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01. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

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ATUALIZADO EM 27/12/2018
SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
NOÇÕES PRELIMINARES
 ENTENDENDO O CTN – Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966
Art. 9o a 15: Abordam as limitações ao poder de tributar, mas vários dispositivos não estão de acordo com a CF/88. Portanto, recomendamos a leitura das observações feitas ao longo desses artigos. Ademais, não se pode dispensar a leitura dos arts. 150 a 152 da CF/88. 
Arts. 21, 26 e 65: Parcialmente não recepcionados pelo art. 153, § 1o, da CF/88 (o Poder Executivo pode alterar as alíquotas, mas não as bases de cálculo de tais impostos). 
Arts. 28 e 67: Não recepcionados pela CF/88. De acordo com o art. 167, IV, da CF/88, é vedada a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesas, ressalvadas as exceções constitucionalmente previstas. 
Arts 35 a 42: Ficar atento, pois antes da CF/88, tratava-se de imposto de competência estadual, e não se tributava as transmissões de bens móveis. Atualmente, a competência foi então ampliada e dividida entre os Estados (ITCMD) e Municípios (ITBI). Portanto, a leitura de tais dispositivos deve ser cautelosa, visto que há regras que não se aplicam aos dois impostos. 
Arts. 52 a 62: Revogados expressamente. 
Art. 68 a 70: Não recepcionados pela CF/88. Trata-se do ICMS, cuja competência pertence aos Estados e Distrito Federal, sendo tratado pela LC 87/96 (Lei Kandir) 
Arts. 71 a 73: Revogados expressamente. 
Arts. 74 e 75: Não recepcionados pela CF/88. A União não possui competência tributária para instituir imposto específico sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais. 
Arts. 83 a 95: Abordam a Distribuição de Receitas Tributárias. Vários dispositivos já foram revogados, outros não recepcionados pela CF/88. Se o tema for cobrado em seu edital, recomendamos o estudo dos arts. 157 a 162, da CF/88. 
 ART. 1º: O dispositivo prescreve que o CTN trata das normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Antes de ler qualquer outro dispositivo desta norma, deve-se ter como premissa o que acaba de ser dito. 
Art. 1º Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965, o sistema tributário nacional e estabelece, com fundamento no artigo 5º, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal, as normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem prejuízo da respectiva legislação complementar, supletiva ou regulamentar.
# OBS.1: A expressão “com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1o de dezembro de 1965” atualmente se refere aos arts. 145 a 162 da CF/88, que tratam do Sistema Tributário Nacional. 

# OBS.2: A expressão “artigo 5o, inciso XV, alínea b, da Constituição Federal” atualmente pode ser entendida como os arts. 24, §§ 1o a 4o, e 146, da CF/88. 

 ART. 2o: Pela redação do CTN, não constam as medidas provisórias (surgidas com o advento da CF/88), embora tais atos inegavelmente são incluídos no sistema tributário nacional, por terem força de lei, e por serem utilizados muitas vezes para tratar de matéria tributária. Lembre-se de que não há qualquer vedação constitucional á utilização de medidas provisórias para tratar de matéria tributária. 
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional nº 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais.
01. CONCEITO DE TRIBUTO – Art. 3o, CTN
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
 Este talvez seja o dispositivo mais importante de todo o CTN. A razão se deve ao conceito de tributo. É impossível estudar direito tributário sem se ter a noção exata do que é um tributo. O art. 146, III, “a”, da CF/88, estabelece que cabe à lei complementar dar a definição de tributo. Podemos esquematizar o conceito de tributo da seguinte forma: 
 Conceito: Está definido no art. 3º CTN. Tributo é uma prestação pecuniária compulsória. Essa prestação pecuniária não é decorrente de um ato de vontade do cidadão, e sim decorre de um poder de imposição do Estado em face do particular – sujeição, hierarquia. O tributo resulta numa relação vertical entre Estado e cidadão (por isso, quando Estado x Estado, há imunidade recíproca). Não deriva da sanção por ato ilícito. Paga-se tributo porque o contribuinte manifestou uma capacidade econômica, um poder de contribuir. O tributo deverá ser instituído e cobrado nos termos da lei. O princípio da legalidade permeia todo o Direito Tributário, seja na criação do tributo ou na forma de cobrança.
# OBS.1: Receita originária é aquela proveniente do patrimônio do Estado. Há a predominância do Direito Privado. O Estado explora seu próprio patrimônio. Ex. alugueis e receitas de empresas públicas e sociedades de encomia mista, concessionárias. 
# OBS.2: Receita derivada é aquela proveniente do patrimônio do particular. Há a predominância do Direito Público. O Estado usa seu poder de império e obriga o particular a contribuir. Ex. tributos, multas, reparações de guerra.
 Características:
Em moeda ou cujo valor nela possa se exprimir: o tributo não pode ser em algo que não seja economicamente apreciável ou que não possa ser transformado em pecúnia. Não se permite concluir pela existência de tributos in natura ou in labore. Entende-se que a expressão “cujo valor nela se possa exprimir” possui a utilidade de permitir a utilização de indexadores (ex. UFIR). A Lei Complementar 104/2001 acrescentou o inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário. Tal fato não habilita a conclusão de que a expressão acima referida teria possibilitado a instituição de tributos in natura (bens) ou in labore (em serviços), uma vez que não se pode tomar a autorização da dação como regra geral. E a dação em pagamento de bens móveis? É possível que lei local estabeleça? A jurisprudência do STF oscilava. O último posicionamento é no sentido que somente lei ordinária nacional pode estabelecer essa hipótese, em razão de ser de competência de lei nacional dispor sobre regras gerais de licitação.
O fato gerador do tributo é sempre lícito, embora possa derivar de uma causa ilícita (princípio do “pecunia non olet”)
Cobrada mediante atividade administrativa: quem exige o tributo é a Administração Pública, por meio de seus servidores, não podendo o tributo ser instituído e fiscalizado por entidades privadas
Tributo é prestação:
	a) Pecuniária;
	b) Compulsória;
	c) Diversa de multa;
	d) Instituída por meio de lei;
	e) Cobrada por lançamento.
 Detalhamento:
A) PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
- Pecúnia vem da palavra pecus, que significa moeda – pagar o tributo em dinheiro.
- O tributo pode ser pago com cheque, mas a satisfação do crédito vai ser com a compensação do título; 
- Mas é possível pagar o tributo com algo diverso do dinheiro? Com a dação em pagamento, por exemplo? Existe essa possibilidade de se pagar com BEM IMÓVEL, a partir de 2001, mas a sua concretização vai demandar o cumprimento de condições. No Direito Tributário, a dação em pagamento só existe para os bens imóveis. 
- A pecúnia é o modo pelo qual o tributo deve ser carreado ao fisco. Portanto, paga-se o tributo em dinheiro (Real). Além disso, o tributo poderá ser pago em cheque (ler o art. 162, I, CTN). 
- E quanto
aos bens móveis e imóveis? NÃO se admite o tributo “in natura”, ou seja, não se pode pagar o tributo com produtos agrícolas, por exemplo, café, laranja etc. Quanto aos bens imóveis, a LC n. 104/2001 trouxe para o CTN o inciso XI do art. 156, prevendo a dação em pagamento, exclusivamente para tais bens. Isso significa que o expediente não era legítimo antes de 2001 e, após essa data, passou a ter a chancela do CTN (condições: só para bem imóvel e necessidade de lei ordinária autorizativa). 
- Não é só o CTN que permite, o CTN permitiu como uma norma de regra geral, mas deve haver uma Lei Ordinária específica, autorizando a dação em pagamento. 
# ATENÇÃO: o art. 146, III, “b”, CF, condiciona o regramento do crédito tributário (dação em pagamento é causa extintiva do crédito tributário), à normas gerais constantes de lei complementar. Por isso que se editou a LC 104, a qual alterou o CTN. Enquanto não houve a inserção dessa hipótese no CTN, não poderia haver a dação em pagamento – o CTN tem status de LC e, para ser alterado, precisa ser por LC. 
B) PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
- O tributo é prestação compulsória. Com efeito, a prestação Não é facultativa, contratual ou voluntária (“constatação trivial”). Além disso, o comando quer significar outra coisa (“constatação mais sofisticada”):
- A compulsoriedade decorre do fenômeno da incidência tributária, ou seja, da subsunção tributária (a hipótese de incidência encontrando o fato gerador e vice-versa). 
- A compulsoriedade decorre do Fenômeno da Incidência, que é a encenação de um encontro: do fato da hipótese e da hipótese com o fato. A hipótese é o pressuposto normativo, o fato é o consequente. A hipótese tem incidência tributária, e o fato é a concretização da hipótese. Assim, quando a norma previu algo e a realidade ofertou a ocorrência, há um encontro do fato à norma, um nexo de causalidade. Nesse momento (o momento da incidência ou fenômeno da incidência), nasce a obrigação tributária. 
- Se a norma previu abstratamente o fenômeno, e a hipótese prevista ocorre de fato, há a compulsoriedade do pagamento do tributo. 
- A compulsoriedade decorre da subsunção tributária. 
- Ex.: Hipótese de incidência – circular mercadorias (pressuposto normativo); Fato Gerador – Maria circula mercadorias (consequente). 
HI > FG > Nascimento da obrigação tributária (aqui está a compulsoriedade, a inafastabilidade, a inexorabilidade do dever de pagar o imposto).
C) PRESTAÇÃO DIVERSA DE MULTA
- O tributo não se confunde com multa. Paga-se o primeiro em razão do fato gerador (subsunção tributária); paga-se a última em virtude do inadimplemento obrigacional. Daí se falar no caráter pedagógico da multa
- O tributo decorre da subsunção tributária. O tributo decorre da hipótese de incidência e do fato gerador. 
- Multa é prestação pecuniária, compulsória, não se confunde com tributo, instituída por meio de lei, cobrada por lançamento. Mas a multa é paga em razão do descumprimento, do inadimplemento de uma obrigação – tem natureza pedagógica, serve para evitar a recalcitrância. 
- A doutrina costuma ofertar duas modalidades de multa: a multa de mora (moratória), com viés indenizatório, ressarcitório; e a multa punitiva, com viés sancionatório.
- O valor de multa de mora é para recompor o valor da moeda, com viés indenizatório, para recompor o Estado que não recebeu o tributo na época devida, por exemplo.
 Ver alguns artigos pertinentes: 
- Art. 157, CTN (o tributo não elide, elimina a exigência de multa, justamente por serem exações inconfundíveis);
- Art. 113, parágrafo terceiro, CTN (o descumprimento de obrigação tributária acessória deflagra uma obrigação principal com relação à multa). 
# MACETE: conceitue multa a partir do conceito de tributo, com pequena adaptação: Multa é prestação pecuniária, compulsória, diversa de tributo, instituída por meio de lei – art. 97, CTN, e cobrada por lançamento – art. 142, caput, CTN.
D) PRESTAÇÃO INSTITUÍDA POR MEIO DE LEI
- O tributo é prestação dependente de lei. Isso resgata o princípio da legalidade tributária (art. 150, I, CF c/c art. 97, CTN) em sua inteireza. Todos os tributos estarão submetidos a essa exigência, ressalvadas as hipóteses de mitigação (“exceção”: II, IE, IPI, IOF, CIDE-COMB. E ICMS-COMB.).
E) PRESTAÇÃO COBRADA POR LANÇAMENTO
Art. 142, caput, CTN: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
- O tributo depende de lançamento. No CTN, menciona-se “atividade administrativa plenamente vinculada”. Com efeito, o ato de cobrança – quer do tributo, quer da multa – é vinculado, ou seja, balizado pela lei, não havendo espaço para a discricionariedade. O detalhamento de lançamento será feito no Intensivo II (art. 142, CTN). Por fim, se o lançamento tem feição documental, não se admite a exigibilidade do tributo pela forma oral.
02. TRIBUTOS NO BRASIL
- O Sistema Tributário possui CINCO tipos de tributos. Todos são mencionados na CF e apresenta detalhamentos no CTN (art. 146, III, “a”, CF: Fatos geradores, bases de cálculo, entre outros elementos, devem estar em uma lei complementar – que é o CTN, que faz as vezes de uma LC).
 Na CF:
1) Art. 145 – a indica três modalidades: impostos, taxas e contribuições de melhoria;
	2) Art. 148: empréstimos compulsórios (quarta modalidade);
	3) Art. 149: contribuições (quinta modalidade).
145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
- Trata-se da Teoria PENTAPARTIDA / PENTAPARTITE / QUINQUIPARTITE, segundo a qual as cinco exações supracitadas enquadram-se com fidelidade no art. 3o do CTN. Essa teoria é a prevalecente no STF e na doutrina majoritária. (Obs.: há posicionamentos minoritários que defendem a teoria tripartida – impostos, taxas e contribuições de melhoria – e até a teoria quadripartida, Ricardo Lobo Torres). 
 O STF reconhece a existência de cinco tipos de espécies tributárias (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições especiais).
	Impostos
	Taxas
	Contribuições de Melhoria
	Empréstimo Compulsório
	Contribuições Especiais
	União, Estados, DF e Municípios.
	União, Estados, DF e Municípios.
	União, Estados, DF e Municípios.
	União
	União
*Estados, DF e Municípios (exceção). – contribuição previdenciária de seus servidores
	Lei Ordinária
	Lei Ordinária
	Lei Ordinária
	Lei Complementar
	Lei Ordinária
	Art. 145, I, CF; Art. 153, 155, 156, CF
	Art. 145, II, CF; Art. 77 a 79, CTN
	Art. 145, III, CF; Art. 80 e 55 CTN
	Art. 148, CF; Art. 15, CTN
Quatro principais correntes doutrinárias: 1) dualista, bipartida ou bipartite (somente impostos e taxas – a divisão é baseada em impostos vinculados e não vinculados. Os demais não vinculados são espécies de taxas); 2) tripartida, tricotômica ou tripartite (impostos, taxas e contribuições de melhoria – é a classificação do CTN. Se for não vinculado é imposto. Se for vinculado é taxa ou contribuição de melhoria); 3) quadripartida, tetrapartida ou tetrapartite (impostos, taxas, contribuições e empréstimos compulsórios; 4) pentapartida, ou quinquipartida (impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. 
- O STF, no julgamento do RE 573.675, já definiu que a COSIP é tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte (DJ: 22/05/2009).
2.1. NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
- A determinação da natureza jurídica específica do tributo
CTN, Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
- O CTN definiu que, para identificarmos a natureza jurídica específica do tributo, isto é, a espécie tributária (impostos, taxas, etc.), deve- se levar em conta apenas o fato gerador. Assim, para o legislador, a denominação e as demais características formais adotadas pela lei bem como a destinação legal do produto da arrecadação do tributo são irrelevantes para definir a sua natureza jurídica. 
- Não obstante seja possível a cobrança literal do dispositivo em provas de concursos, tal regra não se aplica aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, tributos finalísticos, sendo a destinação da arrecadação critério de validação constitucional dessas duas espécies tributárias. 
- A natureza jurídica de um tributo é dada pelo cotejo do fato gerador e base de cálculo.
- Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações, todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos (ex. IR e CSLL), o que torna inaplicável a citada regra do CTN.
 Contribuições para Financiamento da Seguridade Social e Impostos: a diferenciação entre as duas espécies de tributos somente ocorre pelo nome e pela destinação do produto da arrecadação, critérios considerados irrelevantes pelo citado art. 4º. Para compatibilizar a realidade com o dispositivo, a doutrina vem entendendo que o art. 4º foi parcialmente não recepcionado pela CF de 1988, não sendo mais aplicável às contribuições especiais e aos empréstimos compulsórios.
# OBS.: As taxas e contribuições de melhoria têm caráter retributivo e os impostos contributivo.
03. DETALHAMENTO DOS TRIBUTOS BRASILEIRO (fora de ordem)
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
 Existem cinco espécies tributárias (teoria pentapartida):
3.1. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
- Tributo Federal (é criado pela UNIÃO);
- Criação por meio de LEI COMPLEMENTAR (não pode ser criada por Medida Provisória – art. 62, parágrafo 1o, III, CF);
- Art. 148, CF – detalhamento (deve ser decorado).
- É um tributo, sobretudo para a doutrina majoritária e a jurisprudência. No passado, muito se discutiu sobre a sua natureza, se tributária ou não;
- É tributo autônomo, não se confundindo com as demais espécies tributárias (há posicionamento minoritário que vê no empréstimo compulsório a figura de “imposto restituível”);
- É tributo restituível. O STF defende a restituição em dinheiro e de modo corrigido. 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
- Como a definição de tributo, inserta no art. 3º do CTN, não contempla nenhum requisito relativo à definitividade do ingresso da receita tributária nos cofres públicos, o fato de o empréstimo compulsório ser restituível não retira a sua qualidade de tributo. Ademais, o STF considera o empréstimo compulsório como tributo (RE 146.733-9/SP)
- Os dois incisos do art. 148 não hospedam “fatos geradores”, mas simples pressupostos fáticos – situações deflagrantes – O empréstimo compulsório é usado em caso de:
	1) Despesas extraordinárias – em virtude de calamidade pública ou de guerra externa. OBS.: a situação calamitosa deve ser limítrofe, por exemplo, hecatombes avassaladores. Além disso, perceba que o contexto de guerra externa (iminente ou eclodida) pode ensejar dois tributos no Brasil: o empréstimo compulsório (agora estudado) e o Imposto Extraordinário (art. 154, II, CF);
	2) Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. OBS.: a exemplificação é difícil, não sendo objeto de questionamento frequente – ex.: falta de energia em uma cidade, que não tem recursos para cobrir. 
# CUIDADO: são dois pressupostos. Qualquer empréstimo compulsório que venha com base em pressuposto distinto será inconstitucional. Exemplo: questão Delegado PF/CESPE – “é inconstitucional o empréstimo compulsório criado em face de conjuntura econômica que exija a absorção temporária de poder aquisitivo da moeda”. 
- É inconstitucional porque não está na CF; também porque o art. 15, III, CTN não foi recepcionado pela CF. 
Poderá instituir diante de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou em caso de investimento público de caráter urgente e relevante. Esses elementos são os motivadores, são as situações que legitimam a criação de empréstimo compulsório. O fato gerador será definido na lei complementar. Poderá eleger qualquer fato gerador de qualquer imposto da União (Art. 153, CF). O empréstimo compulsório necessariamente será um adicional a algum imposto da União. A destinação é vinculada!
- Teremos a restituição dos valores arrecadados. O empréstimo se mantém diante da persistência da situação fática que o motiva. A superação ou o desaparecimento dessa situação, irá resultar na extinção do empréstimo compulsório, com a devida restituição dos valores arrecadados.
- Como se dará a restituição? Extinto o empréstimo como se dará a devolução dos valores? O prazo de devolução será estabelecido na lei complementar instituidora do empréstimo compulsório (art. 15, parágrafo único, CTN). O STF afirmou que a devolução deverá ser feita na mesma espécie em que recolhido (STF RE 175.385). Em regra, em moeda corrente.
 Plano Collor e o confisco das poupanças: Visava à redução do poder aquisitivo, controlando a inflação. Alguns defenderam que era exemplo de empréstimo compulsório: conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo (art. 15, III, CTN). O problema é que o Plano Collor foi criado por medida provisória, não se enquadrando na exigência de lei complementar. Além disso, essa hipótese não está contemplada na Constituição (art. 148, CF), e não teria sido recepcionada. O STF não se manifestou sobre o assunto porque quando discutido os valores já tinham sido devolvidos.
# DICAS FINAIS:
	1. Princípio da Anterioridade Tributária: 
- INCISO I – Calamidade Pública e Guerra Externa: exceção às duas anterioridades tributárias (exigência imediata);
- INCISO II -
Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional: regra às DUAS anterioridades (anual e nonagesimal), não obstante a obvia menção ao art. 150, III, “b”, CF. 
	2. Parágrafo único do art. 148 da CF:
- Ali se mencionou que a receita do empréstimo compulsório deve estar vinculada à sua despesa. Não pode haver tredestinação ou desvio de finalidade. O comando entrou na CF em 1988.
# OBS.: Como identificar a natureza jurídica de um tributo, a espécie tributária:
- Tecnicamente, está se buscando a natureza jurídica do tributo – critérios utilizados pela legislação, determinados pela legislação para saber se está diante de um imposto, de uma taxa, por exemplo.
- Não é a denominação do tributo que define a sua natureza jurídica. A denominação não só não define, mas também é irrelevante para saber sua natureza. A lei pode dar o nome que bem entender. Não é porque um tributo é chamado de imposto que vai ser de fato imposto. Tem imposto, que percebe-se que é mesmo uma taxa.
 Primeiro Critério: De acordo com o art. 4o, CTN, a natureza jurídica do tributo é definida pelo FATO GERADOR. O nome não importa, o fato gerador importa, uma vez que pode haver fatos geradores vinculados e fatos geradores não vinculados. 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
1o) Tributos com Fato Gerador Vinculado: Esses tributos são reconhecido por vinculados, pois tributo vinculado é aquele que depende de contraprestação estatal. Só pode ser exigido se o ente político oferecer algo em troca:
	A) TAXAS – dependem de serviço público – TRIBUTO VINCULADO
	B) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – dependem de obra pública – TRIBUTO VINCULADO.
2o) Tributos com Fato Gerador Não Vinculado: não dependem de contraprestação estatal. 
	A) IMPOSTOS
	B) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (em regra!)
	C) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (em regra!)
- Esses três tributos, para serem instituídos, serem cobrados, independem de contraprestação estatal. O ente federado não precisa fazer nada em troca para que esses impostos possam ser exigidos. 
 Segundo Critério: Depois de definido o fato gerador, deve-se avaliar o destino da arrecadação – para diferenciar imposto de empréstimo compulsório e contribuições especiais. 
 - Imposto: Não pode ter destinação.
	- Empréstimo Compulsório e Contribuições especiais: a arrecadação deve ter destinação específica. 
 Terceiro Critério: E para diferenciar empréstimo compulsório da contribuição especial, deve-se avaliar se existe ou não promessa de restituição. Não é se vai ter a restituição de fato, basta a possibilidade dela.
	- Empréstimo Compulsório: existe a promessa de restituição.
	- Contribuições Especiais: não existe promessa de restituição.
# Resumo: Para identificar a espécie tributária – são três passos:
1o) Deve-se perguntar sobre o Fato Gerador, se é vinculado (taxas e contribuições de melhoria) ou não vinculado (impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais);
2o) Deve-se perguntar se entre os três tributos não vinculados, a arrecadação pode (empréstimo compulsório ou contribuição especial) ou não pode (impostos) ter destinação específica.
3o) Deve-se perguntar se entre os dois tributos que podem (ou melhor, devem) ter destinação específica, existe (empréstimos compulsórios) ou não existe (contribuições especiais) a promessa de restituição.
*#OUSESABER: Havendo tredestinação da receita de tributos vinculados, como as contribuições sociais, cabe ao contribuinte o direito à repetição do montante correspondente ao percentual indevidamente aplicado? Resposta: NÃO. A tese dos contribuintes era a de que o desvio na aplicação da receita de tributos com destinação vinculada configuraria inconstitucionalidade a macular a própria exação fiscal, cuja cobrança tornar-se-ia indevida, havendo direito à repetição. O STF, contudo, ao analisar a questão sob a sistemática da repercussão geral (RE 566.007), decidiu que só caberia a restituição do tributo pago se este fosse declarado inconstitucional, situação diversa da inconstitucionalidade decretada na aplicação da receita correlata. Nesse sentido, o tema 277 da Repercussão Geral no STF: Tema 277 da Repercussão Geral no STF: I - A eventual inconstitucionalidade de desvinculação de receita de contribuições sociais não acarreta a devolução ao contribuinte do montante correspondente ao percentual desvinculado, pois a tributação não seria inconstitucional ou ilegal, única hipótese autorizadora da repetição do indébito tributário; II - Não é inconstitucional a desvinculação, ainda que parcial, do produto da arrecadação das contribuições sociais instituídas pelo art. 76 do ADCT, seja em sua redação original, seja naquela resultante das Emendas Constitucionais 27/2000, 42/2003, 56/2007, 59/2009 e 68/2011.
3.2. IMPOSTOS
 São tributos não vinculados (o Estado não precisa realizar nenhuma atividade para legitimar a sua cobrança) e de arrecadação não vinculada. Serviços universais, sem referibilidade (divisibilidade e especificidade).
* É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).
- O imposto é tributo unilateral (eu ajo, eu pago), o fato gerador está ligado à ação do particular. A lei ordinária é regra (IGF e Imposto Residual necessitam da edição de lei complementar). Os impostos são criados pela União, Estados, Municípios e DF. 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 17. Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam deste Título, com as competências e limitações nele previstas.
Art. 18. Compete:
I - à União, instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divididos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes;
II - ao Distrito Federal e aos Estados não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos Municípios.
 Imposto é um tributo não vinculado, isto é, o fato gerador dessa espécie tributária é definido como sendo uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Ou seja, a obrigação de pagar impostos decorre de fatos do contribuinte. Por exemplo: a pessoa que possui um imóvel urbano está obrigada a pagar IPTU, independentemente de qualquer prestação estatal específica a ela relativa. 
- Além disso, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada. Assim, a receita decorrente dos impostos não pode ser vinculada a órgão, fundo ou despesas, ressalvadas as hipóteses constitucionalmente previstas. 
- O art. 17 é inaplicável hoje porque há outros impostos previstos na CF/88 que não foram incluídos no CTN, a exemplo do IPVA, de competência dos Estados e do Distrito Federal. 
- Quanto ao art. 18, trata-se da competência residual, hoje prevista no art. 147, da CF/88. Contudo, em
relação ao inciso II, o art. 147 da CF/88 menciona apenas que cabe ao Distrito Federal instituir, cumulativamente, os impostos municipais. 
 Reais: impostos que, em sua incidência, não levam em consideração aspectos subjetivos. Ex: IPTU, IPVA, ITR, IPI, ICMS.
 Pessoais: incidem de forma subjetiva. EX: IR. 
- Os tributos podem ser vinculados ou não vinculados, dependendo da necessidade ou não de o Estado realizar alguma atividade específica relativa ao contribuinte para legitimar a cobrança.
Art. 153, CF: Impostos Federais (União) – II, IE, IPI, IOF (exceções ao princípio da anterioridade), IR, ITR, IGF, Imposto Extraordinário (Guerra), Imposto Residual.
Art. 155, CF: Impostos Estaduais (Estados e DF) – IPVA, ICMS, ITCMD.
Art. 156, CF: Impostos Municipais (Municípios, DF) – IPTU, ISS/ISSQN, ITBI/ITIV.
Ao DF cabem os impostos municipais e estaduais – competência tributária múltipla.
 Quanto à hipótese de incidência:
Tributos vinculados (ou retributivos): fato gerador é alguma atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. Ex: taxas e contribuições de melhoria.
Tributos não vinculados (ou contributivos): fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado direcionada ao contribuinte. Ex.: impostos (fatos geradores são manifestações de riqueza – renda, patrimônio, consumo).
# OBS.: No que tange aos empréstimos compulsórios e às contribuições especiais, não há regra, devendo ser analisado o fato gerador de cada um destes tributos instituídos para se aferir a sua vinculação ou não-vinculação 
 Quanto ao destino da arrecadação:
Tributos de arrecadação vinculada: receita está previamente destinada ou afetada a determinado órgão, fundo ou despesa. Ex: contribuições sociais para financiamento da seguridade social; empréstimos compulsórios. – EM QUE PESE O ART. 4º CTN DIZER QUE O DESTINO DA ARRECADAÇAO NÃO É RELEVANTE.
Tributos de arrecadação não vinculada: não há prévia vinculação constitucional do produto de sua arrecadação. Ex: Impostos.
# OBS.: as taxas são tributos de arrecadação não vinculada, salvo as custas e emolumentos (art. 98, § 2º, CF)[1: Acerca da exigência ou não de vinculação do produto da arrecadação tributária ao serviço público que justificou a instituição e cobrança de determinada taxa, transcrevo os comentários de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, tecidos no excelente livro “Direito Tributário na Constituição e no STF”:“(...) quanto ao destino do produto da arrecadação das taxas, cabe notar que não existe vinculação constitucional expressa entre a receita e a despesa, vale dizer, não é obrigatório que a arrecadação da taxa seja legalmente destinada a um fundo ou órgão específico incumbido de custear ou desempenhar a atividade estatal que constitui o fato gerador do tributo. Mas a lei pode estabelecer vinculação da arrecadação de taxas, porque não se lhes aplica o art. 167, inciso IV, da Constituição, dispositivo específico para impostos. (...) Mesmo quanto à vinculação legal da arrecadação de taxa ao custeio de determinado serviço público, ou atividade de polícia, desempenhado por pessoa de direito público, o STF parece inclinar-se a entender que a atividade estatal custeada deve ser o próprio fato gerador da taxa, ou, pelo menos, guardar alguma relação com esse fato gerador. (...) Quanto à total ilegitimidade de vinculação legal do produto de arrecadação de taxas a entidades privadas, ou com personalidade jurídica de direito privado, a jurisprudência do STF é abundante.”]
 Quanto ao exercício da competência impositiva:
Tributos privativos: a CF defere a determinado ente político competência exclusiva para a sua instituição, não sendo possível delegação. Ex: Impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais e contribuição de iluminação pública.
Tributos comuns: cuja instituição é deferida a todos os entes políticos. Ex: taxas e contribuições de melhoria 
Tributos residuais: novos impostos (CfF, art. 154, I) e as novas contribuições sociais para a seguridade social (CF, art. 195, § 4º)
 Características
I) São tributos não vinculados – art. 16, CTN: não dependem de contraprestação estatal;
- Ex.: IPTU, IPVA, IR – não há nenhuma contraprestação do Estado para que seja obrigado a pagar. Não precisa fazer nada em troca para que seja obrigado a pagar o imposto.
- Os impostos são obrigados a serem pagos simplesmente por terem sido praticados os fatos geradores. 
- Basta que seja praticado o fato gerador para gerar a sua obrigatoriedade.
II) São tributos não destinados: a arrecadação de um imposto não pode ter destinação específica. Ou seja, a receita decorrente de um imposto não pode estar destinada a nenhum fundo, órgão ou despesa específica.
- Ex.: não pode a prefeitura vincular a arrecadação do IPTU, através de lei, para a construção de casas populares. A lei não pode amarrar a receita de um imposto a uma despesa específica.
- O Governo do Estado não poderia vincular a receita do IPVA a construção de estradas.
- É uma vedação constitucional, e está previsto no Art. 167, IV, CF.
Art. 167, IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
# ATENÇÃO: Art. 167, IV, CF – a regra desse artigo traz uma exceção:
Regra: a arrecadação não pode ter destinação específica.
Exceção: a arrecadação não pode ter destinação específica, SALVO SEA: se encaminhada à Saúde, à Educação, à Administração Tributária.
- É regra constitucional o investimento na educação e na saúde. Parte da arrecadação dos impostos necessariamente vai para a saúde, para o ensino e para a própria administração tributária. 
- Esses três segmentos estão assegurados pela CF para receber destinação dos impostos. 
- Ex.: Se o governo vincular a arrecadação do ICMS à segurança pública, por exemplo, essa vinculação será inconstitucional. Está vinculando a arrecadação de um imposto à segurança pública, que não está dentro das exceções. 
# OBS.1: Quando perguntarem sobre o Fato Gerador dos impostos, deve-se falar sobre o Princípio da Não Vinculação – o fato gerador independe da contraprestação estatal.
- Se perguntarem a respeito da arrecadação dos impostos, deve-se falar do Princípio da Não Afetação – a arrecadação dos impostos não pode estar vinculada a nenhum fundo, órgão ou despesa.
# OBS.2: Vinculado do art. 3o e o não vinculado do art. 16 do CTN – não há contradição.
- Art. 16, CTN – fala que o fato gerador dos impostos é não vinculado.
- Art. 3o, CTN – fala que o tributo é vinculado à lei. A característica do imposto não contraria o conceito de tributo. A expressão é a mesma, mas dizem respeito a dados diferentes. O art. 16 do CTN quando ele fala em não vinculado, fala que o fato gerador não é vinculado. Já o art. 3o, quando fala que o tributo é vinculado, é que o tributo tem que ser cobrado mediante uma atividade administrativa vinculada, o tributo é vinculado à lei, só pode ser cobrado nos termos da lei.
Art. 3o. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa imprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
# OBS.: Imposto extraordinário de guerra – competência da União. Pode instituir impostos de guerra mesmo que de competência original de outro ente. Ex. ICMS extraordinário federal. Não seria invasão de competência. É um caso de bitributação autorizado pela CF.
3.3. TAXAS 
 São instituídas pela União, Estados, DF e Municípios por lei ordinária (art. 145, II, CF e Arts. 77 a 79, CTN). São classificadas como
tributo vinculado de arrecadação não vinculada (Geraldo Ataliba), cujo fato gerador relaciona-se com uma atuação estatal. A taxa é paga como uma contraprestação a atuação estatal. O Estado pode cobrar taxa em vista da prestação de um serviço público ou em virtude do exercício do poder de polícia.
# OBS.: A CF atribui indiretamente a competência residual ou remanescente aos Estados para criar taxas e contribuições de melhoria. Indiretamente ao atribuir ao Estado a competência material residual, podendo prestar serviços públicos não determinados para União e Município.
A) Base Legal: Art. 145, II, CF; Art. 77 ao 80, CTN. 
 Art. 145, II, CF: 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
 Art. 77 ao 80, CTN:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.
 Taxas são tributos vinculados e contraprestacionais. Isso significa que o fato gerador dessa espécie tributária está relacionado a uma prestação estatal específica ao contribuinte, seja por meio de serviços públicos ou pelo exercício do poder de polícia. As taxas podem ser instituídas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições. 
 O poder de polícia é aquele que a administração pública dispõe para restringir alguns direitos individuais de cada particular, tendo em vista os interesses coletivos. Há diversas atividades fiscalizadoras que podem ensejar a cobrança da taxa de polícia. Como exemplo, temos a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), instituída pela Lei 10.165/2000, tendo como fato gerador o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.
*#OUSESABER: O STF, em diversos julgados, tem aceitado a PRESUNÇÃO do exercício do poder de polícia, para fins de cobrança de taxa, quando EXISTENTE O ÓRGÃO FISCALIZADOR, mesmo que NÃO seja comprovada a realização de fiscalização individualizada no estabelecimento de cada contribuinte. Ressalte-se que, com esse entendimento, não foi dispensada a exigência de EFETIVO exercício do poder de polícia, legitimadora da cobrança da taxa respectiva. Houve apenas uma presunção desse exercício pela Suprema Corte, a qual entendeu SUFICIENTE a manutenção de um órgão de controle em devido funcionamento pelo sujeito ativo do tributo, dispensando a vistoria “porta a porta” (que não mais se coaduna com a realidade atual). 
 É necessário ter atenção, pois tanto os serviços efetivamente utilizados pelo contribuinte como aqueles potencialmente utilizados ensejam a cobrança de taxas. Neste ponto, cabe esclarecer que a utilização potencial é aquela em que, em que pese a disponibilização do serviço público, o contribuinte não o utiliza. É o caso da taxa de lixo, que é cobrada independentemente de ser utilizado ou não o serviço de coleta domiciliar de lixo. 
 Quanto à natureza do serviço público, é importante ter em mente que apenas serviços públicos específicos e divisíveis podem ser remunerados por meio de taxas, o que não ocorre, por exemplo, com o serviço de iluminação pública. 
B) Características:
I) Tributo vinculado: depende de contraprestação estatal – depende de um serviço público em troca.
II) A arrecadação das taxas pode ter destinação específica. A regra do art. 167, IV não restringe as taxas – só serve para os impostos. Geralmente a arrecadação de uma taxa custeia o serviço público que está sendo prestado.
# OBS.1: A arrecadação da taxa pode ter destinação. É diferente de se falar que a arrecadação da taxa deve ter destinação. 
- A taxa deve ser cobrada de acordo com o serviço. O seu valor deve corresponder ao serviço público prestado. Entretanto, o dinheiro arrecadado não necessariamente será utilizado para custear esse serviço, um serviço específico. Por isso, como regra geral, ela pode ter destinação específica, mas não é uma obrigatoriedade.
- Entretanto, existem duas taxas que DEVEM ter arrecadação específica – é uma determinação jurisprudencial do STF:
# O STF determinou que as Custas Processuais e os Emolumentos Públicos são TAXAS, cuja arrecadação DEVE ter destinação específica. E todo o dinheiro arrecadado deve necessariamente se destinar à JUSTIÇA. Não só ao reaparelhamento da Justiça, mas também para a sua manutenção – para custear a atividade jurisdicional.
- Assim, para o STF, a arrecadação das taxas pode ter arrecadação específica, mas há duas (custas e emolumentos) devem ter arrecadação específica para a Justiça.
 É possível a cobrança de taxa em virtude da prestação de um serviço público ou do exercício do poder de polícia.
C) Modalidades das Taxas – Art. 145, II, CF c/c 77, CTN.
1) Taxas de Polícia
- Tem por objetivo custear o exercício regular do Poder de Polícia.
- O Poder de Polícia pode estar relacionado à atividade:
Judiciária – que tem por finalidade a investigação.
Administrativa: está relacionado à atividade de fiscalização. E é esse tipo de atividade que está sujeita à incidência de taxa de polícia.
De Segurança Pública.
- A taxa de Polícia tem por objetivo custear o Poder de Polícia Administrativo, que exerce a atividade de fiscalização.
 Exercício Regular: para a jurisprudência do STF e do STJ, exercício regular equivale apenas a existir um departamento de fiscalização em funcionamento. Ou seja, independe do número de vezes que o fiscal visita a empresa ou o contribuinte. 
- Exercício regular não afere quantas vezes o fiscal vai no local. Para saber se o exercício é regular, é preciso saber apenas se existe um departamento de fiscalização para determinada atividade em funcionamento. Assim, aquele tipo de empresa para aquele tipo de atividade (que tem departamento de fiscalização) vai estar sujeito à taxa de polícia.
- Ex.: Taxa de Fiscalização de Estabelecimento – TFE. Quando uma empresa resolve abrir, passar a funcionar, deve ver onde ela vai estar domiciliada, porque não é em qualquer canto que ela pode abrir – comércio, indústria. Há regiões que não pode ter indústria, ou que são estritamente
residenciais. E as empresas devem seguir várias exigências. E qualquer tipo de empresa está sujeita à uma fiscalização e, por isso, deve pagar a taxa de polícia, independentemente se sofreu a fiscalização efetiva ou não.
# OBS.: Poder de polícia. A utilização efetiva ou potencial se refere apenas ao serviço, de modo que quanto ao poder de polícia a prestação deve ser efetiva. No entanto, o STF entende que a mera existência de órgão fiscalizador presume a existência de fiscalização, o que autoriza a cobrança. 
# OBS.: É legítima a cobrança de taxa pelo município de taxa de renovação de licença. Cancelamento da súmula 157 do STJ que dizia ser ilegítimo.
2) Taxas de Serviço
- Tem por objetivo custear a utilização efetiva ou potencial de um serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte OU então colocado a sua disposição.
# Utilização: deve ser efetiva – de um serviço prestado; ou potencial – de um serviço colocado à disposição.
- Ex.: Pessoa que não produz lixo nenhum, pois o imóvel está fechado. Mas mesmo assim a pessoa está obrigado à pagar a taxa, pois há uma utilização em potencial, uma vez que o serviço foi colado à disposição para o contribuinte.
- Pouco importa se utilizou ou não o serviço, se este tiver sido colocado à disposição. 
- O simples fato de existir o serviço já obriga o pagamento da taxa, se estiver à disposição.
# Serviço Público – Art. 79, CTN: todo e qualquer serviço público pode ser custeado por taxa? NÃO – serviço público para ser custeado por taxa deve ser: específico E divisível. 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
 Serviço Específico: é aquele em que é possível identificar o contribuinte, quando se observa a identidade do contribuinte. Quando é possível determinar quem é o contribuinte que se vale do serviço.
 Serviço Divisível: divisível, diz respeito à quantidade do serviço. Ex.: requerer uma certidão, um documento público – paga-se uma taxa – é um serviço público específico e divisível – paga-se de acordo com a quantidade de certidões.
* #APROFUNDANDO: #SELIGA nos conceitos da doutrina!
Eduardo Sabbag, Manual de Direito Tributário, 2017, p. 575.
Assim, o serviço público pela taxa de utilização em comento será:
 
a) Específico: também intitulado serviço público “singular” (ou ut singuli), é aquele destacável em unidades autônomas de utilização, permitindo-se identificar o sujeito passivo ou discriminar o usuário. Direciona-se, assim, a um número determinado de pessoas;
 
b) Divisível: é aquele passível de individualização ou “suscetível de utilização individual pelo contribuinte”, ou seja, o serviço quantificável, que traz um benefício individualizado para o destinatário da ação estatal. Conforme aduz Luciano Amaro, “o imposto é o modo de financiamento próprio dos serviços públicos indivisíveis, e a taxa, dos serviços divisíveis”. Com efeito, a divisibilidade “pressupõe que o Estado os destaque ou especialize, segregando-os do conjunto de suas tarefas para a eles vincular a cobrança das taxas”
 
KIYOSHI HARADA, Direito Financeiro e Tribtuário, 2017.
 
(...) Específicos são aqueles que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade pública. Divisíveis são os serviços suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um de seus usuários. (...).
 
JOSIANE MINARDI, Direito Tributário, 2017.
 
O serviço específico é aquele em que é possível identificar exatamente qual o serviço prestado, e divisível quando há possibilidade de quantificar o tipo utilizado.
 
RICARDO ALEXANDRE, Direito Tributário, 2017, p. 65.
 
A criação das taxas de serviço só é possível mediante a disponibilização de serviços públicos que se caracterizem pela divisibilidade e especificidade. Segundo o Código Tributário Nacional, os serviços são específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários (art:; 79, II e III).
# OBS.: Taxa de serviço. O fato gerador é a utilização, efetiva (uso real do serviço) ou potencial (serviço à disposição), de serviço público específico (possibilidade de identificar o beneficiário) e divisível (possibilidade de mensurar a utilização do serviço). Utilização potencial – quando a utilização é compulsória. Se o contribuinte deixar de usufruir prejudica a coletividade. Ex. taxa de serviço de coleta de lixo domiciliar. Não há que se falar em utilização potencial quando o contribuinte pode optar por não usar o serviço ex. passaporte.
# RESUMO:
	- Características da Utilização: efetiva OU potencial.
	- Características do Serviço: específico E divisível.
# OBS.1: Taxa de Lixo X Taxa de Limpeza Pública
 Taxa de Lixo: tem por objetivo custear a coleta de lixo. É serviço divisível, logo, foi considerada pelo STF como constitucional.
 Taxa de Limpeza Pública: tem por objetivo custear a limpeza de logradouros públicos – como varrição das ruas, limpeza de boieiros, monumentos, praças, parques. É serviço indivisível e, portanto, foi considerada pelo STF como inconstitucional.
- O STF, analisando a questão, chegou à conclusão que o serviço de coleta de lixo é nitidamente um serviço divisível. Já o serviço de limpeza pública é indivisível. Assim, taxa de lixo já foi considerada pelo STF como uma cobrança constitucional. Já a taxa de limpeza pública foi considerada pelo STF como inconstitucional – Súmula Vinculante número 19.
# OBS.2: TAXAS X TARIFAS – Diferenças:
 Taxa: é uma cobrança que depende de lei – é vinculada à lei, por ser um tributo. É uma cobrança de natureza obrigatória, com pagamento obrigatório – é compulsória. Ex.: taxa de lixo, mesmo sem usar o serviço, é obrigado a pagar.
 Tarifa: é uma cobrança que não depende de lei. É uma cobrança de pagamento facultativo – a cobrança não é compulsória. Ex.: passagem do ônibus. Ônibus sempre está disponível, mas não é obrigado a pagar a passagem do ônibus mesmo sem usar – a passagem tem natureza de tarifa, natureza contratual – paga a passagem quando utiliza o ônibus.
 Súmula 545 do STF.
Súmula 545. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daquelas, são compulsórias. E tem sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.
- A parte final da súmula não mais se aplica. Essa súmula está apenas parcialmente superada. 
# OBS.3: Há taxa quando o serviço público é assim: eu me vejo e tu me vês. Eu vejo o Estado prestando o serviço e ele me vê, identificando-me como usuário.
# OBS.4: Específico – o contribuinte sabe por qual serviço está pagando.
SÚMULA Nº 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
SÚMULA Nº 595 do STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural. 
SÚMULA Nº 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
# OBS.5: Taxas e Preços Públicos: 
	Taxa
	Preço Público (Tarifa)
	Regime Jurídico de Direito Público
	Regime Jurídico de Direito Privado
	O vinculo obrigacional é de natureza tributária, não admitindo rescisão. 
	O vinculo obrigacional é de natureza contratual, admitindo rescisão.
	O sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito público
	O sujeito ativo pode ser uma pessoa jurídica de direito público
ou de direito privado
	O vinculo nasce independentemente de manifestação de vontade
	Necessidade de manifestação de vontade
	Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou potencial do serviço público
	Somente pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva do serviço público
	A receita arrecadada é derivada
	A receita arrecadada é originária
	Sujeita-se aos princípios tributários (legalidade, anterioridade, noventena)
	Não se sujeita
SÚMULA Nº 545 do STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. – não há mais o princípio da anualidade. 
 RE 209.365-3/SP – o STF adotou a seguinte classificação:
serviços públicos propriamente estatais: cuja prestação o Estado atue no exercício da sua soberania. São serviços indelegáveis e remunerados mediante taxa. Ex: emissão de passaporte e serviço jurisdicional;
serviços públicos essenciais ao interesse público: prestados no interesse da comunidade. Remunerados mediante taxa, a qual incidirá sobre a utilização efetiva ou potencial do serviço. Ex: serviço de distribuição de água, coleta de lixo, de esgoto, de sepultamento;[2: Há controvérsia.]
serviços públicos não essenciais: quando não utilizados, não resultam dano ou prejuízo para a comunidade ou para o interesse público. São em regra delegáveis, e podem ser remunerados mediante preço público. Ex: serviço postal, serviços telefônicos, de distribuição de energia, de gás.
* #POLÊMICA #SELIGANADIVERGÊNCIA:
Vale destacar o posicionamento da doutrina e dos Tribunais no que tange à cobrança dos serviços de distribuição da água.
Afinal, há incidência de taxa ou de tarifa na modalidade preço público?
Posicionamento doutrinário:
Manual de Direito Tributário, Eduardo Sabbag, pg. 338 (citando posicionamento do Hely Lopes Meireles):
“Presta-se a ‘tarifa’ a remunerar os serviços pró-cidadãos, isto é, aqueles que visam a dar comodidade aos usuários ou a satisfazê-los em suas necessidades pessoais (telefone, energia elétrica, transportes etc.), ao passo que a ‘taxa’ é adequada para o custeio dos serviços pró -comunidade, ou seja, aqueles que se destinam a atender as exigências específicas da coletividade (água potável, esgoto, segurança pública, etc.) e, por isso mesmo, devem ser prestados em caráter compulsório e independentemente de solicitação do contribuinte”.
Direito Financeiro e Tributário, Kyioshi Harada, pg. 56.:
Quando essas atividades secundárias são desempenhadas diretamente pelo poder público, existe a liberdade de o legislador criar a entidade como taxa, ou como preço: “Para optar, entre a taxa e a tarifa, deve, inicialmente, confrontá-las em seus diversificados aspectos jurídicos e, em seguida, verificar se as peculiaridades locais, sob os pontos de vista técnico, administrativo, econômico ou outros que devem ser considerados, aconselham a instituição da tarifa ao invés da taxa e vice-versa.”15 Entretanto, em havendo utilização compulsória de determinado serviço, falece ao legislador a liberdade de escolha, devendo dar ao pagamento, nesta hipótese, a estrutura tributária. É o caso, por exemplo, da utilização obrigatória dos serviços de esgotos, prevista no art. 11 da Lei no 2.312, de 3-9-1954: “É obrigatória a ligação de toda construção considerada habitável à rede de canalização de esgoto, cujo efluente terá destino fixado pela autoridade competente.” Por isso, o serviço de águas e esgotos da Capital, prestado pelo DAE, era de utilização obrigatória, sendo disciplinado pelo regime tributário (arts. 1o e 2o da Lei no 9.580, de 30-12-66). Entretanto, na época, pacificou-se a jurisprudência no sentido da licitude do corte de fornecimento de águas em caso de atraso no pagamento da taxa respectiva.
Direito Tributário Esquematizado, Ricardo Alexandre, pg. 75:
Também há de se destacar que, segundo expressas disposições legais (CTN, arts. 7.0 e 119), só podem figurar no polo ativo da relação jurídico-tributária pessoas jurídicas de direito público, o que é integralmente aplicável às taxas. Já no que concerne aos preços públicos, é comum o sujeito ativo ser uma pessoa jurídica de direito privado, como sempre ocorre nos serviços públicos delegados (concedidos, permitidos ou autorizados). A título de exemplo, tanto o STF quanto o STJ consideram que o valor pago pelos serviços de água e esgoto prestados por concessionária de serviço público não possui caráter tributário, possuindo natureza jurídica de tarifa ou preço público. Foi justamente por este fato que o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 412 afirmando que "a ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil". Ora, se de tributo se tratasse, a prescrição seria regida pelo Código Tributário Nacional.
Curso de Direito Tributário Completo, Leandro Paulsen, pg. 37:
“Serviços relativamente aos quais se pode requerer o desligamento, como os de fornecimento de água e de energia elétrica, têm sido considerados pelo STF e pelo STJ como sujeitos a preço público. Ainda que não haja a faculdade de perfurar livremente poços, de modo que, a rigor, o consumo de água tratada acaba se tornando impositivo, na prática. Não configurando tributos, sujeitam-se ao regime jurídico comum, razão pela qual foi editada a Súmula 412 do STJ, tornando inequívoco que “A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”. 
Posicionamento da jurisprudência:
Tributário. Embargos de divergência. Contraprestação cobrada pelo serviço público de água e esgoto. Natureza jurídica de tarifa. Precedentes do STJ e do STF. 1. Este Tribunal Superior, encampando entendimento sedimentado no Pretório Excelso, firmou posição no sentido de que a contraprestação cobrada por concessionárias de serviço público de água e esgoto detém natureza jurídica de tarifa ou preço público. 2. Definida a natureza jurídica da contraprestação, também defi niu-se pela aplicação das normas do Código Civil. 3. A prescrição é vintenária, porque regida pelas normas do Direito Civil. 4. Embargos de divergência providos.
Em decisão monocrática de 02/02/2012, o Ministro Luiz Fux concluiu que: “A remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário, razão pela qual não se subsume ao regime jurídico tributário estabelecido para as taxas.” Pelo que deu provimento ao RE 518256.
#OLHAOGANCHO #SELIGANASÚMULA:
Súmula 407-STJ: É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de consumo.
Súmula 412-STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
# OBSERVAÇÕES GERAIS – TAXAS
- O Estado age e se vê ressarcido da taxa. O fato gerador se liga a ação do Estado. O tributo é bilateral, contraprestacional e sinalagmático. Depende de lei ordinária, é um tributo que pode ser federal, estadual ou municipal. Invoca a aplicação dos princípios constitucionais.
- A taxa de serviço deverá ser cobrada em razão de um serviço público específico e divisível, efetivamente prestado ao contribuinte ou posto à disposição. O serviço público pode ser usufruindo concretamente ou mesmo não sendo usufruindo concretamente, mas potencialmente, pode ser cobrada a taxa. Acontece quando o serviço é de utilização compulsória. No próprio CTN há essa indicação n art. 79, I, “a” e “d”. Não é qualquer tipo de serviço público. Há dois atributos: especificidade e divisibilidade. Específico (possibilidade de identificar o beneficiário – uti singuli) e divisível (possibilidade de mensurar a utilização do serviço). Se ele é prestado a todos (universais ou gerais. Uti universi) não pode ensejar taxa. 
Ex1.
Segurança pública – serviço público geral prestado indistintamente à coletividade. Não pode cobrar taxa. A receita dos impostos serve para custear os serviços públicos gerais.
* É inconstitucional taxa de combate a sinistros instituída por lei municipal. A prevenção e o combate a incêndios são atividades desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, sendo consideradas atividades de segurança pública, nos termos do art. 144, V e § 5º da CF/88. A segurança pública é atividade essencial do Estado e, por isso, é sustentada por meio de impostos (e não por taxa). Desse modo, não é possível que, a pretexto de prevenir sinistro relativo a incêndio, o Município venha a se substituir ao Estado, com a criação de tributo sob o rótulo de taxa. Tese fixada pelo STF: “A segurança pública, presentes a prevenção e o combate a incêndios, faz-se, no campo da atividade precípua, pela unidade da Federação, e, porque serviço essencial, tem como a viabilizá-la a arrecadação de impostos, não cabendo ao Município a criação de taxa para tal fim.” STF. Plenário. RE 643247/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 1º/8/2017 (repercussão geral) (Info 871).
Ex2. Iluminação pública (postes). Súmula 670 STF O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. 
Ex.3. Limpeza pública (varrição, capinação, limpeza de bueiro). Súmula vinculante nº 19 – (A TAXA COBRADA EXCLUSIVAMENTE EM RAZÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE COLETA, REMOÇÃO E TRATAMENTO OU DESTINAÇÃO DE LIXO OU RESÍDUOS PROVENIENTES DE IMÓVEIS NÃO VIOLA O ARTIGO 145, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.) A limpeza pública é diferente da coleta de lixo e resíduos sólidos. A coleta é um serviço dotado de especificidade – é taxa, a limpeza pública não.
Obs.: Taxa de polícia ou taxa de fiscalização. Tal tributo será exigido em razão de um regular poder de polícia. Ação estatal de fiscalização que limita o exercício de direitos e liberdades individuais em prol da coletividade (art. 78, CTN). Exemplos: taxas de fiscalização ambiental, taxa de fiscalização de títulos e valores mobiliários, taxa de alvará (a depender do Município é chamada de taxa de localização ou funcionamento). Macete: taxa de fiscalização de... é poder de polícia.
# OBS.: Taxa de fiscalização de mercado de títulos e valores mobiliários – é cobrada em relação ao patrimônio líquido do contribuinte. Pode? STF disse ser constitucional, pois o patrimônio líquido não seria a base de cálculo da taxa, mas tão somente um fator de referência para definir o valor a ser pago pelas empresas, estipulado na forma de tributo fixo (tabelas com valores determinados. Ex. taxa para transferência de imóveis em cartório. Não significa que o valor do imóvel seja a sua base de cálculo). Súmula 665 STF – é constitucional a taxa de fiscalização de mercado de títulos e valores mobiliário instituída pela Lei 7.940/89.
- A base de cálculo da taxa não se confunde com a base de cálculo do imposto. A base é o substrato sobre o qual incide uma alíquota e vai se chegar ao quantum debeatur - deve existir uma correlação razoável entre os valores. A base de cálculo da taxa tem relação com o custo do serviço estatal e a base de cálculo do imposto tem relação com o valor do bem, por isso jamais a base de cálculo do imposto vai coincidir com o da taxa. Não pode existir a coincidência total entre os dois tributos, mas pode haver a coincidência parcial de um ou mais elementos da base de cálculo – Súmula Vinculante nº 29. É CONSTITUCIONAL A ADOÇÃO, NO CÁLCULO DO VALOR DE TAXA, DE UM OU MAIS ELEMENTOS DA BASE DE CÁLCULO PRÓPRIA DE DETERMINADO IMPOSTO, DESDE QUE NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE ENTRE UMA BASE E OUTRA. Taxa de lixo – diziam que era inconstitucional por ter por base de cálculo o metro quadrado do imóvel.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
Não viola a legalidade tributária a lei que, prescrevendo o teto, possibilita o ato normativo infralegal fixar o valor de taxa em proporção razoável com os custos da atuação estatal, valor esse que não pode ser atualizado por ato do próprio conselho de fiscalização em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos. STF. Plenário. RE 838284/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 19/10/2016 (repercussão geral) (Info 844).
* As taxas municipais de fiscalização e funcionamento não podem ter como base de cálculo o número de empregados ou ramo de atividade exercida pelo contribuinte. STF. 2ª Turma. ARE 990914/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 20/6/2017 (Info 870). A taxa de fiscalização e funcionamento pode ter como base de cálculo a área de fiscalização, na medida em que traduz o custo da atividade estatal de fiscalização. STF. 1ª Turma. RE 856185 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 04/08/2015.
3.4. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
A) Base Legal: Art. 145, III, CF e Artigos 81 e 82, CTN. É a terceira espécie tributária conflagrada na CF e destacada no CTN.
Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81, CTN. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82, CTN. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
 Art. 145, III CF e art. 81 e 82 do CTN. Há vários pontos em comum entre contribuição de melhoria e taxa. São eles: lei ordinária; União, Estados, Municípios e DF podem criar (tributo federal, estadual ou municipal); princípios constitucionais tributários; tributo bilateral, contraprestracional ou sinalagmático.
- Não é legítima a sua cobrança antes da realização da obra pública. Excepcionalmente, poderá ser cobrada em face de realização de parte da obra, se inequívoca a valorização. 
- A contribuição de melhoria é um tributo vinculado, cobrado em razão de obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. É um tributo de competência comum, isto é, tanto a União, como os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem instituí-la. 
- É interessante destacar que a contribuição de melhoria possui dois limites para sua cobrança: 
Limite Total  Despesa realizada;
Limite Individual  Acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 Informações específicas: 
- O fato gerador da contribuição de melhoria não pode se confundir com o da taxa, o fato da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária - não é qualquer benefício. Tem de haver a valorização imobiliária (se ocorrer desvalorização não haverá o tributo), decorrente de uma obra pública (Art. 2º do Dec-Lei nº 195/67 trata do rol
de obras que podem ensejar a contribuição de melhoria). Há um nexo de causalidade, a valorização tem que ser decorrente da obra pública. Paga-se apenas um vez o tributo. Não tem relação com o IPTU pago anualmente (a base de cálculo inflou).
- A base de cálculo não é o valor da obra pública, nem mesmo o custo dela, é o quantum de valorização do imóvel – o valor final do imóvel menos o valor inicial. A base de cálculo está regida por um sistema de cobrança balizado em dois limites no Brasil: o limite individual (partir da valorização individualmente detectada), limite global ou total (respeito ao teto do valor gasto com a obra). Não pode ultrapassar esses dois limites, sob pena de locupletamento estatal. Esses limites não estão na CF e sim na legislação infraconstitucional. 
# OBS.: O STJ entende ser possível o cálculo da base de cálculo através da valorização presumida, de acordo com os dados da administração, cabendo ao particular realizar prova em contrário.
- A obra de asfaltamento pode ensejar o tributo? O STF entende que sim. Não pode haver taxa de asfaltamento, nem mesmo a taxa de calçamento (Súmula 129 STF superada). O asfaltamento enseja a contribuição de melhoria.
- E quanto ao recapeamento asfáltico? Recapeamento é o dever de manutenção da via pública, então não se pode ter nem taxa, nem contribuição de melhoria, pois não há valorização, apenas um benefício.
B) Características:
I) Diz respeito à obra pública. Mas não basta a obra pública para se exigir a contribuição de melhoria.
II) Em razão da obra pública deve haver a valorização imobiliária.
- A obra pública é importante, mas fundamental para a existência desse tributo, é a valorização imobiliária decorrente dessa obra. Por isso, melhor seria dizer que a contribuição de melhoria é um tributo indiretamente vinculado, porque na realidade o que ela depende mesmo é da valorização decorrente da obra, e não apenas da obra. Só a obra pública não é bastante para a exigência da contribuição de melhoria.
 Fato Gerador: é a valorização imobiliária. 
	- Pouco importa a obra, pois pode ter melhoria, e não ter a valorização.
 Quem pode exigir a contribuição de melhoria? Art. 145, III, CF:
- A Contribuição de Melhoria faz parte da chamada competência tributária comum – é o tipo de tributo que é comum a todos os entes federados – pode ser exigida pela União, Estados, Municípios, DF – qualquer um deles pode realizar obra pública.
- Ex.: Obra Pública realizada na divisa de dois Estados, alcançando municípios do Estado A e do Estado B. O ente competente para exigir a contribuição é o ente realizador da obra.
- A definição do ente político competente depende da localização da obra? É irrelevante a região onde a obra foi realizada. Pouco importa se alcançou um, dois estados ou vários municípios. Deve-se levar em consideração o ente federado realizador da obra. Se a obra foi federal, quem pode cobrar é a União, se for estadual, dividida entre os dois estados, ambos podem cobrar na proporção que lhe foi outorgada.
 Como poderá ser exigida a contribuição de melhoria? Art. 82, CTN:
- A contribuição de melhoria depende de Lei Ordinária (federal, municipal ou estadual), mas essa lei deve apresentar 3 requisitos mínimos: 1. Publicação prévia dos elementos condizentes à obra; 2. Estabelecer prazo mínimo (não inferior a 30 dias) caso se deseje impugnar qualquer dos elementos da obra; e a lei deve regular o processo administrativo relativo à cobrança.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos: (...).
# Um ente federado pode publicar uma lei geral sobre contribuição de melhoria? Ou o ente é obrigado a publicar uma lei por obra pública?
	- De acordo com a jurisprudência do STJ, é preciso haver uma lei por obra. Se existirem 10 obras, devem ser publicadas 10 leis, porque cada obra tem suas especificidades.
 Quando pode se cobrar a título de contribuição de melhoria? Art. 81, CTN:
- Para cobrar a contribuição de melhoria, é preciso observar dois limites – que devem ser observados concomitantemente:
Limite Individual: a contribuição de melhoria não pode ser superior ao montante da valorização do imóvel. 
Limite Total ou Global: o resultado da somatória das contribuições de melhoria não pode ultrapassar ao custo total da obra.
#OBS.: Decreto-Lei 195/1967
*#OUSESABER: Na instituição da contribuição de melhoria, devem ser respeitados os limites global e individual mencionados, contudo, de acordo com o art. 12, do DL 195/1967, a parcela anual a ser paga pelo contribuinte será de no máximo 3% do maior valor fiscal do seu imóvel, atualizado à época da cobrança.
3.5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
A) Base Legal: Art. 149, CF
- Contempladas no Art. 149, 149-A da Constituição Federal. Essas contribuições sociais podem ser definidas como tributos incidentes sobre manifestações de riqueza, cujas arrecadações serão destinadas a finalidades específicas previstas na própria Constituição ou na lei instituidora. São tributos que tomam como fato gerador uma conduta economicamente apreciável. Assemelham-se aos impostos nesse sentido, mas existe uma diferença fundamental. Nas contribuições, a arrecadação será destinada a uma finalidade específica e a arrecadação é vinculada. Já os impostos servem para o custeio de despesas gerais e, como regra, a arrecadação não é vinculada, prevalecendo a não afetação da riqueza.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
- As contribuições são criadas exclusivamente pela União, através de lei ordinária, podendo criar uma contribuição social, CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) e contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas. A finalidade é direcionar dinheiro para as respectivas áreas: ordem social, ordem econômica ou para as categoriais. 
- A menção ao art. 146, III, d CF, resulta na necessidade de lei complementar para detalhar fatos geradores, bases de cálculos e contribuintes das contribuições, tal como ocorrer como os impostos? O STF diz que NÃO, porque essa exigência para definir fato gerador, base de cálculo e contribuintes apenas se aplica aos impostos (STF RE 396266).
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; ALÍQUOTA NÃO. IPVA ficou de fora.
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239
* A Lei nº 12.514/2011, que trata sobre as contribuições (anuidades) devidas aos Conselhos Profissionais, é constitucional. Sob o ponto de vista formal, esta Lei, apesar de ser fruto de uma MP que originalmente dispunha sobre outro assunto, não pode ser declarada inconstitucional porque foi editada antes do STF declarar ilegítima a prática do “contrabando legislativo” (ADI 5127/DF). Ainda quanto ao aspecto formal, esta Lei não trata sobre normas gerais de Direito Tributário, motivo pelo qual não precisava ser veiculada por lei complementar.

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