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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE 
Curso de Engenharia de Materiais e Química 
 
 
 
 
DISCIPLINA: Engenharia Econômica CÓDIGO: 6735/9119 
CRÉDITOS: 02 CARGA HORÁRIA: 72 
PROFESSOR (A): RICARDO DEIBLER ZAMBRANO PERÍODO: 2012/1 
 
 
UNIDADE I - INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
 
 
As definições contemporâneas de Economia, superando a clássica trilogia da 
produção, distribuição e consumo das riquezas, procuram evidenciar que esta é, em 
ultima analise, a ciência da escassez. Em todas as sociedades, os recursos humanos 
e patrimoniais são sempre escassos para atender às crescentes exigências de 
consumo e bem-estar. 
Em contrapartida, enquanto a escassez dos recursos produtivos constitui uma 
limitação à produção de bens e serviços, parece não haver limites para as 
necessidades e desejos humanos. Contrapondo então, de um lado, com a escassez de 
recursos e, de outro lado, com a ilimitação dos desejos humanos, as sociedades 
têm de optar pela melhor canalização dos recursos para os diversos setores 
produtivos, a ainda decidir sobre como deverá ser organizada a atividade econômica. 
A economia é a ciência que administra um paradoxo, entre os escassos recursos 
disponíveis para satisfação das ilimitadas necessidades humanas, partindo desta 
afirmação a essência de uma das coordenadas dos problemas econômicos: a lei da 
escassez. O problema seria resolvido se uma quantidade infinita de um dos bens 
desejados pela sociedade pudesse ser obtida, satisfazendo plenamente as 
necessidades e os desejos da coletividade. 
Nenhum sistema econômico conseguiu até hoje satisfazer a todas as necessidades da 
coletividade. A escassez é a mais severa das leis milenares. Entretanto, 
modernamente os sistemas econômicos dicutem se esta lei é valida ou se todas as 
dificuldades de satisfação das necessidades humanas apontadas anteriormente são 
resultado da má distribuição dos recursos pela mesma sociedade. 
Apesar de que, em varias sociedades e economias, o reconhecimento de que a má 
distribuição dos recursos é uma realidade, aumentando sensivelmente o desnível 
social e econômico de seus membros (criando classes sociais cada vez mais 
distantes), este fator não invalida as duas teses anteriores: de um lado os recursos 
“mal distribuídos” continuam a serem escassos (exemplo dos recursos naturais, mão 
 
 
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de obra e capital), do outro lado, as necessidades humanas continuam a ser 
ilimitadas. 
Portanto, ainda assim será necessário estabelecer escolhas entre os vários e 
ilimitados desejos humanos, optando por aqueles que possuam mais alto nível de 
necessidades e, buscar a eficiência produtiva dos bens e serviços necessários ao seu 
atendimento. 
Esta segunda opinião permite teorizar que é perfeitamente possível melhorar os 
efeitos perversos da distribuição sem, contudo resolver o paradoxo da administração 
econômica: necessidades x recursos escassos, conflito que cresce mesmo com a 
grande expansão e aperfeiçoamento dos recursos de produção, puxados pela 
tecnologia, os desejos e as necessidades humanas crescem mais que 
proporcionalmente. 
 
1.1 EFICIENCIA PRODUTIVA E O PLENO EMPREGO 
 
A eficiência máxima, o pleno emprego dos recursos disponíveis frente a canalização 
dos limitados recursos podem ser explicados de forma simples: a eficiência máxima 
e o pleno empregos são alcançados quando se mobilizam todas as possibilidades de 
produção da economia; e a escolha das melhores alternativas depende das opções 
sociais ou políticas feitas pela própria sociedade ou pelos seus governantes. 
Sejam quais forem essas opções, haverá sempre um limite máximo para seu 
atendimento, pois devido à limitação ou má distribuição dos recursos, jamais será 
possível produzir quantidades infinitas de todos os bens e se3rviços desejados. 
Alias, como regra geral, o aumento da produção de dada classe de bens implica, 
necessariamente, redução da produção de uma outra classe, a não ser que tenha 
ocorrido um aumento nos recursos acumulados, fator que só pode ser imaginado a 
médio ou longo prazo. 
 
 
1.2 – A TRÍADE DOS PROBLEMAS CENTRAIS 
 
➢ O que e quanto produzir? 
 
➢ Como produzir? 
 
➢ Para quem produzir? 
 
Além da decisão sobre segurança ou bem-estar, sobre bem-estar imediato ou 
produção de base para expansão do bem-estar no futuro, são dilemas básicos 
 
 
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3 
enfrentados pelas sociedades, existem outras questões que existirão seja qual for a 
opção básica acima descrita: 
 
➢ Nível econômico: Decisão sobre o que e quanto produzir; 
 
Adoção de opções lógicas, que satisfaçam plenamente às necessidades e aos 
desejos da coletividade. Pressupõe que as fronteiras de produção sejam 
atingidas; 
 
➢ Nível tecnológico: Decisão sobre como produzir; 
 
Obtenção de eficiência produtiva. Pressupõe eficiente combinação, ótima 
alocação dos recursos e maximização dos níveis de produção pela plena 
mobilização dos fatores disponíveis. 
 
➢ Nível social: Decisão sobre para quem produzir; 
 
Obtenção de eficiência distributiva. Pressupõe que as fronteiras do bem-estar 
individual e social sejam alcançadas. 
 
A constituição de um sistema econômico ideal implica a gradativa ampliação da 
área de interconexão entre os três problemas fundamentais, a adoção de opções 
que satisfaçam plenamente às necessidades coletivas, a combinação eficiente e 
ótima alocação dos recursos e a correta repartição da produção obtida com 
vistas à justiça social. 
 
TEXTO – INTRODUÇÃO GERAL AOS PROBLEMAS ECONOMICOS – 
ROSSETTI, JOSÉ PASCHOAL – VIDE BIBLIOGRAFIA; 
 
1.3 – CONCEITOS BASICOS 
 
 
A - ECONOMIA: Ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza os 
problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção 
de bens; estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, 
capital, trabalho e a remuneração), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos 
preços das mercadorias. 
 
B - CONCEITO GENÉRICO DE ECONOMIA: A economia é a ciência que 
trata da administração eficiente de recursos escassos com vistas à satisfação dos 
 
 
4 
4 
ilimitados desejos e necessidades humanas. A economia é uma técnica de correlação dos 
recursos e meios de que dispõe uma sociedade para satisfazer suas necessidades de bem-
estar e progresso. Este é o seu princípio geral, válido em qualquer época e em todos os 
lugares. Suas leis, teorias, regras e diretivas são frutos - em cada província humana - de 
experiências singulares. Não podem, portanto, ser aplicadas a sistemas diversos, cada um 
com sua própria cultura. 
 
C - OBJETIVO: O objetivo maior da ciência econômica reside na otimização da 
satisfação do indivíduo quanto aos bens e serviços de que ele necessita e na maximização 
da eficiência produtiva destes bens e serviços. Em sentido amplo, tal fato refere-se ao 
desenvolvimento econômico, conseqüência direta da produtividade e de sua apropriação 
pelos agentes do processo. 
 
D - ECONOMIA POLÍTICA: Ciência que estuda as relações sociais de 
produção, circulação e distribuição de bens materiais, definindo as leis que regem tais 
relações. Procura também analisar o caráter das leis econômicas, sua especificidade, sua 
natureza e suas relações mútuas. Nesse sentido, é uma ciência fundamentalmente teórica, 
valendo-se dos dados fornecidos pela economia descritiva e pela história econômica. 
 
E - ECONOMIA QUANTITATIVA: Parte da economia que trata da 
quantificação e análise dos fenômenos econômicos passíveis de mensuração. Para isso 
recorre à matemática e à estatística. 
 
F - MICROECONOMIA:Ramo da ciência econômica que estuda o 
comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e pelas famílias; 
as empresas, suas produções e seus custos; a produção e o preço de diversos bens, 
serviços e fatores produtivos. Em outras palavras, a microeconômia ocupa-se da forma 
como as unidades individuais que compõem a economia - consumidores privados, 
empresas comerciais, trabalhadores, latifundiários, produtores de bens e serviços 
particulares, etc. - agem e reagem umas sobre as outras. 
 
G - MACROECONOMIA: Parte da ciência econômica que focaliza o 
comportamento do sistema econômico como um todo. Tem como objeto de estudo as 
relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional, o nível de emprego e 
dos preços; o consumo, a poupança e o investimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
1.4 - COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 
 
 
• FATORES DE PRODUÇÃO: Recursos naturais, trabalho, capital, 
tecnologia e capacidade gerencial; 
 
• REMUNERAÇÃO DOS FATORES: Lucro, salários, juros, aluguéis, 
royalties; 
 
• SETORES DA ECONOMIA: 
 
• PRIMÁRIO: Abrange o conjunto de unidades produtoras de bens que se 
apresentam com um grau mínimo de transformação, sendo quase matéria 
bruta, ou seja, produtos espontâneos da natureza. São as atividades 
agropecuárias e extrativistas. 
• SECUNDÁRIO: Inclui as unidades produtoras de bens que já apresentam 
um grau razoável de transformação, acusando uma manipulação efetiva dos 
recursos naturais. É representado pelas indústrias. 
• TERCIÁRIO: Agrupa o conjunto de unidades produtoras de serviços. É 
subdividido em vários subsetores - empresas financeiras, comércio, 
transporte, comunicação, produção de energia, saúde, educação, etc. 
 
• AGENTES ECONÔMICOS: Família, empresa, governo e resto do 
mundo (os mesmos agentes residentes em outros paises); 
 
• FORÇA DE TRABALHO: É a energia desprendida do trabalhador que é 
exercida sobre um produto inerte qualquer e o transforma em uma 
mercadoria com mais valor. É a única mercadoria que o trabalhador tem para 
vender em troca de um salário de subsistência. 
 
• CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: Os bens finais podem ser destinados a 
satisfazer diretamente as necessidades humanas, sendo para tanto entregues 
ao consumidor (roupas, alimentos, bebidas), ou podem não atender 
diretamente as necessidades do consumidor. Neste caso, destina-se a 
multiplicar a eficiência do trabalho (máquinas e equipamentos). São bens de 
consumo no primeiro caso e bens de capital no segundo. 
• OS BENS DE CONSUMO: São não duráveis quando se esgotam com 
pouco uso (roupas e alimentos); são duráveis quando o seu uso se prolonga 
por um tempo maior (automóveis e eletrodomésticos em geral com vida útil 
superior a um ano). 
 
 
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• OS BENS INTERMEDIÁRIOS OU INSUMOS: São transformados em 
novos produtos por outras unidades produtoras (ferro, aço, plástico, couro e 
trigo) 
 
• CAPITAL: Trabalho cristalizado (acumulado), uma relação social; mais 
valia. Em sua forma mais simples, capital significa o conjunto de bens 
produzidos e acumulados como instrumentos para novas produções. 
 
1.5 - RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA E SOCIEDADE; 
 
A - RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO: Conceito que designa o conjunto 
de relações econômicas que se estabelecem entre os homens, independentemente 
de sua consciência e sua vontade, no processo de produção e reprodução de sua 
vida social. No capitalismo, a relação de produção fundamental é a que ocorre entre 
capitalista (comprador da força de trabalho) e proletário (vendedor da força de 
trabalho). A base das relações de produção está nas relações de produção sobre os 
meios de produção. As relações de produção se desenvolvem diretamente 
vinculadas e em dependência das forças produtivas da sociedade. A conjugação das 
primeiras e das últimas, forma um modo de produção. 
 
B - FORÇAS PRODUTIVAS: Forças naturais (inclusive o próprio homem) 
apropriadas pelo homem para a produção e reprodução de sua vida social. A parte 
material das forças produtivas, isto é, os instrumentos de trabalho e os objetivos de 
trabalho constituem a base material e técnica da sociedade. A principal força 
produtiva, no entanto é o próprio homem, que cria instrumentos de trabalho cada 
vez mais poderosos, aperfeiçoa seus objetos de trabalho e combina ambos no 
sentido de ampliar constantemente a produção. Essa expansão opera modificações 
nas relações de produção e no modo de produção. 
 
C - MODO DE PRODUÇÃO: Definido pelo conjunto das forças produtivas e 
das relações de produção. 
 
D - MEIOS DE PRODUÇÃO: Conjunto formado pelos meios de trabalho e pelo 
objetivo de trabalho. Os meios de trabalho incluem os instrumentos de produção 
(ferramentas, máquinas), as instalações (edifícios, silos, armazéns), as diversas 
formas de energia e combustível e os meios de transportes. O objeto de trabalho é o 
elemento sobre o qual ocorre o trabalho humano; a terra e as matérias primas, as 
jazidas minerais e outros recursos naturais. 
 
 
 
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E - INFRA-ESTRUTURA: Designa a base econômica da sociedade, o modo de 
produção dominante e, mais especificamente, o conjunto das relações de produção. 
Essa infra-estrutura econômica determina a superestrutura político-social 
historicamente correspondente. 
 
F - SUPERESTRUTURA: Conjunto das instalações político-jurídicas e das 
formas de consciência sociais, (arte, religião, filosofia) correspondentes 
historicamente à determinada base econômica ou infra-estrutura. Essa relação entre 
base e superestrutura não ocorreria de forma mecânica, mas dialética. 
O texto acima poderá ser utilizado como unidade introdutória tanto para a cadeira 
de Introdução à Economia como para Economia Micro e Macro, neste último caso 
servindo como unidade de revisão conceitual. 
 
 
UNIDADE II – FORMAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 
ECONOMICO NACIONAL: 
 
2- FORMAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ECONÔMICO 
NACIONAL 
 
 
2.1) Fatores Produtivos 
 
 A descoberta e a exploração de recursos naturais, a mobilização da 
população em idade de produzir, a escolha dos bens de capital, a definição 
dos padrões tecnológicos que serão empregados – enfim, a mobilização, a 
aglutinação e a combinação dos demais fatores de produção pressupõem a 
existência de determinada capacidade de empreendimento. É através 
dela que os recursos disponíveis são reunidos, organizados e acionados 
para o exercício de atividades produtivas. 
 
 Na realidade, a existência de recursos humanos aptos para o 
exercício de atividades produtivas, a disponibilidade de capital, a dotação de 
reservas naturais e a capacidade tecnológica acumulada só geram fluxos de 
produção, quando mobilizados e combinados. Isoladamente, cada um por 
si, não é suficiente para que se desencadeie o processo de produção. Caso 
não sejam idealizados, implantados e mantidos empreendimentos capazes 
de absorver e combinar esses recursos, eles serão apenas potencialmente 
relevantes. Adquirem importância efetiva, não apenas potencial, quando 
empregados conjuntamente. É de seu emprego, de sua aglutinação em 
torno de determinado empreendimento, de sua adequada combinação, bem 
 
 
8 
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como da organização e da direção a que se submetem que resultam os 
fluxos de produção. E todo esse esforço de mobilização e coordenação é 
atribuível ao “quinto fator de produção”, a capacidade empresarial. 
 
 Independentemente, porém, das concepções e posturas envolvidas, 
nenhuma economia pode prescindir da capacidade empresarial como fator 
de produção, seja esta atribuída preponderantemente a agentes e a grupos 
privados, seja a organismos governamentais.As motivações do Estado, de 
grupos empresariais e do empreendedor independente não são iguais. 
Também não é a mesma a recompensa. E podem ainda variar amplamente 
os resultados alcançados por estas diferentes fontes de empresariedade. 
Mas, sejam quais forem os propósitos e os resultados, a capacidade 
empresarial, de interesse público ou privado, estará sempre presente 
quando se mobilizam fatores de produção. O processo de produção, em 
seus fundamentos, dá-se pela mobilização combinada dos fatores terra, 
trabalho e capital, sob determinado padrão tecnológico. E o fator 
mobilizador é a capacidade empresarial. 
 
 Os agentes dotados de capacidade empresarial reúnem um conjunto 
de qualificações que os diferenciam em relação aos contingentes 
economicamente mobilizáveis. As principais, destacadas por Leibenstein, 
são as seguintes: 
 Ter visão estratégica, orientada para o futuro, capaz de 
antever novas realidades e seus desdobramentos. 
 Ter baixa aversão aos riscos inerentes ao ambiente de 
negócios. 
 Ter espírito inovador, quebrando paradigmas, abrindo novas 
fronteiras, propondo novas soluções para satisfazer às 
ilimitáveis necessidades humanas. 
 Ter sensibilidade para farejar oportunidades de investimento 
ou de reunir e processar informações que os levam a 
descobri-las. 
 Ter energia suficiente para implantar projetos de 
empreendimento, animando tanto investidores quantos sejam 
necessários para sua execução. 
 Ter acesso aos quatro fornecedores de produção, bem como 
capacidade para combiná-los e motivá-los, levando adiante 
os projetos implantados. 
 Ter capacidade de organizar o empreendimento, adquirindo 
ou contratando os fatores necessários, transferindo 
 
 
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subseqüentemente a gestores competentes a coordenação 
permanente das operações. 
 
Há autores, como Hailstones, que destacam a capacidade empresarial 
como “o mais importante dos fatores de produção; sua persistente busca 
pelo lucro e por outros elementos motivadores, inerentes à produção e 
distribuição de bens e serviços, é a principal força propulsora do processo 
econômico”. A empresariedade seria, assim, a energia mobilizadora da 
economia. A carência de espírito empresarial retarda movimentos 
inovadores e inibe o processo de crescimento econômico. Em contrapartida, 
nações dotadas de energia empreendedora mobilizam as potencialidades 
existentes, desenvolvem esforços de complementação de suas deficiências 
naturais e emergem em pouco tempo como potências competitivas. 
 
A disponibilidade de agentes dotados de capacidade empresarial está 
associada a fatores culturais, sociais, econômicos e institucionais. Como 
regra, considerando-se como inatas as qualificações requeridas que 
definem os empreendedores, é escassa a dotação de fator. Em economias 
de desenvolvimento tardio, apesar das oportunidades de investimentos 
existentes, a falta de espírito empresarial é uma das principais barreiras 
para a promoção do crescimento. Sob condições de atraso acentuado, a 
aceitação fatalística das condições vigentes, contrasta com as motivações 
encontradas nas sociedades economicamente mais avançadas. As atitudes 
que conduzem a empresariedade ocorrem geralmente em sistemas 
avançados; são mais escassas em sistemas tardios. É como se a 
capacidade empresarial também resultasse da emulação social que 
estimula a busca por inovações e da cultura que valoriza a conquista, a 
liderança e o êxito no ambiente de negócios. 
 
Fatores culturais adversos, associados à baixa mobilidade social, 
podem dificultar a emergência e o desenvolvimento do espírito 
empreendedor. Contrariamente, quando se criam motivações sociais 
suficientemente fortes para impulsionar agentes dotados de capacidade 
empreendedora, remove-se uma das barreiras institucionais que mais 
dificultam a ocorrência e a atuação desse fator. A capacidade empresarial é 
condicionada por bases institucionais que não reprimem nem condenam a 
ascensão social derivada do êxito em negócios. A ambição que move 
empreendedores justifica-se socialmente à medida que contribui para gerar 
empregos e dotar economia de uma das precondições relevantes para o 
bem-estar social – a expansão da produção. 
 
 
 
10 
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2.2- SETORES PRODUTIVOS 
 
Os cinco fatores que acabamos de conceituar e descrever – terra, 
trabalho, capital, capacidade tecnológica e capacidade empresarial – são 
mobilizados e combinados entre si pelo diversificado conjunto das unidades 
que integram o aparelho de produção das economias nacionais. Todos eles 
estão, de alguma forma, presentes em todos os fluxos resultantes das 
atividades de produção. As proporções com que cada um desses fatores 
contribui no processo produtivo variam de setor para setor. Há atividades 
intensivas do fator terra; outro trabalho-intensivas ou capital-intensivas; a 
capacidade tecnológica como fator de produção e como produto, é intensiva 
nas unidades de P&D; e mesmo a importância relativa da empresariedade 
não é igual para diferentes categorias de atividades produtivas. Mas, direta 
ou indiretamente, não há atividade produtiva que possa prescindir de 
qualquer um dos fatores básicos de produção. Sua disponibilidade é a 
condição sine qua non para que se desencadeiem os fluxos de produção 
das economias nacionais. 
A intensividade com que se dá o emprego e cada um deles e as 
diferentes categorias de produtos resultantes são os dois critérios de 
referência para classificação das atividades de produção. Estas são 
usualmente classificadas em atividades primárias, secundárias e terciárias. 
As atividades primárias de produção compreendem a agropecuária; nestas, 
é alta a intensividade do fator terra. As secundárias incluem a indústria 
extrativa mineral e as indústrias de transformação e de construção; nestas, 
embora as proporções variem entre os principais ramos industriais, á alta a 
intensividade do fator capital. E as atividades terciárias, geralmente 
caracterizadas pela intensividade do fator trabalho, compreendem o 
comércio, a intermediação financeira, os transportes, as comunicações e outras 
categorias de prestação de serviços. 
 
Mais especificamente é esta a classificação usualmente adotada: 
 
 ATIVIDADES PRIMÁRIAS DE PRODUÇÃO 
 Lavouras – Culturas permanentes. Culturas temporárias 
extensivas. Horticultura. Floricultura. 
 Produção animal – Criação e abate de gado e aves. Pesca. 
Caça. Derivados da produção animal. 
 Extração vegetal – Produção florestal: silvicultura e 
reflorestamento para usos múltiplos. Extração de recursos 
florestais nativos. 
 
 
 
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ATIVIDADES SECUNDÁRIAS DE PRODUÇÃO 
 Indústria extrativa mineral – Extração de minerais metálicos 
e não metálicos. 
 Indústria de transformação – Transformação de minerais 
não metálicos. Siderurgia e metalurgia. Material 
eletroeletrônico e de comunicações. Material de transporte. 
Beneficiamento de madeira e mobiliário. Celulose, papel e 
papelão. Química. Produtos farmacêuticos e veterinários. 
Borracha. Produtos de matéria plástica. Produtos de higiene e 
limpeza. Têxtil, vestuário, calçados e artefatos de couro. 
Produtos alimentares. Bebidas. Fumo. Editorial e gráfica. 
 Indústria da construção – Obras públicas. Construções e 
edificações para fins residenciais e não residenciais. 
 Atividades semi-industriais – Produção, transmissão e 
distribuição de energia elétrica. Gás encanado. Tratamento e 
distribuição de água. 
 
 
ATIVIDADES TERCIÁRIAS DE PRODUÇÃO 
 Comércio – Comércio atacadista e varejista, sub-agrupado 
segundo ramos principais. 
 Intermediação financeira – Bancos comerciais e de 
desenvolvimento. Sociedades de crédito, financiamento e 
investimento. Seguros. Capitalização. Atividades 
complementares do mercado de capitais. 
 Transportese comunicações – Transportes aéreos, 
ferroviários, hidroviários e rodoviários. Comunicações. 
Telecomunicações. 
 Governo – Administração pública direta e autarquias, das 
diferentes esferas de governo: central, estadual, municipal. 
 Outros serviços – Assistência à saúde. Educação e cultura. 
Cultos religiosos. Hospedagem e alimentação. Conservação e 
reparação de máquinas, veículos e equipamentos. Lazer. 
Atividades profissionais liberais. 
 
O conjunto desses setores e subsetores compõe o aparelho de 
produção da economia nacional. No decurso das atividades de produção, 
eles mobilizam os fatores básicos, processando e reprocessando produtos 
de utilização intermediária, até chegar aos produtos finais disponibilizados 
em diferentes mercados. Cada um desses setores e subsetores está, direta 
ou indiretamente, interligado com todos os demais, numa quase indescritível 
 
 
12 
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sucessão de transações econômicas interdependentes. Interligando-os, 
formam-se redes e cadeias de interdependência intersetoriais e intra-
setoriais. 
 
Por meio dessas redes e cadeias de inter e intra-relações, todo o 
conjunto se movimenta, articuladamente, através de unidades de 
produção – uma expressão genérica que engloba todas as empresas e 
todas as demais categorias organizacionais que participam do processo 
produtivo. Interconectadas por conjuntos de cadeias produtivas, as 
unidades de produção caracterizam-se por sua alta heterogeneidade. 
Diferenciam-se não só quanto a suas formas jurídicas de constituição e 
quanto as suas modalidades de operação, mas ainda quanto a suas 
dimensões e também quanto à natureza dos produtos que processam. 
Todas, porém, têm como traço comum a capacidade de empregar e de 
combinar os fatores de produção de que a economia dispõe. 
 
Todo o processo tem como núcleo de referência o aparelho de 
produção, constituído por unidades interconectadas. Estas, não importa 
quais sejam suas dimensões, atividades a que se dediquem ou formas 
institucionais de organização, empregam e combinam os fatores ativos 
disponíveis, dotados de determinado padrão tecnológico e das qualificações 
necessárias ao exercício do processo produtivo. Mobilizados, dirigidos e 
interarticulados nas unidades de produção, esses recursos exercem 
pressões primárias sobre as reservas naturais. Primariamente, 
desenvolvem-se atividades que se caracterizam pela alta intensividade do 
fator terra, estabelecendo-se então o contato inicial dos recursos ativos com 
as dádivas da natureza. A partir de atividades primárias, desencadeiam-se 
outras, classificadas como secundárias, caracterizadas pelo 
reprocessamento e transformação das reservas naturais extraídas, já então 
multiplamente combinadas entre si. Estabelecem-se então, fluxos 
contínuos de emprego de recursos, de extração, de processamento e 
reprocessamento de materiais, apoiados por atividades terciárias. E o 
resultados de todos esses processos e fluxos contínuos é a geração de 
produtos, tangíveis e intangíveis, que atendam às necessidades de 
consumo e de acumulação da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.3- O Sistema Econômico:Uma Visão de Conjunto - Funcionamento 
 
Os principais elementos constitutivos dos sistemas econômicos são: 
 Um estoque de fatores de produção. 
 Um quadro de agentes econômicos interativos. 
 Um complexo de instituições. 
 
O primeiro conjunto, o estoque dos fatores de produção, constitui a 
própria base da atividade econômica. Já vimos que sem terra, trabalho, 
capital, tecnologia e empresariedade não se realiza a atividade econômica 
fundamental, da qual dependem todas as demais categorias de fluxos 
econômicos, como os de consumo e acumulação. Os estoques desses 
elementos condicionam a existência e as dimensões do aparelho de 
produção. Suas qualificações e as formas com que são combinados 
condicionam a eficiência. E de decisões sobre as alternativas de geração de 
produtos finais decorrem os padrões de eficácia do sistema como um todo. 
 
As formas de emprego e de destinação dos recursos e a 
composição dos produtos gerados são decididas pelos agentes 
econômicos. Eles decidem e mobilizam os recursos. Produzem. Geram 
e se apropriam de diferentes categorias de rendas. Transacionam. 
Consomem. Acumulam. E agem de acordo com um complexo de 
instituições que dão respaldo e forma as suas interações. 
 
As relações que se estabelecem entre o segundo conjunto dos 
elementos constitutivos do sistema, o quadro dos agentes 
econômicos, são definidas pelo terceiro conjunto, o complexo das 
instituições. Nenhum sistema econômico é possível sem que um 
conjunto de normas jurídicas discipline os deveres e as obrigações 
dos detentores dos recursos e das unidades que o empregarão. 
Também não há como prescindir de um conjunto de instituições 
políticas, que definam as esferas de competência de cada agente, e de 
instituições sociais, que estabeleçam valores de referência e regras de 
conduta. 
 
Estes três conjuntos de elementos, recursos, agentes e instituições, 
formam um todo intercomplementar para compreender os movimentos, os 
fluxos e a dinâmica da organização econômica. 
 
 
14 
14 
• Reservas naturais 
• Recursos humanos 
• Capital 
• Capacidade tecnológica 
• Capacidade empresarial 
 
 A operacionalidade do sistema visto como um todo envolve, por 
procedimentos que se intercruzam, todos os elementos básicos 
relacionados. 
 Aprofundando em seguida o conceito e as funções de cada um dos 
agentes econômicos. 
 
 
FIGURA I 
FIGURA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTOQUE DE 
FATORES 
DE PRODUÇÃO 
• Unidades familiares 
• Empresas 
• Governo 
 
QUADRO DE 
AGENTES 
ECONÔMICOS 
• Jurídicas 
• Políticas 
• Sociais 
COMPLEXO DE 
INSTITUIÇÕES 
 
Recursos, 
agentes e 
instituições: 
as três 
categorias 
que formam 
as bases de 
qualquer 
sistema 
econômico. 
Elementos 
constitutivos 
do sistema 
econômico 
como um 
todo: 
recursos, 
agentes e 
instituições 
 
 
15 
15 
2.4- OS AGENTES ECONÔMICOS: QUALIFICAÇÕES E FUNÇÕES 
 
Como foi sintetizado na figura 1.1, há três diferentes grupos de 
agentes econômicos que interagem, participando direta ou indiretamente de 
todas as transações que se realizam dentro de determinado sistema 
econômico: 
 
 As unidades familiares 
 As empresas 
 O governo 
 
O conceito econômico de unidades familiares engloba todos os tipos 
de unidades domésticas, unipessoais ou familiares, com ou sem laços de 
parentesco, segundo as quais a sociedade como um todo se encontra 
segmentada. 
 
O conceito tem raiz sociológica. Sua qualificação econômica resulta 
de que essas unidades possuem e fornecem os recursos de produção, 
apropria-se de diferentes categorias de rendas e decidem como, quando, 
onde e em que as rendas recebidas serão despendidas. 
 
A maior parte das unidades familiares tem uma ou mais pessoas 
economicamente ativas, diretamente empregadas, fornecendo recursos 
para o processamento das atividades primárias, secundárias ou terciárias 
de produção. São proprietários de terras, de fábricas ou de unidades de 
prestação de serviços. São empregadores ou empregados. Ou, ainda, 
agentes que trabalham por conta própria. Mas há unidades familiares que 
não têm pessoas efetivamente empregadas nas atividades de produção. 
Estas se mantêm, participando também dos fluxos econômicos, com 
recursos que a sociedade lhes transfere, de que são exemplos os 
pagamentos dos sistemas de previdência social, públicos e privados. 
 
Na destinação de seus recursos de produção e das diferentes formas 
de renda ou de transferênciarecebidas, cada uma das unidades familiares 
possui amplo poder decisório. Elas administram, de forma independente, 
seus próprios orçamentos. Decidem sobre seus dispêndios correntes de 
consumo, sobre o aumento de seus ativos ou a diminuição de seus 
passivos. Este poder decisório é uma das principais características 
econômicas desse agente. Dele decorre, em grande parte, o montante, o 
direcionamento e a composição do fluxo global de dispêndio da economia. 
 
 
 
16 
16 
A origem dos rendimentos e destinação dos dispêndios, as unidades 
familiares do Brasil. Em 1990, elas totalizavam pouco mais de 38 milhões 
de diferentes categorias de grupamentos. Para uma população de 147,3 
milhões, o número médio de pessoas por unidade familiar era de 3,9. A 
maior parte das diferentes categorias de grupamentos era de casais, com 
ou sem filhos, convivendo ou não com outros parentes. Estes tipos de 
agrupamentos totalizavam mais de 73% do total. As unidades unipessoais 
representavam pouco menos de 7%. Outros 20% distribuíam-se entre 
outros tipos de unidades familiares. 
 
O rendimento médio do conjunto de todas essas unidades era de 7,9 
salários mínimos, variando segundo os diferentes tipos de agrupamentos, 
de uma média máxima de 10,5 para uma média mínima de 4,4. A maior 
parte dos rendimentos provinha do emprego do fator trabalho, quase 74%. 
As diferentes categorias de transferências atingiam quase 12%. De outras 
origens provinham 14%. 
 
Quanto à estrutura dos dispêndios, os gastos correntes com consumo 
chegavam a mais de 75%. Para o aumento de ativos ou diminuição de 
passivos, destinavam-se pouco menos de 16%. O restante, quase 9%, ia 
para outros dispêndios correntes, entre os quais o pagamento de 
contribuições e impostos. 
 
FONTE: ANUARIO ESTATISTICO DO BRASIL DE 1992 
 
 
2.5- OS FLUXOS ECONOMICOS – FLUXO REAL E MONETÁRIO - INTERLIGAÇÕES 
 
Sabemos que o produto nacional surge como resultado da 
colaboração de vários fatores, que são: trabalho, recursos naturais, capital e 
o esforço coordenador dos empresários e administradores; os proprietários 
destes fatores, por sua vez, e em virtude da contribuição que prestaram, 
vão receber uma remuneração correspondente, a qual toma denominações 
diversas: o trabalhador empregado recebe salários os ordenados, os donos 
de terras e prédios recebem arrendamentos ou aluguéis e por isso se 
costuma apresentá-los sob a classificação mais geral de rentistas, o 
prestador de cotas de capital obtém juros e dividendos e o empresário 
empreendedor – aquele que enfrenta o risco da atividade econômica e põe 
em funcionamento o mecanismo da produção – recebe uma quota residual, 
quando bem sucedido em seu esforço, e que se denomina de lucros. O 
conjunto destes rendimentos percebidos – salários, aluguéis, juros e lucros 
 
 
17 
17 
– constituem a renda nacional e seu valor vem a ser a contrapartida pelo 
esforço produtivo de cada um dos fatores em jogo. Esta renda agora vai 
afluir ao mercado, onde servirá de instrumento para a aquisição dos 
diferentes bens e serviços de que necessita a comunidade. Os mesmos 
proprietários dos fatores de produção e que perceberam rendimentos por 
sua colaboração produtiva, vão assim, despender seus ingressos para 
comprar o complexo de bens e serviços que ajudaram a produzir. 
Constatamos, deste modo, que o circuito econômico se estabelece entre 
dois pólos: as entidades de produção (também designadas por empresas) 
de um lado e o público (composto pelos proprietários dos fatores de 
produção) de outro lado. Temos aí um circuito fechado em que os proprietários 
de fatores põem à disposição das empresas os elementos necessários ao 
esforço produtivo; as empresas, em conseqüência, remuneram os serviços 
prestados por estes diversos fatores. Depois, esta renda retorna às 
empresas, quando os mesmos proprietários dos fatores produtivos – agora 
consumidores – adquirem os bens e serviços produzidos pelas empresas. 
Tal situação pode ser figurada no seguinte diagrama: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na parte de cima temos o mercado primário dos fatores de 
produção, com duas setas em sentido contrário: a contribuição que os 
proprietários dos fatores prestam às empresas e a remuneração que estas 
pagam àqueles. Na parte de baixo aparece o mercado secundário dos 
bens produzidos, também com duas setas em direções opostas: as 
empresas vendem aos consumidores sua produção e recebem, pela venda, 
o preço correspondente. 
 
 
Venda de bens e serviços aos 
consumidores 
Dinheiro gasto pelos 
 consumidores 
renda paga aos proprietários dos 
fatores 
(salários, aluguéis, juros, lucros) 
contribuição dos fatores de produção 
 
empresas 
proprietários dos 
fatores 
consumidores 
 
 
18 
18 
Do esboço acima podemos tirar três conclusões importantes: 
a) As pessoas em geral, em nossa estrutura econômica, 
desempenham duplo papel; no mercado primário são 
supridoras de serviços produtivos, mas logo em seguida 
aparecem no mercado secundário como adquirentes e 
consumidores dos bens que produziram. 
 
b) Os gastos de um indivíduo tornam-se, no período imediato, 
em renda de outro. Assim, as despesas de operação que a 
empresa deve enfrentar (custos de produção) são as 
rendas daqueles que deram a ela sua variada contribuição; 
e as despesas dos consumidores para adquirir os bens e 
serviços (custo de vida) constituem-se em rendas para as 
empresas. 
 
c) Esta economia de mercado só é possível graças à 
intervenção do dinheiro, que encadeia e padroniza todos os 
tipos de transações. Tanto na contabilidade privada como 
na contabilidade social, ele surge como elo de união entre o 
mercado primário e o secundário. Daí por que o fluxo real 
de bens e serviços é inseparável do fluxo monetário, pois é 
este que torna possível mensurar a grandeza econômica 
daquele. 
 
Nas páginas que se seguem, nossa análise em geral se limitará ao 
comportamento do fluxo monetário, como expressão numérica do produto 
nacional; o fluxo real de bens e serviços só esporadicamente será objeto 
de estudo e, quando tal ocorrer, será feita menção expressa. 
 
Mas, embora inseparáveis, o estudante deve atentar com clareza para 
sua distinção. O que realmente importa do ponto de vista social é o fluxo 
real de bens e serviços, já que ninguém pode comer ou vestir dinheiro; 
todavia, o fenômeno econômico exige que se faça uma quantificação 
monetária para sua melhor análise. Ocorre que ambos – fluxo real e fluxo 
monetário – podem variar e esta variação nem sempre se opera de modo 
correspondente; se a moeda não sofresse alterações em seu valor, tal 
distinção poderia ser ignorada, mas não é isso que acontece comumente e, 
por esta razão, o pesquisador deve sempre tomar uma atitude cautelosa 
quando estuda a renda nacional como expressão monetária do produto 
nacional. 
 
 
19 
19 
 
 
 
2.6- Vazamento do Sistema Econômico 
 
 A observação da realidade quotidiana sugere-nos que os 
consumidores, em conjunto, não gastam a totalidade da renda percebida, 
mas procuram guardar uma parcela da mesma, a fim de formar economias; 
é verdade que, se encararmos os consumidores isoladamente, pode 
acontecer que alguns, com rendas insuficientes, gastem mais do que 
perceberam por sua contribuição ao processo produtivo, lançando mão de 
economias anteriores ou recorrendo a empréstimos. Mas, encarando o 
grupo social como um todo, constatamos que uma parcela á despendida em 
consumo e outra – geralmente bem menor – é guardada e poupada, como 
medida de previdência e precaução. A situação descrita pode ser 
apresentada na seguinte igualdade: 
 
Y = C + S 
 
isto é, a renda de um período (Y) recebe duas destinações: uma parcela 
maior é gasta em consumo (C) e outra menor (S)1, é poupada; a igualdadeacima é uma primeira aproximação do fluxo monetário da renda nacional. A 
parte que se retirou para fins de poupança vem a ser um vazamento no 
fluxo monetário, pois ela de imediato não retorna ao circuito econômico; 
normalmente ela é recolhida por instituições financeiras – bancos, de modo 
geral – que põem tais economias à disposição de interessados em obtê-las 
de empréstimo. Se estes empréstimos forem feitos a indivíduos, eles serão 
provavelmente gastos em consumo, mas se forem concedidos a empresas, 
estas os investirão para fins reprodutivos; e assim as poupanças retornam, 
numa segunda etapa, ao circuito econômico, para então serem gastas em 
consumo ou aplicadas em investimentos. 
 
 Convém notar que também as empresas, quando retêm parte dos 
lucros líquidos obtidos, realizam poupanças para posteriores aplicações; 
estas economias, via de regra, são confiadas à guarda das mesmas 
instituições financeiras que, por sua vez, se encarregam de emprestá-las a 
solicitantes de créditos. 
 
 Assim, as poupanças são os vazamentos que ocorrem no fluxo 
monetário; geralmente recolhidas por organismos financeiros específicos, 
tais poupanças são em seguida postas à disposição de indivíduos e 
 
 
20 
20 
empresas para os diversos fins de consumo e, sobretudo de investimento2. 
Na medida em que as poupanças retornam ao fluxo monetário, ficam 
compensados os vazamentos e o equilíbrio da atividade econômica se 
mantém. 
 
 
UNIDADE III- AGREGADOS MACROECONOMICOS 
 
3.1- PIB 
 
Exprime a estimativa do valor da produção, a preços de mercado, 
realizados dentro do “território econômico” do país. Este “território 
econômico” trata-se de território terrestre, o espaço aéreo e as águas 
territoriais do país dentro dos limites. 
 
Todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território 
econômico, depurados das transações intermediárias, incluem-se no valor 
agregado do PIB, independente de os recursos mobilizados serem ou não 
de propriedade de residentes no país. xxxxxxxxxxxxxxxxxx 
 
O PIB a preço de mercado trata-se do agregado que incorpora todas 
as remunerações de fatores de produção pagas a residentes no país, mais 
os impostos indiretos deduzidos dos subsídios. É, portanto, a agregação de 
salários, aluguéis, juros, lucros, depreciações e impostos indiretos líquidos. 
Assim, o PIB é um agregado que independe do país onde residam os 
proprietários dos recursos de produção que foram mobilizados em sua 
geração. Desde que a atividade produtora seja situada dentro do território 
econômico do país, é computada na avaliação do PIB, sendo esta, a razão 
de ser o designativo interno. 
 
Portanto, Produto Interno Bruto (PIB) é o valor da produção global de 
bens e serviços ocorrida dentro dos limites territoriais do país considerado, 
em determinado período de tempo – um ano, geralmente. Na produção 
global somente são computados os bens finais. É que o valor do produto 
final já inclui o valor dos produtos intermediários consumidos no processo 
de produção. A medida do valor é o preço. O PIB – que é um valor – 
costuma ser medido a preços de mercado (são os preços pagos no 
mercado, pelos adquirentes de bens e serviços). 
 
O Produto Interno Bruto (PIB) tem em vista – por força da própria 
conceituação – estimar o valor da produção de bens e serviços gerados 
 
 
21 
21 
internamente no período de um ano. Na sua totalização não entra o valor 
dos estoques existentes no início do período. São produções de anos 
anteriores. Sendo já, obviamente, computados nos valores do PIB dos anos 
a que se referem. 
 
Nem toda a produção gerada internamente é de propriedade do país 
considerado, sendo que, nem toda a produção interna é produção nacional. 
 
 
Produto Interno Bruto (PIB) = CF+CG+IAF+ESTOQUE+(X-M) 
−Rendimentos Enviados ao Exterior 
+Rendimentos Recebidos do Exterior 
 
 =Produto Nacional Bruto (PNB) 
 
 CF: CONSUMO DAS FAMILIAS 
 CG: CONSUMO DO GOVERNO 
 IAF: INVESTIMENTOS DAS EMPRESAS E DOS GOVERNOS 
 (X-M): SALDO COMERCIAL - EXPORTAÇÃO (-) IMPORTAÇÕES 
 
3.2- Renda Nacional 
 
 O grande problema para medir o produto de uma nação, é por causa 
da soma total do montante de renda ganha por cada um dos fatores de 
produção durante um ano de produção de bens e serviços. Sendo que, 
cada um desses fatores receberá um tipo diferente de recompensa 
monetária. 
 
 No entanto, ao que se refere ao trabalho, trata-se de salários e 
ordenados; para terra, é aluguel; para capital, juro (remuneração do capital); 
e o lucro que resulta para o empresário, quando os produtos são vendidos. 
Se somarmos tudo isso, teremos a Renda Nacional: 
 
 
 
 
 Salários e ordenados + Aluguel + Juros + Lucro = RENDA 
NACIONAL 
 
Sistema Setor público → Produção de → Renda 
Econômico Setor privado → Bens e Serviços → Nacional 
 
 
22 
22 
 
 Quando um artigo qualquer é vendido e há um lucro, definido como o 
que restou após os custos terem sido pagos, for tratado como a renda de 
alguém, então a Renda Ganha da venda de um bem é igual ao preço de 
mercado a que o bem é vendido. Quando este exemplo é repetido no que 
se refere a todos os bens e serviços produzidos numa economia, então, 
torna-se claro que o valor do produto total de um ano é exatamente igual à 
renda gerada por essa produção. 
 
 Portanto, se a Renda Nacional resulta da produção de bens, conforme 
no exemplo dado, devemos ter o cuidado de não incluir os fluxos 
monetários que não resultem da produção efetiva. Um desses itens é o 
constituído por pagamentos de transferência. As transferências do governo, 
incluindo, por exemplo, auxílios para indigentes, benefícios para veteranos e 
despesas de previdência social, são todas necessárias, sem dúvida, mas 
não representam produção corrente de quaisquer bens e serviços e, assim, 
não devem ser computados ou totalizados na Renda Nacional. 
 
 A Renda Nacional (RN), tem também outras denominações: 
- Rendimento Nacional 
- Dividendo Nacional 
- Ingresso Social 
- Ingresso Nacional 
 
A Renda Nacional pode ser assim conceituada: 
“Renda Nacional é o valor líquido (medido em dinheiro) dos bens e 
serviços produzidos em determinado período de tempo”. Então, concluímos 
que PNL é igual à RN. 
 
Produto Nacional Líquido = Renda Nacional 
 
PNL = RN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
23 
 
 
 
 
UNIDADE IV – CONSUMO, POUPANÇA E INVESTIMENTO. 
 
J. Maynard Keynes, economista Inglês, desenvolve sua teoria 
econômica baseada no pressuposto de que é necessária a 
intervenção do estado na economia, pois o mercado, devido a 
vazamentos como a formação de estoques e redução de produção, 
não seria capaz de coordena-las. 
Sua primeira suposição permite à existência de desemprego. Os 
antigos economistas acreditavam apenas no desemprego voluntário. 
Keynes ao contrário, acreditava que a economia estaria funcionando 
abaixo de seu potencial, deixando assim uma capacidade ociosa no 
sistema. 
A demanda agregada seria o somatório do consumo total da 
economia (famílias) com os investimentos empresariais, os gastos 
governamentais e seus investimentos em Capital Social Básico, as 
exportações subtraindo-se as importações. 
 
 
 
 Identidade Básica do Sistema 
 
 Y = Renda 
 C = Consumo 
 S = Poupança 
 I = Investimento 
 
 Y = C + S > Y = C + I PARA S = I 
 
 A relação entre consumo e renda é descrita pela Função 
Consumo. 
 
 
 
 
4.1 – FUNÇÃO CONSUMO: 
 
 
 
24 
24 
Função Consumo: Em macroeconomia, refere-se ao gasto total 
realizado pelos indivíduos ou pela nação em bens de consumo num 
período determinado. A Renda é sem dúvida o fator que mais tem 
influência na determinação do consumo. 
 
 
Apresentemos alguns fatores que determinam o consumo: 
 
A - Taxa deJuros: Quanto maior for a taxa de juros, menor será o 
consumo . 
 
B - Expectativas Futuras de Preços e Renda: É racional o fato de o 
consumidor aumentar seu nível de consumo se sua renda ou o nível geral 
de preços venha a elevar-se no futuro. 
 
C - Crédito ao Consumidor: Condições fáceis de crédito ao consumidor 
estimulam o consumo, principalmente de bens duráveis. 
 
D - Distribuição de Renda: Uma redistribuição de renda das pessoas ricas 
para as mais pobres pode estimular o consumo. 
 
E - Estoque de Bens financeiros: Variações no valor do estoque dos 
ativos financeiros (ações, títulos do governo, moeda, etc.....) podem levar 
seus possuidores a mudar seus níveis de consumo . Pôr exemplo, ao elevar 
o valor do estoque desses ativos, seus possuidores poderão sentir-se mais 
ricos e aumentar seus dispêndios de consumo. 
 
 
 GRÁFICO - 1: (COMPARATIVO). 
 
 
 
25 
25 
Composição percentual do consumo privado na 
cidade de São Paulo – 1.951 
 
 Fonte : FIPE USP . 
 
 
Composição percentual do consumo privado na cidade de São Paulo 
– 1.990 
 Fonte : FIPE USP . 
 
Como pode ser observado, durante as últimas décadas, ocorreu uma 
profunda mudança na estrutura de consumo da cidade de São Paulo. Basta 
dizer que a porcentagem do gasto com habitação passou de 32 %, em 
1.951, a 18 % em 1.990. 
 
44%
32%
8%
8%
4%4%
Alimentação
Habitação
Despesas
Pessoais
Vestuário
Transporte
Saúde
39%
18%
20%
8%
11%
4%
Alimentação
Habitação
Despesas
Pessoais
Vestuário
Transporte
Saúde
 
 
26 
26 
A relação entre consumo e renda é descrita pela função consumo, 
didaticamente considerado como função linear. A renda é o fator que 
isoladamente, maior influência tem na determinação do consumo, isto é, a 
despesa em consumo programada dependerá basicamente do nível de 
renda da economia. 
Supomos que a demanda por consumo aumente com o nível da 
renda: 
 
 C = a + by 
 
 O nível de consumo é proporcional à renda (linear no caso didático); 
para cada aumento na renda, o consumo aumentará de acordo com a 
inclinação (by) da reta, representando o coeficiente angular da equação. Ao 
longo da função consumo o nível de consumo aumenta com a renda. 
 A equação acima é especial porque o consumo varia de forma linear à 
renda, implicando que a um nível zero de renda o consumo seria zero. 
Porém, freqüentemente vê-se a especificação da função consumo incluir 
uma constante (a), autônoma que não depende da renda. 
 
 Propenção Média a Consumir – PMC = C / Y 
 Propenção Marginal a Consumir (by) PMGC = ΛC/ΛY 
 
 Exercícios de demonstração de método serão aplicados em sala e 
como trabalhos individuais. 
 
 
4.2 – FUNÇÃO POUPANÇA. 
 
Poupança: É o ato de não consumir no período, deixando para 
consumo futuro, dado pela fórmula: S = RN – C, sendo S a poupança, RN 
a renda nacional e C o consumo . Como no consumo, a renda é o fator que 
mais influência tem na determinação do nível de poupança. A função 
poupança pode ser obtida a partir da renda menos a função consumo. Os 
indivíduos podem poupar pôr diversas razões : aumentar ou manter o 
patrimônio familiar, deixar uma herança aos sucessores, constituir um fundo 
para a aposentadoria . Mesmo assim, os indivíduos podem poupar para 
cobrir gastos significativos com relação à renda familiar, como a compra de 
uma casa ou para fazer frente a possíveis contingências inesperadas. 
 
 
 
27 
27 
4.2.1 – OS DETERMINANTES DO CONSUMO E DA POUPANÇA 
 
 
O consumo e a poupança de uma família estão fortemente 
condicionados pôr sua renda. Quanto maior for a renda da família, maior 
será o percentual de renda destinado à poupança. As famílias de baixa 
renda são obrigadas a destinar a maior partes de sua renda ao consumo de 
necessidades básicas e dificilmente podem poupar. Além disso, as famílias 
de renda média e baixa vêem-se induzidas a consumir pelo efeito 
“demonstração”, que as impulsiona a imitar o estilo de vida dos indivíduos 
com nível de vida mais elevado, e isso constitui um obstáculo para a 
poupança. De qualquer modo, pode-se dizer que as famílias tomam suas 
decisões em função de sua renda disponível. 
 
 
 
Derivando-se da equação base, a função poupança será definida por: 
 
 S = Y – C 
 
 S = Y – (a + by) 
 
 Desta forma, quando a renda for zero, o consumo será positivo (ou 
independente) utilizando poupanças de outros períodos que será negativa. 
 
 
4.3 – FUNÇÃO INVESTIMENTO. 
 
Investimento: É o gasto com bens que foram consumidos no período, e 
que aumentam a capacidade produtiva da economia para os períodos 
seguintes. 
 
 
 
 
 4.3.1- INVESTIMENTO AUTONOMO – Ia 
 
 Definido pela própria empresa, de forma autônoma e independente da 
renda, por este motivo provocando uma variação multiplicadora na renda de 
valor maior do que o investido. 
 
 
28 
28 
 
 
4.3.2 – MULTIPLICADOPR DE INVESTIMENTOS - K 
 
 K = 1/PMGS > K = 1/ (ΛC/ΛY) 
 
 4.3.3 – PONTO DE EQUILIBRIO; 
 
 Y = C > Y = a + by 
 
Após Ia > Y = a + by + Ia (DEMANDA AGREGADA= 
CONSUMO+INVESTIMENTO PRIVADO); 
Incluindo o Governo: 
 
Y (-) T = a + by + Ia + G 
 
 ΛY = Y X K 
 
 O investimento vê-se condicionado pôr um conjunto de variáveis, 
entre as quais cabe destacar as seguintes: 
 
• As expectativas empresariais sobre o futuro da atividade econômica. 
 
• A taxa de juros (O rendimento tem que superar o custo do dinheiro). 
 
• O nível da capacidade instalada utilizada pelas empresas (ociosidade). 
 
4.3.2 – INVESTIMENTO DE REPOSIÇÃO: 
 
 O investimento de reposição (depreciação) não aumenta o volume de 
produção, mantendo atualizado o parque fabril da empresa e impedindo 
sua transformação em sucata; 
 
 
 
 
4.3.3 – INVESTIMENTO INDUZIDO – Ii 
 
 O investimento induzido é resultado dos acréscimos da renda (Y), 
quando aumenta acima dos valores do investimento autônomo, fato 
 
 
29 
29 
provocado pelo Efeito Multiplicador (K). Como o investimento induzido e 
provocado por um acréscimo da renda, não provoca novo efeito 
multiplicador, servindo como um Efeito Acelerador dos Investimentos 
para que alcancem o novo valor da renda de equilíbrio do sistema. 
 
MICROECONOMIA - TEORIA DA EMPRESA 
 
UNIDADE V – COEFICIENTES DE ELASTICIDADE 
(Alfred Marshall) 
 
É o estudo econômico da sensibilidade. É a expressão numérica 
quantitativa da elasticidade. É utilizado para que a empresa possa dosar o 
mercado ou qualifica-lo, permitindo assim o estudo do produto (s) no 
mercado. Expressam uma relação entre duas variáveis funcionalmente 
inter-relacionadas, com aplicação nos campos de Micro e Macroeconomia. 
A relação acima poderá ser positiva, unitária e ou negativa, assumindo 
valores superiores, iguais ou inferiores à unidade, em casos extremos, bens 
inferiores, poderá igualar-se a zero ou tender ao infinito. Pode também ser 
entendida como a medida das alterações (sensibilidade) da quantidade 
comprada em função das mudanças nos preços, taxas de lucro e na renda 
dos consumidores. 
Os coeficientes podem estar em 3 (três) campos diferentes: 
 
PROCURA OU OFERTA TOTALMENTE INELÁSTICAS 
A quantidade ofertada ou procurada não se altera, apesar das variações no 
preço do produto.No limite das variações normais do preço é provável que não haja 
modificações nas compras, no entanto, um determinado produtor terá que vender seu 
produto a qualquer preço dentro dos limites da razão. 
PROCURA OU OFERTA INELÁSTICA 
A quantidade ofertada ou procurada varia proporcionalmente menos do que o 
preço. Ex. Provavelmente não compraremos o dobro de pão caso seu preço caia a 
metade, nem o fazendeiro oferecerá o dobro do trigo a venda caso seu preço dobre. 
ELÁSTICIDADE UNITÁRIA 
É um caso especial em queas quantidades procuradas ou ofertadas respondem 
na mesma proporção (exata) das variações de preços. 
PROCURA OU OFERTA ELÁSTICA 
Variações nos preços provocam variações proporcionalmente maiores nas 
quantidades. Ex. Os bens de luxo aumentam dramaticamente o volume de vendas 
quando seu preço diminui. Do lado da oferta, a procura elástica normalmente afeta 
 
 
30 
30 
bens de fácil produção, de modo que uma pequena elevação dos preços leva a um 
incremento muito maior de produção. 
PROCURA OU OFERTA TOTALMENTE ELÁSTICAS 
A quantidade ofertada ou procurada ao preço corrente é infinita (este caso 
aparentemente estranho é de grande importância na descrição do mercado da 
empresa competitiva típica). Para um fazendeiro a curva de procura por sua 
produção ao preço corrente é horizontal, porque ele pode vender todo o cereal que 
plantar àquele preço. Um comprador de cereais também poderá comprar a 
quantidade que desejar pelo preço corrente. 
 
 
 
Campo Elástico 
Coeficiente >1 
 
Bens de Luxo 
Supérfluos = 1 Campo Unitário 
 
Campo Rígido ou Inelástico 
Coeficiente < 1 
 
 
Bens de Primeira Necessidade  
 
 
5.1 - Elasticidade Renda - Ei , Eai 
 
É a sensibilidade econômica na procura de um bem, em função 
da modificação ou variação na renda do consumidor. É a variação 
percentual na quantidade procurada de um bem resultante da renda 
disponível pelos consumidores, ou seja, é a média da quantidade da 
mercadoria comprada por unidade de tempo e a média percentual da 
renda do consumidor. A tendência é a de que as quantidades 
procuradas e a renda variarem no mesmo sentido, diretamente 
proporcional. Pode ser medido de duas formas: 
• Pelo coeficiente de elasticidade renda (de um ponto à outro) - Ei 
 
Ei = Vq / qi X Ri / VR 
 
 
 
 
31 
31 
 
* Vq = Variação da Quantidade 
* qi = Quantidade Inicial 
* VR =Variação da Renda 
* Ri = Renda Inicial 
• Pelo coeficiente de elasticidade arco da renda (ponto médio entre 
dois pontos) - Eai 
 
Eai = Qi - Qf / Qi + Qf X Ri + Rf / Ri – Rf 
 
* Qi = Quantidade Inicial 
* Qf = Quantidade Final 
* Ri = Renda Inicial 
* Rf = Renda Final 
 
5.2 - Coeficiente de Elasticidade Cruzada - EC 
 
É a relação da variedade proporcional da quantidade comprada de X, 
com o preço de Y (Produtos ou Empresas). É a variação percentual da 
quantidade procurada de um produto em relação a uma certa variação 
percentual ocorrida nos preços dos bens que lhes sejam SUBSTITUTOS E 
OU CONCORRENTES. No fundo é a substituição de um produto por outro 
de preço menor com a mesma função. 
 
• Hipóteses: 
* Ec = 0 
* Ec = 1 
* Ec > 1 
A) Se a elasticidade cruzada for = 0, os bens são distantes, diferentes, não são 
bens substitutos. 
B) Se a elasticidade cruzada for = 1, os bens são normais, mas já concorrentes 
ou substitutos. 
C) Se a elasticidade cruzada for > 1, os bens são mais perfeitos e substitutos. 
 
EC = Vqa / qa X Pb / VPb 
 
* Vqa = Variação da Quantidade do Produto ou Empresa 
* qa = Quantidade Inicial do Produto ou Empresa 
* Pb = Preço Inicial do Produto ou Empresa 
• VPb = Variação do Preço do Produto ou Empresa 
 
 
 
32 
32 
 
 
 
5.3 - Coeficiente de Elasticidade Lucro nas Vendas - ELV 
 
É a expressão numérica quantitativa das modificações havida nas vendas, em 
função da variação das taxas de lucro. 
 
ELV = Vv / vi X Tf / VT 
 
* Vv = Variação nas vendas 
* vi = Venda Inicial 
* Tf = Taxa Final 
* VT = Variação das Taxas 
 
 OBS: Negativo 
 
 
5.4 - Coeficiente de Elasticidade Preço da Procura - EP 
 
É a expressão numérica quantitativa das modificações na procura de 
certo produto, em função da variedade do preço. É a razão entre a variação 
relativa da quantidade procurada de um produto e sua variação relativa de 
preços, ou seja, é a variação percentual da quantidade de produto 
procurada por unidade de tempo, resultante de uma variação percentual do 
preço do produto. A procura de um produto depende da variação da renda 
do consumidor e da alteração do preço do produto. Uma redução no preço 
aumentará a procura e um aumento do preço reduzirá a procura - variações 
inversamente proporcionais. No caso da oferta é a relação percentual da 
quantidade ofertada de um produto por unidade de tempo resultante de 
uma dada variação no preço do produto. Uma redução da quantidade 
ofertada, implicará em um aumento dos preços, enquanto que um aumento 
da quantidade ofertada resultará numa redução dos preços. 
 
ESTUDO PRÁTICO 
 
O mercado em concorrência tende a alocar os recursos com o 
propósito de produzir bens de acordo com o padrão de demanda dos 
consumidores. Estes possuem desejos com pesos relativos, em função da 
renda disponível e a utilidade de cada produto. A utilidade é a satisfação, o 
prazer que recebemos em virtude do consumo de um determinado bem. 
 
 
33 
33 
Determina quanto o consumidor deseja pagar em troca desse bem ou a 
quantidade que estaria disposto a adquirir aos seus diversos preços. Os 
produtores estão interessados em saber o total de dinheiro que as pessoas 
estão dispostas a gastar em um produto a diferentes níveis de preços. Um 
produtor ao resolver alterar seu preço desejará saber o reflexo em sua 
Receita Total, que poderá aumentar, permanecer constante ou diminuir. 
 
 
OBS: Normalmente negativo com exceção aos bens inferiores (Paradoxo de 
Giffen) cuja procura não é sensível a alteração no preço. As variações são contrárias, 
uma redução no preço aumenta a procura e, um aumento do preço reduz a procura. 
 
Fórmulas de Cálculo 
 
• Dados dois (2) pontos ou tabela de preço e quantidade. 
 
Ep = Vq / qi X Pi / VP 
 
* Vq = Variação da quantidade 
* qi = Quantidade Inicial 
* Pi = Preço Inicial 
* VP = Variação do Preço 
 
• Dada a equação da procura 
 
Ep = f (q) / q.f’ (q) 
 
* f = Função 
*q = Quantidade 
*f’= Função Derivada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
34 
 
 
 
VI – PONTO DE EQUILIBRIO – PE 
 
 
CONCEITO: 
 
PARA A DEFINIÇÃO DE PONTO DE EQUILIBRIO, OU SEJA, 
O PONTO NEUTRO, A PARTIR DO QUAL A EMPRESA 
PASSA A OPERAR COM LUCRO E, ANTES DO QUAL 
OPERA COM PREJUIZO, É NECESSÁRIO PRIMEIRO, 
DEFINIR CUSTOS, RECEITAS, FATURAMENTO E MARGEM 
DE CONTRIBUIÇÃO. 
 
6.1 - RECEITAS / FATURAMENTO 
 
Como Receita entende-se o valor apurado pela Produção da Empresa em 
um dado período de tempo a nível bruto (Com Impostos) ou Liquido já 
deduzidos os valores de Impostos e Devoluções e, como faturamento o valor 
das vendas efetivas no período considerado, também a nível bruto ou liquido. 
Desta forma podemos obter o Ponto de Equilíbrio de Produção (Receita 
Prevista) e o Ponto de Equilíbrio de Vendas pelo Faturamento admitindo-se a 
existência de estoques. 
 
6.2 - Custos 
 
A primeira definição necessária é a de Custo Explicito ou Incorrido com 
Desembolso (Regime De Caixa), exceto a Depreciação, Exaustão Mineral e 
Amortização Financeira, que são Custos, mas não existe Desembolso. As 
Despesas Antecipadas também são pagas pelo Regime de Caixa, mas 
lançadas em custos pelo Regime de Competência, rateadas para o período em 
que são Constituídas (Ex do Alvará, Iptu E Ipva que são anuais e levados ao 
custo como 1/12 avos). Estas observações são importantes para deixar clara as 
diferenças entre Custo Contábil – Fisco – e Custo Gerencial – Gestão. 
Exemplos de Custos que não existem, mas podem ser considerados 
Gerencialmente,Aluguéis como custo para empresas que operam em 
Residências Próprias ao mesmo tempo em que seus titulares moram no local, 
caracterizando o conceito de Custo Imputado, ou Econômico. 
 
 
 
 
 
35 
35 
6.2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS 
 
A) CUSTOS FIXOS - CF 
 
São aqueles que, determinados por Contratos Legais, por Costume ou Pelo 
Uso Inalterado de um Fator de Produção, independentemente do volume de 
vendas ou de Produção, Não Variando em função das Variações das 
Vendas/Produção como aluguéis, telefone, energia da administração, seguro; 
 
CF = CT - CV 
 
 B) CUSTOS VARIÁVEIS - CV 
 
 São todos os Custos que Variam de Acordo com o Volume de Produção 
e ou Vendas, como os Insumos que se integram ao Produto, mão-de-obra 
direta, energia, entre outros. 
 
 CV = CT - CF 
 
 
 C) CUSTO MARGINAL –Cmg 
 
 É a relação entre a Variação do Custo Total e a Variação Unitária da 
Quantidade Produzida; 
 
 Cmg = VCT / V Q 
 
 D) CUSTO MÉDIO – CM 
 
 É a Relação entre o Custo Total e a Quantidade Produzida. 
 
 CM = CT / Q 
 
 E) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO – MC 
 
 É a diferença entre a Receita Total e o Custo Variável, sendo 
responsável pela Composição do Custo Fixo e do Lucro. 
 
 MC = RT - CV 
 
 
 
 
 
36 
36 
 Para obtenção dos dados necessários ao calculo do Ponto de Equilíbrio 
utiliza-se o Orçamento de Custos e Receitas ou Fluxo de Caixa. 
 
1 RECEITA TOTAL (100%) 2.769,00 1.1 
PRODUTO 1.829,00 
 1.2 SUB-PRODUTO 940,00 
1.2.1 567,00 
1.2.2 373,00 
2 CUSTOS TOTAIS 2.396,00 86.50 % 
 2.1 CUSTOS FIXOS 261,00 
 FINANCEIROS 88,00 
 SALÁRIOS 67,00 
 ENCARGOS SOCIAIS 20,00 
 DEPRECIAÇÃO 24,00 
 MANUTENÇÃO GERAL 28,00 
 SEGUROS 9,00 
 IMPOSTOS E TAXAS 2,00 
 OUTROS 11,00 
 EVENTUAIS 5% S/249,00 12,00 
 2.2 CUSTOS VARIÁVEIS 2.135,00 
 MATERIA PRIMA 1.624,00 
 MATERIAIS 129,00 
 IMPOSTOS 168,00 
 SALARIOS ENCARGOS 33,00 
 ENERGIA 24,00 
 COMBUSTIVEIS 25,00 
 OUTROS 30,00 
 EVENTUAIS 5%S/2033,00 102,00 
 
 3. LUCRO BRUTO (1 – 2) 373,00 13,50% 
 
 
 
 
PE = CFX100 / RT (-) CV 
 
 
PE = 261,00X100 / 2.769,00 – 2.135,00 
 
PE = 26100,00 / 634,00 
 
PE = 41,17% 
 
 
PE uf = PRODUÇÃO FISICA X 41,17% 
 
 
37 
37 
 
PE um = RECEITA TOTAL X 41,17% OU 
 
PE um = PE uf X PREÇO UNITÁRIO 
 
PREÇO MÍNIMO VENDA 
 
RECEITA TOTAL = CUSTO TOTAL 
 
PRODUÇÃO FISICA . X = CUSTO FIXO + CUSTO VARIÁVEL 
 
MARGEM DE LUCRO = PREÇO UNITÁRIO / PREÇO MINIMO (1) X 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
38 
 UNIDADE VII – TEORIA DA PRODUÇÃO 
 
8.1. CONCEITOS BÁSICOS DA TEORIA DE PRODUÇÃO 
 
8.1.1. PRODUÇÃO E FATORES DE PRODUÇÃO 
 
 Denomina-se produção a transformação intencional de bens serviços 
em outros bens e serviços. Os bens ou serviços transformados denominam-se de 
“Fatores de Produção” (Insumos ou INPUT). Os resultantes da transformação 
denominam de produtos (OUTPUT). 
 A definição é suficientemente ampla para não exigir, necessariamente, a 
mudança física ou química dos bens transformados; assim, o deslocamento de bens 
ou serviços no espaço ou no tempo, pelo comércio ou pelos transportes, enquadra-se 
no conceito geral de Produção. 
 A produção é dita simples quando da origem a um único produto final (Cultura 
do Café); múltipla, quando da origem a vários produtos finais (Cultura da Soja: 
grão, farelo, óleo, lecitina). 
 
 a) Fixos 
 1- Segundo a Variabilidade b) Variáveis 
 
 a) Limitados 
 2- Segundo a Disponibilidade b) Ilimitados 
 FATORES 
 DE → a) Divisíveis 
 PRODUÇÃO 3- Segundo a Divisibilidade b) Indivisíveis 
 
 a) Duráveis 
 4- Segundo a Durabilidade b) Não duráveis 
 
 A classificação acima depende menos das propriedades intrínsecas dos 
fatores do que do ângulo de análise sob o qual se encara o problema. Um automóvel 
é um fator durável para um taxista e não durável para um revendedor de automóveis. 
 Na análise de longo prazo, todos os fatores são considerados variáveis; na 
análise de curto prazo alguns fatores são tomados como fixos (Equipamentos, 
instalações) e outros como variáveis (Matérias-primas, mão-de-obra). 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
39 
 8.3 - PROCESSOS DE PRODUÇÃO 
 
 O Processo de Produção é uma técnica por intermédio da qual um ou mais 
produtos são obtidos a partir de determinadas quantidades de fatores empregados. 
Um processo é dito simples, quando dá origem a um único produto; múltiplo, 
quando dá origem a mais de um produto. 
 
8.4 - FUNÇÃO PRODUÇÃO (PRODUTO TOTAL, MÉDIO E MARGINAL) 
 
 A - PRODUÇÃO COM UM INSUMO VARIÁVEL (PT PME PMG) 
 
 A função da produção para qualquer mercadoria é uma equação, tabela ou 
gráfico mostrando a quantidade (máxima) da mercadoria que pode ser produzida 
num dado período de tempo para cada conjunto de insumos alternativos, quando se 
utiliza a melhor técnica de produção disponível. 
 Ex: Produção agrícola simples é obtida combinando-se quantidades 
alternativas de mão-de-obra por uma unidade tempo para cultivar uma quantidade 
fixa de terra, registrando as produções alternativas por unidade de tempo. (terra é 
fixo), definidas como Produto Total – PT. 
 O produto médio do trabalho (Pmel) é definido como o produto total (PT) 
dividido pelo numero de unidades de trabalho utilizados (L) L 
 
 PMel = PT / L 
 
 O produto marginal do trabalho (PMgl) é definido como a variação no 
produto total (∆ PT) devida á variação de uma unidade na quantidade de trabalho 
utilizada ∆L. 
 
 PMG1 = ∆ PT ou ∆ PT para L unitário 
 ∆ L 
8.5 - Os estágios de produção delimitam graficamente as áreas em que a 
empresa deverá ou não produzir em função das produtividades marginais do 
trabalho e da terra. 
 
 → Estágio 1- Vai da origem do eixo (y) até o ponto em que a produtividade 
média for mais alta. Nesse estágio corresponde PMGT negativo. 
 → Estágio 2 –Vai do estágio 1 até o ponto em que a produtividade marginal do 
trabalho for zero. Nesse estágio PMGT e PMGL são positivos. 
 → Estágio 3 – Vai do estágio 2 e acompanha a produtividademarginal do 
trabalho PMGL negativa. 
 
 
 
 
40 
40 
 EXEMPLO 
 
 (TERRA FIXA (CURTO PRAZO) 
 
Terra (ha) Trabalho (homens/Ano) PT PMel PMgl 
 01 0 0 0 - 
 01 1 3 3 3 
 01 2 8 4 5 
 01 3 12 4 4 
 01 4 15 3.75 3 
 01 5 17 3.40 2 
 01 6 17 2.83 0 
 01 7 16 2.28 -1 
 01 8 13 1.62 -3 
 
OBS: Gráfico em anexo; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
41 
 
 
 
9 - FUNÇÃO DA PRODUÇÃO COM DOIS INSUMOS VARIÁVEIS – 
 
9.1 - ISOQUANTAS 
 
 
Uma isoquanta mostra as diferentes combinações de trabalho (L) e capital 
(K), com as quais uma empresa pode produzir uma quantidade específica do 
produto, por unidade de tempo, considerando-se que emprega a melhor técnica de 
produção disponível. (Para exemplificar, continuamos utilizando uma produção 
agrícola simples com dois insumos). Uma alta isoquanta refere-se a uma maior 
quantidade de produção, uma mais baixa isoquanta refere-se a uma menor 
quantidade de produção. 
 
 
Isoquanta 1 Isoquanta 2 Isoquanta 3 
 L K L K L K 
 
 2 11 4 13 6 15 
 1 8 3 10 5 12 OBS: GRÁFICO ANEXO 
 2 5 4 7 6 9 
 3 3 5 5 7 7 
 4 2.3 6 4.2 8 6.2 
 5 1.8 7 3.5 9 5.5 
 6 1.6 8 3.2 10 5.3 
 7 1.8 9 3.5 11 5.5 
 
9.2 - TAXA MARGINAL DE SUBSTITUIÇÃO TÉCNICA = TMSL/K 
 
 A TSL/K refere-se a quantidade (K) capital que a empresa pode desistir 
aumentando uma unidade adicional de (L) trabalho para continuar produzindo a 
mesma quantidade portanto, permanecer na mesma isoquanta. 
 A TMSL/K somente deve ser calculada dentro da faixa relevante, conforme 
definição abaixo. 
 
 Fórmula: TMSL = - ( ∆K ) 
 ∆L 
 
 
 
 
 
42 
42 
9.3 - LINHAS DE FRONTEIRA 
 
 As linhas de fronteiras eliminam, das isoquantas colocadas no mapa, suas 
declividades positivas, também chamadas de faixas irrelevantes. A parcela das 
isoquantas com inclinação negativa, portanto dentro das linhas de fronteiras, 
representa sua parcela relevante, o estágio 2 de produção da empresa na qual a 
produtividade marginal (PMG) é positiva. 
 
9.4 - CARACTERÍSTICAS DA ISOQUANTAS 
 
a) Na faixa relevante (compreendida dentro das linhas de fronteira), as 
isoquantas tem inclinação negativa, o que significa que se a empresa desejar 
diminuir a quantidade utilizada do insumo K deverá utilizar uma maior 
quantidade do insumo L para permanecer na mesma isoquanta; a empresa não 
produz na faixa irrelevante (Fora das linhas de fronteira) porque estaria 
utilizando uma maior quantidade K e de L para produzir o mesmo volume. 
b) As isoquantas são convexas em relação a origem dos eixos tendo em vista, ser 
a TMSK/L descendente para cada isoquanta. 
c) Duas ou mais isoquantas nunca se cruzam. Se duas se cruzarem significa que 
a mesma combinação de uso de insumos alternativos, seria possível obter-se 
dois volumes diferentes de produção, o que contraria o pressuposto teórico de 
que a empresa sempre utiliza a melhor técnica de produção em cada situação 
dada. 
 
9.5 - ISOCUSTO 
 
Uma isocusto mostra todas as informações possíveis de insumos 
alternativos (K) capitais, (L) trabalho que a uma empresa pode comprar, 
sendo conhecido o seu dispêndio total máximo em função da receita (DT) e 
os preços dos insumos considerados (PL e PK). 
 
EQUAÇÃO = PK X K + PL X L 
 
Exemplo: Utilizando o gráfico de demonstrativo das isoquantas e 
sabendo-se que o dispêndio total da empresa é igual a 10 um, o preço 
de K = 1um e o preço de L = 1 um. Traçar a isocusto (coordenadas L = 
10, K = 10); 
 
 R: (coordenada isoquanta 2 = L5, K5) 
 
 DT = PK x K + PL x L 
 
 
43 
43 
 10 = 1K + 1L 
 K = 0 L = 0 
 L = 10/1 = 10 K = 10/1 = 10 
 
 
 Ponto equilíbrio = 5; 5 
 
9.6 - PONTO DE EQUILÍBRIO – TRAJETÓRIA DE EXPRESSÃO 
 
O ponto de equilíbrio da empresa é determinado pela tangência da 
isocusto com a mais alta isoquanta possível. Considerando-se o preço dos 
insumos constantes, a empresa poderá alterar seu ponto de equilíbrio desde 
que consiga aumentar sua possibilidade de dispêndio total passando para uma 
isoquanta mais alta ou mais baixa, alternando desta forma sua capacidade 
produtiva. 
 
 
 
9.7 – TEORIA DOS RENDIMENTOS CONSTANTES CRESCENTES E 
DECRESCENTES DE ESCALA 
 
a) Rendimentos Constantes: Verifica-se quando, o aumento dos insumos 
utilizados e o aumento de produção são de igual proporção. 
b) Rendimentos Crescentes: Verifica-se quando a proporção dos aumentos dos 
insumos utilizados é menor do que a proporção do aumento da produção. 
c) Rendimentos Decrescentes: Verifica-se quando, a proporção dos aumentos 
dos insumos utilizados é maior do que a proporção do aumento da produção. 
 
 
OBS: O CAPITULO X SERÁ COMPOSTO PELO FICHAMENTO DO LIVRO “O 
SEGREDO DE LUIZA” E PESQUISA BIBLIOGRÁFICA SOBRE PLANO DE 
NEGÓCIO (VIABILIDADES) A SER DISCUTIDA EM MESA REDONDA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
44 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA DO TEXTO 
 
- ROSSETI, José Paschoal 
Introdução à Economia – São Paulo; Atlas 1997, 922 págs. 
 
 
- ROSSETI, José Paschoal 
Introdução à Economia – São Paulo; Atlas 1994, 810 págs. 
 
- PINDYCK, Robert S., RUBINFELD, Daniel L., - Microeconomia Prentice 
Hall 5ª Ed. 2002 – SP; 
- CHING, Hong Yuh, MARQUES, Fernando, Prado, Lucilene, - Contabilidade e 
Finanças Para Não Especialistas – Prentice Hall, 1ª Ed. – 2003 – SP; 
 
 
 - BACHA, Edmar. Introdução à Macroeconomia. Rio de Janeiro, Campus, 1987. 
 - BARAN, P. & SWEEZY, P. Capitalismo Monopolista. Rio de Janeiro, Zahar, 1966. 
 - DORNBUSCH, R. & FISCHER, S. Macroeconomia. São Paulo, McGraw-Hill, 1990. 
 - EQUIPE DE PROFESSORES USP. Manual de Economia. São Paulo, Saraiva, 1997. 
 - FERGUSON, C. E. Microeconômia. Rio de Janeiro, Forense-Universitária, 1987. 
 - GALBRATIH, J. K. O Novo Estado Industrial. São Paulo, Nova

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