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Vinogadov, Sophia Psicoterapia de grupo um manual prático Sophia Vinogadov, Irvin D

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Vinogadov, Sophia - Psicoterapia de grupo: um manual prático / Sophia Vinogadov, Irvin D.Yalom; Trad. 
Dayse Batista. Porto Alegre : Artes Médicas, 1992 
Capítulo 3. CONSTRUINDO AS BASES PARA UM GRUPO DE PSICOTERAPIA
1. Devem primeiro avaliar as condições clínicas ou restrições imutáveis dentro 
das quais o grupo deverá trabalhar.
2. Devem examinar, depois, os fatores extrínsecos que influenciam o grupo e 
mudar aqueles que impedem o grupo funcionar efetivamente.
Uma vez que o líder tenha estabelecido a melhor estrutura possível para um
grupo, dados estes fatores intrínsecos e extrínsecos, poderá então escolher os
objetivos apropriados.
TABELA 1. Construindo as Bases para um Grupo de Psicoterapia
O trabalho da psicoterapia de grupo não começa no primeiro encontro, pois
quando este ocorre, o líder já realizou uma primeira tarefa, a de estabelecer uma
entidade física onde nada existia. Neste papel de fundador, o terapeuta é o catalisador
inicial do grupo e sua força unificadora primária: os membros relacionam-se uns com os
outros, inicialmente, através de seu relacionamento comum com o líder e, depois, com
os objetivos e estrutura que ele escolheu para o grupo 
AVALIAÇÃO DOS LIMITES E
ESCOLHA DE OBJETIVOS
Todas os líderes gostariam de estabelecer um grupo de terapia estável, que se
encontrasse regularmente e que tivesse membros homogêneos e motivados, capazes de
trabalhar para conquistar objetivos terapêuticos ambiciosos — mas, na verdade, muito poucas
situações clínicas com as quais o terapeuta se defronta reúnem estes critérios ideais. Portanto,
os terapeutas devem seguir dois passos para a formulação dos objetivos de um grupo:
1. Avaliação de restrições clínicas
— Restrições clínicas Intrínsecas: fatos da vida, e coisas que não podem ser 
mudados, devem ser incorporados na estrutura do grupo do modo mais 
terapêutico possível.
— Fatores extrínsecos: Coisas que podem ser mudadas pelo terapeuta na 
melhor estruturação possível do grupo, dadas as limitações intrínsecas.
2. Estabelecimento da estrutura básica para o grupo:
— População de pacientes
— Apoio da equipe de profissionais
— Restrições gerais de tempo
— Extensão do tratamento
— Objetivo geral do tratamento
3. Formulação de objetivos específicos para o grupo
— Apropriados à situação clínica
—Passíveis de serem executados dentro das restrições de tempo
— Confeccionados sob medida, de acordo com as capacidades dos
membros do grupo
4. Determinação do settíng e número de participantes
5. Enquadramento do tempo para o grupo:
— Freqüência das sessões
— Horários de reuniões
— Duração dos encontros
— Duração do grupo
— Uso de um grupo aberto ou fechado
6. Decisão sobre necessidade de um co-terapeuta
7. Combinação da terapia de grupo com outros tratamentos, se indicado.
RESTRIÇÕES INTRÍNSECAS
As restrições intrínsecas estão inseridas no contexto clínico de um grupo de terapia; são
fatos da vida que simplesmente não podem ser mudados, e o líder do grupo deve encontrar
maneiras de se adaptar a eles. Por exemplo, os pacientes que estão sob liberdade condicional
podem ser obrigados a comparecer compulsoriamente a um grupo e o líder deve levar isso em
consideração quando na previsão das resultados da participação deste indivíduo. Os níveis de
motivação entre os pacientes em liberdade condicional, num grupo obrigatório, serão muito
diferentes daqueles de casais que comparecem a um grupo de igreja para a resolução de
conflitos conjugais. Outros fatores clínicos intrínsecos, tais como duração do tratamento (por
exemplo, grupo em uma enfermaria para pacientes com câncer), também influenciam a seleção
de objetivos apropriados para a grupo.
FATORES EXTRÍNSECOS
Os fatores extrínsecos são aqueles que se tornaram essenciais ou uma regra básica em
determinado setting clínico, e embora possam parecer, à primeira vista, imutáveis, são fatores
que podem sofrer a influência de um terapeuta, enquanto este formula objetivos apropriados
para um grupo de terapia. Por exemplo, uma unidade de internação pode ter apenas um ou
dois encontros do grupo por semana, com duração de 30 minutos, mas antes do terapeuta
escolher objetivos limitados para esta estrutura temporal insatisfatória, ele deve primeiro
verificar se estas restrições de tempo podem ser mudadas de modo que objetivos mais
ambiciosos possam ser atingidos.
Os fatores extrínsecos são arbitrários e o terapeuta tem poderes para mudá-los. Muitas
deles consistem de atitudes clínicas; por exemplo, a equipe administrativa de uma clínica de
medicina comportamental pode achar que a psicoterapia de grupo não é uma parte importante
do programa clínico. Neste caso, um terapeuta da clínica pode desejar organizar um grupo para
a redução do stress, mas achará difícil obter encaminhamentos adequados, espaço ou apoio
burocrático. Os terapeutas devem fazer tentativas vigorosas para abordar e mudar estes
fatores extrínsecos, antes de realmente estabelecer um grupo de terapia.
FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS VIÁVEIS
Depois de revisar as restrições intrínsecas encontradas em um grupo e modificar os
fatores extrínsecos que influenciam o trabalho terapêutico, o líder já possui uma clara noção
sobre a estrutura geral do grupo. Esta inclui a população de pacientes, extensão do tratamento,
freqüência e duração dos encontros e apoio da equipe (Tabela 1). O próximo passo do
terapeuta é formar um conjunto de objetivos apropriados à situação clínica e possível de serem
atingidos dentro do tempo disponível. Os objetivos do grupo de longa duração para pacientes
ambulatoriais são ambiciosos: oferecimento de alívio sintomático e, também, alteração da
estrutura do caráter. Uma tentativa de aplicação destes mesmos objetivos para um grupo pós-
internação de pacientes esquizofrênicos crônicos resultará em um nihilismo terapêutico. Em
grupos com tempo limitado, especializados, os objetivos devem ser específicos, viáveis e
definidos de acordo com a capacidade e potencial dos membros do grupo.
O grupo deve ser uma experiência bem-sucedida. Os pacientes ingressam na psicoterapia
sentindo-se derrotados e desmoralizados e a última coisa que precisam é de um outro
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fracasso, por causa de sua incapacidade para cumprir a tarefa do grupo. Além disto, se os
líderes formulam objetivos irreais para um grupo, eles mesmos podem tornar-se irritados e
impacientes com a falta de progresso de seus pacientes, e isto comprometerá sua capacidade
para trabalhar terapeuticamente. A escolha de objetivos para grupos especializados de terapia
é discutida em detalhes nos capítulos 7 e 8.
SETTING E NÚMERO DE PARTICIPANTES
O setting e o tamanho de um grupo terapêutico dependem das restrições clínicas
relevantes. O terapeuta que começa um grupo de reuniões quinzenais em um lar intermediárío
tomará decisões acerca do setting e número muito diferentes daquelas tomadas por um
consultor psiquiátrico que assessora a equipe de um hospital que trabalha com pacientes com
AIDS.
SETTING DO GRUPO
É importante que o terapeuta de grupo escolha um local para as reuniões que esteja
realmente disponível, tenha tamanho adequado, assentos confortáveis e proporcione
privacidade e liberdade, sem intervenções. Isto é verdadeiro tanto para os encontros de
psicoterapia de grupo tradicionais, quanto para formas alternativas de trabalho de grupo, tais
como reuniões de equipes de profissionais. O líder deve verificar os locais que pretende usar
para seu trabalho com o grupo de antemão, ou a sessão poderá transformar-se em uma louca
balbúrdia para encontrar uma sala adequada, conseguir cadeiras suficientese lidar com
interrupções não planejadas.
Um setting circular das cadeiras sempre é necessário: todos os membros do grupo devem
ser capazes de verem uns aos outros. O uso de sofás em muitas enfermarias e em alguns
settings mais casuais, não ajuda em nada a boa interação. Se três ou quatro membros sentam-
se lado a lado em um sofá, não podem ver uns aos outras e, conseqüentemente, a maioria das
observações são dirigidas ao terapeuta, a pessoa visível para todos. Móveis no centro da sala,
ou membros do grupo sentados em níveis acentuadamente diferentes (alguns em cadeiras,
outros no chão) obscurecem o contato visual direto e interferem com a boa interação.
Alguns terapeutas oferecem café e chá no local do encontro, o que ajuda a ansiedade
inicial dos pacientes. Esta é uma técnica útil com grupos em andamento de pacientes em baixo
nível de funcionamento (tais como grupos de medicação para esquizofrênicos) e para certos
grupos de curta duração. Por exemplo, em um grupo de curta duração para cônjuges
enlutados, o oferecimento de refrigerantes ajuda a salientar os aspectos de apoio social das
sessões.
NÚMERO DE PARTICIPANTES
O tamanho ótimo de um grupo está intimamente relacionado com os fatores terapêuticos
que o líder deseja implementar no trabalho com o mesmo. Organizações tais como Alcóolatras
Anônimos e Recovery mc., que se baseiam fundamentalmente na sugestão, orientação e
supressão para mudar a comportamento dos membros, operam com até 80 membros. Em
contraste, os líderes que trabalham em uma comunidade terapêutica (por exemplo, um lar
intermediário), podem fazer uso de um conjunto inteiramente diferente de fatores terapêuticos:
podem desejar utilizar a pressão do grupo e a interdependência para implementar um senso de
responsabilidade individual para com a comunidade social. Nesta espécie de setting, e com
estes tipos de objetivos terapêuticos, os grupo de aproximadamente 15 membros são mais
apropriados.
O tamanho ideal para um típico grupo orientado para a interação interpessoal é de 7 ou 8
membros, e certamente, não mais do que 10. Um número muito pequeno de membros não
oferecerá a massa crítica necessária de interações interpessoais. Não existirão oportunidades
suficientes para uma ampla validação consensual de diferentes pontos de vista e os pacientes
apresentarão uma tendência para interagirem um de cada vez com o terapeuta, em vez de uns
com os outros. Qualquer um que já tenha tentado conduzir um grupo com apenas dois ou três
pacientes conhece a frustração deste empreendimento. Em um grupo com mais de 10
membros, haverá uma interação ampla e produtiva, mas alguns membros serão deixados de
fora: não haverá tempo suficiente para examinar e compreender todas as interações de cada
um dos membros.
Quando se trabalha com pacientes internados, ou quando se está liderando grupos
especializados para pacientes ambulatoriais, o foco não será orientado tão explicitamente
sobre a interação interpessoal quanto no grupo típico de interação — mas o terapeuta ainda
deverá ter como objetivo um grupo ativo e engajado, que encoraje a participação ativa de
tantos membros quanto possível. O tamanho ótimo do grupo que permite aos membros
compartilhar experiências uns com as outros varia de um mínimo de 4 ou 5 até um máximo de
12; grupos de 6 a 8 pacientes oferecem a maior oportunidade para o intercâmbio verbal entre
todos os pacientes.
ESTRUTURAÇÃO DE TEMPO PARA O GRUPO
Na psicoterapia de grupo, o líder tem a exclusiva responsabilidade no estabelecimento e
manutenção de todos os aspectos da estruturação do tempo dentro das restrições conhecidas
do setting clínico. Estas incluem a duração e freqüência das sessões, bem como o usa de
grupos fechados ou abertos.
DURAÇÃO DAS REUNIÕES
A duração ótima para uma sessão de terapia de grupo está entre 60 e 120 minutos(2).
Vinte a trinta minutos são necessários para que o grupo se “aqueça” e pelo menos sessenta
minutos são necessárias para a elaboração dos principais temas da sessão. Existe um ponto
de gradual desaquecimento, já que após cerca de duas horas a maioria das terapeutas começa
a sentir-se exausto e os grupos tornam-se repetitivos e cansados. Este princípio também vale
para as reuniões de equipe de profissionais, onde as sessões com tempo limitado e mais
focalizadas estão inseridas no contexto da atividade (seminários de treinamento).
Os grupos que consistem de pacientes de baixo nível de funcionamento, com alcance de
atenção mais curto e que podem tolerar somente estímulos sociais limitados, exigem sessões
mais curtas. Encontros de 45 a 60 minutos permitirão que estes grupos mantenham sua coesão
e se focalizem sobre um número limitado de questões, sem esgotar as capacidades dos
pacientes mais frágeis. Para aqueles grupos que se encontram com menor freqüência ou que
se centralizam em um trabalho interacional com nível de funcionamento superior, são
necessários pela menos 90 minutos de sessão, para que se obtenham resultados. Alguns
líderes de grupos concedem um tempo fixo adicional para a processo de revisão ou para a
revisão das observações da terapeuta, ao final de cada sessão(2).
FREQUÊNCIA DAS REUNIÕES
A freqüência das sessões de grupo varia amplamente, de novo dependendo das restrições
clínicas e objetivos terapêuticos do grupo em questão. Em um dos extremos estão as sessões
que ocorrem uma vez por dia, típicas de um setting de internação, onde os grupos terapêuticos
reúnem-se preferencialmente de três a seis vezes por semana. No outro extremo, estão os
grupos de apoio, de medicação, que se reúnem uma vez por mês, ou os seminários de
treinamento de equipe, que ocorrem uma vez a cada ano.
Um esquema de reuniões de uma vez por semana é mais comum em trabalho de grupo
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para pacientes ambulatoriais e serve bem para grupos de apoio ou especializados, em
particular para aqueles que operam com um número determinado de sessões. Grupos
especializados para pacientes ambulatoriais com uma agenda limitada, tais como um grupo de
apoio para pacientes com narcolepsia, geralmente encontram-se de quinze em quinze dias ou
mensalmente. Para que os grupos interacionais de longa duração tenham sucesso, devem
reunir-se pelo menos uma vez par semana; sessões duas vezes por semana, quando pos-
síveis, aumentam significativamente a intensidade e produtividade do grupo.
USO DE GRUPOS ABERTOS X GRUPOS
FECHADOS
A decisão de formar um grupo aberto ou fechado está intimamente relacionada com o
setting clínico, objetivos e prazo de duração previsto do grupo. Um grupo fechado encontra-se
por um número pré-determinado de sessões, começa com um número fixo de membros, e,
após a sessão, fecha suas portas e não aceita qualquer novo membro. Alguns settings clínicos
ditam exatamente quando um grupo fechado deve começar e terminar. Por exemplo, em um
centro de saúde universitária, um grupo de apoio para alunas de graduação que têm problemas
com suas dissertações deve operar apenas no período acadêmico; o período letivo e as férias
exigem que o grupo comece e termine em uma data específica. Alguns grupos fechados, tais
como aqueles para os transtornas alimentares ou para enlutados, têm um protocolo para um
número pré-determinado de sessões com uma agenda específica planejada para cada sessão.
Em contraste, os grupos abertos são mais flexíveis quanto ao ingresso de novos membros
em estrutura. Alguns permitem a flutuação dos participantes — por ex., um grupo para
pacientes internados em uma unidade psiquiátrica, com as entradas e altas de pacientes —
enquanto outros mantêm um mesmonúmero, pela substituição dos membros que deixam o
grupo. Os grupos abertos geralmente têm um conjunto mais amplo de objetivos terapêuticos e
geralmente se reúnem indefinidamente; e, embora os membros entrem e saiam,o grupo tem
uma vida própria. Mesma que os membros de grupos para pacientes ambulatoriais possam sair
quando atingem seus objetivos terapêuticos (em média, após 6 a 18 meses), novos membros
são introduzidos para substituí-los. Em alguns centros de treinamento psiquiátrico existem
grupos formados há mais de 20 anos e esses grupos têm sido a terreno de preparação
profissional para gerações de residentes.
USO DE CO-TERAPEUTA
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A maioria dos terapeutas de grupo preferem trabalhar com um co-terapeuta. No trabalho
de co-terapia, os terapeutas complementam e apóiam um ao outro. A medida em que trocam
opiniões e examinam intuições juntos, a faixa de observação e o poder terapêutico de cada um
dos terapeutas são ampliados.
CO-TERAPEUTAS DE SEXOS OPOSTOS
Uma equipe de co-terapeutas de sexos opostos apresenta vantagens únicas. Em primeiro
lugar, recria a configuração familiar original que, para muitas membros, aumenta a carga afetiva
do grupo. Em segundo lugar, muitas pacientes podem obter benefícios pela observação dos te-
rapeutas de ambos os sexos trabalhando juntos com respeito mútuo e sem a depreciação,
exploração ou sexualização que eles tão freqüentemente presumem existir em associações
entre homens-mulheres. E, mais importante, os co-líderes masculinos e femininos oferecem ao
grupo um setting mais amplo para possíveis reações transferenciais. Os pacientes
apresentarão diferenças acentuadas em suas reações a cada um dos co-terapeutas. Com uma
dupla MF, por exemplo, uma mulher com características sedutoras no grupo, pode apaixonar-se
pela terapeuta masculino e ignorar a terapeuta feminina, um padrão que não emergiria com
tanta clareza em um grupo liderado apenas por um terapeuta. Ou, ainda, um homem do grupo
pode aliar-se à líder do sexo feminino em um esforço para competir com o terapeuta
masculino.Os membros terão fantasias e concepções errôneas sobre o relacionamento entre
terapeutas de sexos diferentes. Estas geralmente referem-se a pensamentos e emoções
quanto ao equilíbrio de poder entre os dois líderes (quem realmente lidera o grupo?) e a
questões de sexualidade (será que as dois terapeutas têm um relacionamento sexual fora do
grupo?). Em um grupo coeso,de alta nível de funcionamento e com co—terapeutas experientes
e maduros, estes importantes temas podem e devem ser explorados abertamente.
OS CO-TERAPEUTAS E OS GRUPOS DIFÍCEIS
O modelo de co-terapia é particularmente útil para terapeutas principiantes e para terapeutas
experientes que devem esclarecer distorções transferenciais, os co-terapeutas com uma
população de pacientes difíceis. Além disso, apóiam-se mutuamente na manutenção da
objetividade, da pressão maciça do grupo. Freqüentemente, aquele que trabalha sozinho com o
grupo poderá sentir-se pressionado a compartilhar a opinião do grupo, especialmente em
situações onde a posição do terapeuta é impopular.
CASO ILUSTRATIVO
Dois terapeutas experientes trabalhavam em um grupo onde uma mulher
solitária relatou ter-se envolvido romanticamente com um paciente
psiquiátrico na ala hospitalar onde trabalhava como voluntária. Ela flagelou-
se verbalmente por isto na sessão do grupo e, em um esforço para apoiá-la,
os outros membros desculparam unânime e vigorosamente seu
comportamento e tentaram pressionar os líderes também para uma posição
condescendente. Trabalhando juntos, os co-terapeutas conseguiram apoiar
um ao outro e manter sua objetividade profissional, uma posição que, em
última análise, ajudou a paciente a colocar seu comportamento sob uma
perspectiva mais clara.
Os co-terapeutas são indispensáveis para a ajuda-mútua durante um ataque pelos
membros do grupo. Um terapeuta “sob a mira de um revólver” pode sentir-se demasiadamente
ameaçado para clarificar o ataque ou para encorajar uma agressão adicional sem parecer
defensivo ou condescendente. Não existe nada mais desconcertante do que, sob ameaça, um
líder dizer: “E incrivelmente positivo você poder expressar seus reais sentimentos e me atacar.
Vá em frente!” Entretanto, um co-líder pode, nestas situações, ajudar um paciente a canalizar e
expressar sua raiva pelo outro líder de um modo apropriado e, então, ajudá-lo a examinar a
origem e o significado dessa raiva.
Os co-terapeutas também podem ajudar um ao outro quando se torna necessário trazer à
baila tópicos difíceis que estão sendo mantidos encobertos no grupo, particularmente quando
existe um acordo entre os membros do grupo para manter estes tópicos abafados. Por
exemplo, em um grupo ande todos os membros estão deliberadamente evitando mencionar um
intercâmbio emocional ocorrido na sessão anterior, os co-terapeutas podem começar a sessão
apresentando, um de cada vez, suas reações e pensamentos sobre aquela sessão.
DIFERENÇAS DE OPINIÃO
Quando os co-terapeutas têm uma diferença de opinião durante uma sessão do grupo, dois
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fatores devem ser considerados: o nível de funcionamento e a maturidade do grupo. Os
pacientes com um nível mais baixo de funcionamento, que são mais frágeis ou instáveis, não
devem ser expostos a conflitos entre os co-terapeutas, não importa quão gentilmente estes
sejam expressados. Similarmente, um grupo interacional, para pacientes de alto nível de
funcionamento estável ou coeso podem tolerar uma divisão na liderança.
Posteriormente, nos grupos estáveis e orientados para a interação, a
honestidade dos co-terapeutas acerca de pontos de discordância pode contribuir
substancialmente para o fortalecimento e abertura do grupo. Quando os membros observam os
dois líderes, a quem respeitam, discordando abertamente e subseqüentemente resolvendo
suas diferenças com honestidade e delicadeza, passam a vê-los não como autoridades
infalíveis, mas como seres humanos com imperfeições. Isto é benéfico para membros que ten-
dem a reagir a outros cegamente de acordo com papéis estereotipados (tais coma figuras
representantes de autoridade) e que precisam aprender a diferenciar as pessoas de acordo
com os atributos individuais. Os terapeutas que utilizam a terapia de grupo devem ter
características pessoais que lhes permitam se engajar no processo de exploração franca dos
sentimentos e de resolução de conflitos (ver a seção sobre a transparência do terapeuta).
DESVANTAGENS E PROBLEMAS DA CO-TERAPIA
As principais desvantagens do modelo de co-terapia originam-se dos problemas
existentes no próprio relacionamento entre os dois terapeutas. Se os líderes sentem-se
desconfortáveis um com o outro ou são fechados e competitivos, ou, ainda, se discordam
amplamente acerca de estilo e estratégia, seu grupo não poderá trabalhar eficientemente. A
principal causa de fracasso ocorre quando os co-terapeutas assumem posições ideológicas
imensamente diferentes(3). Portanto, ao escolher um co-líder, é importante selecionar-se
alguém diferente o bastante, em estilo individual, para poder servir como complemento, mas
similar quanta à orientação teórica e com o qual exista uma afinidade pessoal, confortável e
estável.
Sempre que dois terapeutas de níveis muito diferentes de experiência lideram
conjuntamente um grupo, devem ser ambos receptivos e maduros; devem sentir-se
confortáveis um com o outro e em seus papéis de colaboradores ou professore aprendiz. A
dissociação é um fenômeno que ocorre freqüentemente em grupos liderados por co-terapeutas
e alguns pacientes têm uma sensibilidade muita grande para as tensões no relacionamento
entre os dois profissionais. Por exemplo, se um terapeuta novato sente inveja da experiência e
conhecimentos clínicos de um terapeuta mais antigo, um membro do grupo que pretenda dividi-
los poderá maravilhar-se com tudo o que o terapeuta mais experiente disser e denegrir todas
as intervenções do terapeuta mais jovem.
Ocasionalmente, todo o grupo divide-se em duas facções, com cada um dos terapeutas
tendo um time de pacientes aliados; isto ocorre quando os pacientes sentem que têm um
relacionamento especial com um ou outro dos terapeutas, ou quando sentem que um dos
terapeutas é mais inteligente, mais experiente, mais atraente ou tem características étnicas
similares ou áreas de problemas também similares — por exemplo, a co-líder alcoolista
recuperado de um grupo para tratamento de alcoolistas. A dissociação, como a problema de
subagrupamento (discutida em uma outra seção deste livro), deve sempre ser assinalada e
abertamente interpretada no grupo.
COMBINAÇÃO DA PSICOTERAPIA DE GRUPO COM OUTROS
TRATAMENTOS
A psicoterapia de grupo freqüentemente é combinada com outras modalidades de
tratamento. Por exemplo, alguns dos pacientes em um grupo podem estar envolvidos em uma
psicoterapia individual concomitante, com outros terapeutas; quando isto ocorre, o paciente
está realizando uma terapia conjunta e esta é a forma preferível de combinação de
psicoterapias. Na terapia combinada, todos ou alguns dos membros do grupo estão em uma
psicoterapia individual concomitante com o terapeuta do grupo. A psicoterapia de grupo
também pode ser combinada com breves consultas clínicas; por exemplo, pacientes com doen-
ças mentais crônicas em um centro comunitário de saúde mental podem ter uma breve sessão
com seu terapeuta ou com o psiquiatra que prescreve seus medicamentos, e depois
participarem de uma sessão semanal de grupo.
PSICOTERAPIA INDIVIDUAL MAIS
PSICOTERAPIA DE GRUPO
Quando é útil combinar-se a psicoterapia individual com a terapia de grupo? Alguns
pacientes passam por crises de vida tão sérias que precisam de um apoio individual
temporário, além da terapia de grupo. Outros estão tão cronicamente incapacitados pelo medo
ou ansiedade ou agressividade a ponto de necessitarem de psicoterapia individual para
poderem permanecer no grupo e participarem efetivamente. A psicoterapia individual e a
psicoterapia de grupo complementam-se uma a outra quando o terapeuta individual e o de
grupo apóiam um ao outro, estão em freqüente contato e quando a psicoterapia individual é
orientada para a interação interpessoal e explora sentimentos evocados pelas sessões do
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grupo.
A psicoterapia individual concomitante pode atrapalhar a psicoterapia de grupo de várias
formas. Quando existe uma diferença acentuada de enfoque entre o terapeuta individual e o
terapeuta do grupo, os pacientes podem ficar confusos e as duas terapias podem funcionar de
forma antagônica uma a outra. Por exemplo, um paciente em psicoterapia individual de
orientação dinâmica, que está sendo encorajado a associar livremente e explorar recordações
e fantasias da infância, pode ficar perplexo e ressentido quando este tipo de comportamento é
ativamente desencorajado no grupo e quando o engajamento interpessoal orientado para a
realidade, no aqui-e-agora, é exigido.
Por outro lado, o paciente que está acostumado com o apoio e gratificação narcísicos da
psicoterapia individual, que se habituou a explorar fantasias, sonhos, associações e
recordações e a ser a foco exclusivo da atenção de um terapeuta, pode frustrar-se com o
grupo, especialmente nas reuniões iniciais, que oferecem menor apoio pessoal e podem ser
dirigidas mais à construção de uma unidade coesa e ao exame das interações imediatas do
que à exploração profunda da vida de cada um de seus membros.
A psicoterapia individual e a psicoterapia de grupo podem também interferir uma com a
outra se os pacientes usam suas sessões individuais para esgotar um afeto que seria melhor
expressado no grupo. Alguns pacientes dividem ativamente suas duas formas de psicoterapia e
comparam o apoio que recebem de seu terapeuta individual com os desafios e confrontações
que vivenciam no grupo.
GRUPOS DE APOIO EM CLÍNICAS DE MEDICAÇÃO
A psicoterapia de grupo freqüentemente é usada nas clínicas de medicação, uma
combinação humanitária e prática de tratamentos geralmente dirigida àqueles com doenças
psiquiátricas crônicas. Os pacientes que comparecem quinzenal ou mensalmente a estas
clínicas, geralmente para pegar prescrições de medicamentos antipsicóticos ou de lítio,
também participam de uma reunião de grupo. As sessões são altamente estruturadas e seu
foco está na educacação sobre medicamentos e na solução de problemas práticos dos
pacientes. A psicoterapia de grupo é usada para personalizar, melhorar e reforçar a adesão ao
tratamento clínico e o tratamento pela paciente. As pesquisas demonstram repetidamente a
eficácia da psicoterapia de grupo nestas clínicas e, na verdade, as evidências indicam que o
atendimento pós-hospitalar oferecida nos grupos é superior ao atendimento pós-hospitalar
individual(4 )
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REFERÊNCIAS
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Psychother 1988; 38; 419-457
2. Yalom ID: The Theory and Practice of Group Psychotherapy, 3rd, ed, New York, Basic 
Books, 1985
3. Pauison, 1, Burroughs J, Geib C: Co-therapy: what is the crux of the relationship? Int 
J Group Psychotherapy 1976; 26:213-224
4. Claghorn JL, Johnstone EE, Cook TH et ai: Group therapy and maintenance treatment
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31: 361-365
5. Alden AR, Weddington WW, Jacobson C, et ai: Group after-care for chronic 
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6. Linn MW, Caffey EN, Kiett CJ, et ai: Day treatment and psychotropie drugs in the 
aftercare ofsehizophreníc patients. Arch Gen Psyehiatry
1979; 36:1055-1066
56 / Sophía Vinogradov & Irvin D. Yalom

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