 
acerca da sua eficiência, afinal, não haveria uma nulidade a 
ser destacada, haja vista que, no conflito de normas entre 
leis de mesma hierarquia, no caso em comento o Código de 
Processo Civil e a Lei dos Juizados Especiais, aplica-se a 
disposição da lei especial (critério da especialidade, lex 
 
36 KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8ª. ed. São Paulo: 
Editora WMF Martins Fontes, 2009. 
37 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica
ocompilado.htm>. Acesso em: 1 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 144 
 
 
specialis derogat lex generalis), conforme destacou-se 
alhures. 
Nessa perspectiva, correto é o posicionamento do 
Enunciado n.º 19 da I Jornada de Direito Processual Civil, 
do Enunciado n.º 45 do ENFAM e do Enunciado n.º 175 do 
FONAJEF, sendo que o errado nessa história é o 
posicionamento defendido pelo Enunciado n.º 165 do 
FONAJE, objeto contestado neste estudo.38 
 
38 Dispõe o Enunciado n.º 19 da I Jornada de Direito Processual 
Civil que “o prazo em dias úteis previsto no art. 219 do CPC aplica-
se também aos procedimentos regidos pelas Leis n. 9.099/1995, 
10.259/2001 e 12.153/2009, por outro lado, o Enunciado n.º 165 
do FONAJE sustenta que os prazos nos Juizados Especiais devam 
ser contados de forma contínua, já, o Enunciado n.º 45 da ENFAM 
sustenta que “a contagem dos prazos em dias úteis aplica-se ao 
sistema dos juizados especiais”, e, por fim, em mesmo sentido ao 
último, o Enunciado n.º 175 do FONAJEF dispõe que, “por falta 
de previsão legal específica nas leis que tratam dos juizados 
especiais, aplica-se, nestes, a previsão da contagem dos prazos em 
dias úteis (CPC/2015, art. 219)”. BRASIL. FONAJE, Fórum 
Nacional de Juizados Especiais. Enunciados. Disponível em: 
<http://www.amb.com.br/fonaje/?p=32>. Acesso em: 2 out. 
2017. BRASIL. ENFAM, Escola Nacional de Formação e 
Aperfeiçoamento de Magistrados. Enunciados Aprovados. 
Disponível em: <http://www.enfam.jus.br/wp-
content/uploads/2015/09/ENUNCIADOS-VERSÃO-
DEFINITIVA-.pdf>. Acesso em: 2 out. 2017. BRASIL. FONAJEF, 
Fórum Nacional de Juizados Especiais Federais. Enunciados. 
Disponível em: 
<http://www.ajufe.org/static/ajufe/arquivos/downloads/fonajef
-enunciados-compilados-i-ao-xiii-definitivo-1151152.pdf>. Acesso 
em: 2 out. 2017. BRASIL. I Jornada de Direito Processual Civil. 
Enunciados. Disponível em: 
<http://www.cjf.jus.br/cjf/noticias/2017/setembro/copy_of_En
unciadosaprovadosvfpub.pdf>. Acesso em: 2 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 145 
 
 
Não há, porém, vencedores ou vencidos nessa 
história39, afinal, deva ser tirada a lição dessa “aventura 
jurídica” realizada pelo FONAJE de que o aperfeiçoamento 
da técnica processual40 não contempla um fim em si, de 
modo que deve recorrer a categorias basilares do Direito, 
como, aqui o caso, a Teoria Geral do Direito. O fato de não 
se concordar com o Código de Processo Civil em 
determinados pontos não significa que os sentidos das suas 
disposições possam ser alterados, seja doutrinariamente, 
seja de forma ativista, tampouco deva ser aplicado com 
olhos no código passado, Código de Processo Civil de 1973, 
o que dá uma ideia de complexo de curupira41. 
Ao que tudo indica, o Enunciado n.º 165 do FONAJE 
restou cancelado em decorrência do Enunciado n.º 19 da I 
Jornada de Direito Processual Civil, todavia, preocupante é 
o raciocínio de que, a um, um enunciado, como o em 
comento, é capaz de invalidar disposição em uma lei 
ordinária, ora Código de Processo Civil, bem como, a dois, o 
fato de um enunciado estar anulando outro enunciado (???), 
dando a ideia da semeação de uma cultura de “jurisdição 
enunciativa”, o que é demasiadamente preocupante para o 
panorama jurídico brasileiro contemporâneo.42 
 
39 STRECK, Lenio Luiz. Enunciado cancela enunciado; uma 
“jurisdição enunciativa”? Quo vadis? In: CONJUR, Consultor 
Jurídico. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2017-set-
14/senso-incomum-enunciado-cancela-enunciado-jurisdicao-
enunciativa-quo-vadis>. Acesso em: 5 out. 2017. 
40 MARINONI, Luiz Guilherme. Técnica Processual e Tutela dos 
Direitos. 4ª. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013. 
41 MOREIRA, José Carlos Barbosa. O poder judiciário e a 
efetividade da nova Constituição. In: Revista Forense, n. 304, 
1988. 
42 STRECK, Lenio Luiz. Enunciado cancela enunciado; uma 
“jurisdição enunciativa”? Quo vadis? In: CONJUR, Consultor 
Jurídico. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2017-set-
14/senso-incomum-enunciado-cancela-enunciado-jurisdicao-
enunciativa-quo-vadis>. Acesso em: 5 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 146 
 
 
3. E SE NÃO BASTASSE TODO O EXPOSTO NESTE 
ESTUDO, A FUNDAMENTAÇÃO DO ENUNCIADO N.º 
165 DO FONAJE É EFICIENTE? (CELERIDADE 
PROCESSUAL X DURAÇÃO RAZOÁVEL DO 
PROCESSO SOB A PERSPECTIVA DA “JUSTIÇA EM 
NÚMEROS”) 
Embora já se tratou acerca do diálogo distintivo entre 
celeridade processual e duração razoável do processo – 
mesmo que de forma supérflua –, compreender a sua 
distinção é primordial para a investigação da “eficiência” do 
Enunciado n.º 165 do FONAJE, afinal, encontra sua 
fundamentação na diretriz celeridade que rege a Lei dos 
Juizados Especiais (Lei n.º 9.099/95). 
Há divergência doutrinária sobre a questão aqui 
proposta, afinal, não são raros os casos de autores que 
optem por entender celeridade processual e duração 
razoável do processo como sinônimos43. 
Entretanto, a duração razoável do processo, garantia 
fundamental do processo (art. 4º do CPC) e fundamental da 
constituição (art. 5º, inc. LXXVIII, da CF), possui sintonia 
com a ideia da obtenção de tutela jurisdicional justa sem 
dilações processuais indevidas44, todavia, não necessário 
que sua atividade deva ser obtida de forma rápida, mas, que 
deva ser obtida respeitando a estrutura das normas 
processuais constitucionais, como ampla defesa, 
contraditório efetivo, devido processo legal, dentre outros45. 
Nesse panorama, a duração razoável do processo não 
deve ser atrelada com a ideia de um lapso temporal43 Como exemplo: CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 
18.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
44 DIAS, Ronaldo Brêtas de Carvalho. Processo Constitucional e 
Estado Democrático de Direito. Belo Horizonte: Del Rey, 2010. 
45 NUNES, Dierle José Coelho. Processo jurisdicional 
democrático. Curitiba: Juruá Editora, 2010. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 147 
 
 
previamente determinado, mas, que lhe seja determinável 
conforme o caso concreto, afinal, dever-se-ão respeitar as 
condições naturais de cada relação processual. Cada 
processo é diferente doutro, de modo que errado seria o 
pensamento de sua rígida padronização procedimental, o 
que, caso contrário fosse, violaria uma percepção de 
processualismo constitucional e de policontexturalidade46 
processual. 
Assim, quando se fala sobre celeridade processual, não 
significa que o processo que assim for norteado deva 
desrespeitar as premissas fundamentais constitucionais, 
mas que as respeite por meio de um procedimento 
diferenciado, como é o caso da Lei n.º 9.099/95, em que se 
assegura tal rapidez do processo por meio de um 
procedimento “infimamente burocrático”, pautando-se em 
oralidade, simplicidade, informalidade e economia 
processual (art. 2º da Lei n.º 9.099/9547), o que seria, de 
certo modo, improvavelmente aplicável quando da utilização 
de um, v.g., procedimento comum (art. 318 e ss do CPC). 
A razoável duração do processo não é o mesmo que a celeridade 
processual, são coisas distintas, como fica claro pela simples 
leitura do inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição pátria. Verifica-
se pela leitura do art. 8º, inciso 1 do Pacto de São José da Costa 
Rica que a razoável duração do processo vem acompanhada das 
garantias processuais, na Constituição brasileira, a razoável 
duração também foi prevista em conjunto com inúmeras garantias 
processuais e com os princípios institutivos do processo, 
evidentemente que o referido princípio deve ser lido em conjunto 
com as garantias e princípios institutivos do processo consagrados 
pela Constituição. Assim, a razoável duração do processo significa 
o processo célere, sem dilações indevidas, porém, asseguradas as 
 
46 MELEU, Marcelino da Silva. Jurisdição Comunitária: A 
efetivação do acesso à justiça no policontexturalidade. Rio de 
Janeiro: Lumen Juris, 2014. 
47 BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9099.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 148 
 
 
garantias processuais constitucionais e os princípios institutivos 
do processo. Em suma, a razoável duração do processo poderá ser 
representada pelo binômio celeridade X garantias processuais 
inerentes ao devido processo legal. Assim, somente terá duração 
razoável o processo que tenha tramitado de forma célere (sem 
dilações indevidas) mas que tenha obedecido aos princípios e 
garantias do devido processo constitucional, permitindo que as 
partes tenham participado efetivamente da construção do 
provimento jurisdicional. Conclui-se, portanto, que a razoável 
duração do processo figura como o centro gravitacional entre a 
celeridade processual e as garantias constitucionais do processo 
democrático. Assim, o processo não deve visar a celeridade pela 
celeridade, o que o converteria em instrumento de vingança, mas 
buscar exterminar as etapas mortas e garantir a participação dos 
sujeitos na construção do provimento. Se de um lado exige-se 
rapidez, de outro há a demanda de tempo para a maturação do 
provimento a ser construído pelas partes.48 
Justamente por essa ínfima burocracia que rege a Lei 
dos Juizados Especiais, o que se espera por sua celeridade 
processual é que os processos que tramitem por tal 
procedimento tenham mínima duração até, pelo menos, o 
seu julgamento em primeiro grau de jurisdição, isso em 
comparação à um processo, v.g., tramitando pelo 
procedimento comum numa vara estadual de competência 
comum. 
Neste momento, mostra-se necessário a extração e 
análise de alguns dados a respeito desse lapso de tramitação 
de um processo pelo procedimento nos Juizados Especiais e 
nas Varas Estaduais Comuns até, pelo menos, o seu 
julgamento em primeiro grau de jurisdição, a fim de 
averiguar se essa celeridade processual que fundamenta o 
Enunciado n.º 165 do FONAJE é realmente eficiente, ou 
 
48 SANTIAGO NETO, José de Assis. Razoável duração do 
processo não é sinônimo de processo célere. In: Empório do 
Direito. Disponível em: 
<http://emporiododireito.com.br/razoavel-duracao-do-processo-
nao-e-sinonimo-de-processo-celere-por-jose-de-assis-santiago-
neto/>. Acesso em: 3 out. 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 149 
 
 
seja, se a utilização de dias corridos em vez de dias úteis 
apresenta um resultado significante. 
Da análise da “Justiça em números do ano de 2016”49, 
a qual tem como ano-base o ano de 2015 – ou seja, ano em 
que vigorava o Código de Processo Civil de 197350 e houve a 
aprovação do “novo” CPC – extrai-se que o lapso de duração 
de um processo de conhecimento que tramita, em primeiro 
grau de jurisdição, perante uma Unidade Jurisdicional 
Estadual Comum (Juízo Comum) leva aproximados 1 (um) 
ano e 9 (nove) meses51 até que seja sentenciado, um 
processo de conhecimento que tramita perante a Unidade 
Jurisdicional Estadual Especial (Juizado Especial) leva 
aproximados 9 (nove) meses52 para ser sentenciado, de 
modo a ser possível concluir que um processo que tramita 
pelo procedimento da Lei n.º 9.099/95 é julgado, 
aproximadamente53, 1 (um) ano a menos do que um 
 
49 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2016: ano-base 2015. Brasília: CNJ, 2016. 
50 BRASIL. Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973. Código de 
Processo Civil. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm>. Acesso 
em: 1 out. 2017. 
51 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2016: ano-base 2015. Brasília: CNJ, 2016, p. 126. 
52 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2016: ano-base 2015. Brasília: CNJ, 2016, p. 127. 
53 “Por ser a primeira coleta de dados relativa ao tempo do 
processo, alguns tribunais não encaminharam as informações ao 
CNJ, o que justifica a presença de alguns vazios nos gráficos que 
serão apresentados a seguir. Antes de iniciarmos as análises que 
seguem, é importante ter em mente as limitações metodológicas 
ainda existentes. Neste relatório trataremos da média como 
medida estatística para representar o tempo. Apesar de 
extremamente útil, ela é limitada, pois resume em uma única 
métrica os resultados de informações que sabemos ser 
extremamente heterogêneas. Para adequada análise de tempo, 
seria necessário estudar curvas de sobrevivência, agrupando os 
processos semelhantes, segundo as classes e os assuntos. Tais 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 150 
 
 
processo que tramitava pelos procedimentos ordinário e 
sumário – isso considerando que não há dados distintivos 
para cada um dos antigos procedimentos da Lei n.º 
5.869/73. 
Ainda, nessa linha, a distinção dos lapsos de 
tramitação em cada um desses procedimentos é ainda maior 
quando versar sobre processos de cunho executivo, haja 
vista que, enquanto um processo de execução, em primeiro 
grau de jurisdição, que tramita perante uma Unidade 
Jurisdicional Estadual Comum (Juízo Comum) leva 
aproximados 4 (quatro) anos e 3 (três) meses54 para ser 
sentenciado, um processo de execução que tramita perante 
uma Unidade Jurisdicional Estadual Especial (Juizado 
Especial) leva aproximados 1 (um) ano e 1 (um) mês55 para 
ser sentenciado.Já, da análise da “Justiça em números do ano de 
2017”56, a qual tem como ano-base o ano de 2016 – ou seja, 
ano em que vigorou até o mês de março o Código de Processo 
 
dados ainda não estão disponíveis, e são complexos para serem 
obtidos, mas o CNJ, por meio do Selo Justiça em Números, está 
trabalhando no aperfeiçoamento do Sistema de Estatística do 
Poder Judiciário, e planeja obter as informações necessárias para 
produção de estudos mais aprofundados sobre o tempo de 
tramitação processual. A divisão da aferição do tempo do processo 
por fases processuais faz sentido na medida em que os marcos 
temporais usados para os cálculos são bem claros. Assim, na 
apuração do tempo médio dos processos até a sentença de mérito, 
sabe-se exatamente quando o processo começa (protocolo) e qual 
o termo final de apuração (última sentença proferida)”. CNJ, 
Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 2016: ano-
base 2015. Brasília: CNJ, 2016, p. 125. 
54 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2016: ano-base 2015. Brasília: CNJ, 2016, p. 126. 
55 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2016: ano-base 2015. Brasília: CNJ, 2016, p. 127. 
56 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 151 
 
 
Civil de 1973 e nos meses subsequentes o Código de 
Processo Civil de 2015 – extrai-se que o lapso de duração de 
um processo de conhecimento que tramita, em primeiro 
grau de jurisdição, perante uma Unidade Jurisdicional 
Estadual Comum (Juízo Comum) leva aproximados 2 (dois) 
anos e 1 (um) mês57 até que seja sentenciado, um processo 
de conhecimento que tramita perante a Unidade 
Jurisdicional Estadual Especial (Juizado Especial) leva 
aproximados 10 (dez) meses58 para ser sentenciado, 
concluindo-se que um processo que tramita pelo 
procedimento da Lei n.º 9.099/95 é julgado, 
aproximadamente59, 1 (um) ano e 5 (cinco) meses a menos 
 
57 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017, p. 129. 
58 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017, p. 129. 
59 “Essas estimativas guardam limitações metodológicas. A 
principal delas está no uso da média como medida estatística para 
representar o tempo. A média é fortemente influenciada por 
valores extremos e, ao resumir em uma única métrica os 
resultados de informações que sabemos serem extremamente 
heterogêneas, torna-se uma medida limitada. Para análise de 
tempo mais adequada, seria necessário recorrer aos quantis e às 
curvas de sobrevivência, por exemplo, sempre considerando o 
agrupamento de processos semelhantes, segundo classe e 
assunto. Para possibilitar essas análises, seria preciso recorrer 
aos dados de cada processo individualmente. O CNJ, por meio do 
Selo Justiça em Números, já recebe essas informações de alguns 
tribunais, e, a partir de 2017, o encaminhamento dos dados 
processuais individuais passou a ser obrigatório, de acordo com a 
Portaria n. 46/2017, aperfeiçoando o Sistema de Estatísticas do 
Poder Judiciário. A divisão da aferição do tempo do processo por 
fases processuais faz sentido na medida em que os marcos 
temporais usados para os cálculos são bem claros. Assim, na 
apuração do tempo médio dos processos até a sentença de mérito, 
sabe-se exatamente quando o processo começa (protocolo) e qual 
o termo final de apuração (última sentença proferida). Importante 
esclarecer que a apuração dos tempos médios se deu pela 
avaliação da duração em cada fase ou instância. Por exemplo, na 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 152 
 
 
do que um processo que tramitava pelos procedimento 
comum. 
Além disso, a distinção dos lapsos de tramitação em 
cada um desses procedimentos é ainda maior quando versar 
sobre processos de cunho executivo, haja vista que, 
enquanto um processo de execução, em primeiro grau de 
jurisdição, que tramita perante uma Unidade Jurisdicional 
Estadual Comum (Juízo Comum) leva aproximados 5 (cinco) 
anos e 4 (quatro) meses60 para ser sentenciado, um processo 
de execução que tramita perante uma Unidade Jurisdicional 
Estadual Especial (Juizado Especial) leva aproximados 1 
(um) ano e 2 (dois) meses61 para ser sentenciado. 
Indiscutivelmente é a conclusão, com base nesses 
dados, que as Unidades Jurisdicionais que operam sob o 
procedimento da Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 
9.099/95) cumprem a premissa de um processo célere, 
porém, indaga-se se é eficiente pensar que a utilização da 
contagem de prazos em dias úteis traria efetivo prejuízo aos 
números aqui expostos: De práxis, a resposta que vem à 
mente é negativa. 
A Lei Federal 9.099/95, ao delimitar a data da audiência de 
instrução como termo final para a apresentação da contestação, 
restringe-se a prever os seguintes possíveis prazos para as partes: 
cinco dias para embargos de declaração (artigo 49) e mais cinco 
dias para a resposta (CPC, parágrafo 2º do artigo 1023); 10 dias 
para o recurso inominado (caput do artigo 42) e mais 10 dias para 
contrarrazões ao recurso inominado (parágrafo 2º do artigo 42). 
Assim, no processo onde houver embargos de declaração, 
 
execução, conta-se o tempo a partir do início da execução ou 
liquidação ou cumprimento, até a data da última sentença em 
execução. No conhecimento, conta-se a partir da data do 
protocolo”. CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em 
números 2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017, p. 128. 
60 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017, p. 129. 
61 CNJ, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em números 
2017: ano-base 2016. Brasília: CNJ, 2017, p. 129. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 153 
 
 
contrarrazões aos embargos de declaração, recurso inominado, 
contrarrazões ao recurso inominado, o tempo total de prazo em 
curso será de 40 dias (5+5+10+10). Se esses 40 dias forem 
computados em dias úteis, haverá um incremento, no máximo, de 
cinco finais de semana, ou seja, os 40 dias úteis corresponderão a 
50 dias corridos.62 
Não bastasse a nulidade do Enunciado n.º 165 do 
FONAJE a partir da Teoria Geral do Direito, conforme 
destacou-se alhures, o mesmo mostra-se antidemocrático, 
na medida em desrespeitar prerrogativas básicas da figura 
dos Advogados, na proporção em que lhe retira o repouso 
dos finais de semana, feriados e recesso forense – aliás, isso 
prejudica o próprio resultado da peça processual, afinal, a 
mesma não poderá ser trabalhada com maior cautela63 –, 
bem como é ineficiente na prática, afinal, o aperfeiçoamento 
dessa premissa da Lei dos Juizados Especiais que é a 
celeridade processual será ainda mais aperfeiçoada e 
respeitada se o seu principal “vilão” for corretamente 
combatido, qual seja o “tempo de prateleira”, ou seja, o 
tempo que o processo permanece inerte esperando 
movimentação para que os atos do processo sejam 
cumpridos e o processo possa ser ”solvido”. 
 
62 ABBOUD, George; APRIGLIANO, Ricardo de Carvalho; 
CAMARGO, Luiz Henrique Volpe. Enunciado 165 do Fonaje, 
sobre prazos nos juizados, deve ser cancelado. In: CONJUR, 
Consultor Jurídico. Disponível em: 
<http://www.conjur.com.br/2017-ago-29/opiniao-fonaje-
cancelar-enunciado-165-prazos-juizados>. Acesso em: 3 out. 
2017. 
63 ABBOUD, George; APRIGLIANO, Ricardo de Carvalho; 
CAMARGO, Luiz Henrique Volpe. Enunciado 165 do Fonaje, 
sobre prazos nos juizados, deve ser cancelado. In: CONJUR, 
Consultor Jurídico. Disponível em: 
<http://www.conjur.com.br/2017-ago-29/opiniao-fonaje-
cancelar-enunciado-165-prazos-juizados>.Acesso em: 3 out. 
2017. 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 154 
 
 
CONCLUSÃO 
Buscou-se com esta breve digressão, após analisar o 
Código de Processo Civil de 2015 (Lei n.º 13.105/2015), a 
Lei dos Juizados Especiais (Lei n.º 9.099/95) e o Enunciado 
n.º 165 do FONAJE (Fórum Nacional de Juizados Especiais), 
a partir da Teoria Geral do Direito, demonstrar que o 
enunciado objeto deste trabalho é nulo. 
Um enunciado não pode contrapor disposição contida 
numa norma hierarquicamente superior, como é o caso em 
questão, de modo que, pelo critério da hierarquia, aplicar-
se-á a disposição contida na norma superior, ora Código de 
Processo Civil, e não a disposição contida no enunciado, ora 
Enunciado n.º 165 do FONAJE. 
Caso houvesse a real necessidade de adaptar a Lei dos 
Juizados Especiais ao Código de Processo Civil no tocante à 
modificação na forma de contagem de prazos processuais 
(art. 219 do CPC), dever-se-ia observar o processo 
constitucional legislativo, disposto a partir do art. 59 da 
Constituição Federal de 1988, ou seja, pela via ordinária, e 
não seguir pelos rumos propostos pelo FONAJE, com um 
peculiar ativismo, além do mais, o enunciado em comento 
não merecia o estudo que aqui foi elaborado por um simples 
fator: O FONAJE não detêm competência para legislar sobre 
matéria processual! 
Além disso, o enunciado objeto deste estudo, além de 
nulo pela hierarquia normativa (pirâmide kelseniana), 
mostra-se ineficiente na medida em que, pelo procedimento 
proposto na Lei dos Juizados Especiais, contar os prazos de 
forma corrida no lugar da contagem em dias úteis acarretará 
na salvação de míseros dias a menos no conjunto de todo do 
lapso de duração do processo. 
Combata-se, assim, o seu real vilão, o chama “tempo 
de prateleira”, o tempo que o processo fica aguardando 
movimentação pelos servidores do Poder Judiciário, e não 
se ceife um Direito democraticamente conquistado pela 
II CONGRESSO DE DIREITO UNISUL (ANAIS ELETRÔNICOS) 155 
 
 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesse vigente Código 
de Processo Civil, ou seja, os prazos em dias úteis (art. 219 
do CPC). 
Ademais, ressalta-se que não há vencedores ou 
vencidos nessa história, de modo que deva ser tirada a lição 
dessa “aventura jurídica” realizada pelo FONAJE de que o 
aperfeiçoamento da técnica processual não contempla um 
fim em si, afinal, deve recorrer a categorias basilares do 
Direito, como, aqui o caso, a Teoria Geral do Direito. Desse 
modo, o fato de não se concordar com o Código de Processo 
Civil em determinados pontos não significa que os sentidos 
das suas disposições possam ser alterados, seja 
doutrinariamente, seja de forma ativista, tampouco deva ser 
aplicado com olhos no código passado, Código de Processo 
Civil de 1973. 
Felizmente e ao que tudo indica, o Enunciado n.º 165 
do FONAJE restou cancelado em decorrência do Enunciado 
n.º 19 da I Jornada de Direito Processual Civil. Entretanto, 
por toda essa experiência que vem se tirando acerca desse 
vasto “oceano” de enunciados que são constantemente 
elaborados no Brasil, dois pontos são extremamente 
preocupantes, a um enunciado invalidando disposição de 
uma lei ordinária, a dois, o fato de um enunciado estar 
anulando outro enunciado, dando a ideia da semeação de 
uma cultura de “jurisdição enunciativa”, o que é 
demasiadamente preocupante para o panorama jurídico 
brasileiro contemporâneo. 
Retomemos a aplicação dos prazos em dias úteis, ou 
seja, o art. 219 do Código de Processo Civil, no procedimento 
dos juizados especiais! 
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CAMARGO, Luiz Henrique Volpe. Enunciado 165 do Fonaje, 
sobre prazos nos juizados, deve ser cancelado. In: CONJUR, 
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