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Portfólio - Desigualdade social no Brasil

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
Curso de graduação em serviço social
andressa shirley duduca de sousa
Antonieta maria melo
diêgo willian dos santos
maria rosália ferreira de souza
manoel antônio de paiva neto
natália Teixeira de oliveira
tatielly de paula Carlos
desigualdade social no brasil 
Sobral – Ce
2018
andressa shirley duduca de sousa
Antonieta maria melo
diêgo William dos santos
maria rosália ferreira de souza
Manoel antônio de paiva neto
Natália Teixeira de oliveira
tatielly de paula carlos
desigualdade social no brasil
Trabalho apresentado em requisito a produção textual em grupo referente ao 1° semestre do Curso de Serviço Social. Portfólio para as disciplinas de: Sociologia, Filosofia, Psicologia Social e Ética, Política e Cidadania, Seminário Interdisciplinar II 
Professores: Wilson Sanches, Márcia Bastos, Mayra C. Frâncica dos Santos, Maria Luzia Mariano, Juliana Lima Arruda e Patrícia Campos. 
Sobral – Ce
2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO …………………….......………………………………………..…………04
2. DESENVOLVIMENTO ………………………………………………………......……......05
2.1. A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO ...………………………………………...…......06
2.2. A ORIGEM DAS DESIGUALDADES …………………………………………...….....07
2.3. PSICOLOGIA SOCIAL: A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE SOCIAL…………………………………………………………………………………….......09
2.4. ALTERNATIVAS SOCIAIS PARA A PROMOÇÃO DA CIDADANIA ..……….......13
2.4.1. A RESPONSABILIDADE DO ESTADO FRENTE AO AUMENTO DOS ÍNDICES DE DESEMPREGO E POBREZA…………………...……………………...............…...... 16
2.4.2. FORMAS DE ALTERAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL………………..…….17
3. CONCLUSÃO……………………………………………...………………………...……..19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………….........………………………...……….20
	
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1. INTRODUÇÃO	
A desigualdade social no Brasil é um processo sistêmico na sociedade e que tem como causa múltiplos fatores como a má distribuição de renda entre a população. Onde limita-se o acesso a direitos básicos como saneamento, educação, saúde, moradia entre outros.
O conceito de desigualdade social compreende diversos tipos de desigualdades, desde desigualdade de oportunidade, resultado, até desigualdade de escolaridade, de renda, de gênero, etc. (CAMARGO, 2011). A desigualdade econômica é a mais conhecida e chamada muitas vezes erroneamente de desigualdade social caracterizada pela distribuição desigual de renda.
Para Karl Marx, a desigualdade social era um fenômeno causado pela divisão de classes e por terem, nessas divisões, classes dominantes, estas se utilizavam da miséria gerada pela desigualdade social como instrumento de manter o domínio estabelecido sobre as classes dominadas, numa espécie de ciclo. 
Neste trabalho iremos discutir e esclarecer o que foi solicitado. Falaremos sobre a desigualdade social no Brasil, toda a contradição do processo, como surgiram as desigualdades, a psicologia social e as alternativas sociais. Por fim, na conclusão apresentaremos uma síntese do que foi discutido, abordando a origem da desigualdade, as mudanças da sociedade no decorrer dos tempos. A oscilação econômica e política que o país se encontra, e o quanto isso prejudica a sociedade e influência ainda mais as desigualdades.
2. DESENVOLVIMENTO
O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), é um índice usado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para comparar o rendimento econômico e a qualidade de vida entre os países. O índice que é calculado com base nesses dados econômicos e sociais, vai de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais se aproximar de 1, mais desenvolvido é o país. 
De acordo com os dados para 2017, o IDH do Brasil é 0,759 (79º entre 189 países). A Noruega está em 1º lugar com 0,953. A queda no rendimento bruto nacional em 2015 fez com que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) estagnasse, apesar da pequena melhora em indicadores como expectativa de vida e escolaridade. Uma das causas que mais dificultou o avanço brasileiro foi a queda da renda da população, que foi causada pela crise econômica. A renda per capta, que é um dos pontos que compõem o IDH, caiu em 4% de 2015 a 2017 – de 14,3 mil dólares para 13,7 mil dólares por ano. 
O relatório do IDH sobre o Brasil, destaca que o país é a nona maior desigualdade de renda do mundo, medida pelo coeficiente de Gini. É o país mais desigual do continente americano. Os resultados indicam os efeitos das crises econômica e política que afetam o país desde 2014. De acordo com o Pnud, mais de 29 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2003 e 2013. No entanto, o nível de pobreza voltou a crescer entre 2014 e 2015, quando cerca de quatro milhões de pessoas ingressaram na pobreza. Isso devido a taxa de desemprego que subiu nesse período, chegando a mais de 12 milhões de pessoas. E a situação é mais crítica entre jovens e mulheres. Perante essa situação, até em países com economias mais desenvolvidas, o Pnud sugere que sejam adotas políticas públicas universais afirmativas, com proteção social e voz aos excluídos.
2.1. A CONTRADIÇÃO EM PROCESSO
Com o surgimento do capitalismo, foram aparecendo as mudanças na sociedade burguesa. A partir dessa nova forma de relação social, apareceram características como o individualismo burguês, que configura a acumulação do capital privado, e a exploração dos trabalhadores, que tem seus serviços tratados como mercadoria. Para Marx, esse é o tipo de trabalho abstrato, que caracteriza a produção da mais-valia. Onde a força de trabalho e o produto do trabalho, são propriedades do capitalista.
Sendo assim, o indivíduo deixa de ser visto como humano e passa a ser visto somente por sua força de trabalho, aquilo que pode ser comprado ou vendido. Essa força de trabalho serve tão somente para a produção da mais-valia. O modo de produção capitalista, não está interessado no bem-estar do trabalhador ou do consumidor, somente no aumento incessante de capital.
Produção de mais-valia ou geração de excedente é a lei absoluta desse modo de produção. Só à medida que mantém os meios de produção como capital, que reproduz seu próprio valor como capital e que fornece em trabalho não-pago uma fonte de capital adicional é que a força de trabalho é vendável. As condições de sua venda, quer sejam mais quer sejam menos favoráveis para o trabalhador, incluem, portanto, a necessidade de sua contínua revenda e a contínua reprodução ampliada da riqueza como capital. (LEAL LIMA, A.J., 2009, apud, MARX, 1984:191-2).
Conforme a sociedade capitalista avança de um lado, do outro cresce a miséria. O progresso da acumulação de capital, contribui para o crescimento da pobreza. Então, quanto mais o trabalhador produz, menos ele é valorizado. Ele ainda fala que, o trabalhador vive alheio ao seu próprio trabalho, que os bens produzidos, dificilmente são consumidos por quem os produz. Essa alienação do trabalho termina por contribuir para a desigualdade social. Pois quando o capitalista tem o controle da força de trabalho, ele controla também a vida do trabalhador.
Diante dessa percepção, podemos observar que para Marx, existe exploração do trabalho especificamente na forma de sociabilidade capitalista, alcançando expressões anteriormente desconhecidas e impondo ao trabalhador a condição de ser mera mercadoria. Onde o trabalhador contribui para a deterioração das condições consideradas necessárias para a produção do metabolismo social, ou seja, de mais-valia. E é deste modo qualquer obstáculo que possa vir a interromper esse processo de acumulação de capital poderá sofrer consequências destrutivas. Marx tinha uma visão otimista dos destinos da humanidade acreditando ser possível que na batalha final, os operários venceriam os capitalistas por serem maioria na sociedade.
2.2. A ORIGEM DAS DESIGUALDADES
Segundo Jean Jacques Rousseau (1712-1778), em seu Discursosobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, diz que através de alguns fatores da natureza humana e de fenômenos naturais o progresso caminhou e surgiu a propriedade privada e a sociedade civil. 
Expõe que os homens primitivos ou o homem no estado de natureza tinha uma ingenuidade, uma liberdade e uma igualdade natural, que lhes permitiam mais independência e capacidade de escolha. Sendo que ele vivia mais solitário e isolado e suas necessidades eram essencialmente comer, repousar e procriar, e eram facilmente satisfeitas. O homem natural não tinha grandes preocupações, sendo assim vivia tranquilo e feliz. Com a evolução o homem foi se aperfeiçoando e se corrompendo e perdeu toda a sua ingenuidade natural. Erigiu o progresso e junto as desigualdades sociais. O filósofo segue dizendo que as desigualdades sociais que decorreram com o progresso e a formação da sociedade civil aconteceram de forma bem vagarosa, quando o homem tomou conhecimento de sua existência e passou a manifestar paixões e originar a conservação da espécie.
O primeiro sentimento do homem foi o de sua existência, sua primeira preocupação, a de sua conservação. As produções de terra forneciam-lhe todos os socorros necessários, o instinto levou-o a utilizar-se deles. (BARBOSA PAULO S. C., apud ROUSSEAU J.J., 1755, p. 260).
O homem natural foi se aperfeiçoando e diante das dificuldades como seca, enchente e frio ele se ajustou a realidade e aprendeu a lidar com as condições impostas pela natureza e inventou novos meios de sobrevivência, como a caça e a pesca. Com o amadurecimento, o progresso trouxe a agricultura e a metalúrgica, causando grandes mudanças no dinamismo do trabalho, começando a relação de troca de mão de obra por alimento. O homem preso ao próprio homem. A partir disso, o progresso só aumentou e o homem ficou mais preso ao sofrimento e foi adulterado com a evolução cultural. 
Para Rousseau, o ápice do progresso foi o nascimento da propriedade privada, quando o homem natural rompeu totalmente e criou a sociedade civil, onde as coisas começaram a ter donos e preços, onde ter passou a ser mais importante que o ser. Iniciou-se as desigualdades, a vontade de ter deixou o homem mais ganancioso, querendo sempre ser o melhor e explorar o seu semelhante. Então deu-se início a três tipos diferentes de desigualdade. A entre o rico e o pobre, senhor e escravo, poderoso e fraco e concretizou-se a exploração do homem pelo homem. A humanidade sendo consumida pela ambição e o homem em uma disputa pelo ganho.
Por fim, ambição devoradora, o ardor de elevar sua fortuna relativa, menos por verdadeira necessidade do que para colocar-se acima dos outros, inspira a todos os homens uma negra tendência de prejudicarem-se mutuamente, uma inveja secreta tanto mais perigosa quanto, para dar seu golpe com maior segurança, frequentemente usa a máscara da bondade; em uma palavra, há, de um lado, concorrência e rivalidade, de outro, oposição de interesse e, de ambos, o desejo oculto de alcançar lucro a expensas de outrem. (BARBOSA PAULO S. C, apud ROUSSEAU J. J., 1755, p. 267)
Para o filósofo os males que surgiram com o processo de evolução, como a corrupção, inveja, ambição, orgulho e etc., levaram a novas necessidades como a criação de leis e o direito civil, que só formalizou as desigualdades. De acordo com o pensamento de Rousseau, o Estado foi criado a partir da desigualdade, para proteger os ricos e poderosos. Todo o sistema, com suas normas, regras e leis estabelecidas pela sociedade visa beneficiar e apoiar o que mais tem e esquece dos menos abastados. Ajudando assim, com o crescimento das desigualdades, pois o homem rico se aproveita da proteção do estado para explorar, humilhar e dominar o necessitado, tudo pelo seu bem-estar material.
Sendo assim, percebemos o quanto o homem evoluiu através do progresso, com a criação da propriedade privada e da sociedade civil. Mas o quanto essa evolução fez com que o homem natural perdesse sua essência, tendo que criar técnicas de sobrevivência para se adaptar as constantes mudanças. E no decorrer dessa transição ele foi perdendo sua inocência e despertando sentimentos controversos. A partir de então veio as desigualdades entre os homens, numa frequente busca de poder e riquezas, para impressionar os seus semelhantes.
2.3. PSICOLOGIA SOCIAL: A DIMENSÃO SUBJETIVA DA DESIGUALDADE SOCIAL
No Brasil a desigualdade social apresenta características preocupantes, as principais causas para o elevado nível de desigualdade social foram os baixos salários, a falta de acesso à educação de qualidade, a política fiscal injusta e as dificuldades de acesso aos serviços básicos como: saúde, transporte público e saneamento básico. Sucedendo à má distribuição de renda, essas causas foram às responsáveis pelo crescimento de favelas, desempregos, pobreza, miséria, desnutrição, marginalização e alto nível de violência no país. Decorrente disso, muitos brasileiros vivem em situação de exclusão na medida em que as baixas condições de renda impedem o acesso a meios essenciais que permitem a população usufruir das condições básicas de vida, que apesar de necessário, nem todos têm essa acessibilidade. 
Entende-se ainda que a desigualdade social está quase sempre voltada ao âmbito das relações econômicas, porém, existem outras dimensões de extrema complexidade envolvendo questões socais, existenciais e políticas que não podem ser desconsideradas por terem uma influência nociva na subjetividade da sociedade contemporânea. Essas outras dimensões podem ser compreendidas através da psicologia em seu estudo sobre a dimensão subjetiva da desigualdade. Podemos relacionar a formação dessa dimensão interna com a vivência sócio histórica ou sócio cultural, pois desde que nascemos somos interligados socialmente com outras pessoas, passando por um processo histórico que nos permite a construção de uma visão pessoal sobre este mundo que nos cerca. Essa formação histórica e cultural no qual o indivíduo está inserido é que vai constituir o mesmo como sujeito, por meio de uma relação dialética entre objetividade e subjetividade. A dimensão subjetiva nos permite uma formação de identidade pessoal, que se constrói na interação das influencias sociais (família, religião, amigos, vizinhos, etc.) que agem sobre o indivíduo e diante disso o sujeito atua e estabelece a si mesmo. 
“[…] O fenômeno psicológico deve ser entendido como construção no nível individual do mundo simbólico que é social. O fenômeno deve ser visto como subjetividade, concebida como algo que se constitui na relação com o mundo material e social, mundo este que só existe pela atividade humana. Subjetividade e objetividade se constituem uma à outra sem se confundir. A linguagem é mediação para a internalização da objetividade, permitindo a construção de sentidos pessoais que constituem a subjetividade. O mundo psicológico é um mundo em relação dialética com o mundo social. Conhecer o fenômeno psicológico significa conhecer a expressão subjetiva de um mundo objetivo/coletivo; um fenômeno que se constitui em um processo de conversão do social em individual; de construção interna dos elementos e atividades do mundo externo. Conhecê-lo desta forma significa retirá-lo de um campo abstrato e idealista e dar a ele uma base material vigorosa.”(Bock, 2001, p. 23).
Por trás da desigualdade social há sofrimento, medo, humilhação, mas há também o extraordinário milagre humano da vontade de ser feliz e de recomeçar onde qualquer esperança parece morta. A Psicologia social tem o dever de resguardar essa dimensão humana nas análises e intervenções sociais, desmentindo as clássicas imagens dos desvalidos contentando-se em se conservarem vivos. Assim, ela colabora com o aperfeiçoamento de políticas sociais, evitando mecanismos de inclusão social perversa. A concepção de afeto de Espinosa e a de liberdade de Vygotsky são pressupostos importantes: um afeto que é a base da ética e da política; uma liberdade que exige a ação coletiva e nãose confunde com livre-arbítrio, tendo por base a criatividade e a imaginação. Nessa perspectiva, um dos desafios do combate à desigualdade social é elucidar o sistema afetivo/criativo que sustenta a servidão nos planos (Inter)subjetivo e macro político, para planejar uma práxis ético/estética de transformação social. 
Existe uma grande diferença social, por exemplo, entre a juventude ou podemos classificar como “juventudes” pelo simples fato de existirem vários modos de vida. Os jovens da denominada classe “mais pobre” ingressam mais cedo no mercado de trabalho, para ajudarem na renda familiar de suas casas para de alguma forma o meio de vida melhorar pelo menos 10% da realidade vivida por eles, juntamente a isso vem as evasões precoces das escolas. Criando assim futuramente uma grande desigualdade salarial em frente ao mercado profissional que em suma maioria dará as vagas para os jovens denominados da classe “mais ricas”, com maior preparação, que diferentemente puderam estudar sem nenhuma preocupação se tinha ou não que trabalhar quando mais novos, tendo um cenário propício aos estudos de boa qualidade em escolas particulares. As projeções dos jovens que estudam ou estudaram em escolas públicas são totalmente diferentes das dos jovens de escola particulares, segundo a pesquisa de Campo da Rede Nossa (SP) que foi retratada no Artigo de PDF de Ana Luisa de Marsillac MELSERT. Ana Merces Bahia Bock. Dimensão subjetiva da desigualdade Social no Brasil. 
O jovem pobre (Escolas públicas), como vê o seu futuro em 10 anos e como imagina a do outro personagem, o jovem rico: “[...]Eu me esforço; tu não te esforças (esforço pessoal); eu construo minha vida, pelo esforço; tu destróis a tua com ausência de esforços (mudança de vida); minha escola não me deu boas oportunidades; a tua te deu as melhores (ensino médio); para mim, chegar a faculdade é difícil; para ti é fácil (ensino superior); eu trabalho porque preciso; tu trabalhas se quiseres (trabalho); minha família será perfeita; a tua já é (família); eu quero mudar a sociedade; tu não queres (participação política e social); eu desejo ter dinheiro e o aproveitarei bem; tu já o tens e o desperdiças (dinheiro e consumo); minha relação com meus amigos é útil; a tua relação com os teus é fútil (relações sociais) [...]” 
O jovem rico (escolas particulares), como vê o seu futuro em 10 anos, e como imagina do outro personagem (jovem pobre): “[...] eu posso, como os meus; tu podes, ao contrário dos teus (esforço pessoal); eu posso seguir os meus sonhos; tu tens que renunciar os teus (mudança de vida); terminar o ensino médio é, para mim natural; para ti, é excepcional (ensino médio); eu nasci para fazer faculdade; tu não nascestes para isso (ensino superior); eu escolho o meu trabalho, que é para mim; tu não podes escolher o teu, que é para os outros (trabalho); eu serei independente da minha família; tu serás eternamente dependente da tua (família); eu me engajo para mudar a vida de outros assim como eu; tu te engaja para mudar dos teus (participação política e social); eu escolho uma vida modesta; a ti essa vida é imposta (dinheiro e consumo); e minha vida comporta amigos; a tua não (relações sociais) [...]”. 
Com essas projeções podemos ver que essas duas classes a partir do discurso, permitiram trazer as significações constituídas pelos jovens de ambas as classes, é uma expressão clara da desigualdade, de como ela é vivida e de como ela pode ser sentida. Com a má distribuição de renda do país pode se perceber que pequena parte da sociedade é muito rica enquanto uma grande parcela da população vive na pobreza. Mesmo que o Brasil tenha tido uma avanço nas áreas sociais, ainda é persistente e muito visível que muitos problemas têm afetado a vida dos brasileiros, bons exemplos atuais são: o desemprego, a violência, a poluição, saúde, educação e a habitação. 
A desigualdade social hoje vivida no Brasil é um monstro que tem sido alimentado pela inocência do povo. Em algum cenário, a desigualdade é ligada de modo sutil ao capitalismo, pois desde os primórdios têm sido necessário estimular as pessoas a estudar, trabalhar e fazer de tudo para enriquecer. Para Karl Marx, existe na sociedade caracterizado pelo capitalismo desenvolvido uma classe dominante e uma classe dominada, portanto, na atuação do poder público beneficia mais os ricos e penaliza mais os pobres diante das dificuldades enfrentadas. Tal fator, se aprofunda gerando assim um país partido e segregado, onde um segmento desconhece a condição vida do outro. O que se fala carrega muitos elementos subjetivos que caracterizam a desigualdade social. No entanto, é preciso ir para além do que aparece no que se fala; há que se buscar a desigualdade também nos não-ditos, nos silêncios, no que se tenta ocultar e que a torna um fenômeno invisível, naturalizado e aceito socialmente 
Torna-se de extrema necessidade que o poder público venha a se firmar em um novo pacto, que promova a igualdade social das classes, de uma forma que venha a ser segura e socialmente inclusiva e com uma equidade através da redistribuição de renda e do impedimento da concentração de bens ou riquezas hereditárias. Que haja uma polarização concreta que venha a todos em conjunto. O estado deve servir o cidadão, defendendo o que seja justo e o que seja legal para que esse triste cenário de desigualdade venha ser apenas história contado nos livros para as crianças e jovens do futuro. 
2.4. ALTERNATIVAS SOCIAIS PARA PROMOÇÃO DA CIDADANIA
A social democracia chegou ao Brasil muito tempo após seu nascimento e desenvoltura. Até por volta da década de 30, a república ainda estava sendo dominada por um liberalismo constituído por oligarquias e estilo elitista, que não dava vigor a democracia e não atentava a questões sociais como assunto importante. Em 1945, começara a prevalecer ideologias antiliberais e de cunho direitistas visíveis, baseando-se no Estado autoritário e centralizado que poderia organizar a população, promover a harmonia e “bem-estar” entre as classes, promovendo ordem e progresso. No período democrático entre 1945 a 1964, emergiu o forte populismo, que seria muito confrontado pelo então vigente liberalismo ainda isolado e indiferente do que os populistas buscavam, notoriamente, cativar de cima para baixo. Apenas na década de 70, quando houve a transição para a democracia foi que essa corrente ideológica encontrou solo firme para se posicionar no Brasil.
De um lado, pela ditadura mostrar o quão desastrosa era, e assim, mostrar o valor que a democracia teria em si, como representatividade indispensável assegurando as liberdades fundamentais (com destaque na de expressão), e permitir pela autonomia (organizada) da sociedade e pelo direito essencial da escolha governamental, do voto, a garantia de seus direitos por lei escrita (constituinte) e na prática real. No outro lado, nesse mesmo período, a social democracia alcançara o Sul da Europa, destacando Espanha e Portugal, que também se deslocavam de longos períodos ditatoriais que ainda seriam mais prolongados no Brasil. As constantes revoluções e movimentos populares contra a ditadura, só dissociaram ainda mais esse regime, chegando a formações políticas voltadas a posicionar-se contra a falta de participação do povo no cenário político.
“Tal flexibilidade é, em parte, resultado do caráter híbrido da social-democracia como doutrina política. Faltando-lhe um único fundador (um John Locke, um Adam Smith ou um Karl Marx), a sua linhagem inclui o marxismo, o socialismo utópico e a forma de revisionismo inspirada pela intuição de Engels (na década de 1890) de que a ação evolucionária, apoiando-se no direito de voto e o parlamentarismo, era mais suscetível de favorecer as lutas das classes trabalhadoras do que os meios revolucionários”. (BOTTOMORE e OUTHWAITE, 1996, p. 694-95).
O PSDB (Partido Social Democrático Brasileiro) nasceu nesse contexto transitório fundado por líderes políticos de alto cunho profissional, com formação em instituições de nível educacionalreconhecido mundialmente, e que destacavam-se pela luta contra o regime militar e comprometimento em fazer do Brasil uma democracia moderna e um país não de desenvoltura econômica, mas também social. Essas aspirações foram refletidas na constituição de 1988, embora na economia, tenham pagado um pesado tributo à tradicional estatização (empréstimos pelo FMI), sem se dar conta que a globalização se implementava e tornava contraproducentes os modelos autárquicos e exigia uma nova ação do estado para desenvolvimento.
 O PSDB teve alta ascensão, sendo o quarto lugar das eleições de 1989, chegando ao poder de forma inesperada e admirável, nas eleições presidenciais em 1994 historiadores falam em tal vitória, não pela democracia expressa nas propostas do partido, mas sim pelo plano real, que oferecera
mudanças econômicas, feito pelos economistas graduados em ilustre universidades
americanas. Na liderança do então presidente Fernando Henrique, coube a tal, mudar esse quadro antiquado da constituição em relação à economia, e simultaneamente, dar consequência prática às diretrizes sociais. Inflação alta que se estendia até então com a criação do plano real a social democracia se fortaleceu, surgiram novos partidos entre eles PDT e PT que foram bem aceitos pela população na década de 90, isso aconteceu após as falhas e diversas tentativas para controlar a inflação: nos governos de José Sarney entre 1985 e 1989 e Collor 1990 a 1992, o plano real foi a última tentativa para superar a hiperinflação que assolava todo território nacional.
A chegada do PT ao poder foi marcada pela mudança do discurso radical e o abandono de teses históricas que assustavam a classe média, o empresariado e o mercado financeiro. O partido lançou a “Carta ao povo Brasileiro’’ para acalmar o mercado e a desconfiança em geral, a famosa frase “Lula paz e amor” era uma tendência a mudança. Durante o mandato de Luís Inácio Lula da Silva, foram feitos um intenso ajuste fiscal, corte de gastos e aprovação no congresso de novas regras da previdência do setor público e do mercado de crédito, com isso a economia se recuperou. A criação de programas sociais como: Bolsa família, Luz para todos e Prouni atingiram as classes mais pobres e exclusas da população. Na política o PT enfrentou escândalos como: mensalão e petrolão. Durante a campanha de reeleição de Lula o PT foi acusado de tentativa de compra de um Dossiê anti-tucano, que ficou conhecido como: Escândalo dos Aloprados. A sucessora de Lula, Dilma Rousseff, com 6 anos no poder manteve sempre as bases sociais de inclusão as classes menos favorecidas. 
O mais complicado dessa política é o equilíbrio entre a balança econômica e o encolhimento da classe operaria diante da dominação do capitalismo. A sindicalização já não seria ponto forte e sim ponto de desequilíbrio, fazendo com que agora PSDB com políticas baseadas no ideário social democrata e o PT com uma política concreta e ligada ao bem estar social, abrangem o cenário de esquerda e direita.
2.4.1. A RESPONSABILIDADE DO ESTADO FRENTE AO AUMENTO DOS ÍNDICES DE DESEMPREGO E POBREZA
Desde que se constituiu na Idade Moderna, no século XV, o Estado, como o conhecemos hoje, foi adquirindo sempre mais poder e desenvolvendo um caráter acentuadamente regulador da vida social. Sendo o responsável pela política econômica nacional. Pelos programas sociais, pelas relações internas e externas, tornando-se o responsável pelas condições de vida dos seus cidadãos. Todos esses aspectos resultaram de uma ampliação significativa de suas atribuições e funções.
O estado, enquanto instituição representativa da sociedade como um todo, passou a ser responsabilizado também pelo bem-estar social. Não sem certa razão, na medida em que é ele que regula os mecanismos de distribuição de renda, por meio do controle do salário mínimo, preço de produtos, impostos e financiamentos, consequentemente, é ele também indiretamente responsável pelo crescimento galopante da pobreza no mundo. Essa responsabilidade do Estado para com a população carente de uma nação parece não tender a diminuir sequer na atualidade, quando se reavaliam suas atribuições e se verifica uma nítida tendência ao “enxugamento” de suas funções nas diversas nações. Mesmo que almeje um Estado que não intervenha na economia, permitindo que o mercado seja auto regulamentado, ninguém pretende eximi-lo de suas responsabilidades para com a saúde, a educação e as populações pobres.
O estado, como instituição representativa da sociedade como um todo, passou a ser responsabilizado pelo bem-estar social. Tanto mais quando se
cabe as relações internacionais de mercado têm sido responsáveis pelo que
passou a se chamar “dumping social”, existência de salários ínfimos nos países em desenvolvimento para que seus produtos possam competir com os dos países desenvolvidos e industrializados. O baixo custo em salário da produção industrial dos países menos desenvolvidos compensaria o baixo custo do produto fabricado com tecnologia de vanguarda nos países de ponta do mundo industrializado. 
As perdas sociais dessa tendência são evidentes pois se estimula o avanço tecnológico, que substitui o trabalho humano, ao mesmo tempo que o consequente desemprego leva à redução dos salários do trabalhador, principalmente nos países em desenvolvimento. Os interesses econômicos que essa política defende têm nefastas consequências para a vida social, como a perda de conquistas duramente conseguidas pelos trabalhadores. Espera-se assim que o Estado, representando a sociedade como um todo, tanto ricos como pobres, tanto trabalhadores como empresários, possa amenizar essa desigualdade social.
2.4.2. FORMAS DE ALTERAÇÃO DA DESIGUALDADE SOCIAL
Para reverter a exclusão e promover o desenvolvimento social é preciso experimentar novas formas de interação entre o Estado e as sociedades, com a preocupação obsessiva com a universalização dos serviços e das políticas públicas.
A descentralização para ajudar a combater a pobreza deve ser realizada de formas peculiares a cada política do governo. Isso corresponde a lógica da organização do aparato governamental, que é, em todos os níveis de governo, dividido por áreas de conhecimento ou especialização como: saúde, educação, assistência social, saneamento, habitação, cultura, esportes, obras, meio ambiente, etc.
Apesar das diferenças, existem vários consensos importantes no Brasil a respeito da desigualdade social. Entre estes, eu ressaltaria: 
• O diagnóstico de que a pobreza está associada à precariedade, baixa qualidade dos empregos disponíveis para a população mais pobre e menos educada.
• A convicção de que a desigualdade não desaparecera por si mesma com o
crescimento econômico, e requer políticas específicas para a sua redução.
 • O atendimento de que os gastos sociais no Brasil são regressivos e pouco suficientes, e deveria ser possível fazer mais, em termos de redução da desigualdade com os recursos existentes. 
• A convicção de que a redução da desigualdade não deve ser vista como peso, ou um custo que coloca limites ao desenvolvimento da economia, mas, ao contrário, como um instrumento importante para que a economia atinja um novo patamar.
 Esse consenso deve ser saudado como algo importante, uma vez que supera a antiga noção de que bastaria o crescimento da economia para que os problemas da pobreza e das desigualdades se resolvessem; focaliza a atenção na qualidade e equidade dos serviços públicos hoje disponíveis; e abre espaço para a noção de que programas de redistribuição e transferência direta de rendas podem desempenhar um papel importante, a curto prazo, de mitigar os problemas da pobreza e desigualdade extremas, enquanto não possam ser substituídos pela criação de um mercado de trabalho de melhor qualidade, suprindo por uma mão de obra também mais qualificada.
CONCLUSÃO
Concluímos que o Brasil é um país em desenvolvimento e com muitas características de desigualdade social. E isso acaba interferindona qualidade de vida, na saúde e educação das pessoas. Um ponto negativo é o alto índice de desemprego que cresce cada dia mais em nosso país, tendo como consequência o aumento da criminalidade.
 A solução para um problema como a desigualdade social não pode ser pensada de forma rigorosamente técnica. Contudo, podemos estabelecer um caminho que vemos como fundamental na superação deste problema social. Sem dúvida, o acesso a uma educação pública de qualidade, que atenda à realidade das populações envolvidas e seja capaz de formar seus sujeitos para uma ação política comprometida com os interesses coletivos. 
A educação no Brasil é um direito social de todas as pessoas que buscam participação em espaços comuns de ensino independente de sua origem, raça, idade, sexo ou cor. A educação deve ser vista como um processo de formação da cidadania plena, que prepare seus sujeitos para participarem ativamente de todos os espaços políticos, atualmente ocupados quase inteiramente por representantes das classes dominantes. 
A superação das desigualdades sociais deve ser pensada sempre em um nível coletivo, de classe, com a união dos grupos explorados e oprimidos se voltando contra a fonte da exploração que se encontra na raiz do sistema capitalista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Acesso dia 13/09/2018.
 
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Acesso dia 29/09/2018.
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/conversasecontroversias/article/view/6872/5010 . Acesso dia 06/10/2018.
 http://psicolatina.org/Uno/a_perspectiva_historica.html . Acesso dia 16/10/2018.

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