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Breve histórico O uso de atividades em grupo ocorre desde 1930 (EUA). 1930-1950: os grupos tinham enfoque na socialização. 1960-70-80: uso de grupos como forma de tratamento. Na área da saúde mental os grupos são muito utilizados (1980-1990) como praticas assistenciais psiquiátricas. Conceitos importantes: Demanda especifica – atendimento individual. Demanda comum – grupo, a partir de um objetivo comum. Agrupamento – as pessoas estão juntas, mas não necessariamente as atividades tem que ser realizadas juntas, compartilham o mesmo espaço físico – mas não há interação. Grupo – possui demanda comum, e atividades que precisam ser realizadas em conjunto. O grupo trata objetivos comuns – mesmo que aquele sujeito tenha um objetivo especifico que não cabe ao grupo - esta demanda especifica é trabalhada individualmente – nos grupos são trabalhadas as questões que são comuns entre os participantes do grupo. O atendimento individual e em grupo são complementares, mas nem sempre essa opção de usar os dois vai existir. Grupo Grupo = unidade dinâmica abordando capacidade de integração grupal a partir de uma visão que adota como referencial. O grupo tem um potencial terapêutico e tem por objetivo possibilitar a expressão e a gratificação de ansiedades. Grupo também facilita o aprendizado e as mudanças de comportamento. Grupo terapêutico: tem por objetivo o tratamento dos participantes do grupo e requer a presença efetiva do terapeuta para efetivar o tratamento (intervenções / interpretações). Grupo de atividades: “aquele em que os participantes se reúnem na presença do terapeuta ocupacional, para vivenciar experiências relacionadas ao fazer, como por exemplo: passear, pintar, desenhar, modelar, dançar, fazer compras, relaxar, jogar, costurar etc.” O T.O ocupa papel fundamental (como coordenador) na etapa de preparação e planejamento do grupo. ATIVIDADE = “pode ser entendida como um estímulo, como elemento central do processo terapêutico ocupacional, como mediadora da relação terapêutica, como forma de comunicação e expressão dos conteúdos internos dos pacientes”. TO tem a função de promover o desenvolvimento de diversas facetas do self dos pacientes. Atividade grupal – os integrantes realizam uma única atividade em conjunto – TO pode manter relação de conjunto do grupo. Grupo deve ser um espaço de potencial e confiável para que o paciente se arrisque, de maneira gradual, estabelecer relações e experimentar novas coisas. “O homem é um ser gregário por natureza e desde seu nascimento participa de diferentes grupos” Um grupo não pode existir de maneira autônoma. GRUPO EM TO = aquele em que os participantes se reúnem na presença do TO, num mesmo local e horário, com o objetivo de realizar uma atividade. Fazer com efeito terapêutico – ideia norteadora. Possibilidade de experimentar outras formas de se relacionar e de vivenciar situações inéditas relativas ao fazer, possibilitando que a ação ganhe um sentido e um significado. Tipos de grupos em TO – exercício, tarefas, atividades de culinária, atividades de vida diária, arte e destreza, integração sensorial e motora, discussão orientada pela realidade, discussão orientada por sentimento e atividade educacional. Grupo operativo O grupo operativo é um instrumento de trabalho, um método de investigação e cumpre, além disso, uma função terapêutica. Todo grupo operativo é terapêutico, mas nem todo grupo terapêutico é operativo. Um grupo para ser terapêutico precisa: Esclarecer as dificuldades individuais; Romper estereótipos e possibilitar a identificação dos obstáculos que impedem o desenvolvimento do indivíduo; Auxiliar a encontrar suas próprias condições de resolver ou se enfrentar com seus problemas. Vínculos: uma estrutura complexa que inclui um sujeito, um objeto e sua mútua interrelação com processos de comunicação e aprendizagem (Pichon Rivière, 1988); Formação de papéis: porta-voz, bode expiatório, sabotador e líder; verticalidade: a história de cada indivíduo; horizontalidade: o aqui e agora da totalidade grupal; Aplicações de Grupos operativos Ensino-aprendizagem: refletir sobre temas e discutir questões (hospitais - relação médico- paciente); Institucionais: grupos formados em escolas, igrejas, sindicatos, debate sobre questões de seus interesses; Comunitários: programas voltados para comunidade (grupo de gestantes e de crianças); ações de integração e incentivo a capacidades positivas; Terapêuticos: como o nome já diz, objetiva a melhoria da situação patológica dos indivíduos, tanto a nível físico quanto psicológico (grupos de auto-ajuda, Alcoólicos Anônimos) Papel do TO Facilitador: das experiências, da vivência de novas situações e sentimentos, de oferecer um ambiente confiável. Mediador: das ações e intervenções. TO como líder do grupo e responsável pela atmosfera emocional. - Planejar, facilitar e coordenar. Planejar – formação do grupo, de acordo com as características estruturais, os objetivos, o numero de participantes etc. o contrato terapeutico, preparação do ambiente e dos recursos matérias que poderão ser utilizados no atendimento. Facilitar – proporcionar um ambiente que possibilite a criatividade Necessário estar preparado para ser continente e ter a capacidade de perceber as comunicações pré-verbais ou verbais do grupo – função de holding Ambiente facilitador é fundamental para que o processo aconteça – e que o coordenador possa perceber a necessidade do grupo. Holding – provisões necessárias oferecidas pelo terapeuta ocupacional e incluem não só o afeto, mas também aquelas relativas a preparação do ambiente e dos materiais que devem ser utilizados para o desenvolvimento de uma atividade. Coordenar – associada às intervenções que realiza. Vínculo terapêutico Relação terapêutica – paciente – profissional Diferença entre vinculo de amigo (amor, conforto, conselhos, ouvir etc) e vinculo terapêutico (precisa dizer coisas que a pessoa não quer ouvir, construir caminhos difíceis, cobrança, direcionamento de ações). Vinculo terapêutico é complicado – é uma interação de mutua influencia entre terapeuta e cliente. Capacidade de estabelecer comunicação, empatia e de orientar outras pessoas a conhecer e usar seu potencial como participante de uma comunidade. Uso de atividades como forma de facilitar o relacionamento entre as pessoas. Influencias interpessoais entre cliente e terapeuta, capazes de fundamentar o desejo de manter um envolvimento continuo na terapia, apesar da necessidade de esforço e coragem consideráveis. TO – fazer a pessoa aprender a cuidar de si mesma, dar o caminho para ela ter as rédeas de sua vida. Função básica do trabalho terapêutico – promover mudanças de comportamento que conduzam a diminuição do sofrimento e aumentos de ganho em direção à autonomia cobrança, incentivo, motivação. Responsabilidades dos diferentes vínculos: Dizer coisas difíceis de dizer, mas que são importantes de ser ditas aquele paciente. Postura do terapeuta Tipos de liderança Autocrática – autoritário, diretivo, dominador, gosta de mandar, não estimula discussões – impõe opiniões – agressivo com as palavras – ameaça, está sempre certo, manipulador, focado apenas nas tarefas e não nas pessoas envolvidas. Essa relação é desgastante. Democrática – negociador, ouve opiniões, conduz o grupo, estimula discussões, hábil com as palavras – assertivo, não ameaça, expõe ou humilha alguém, não manipula, construção do consenso, foco sobre as tarefas e as pessoas, liderança participativa e as relações são favoráveis – sentimentos positivos. Liberal– mais liberdade para gerir seus trabalhos e ações. Requer uma equipe mais amadurecida. Risco do líder não direcionar o grupo, se omitir, pouco questionador no curso das ações e ser negligente. Dificuldade na tomada de decisões. Joga a decisão para o grupo. O paciente pode tomar decisão sobre o tratamento? Não, isso pode ser um processo democrático de acordo entre os dois e o TO tem a palavra final, pelo conhecimento técnico. Aspectos práticos e técnicos - Relação do grupo entre si e com o terapeuta. - Relação com a atividade, o fazer e as intervenções. - Constituição do grupo – critérios de seleção, características estruturais, o setting terapêutico ocupacional, contrato grupal estabelecido, objetivos e o contexto em que o grupo esta inserido. Características estruturais Grupo aberto – os participantes não são os mesmos a cada encontro, pode ter movimentação de participantes no grupo (sair, entrar). Grupo fechado – não há ingresso de novos participantes após o inicio do processo. Caso sai algum participante não há substituição Grupo pouco aberto – um novo participante pode ser inserido na saída de outro. Grupo homogêneo – participantes com algum problema em comum. Grupo heterogêneo – participantes com características e problemáticas de diferentes naturezas O contrato Contrato estabelecido do TO com os participantes do grupo. Tempo de atendimento, numero de atendimentos por semana, horário, especificidade do fazer humano e o setting de atendimento. Setting = local que deve possibilitar o desenvolvimento de diversas atividades. Espaço que recebe a influencia do profissional. Manejo dos grupos Todos os movimentos do coordenador dirigidos ao grupo na direção dos objetivos. Intervenções do TO, expressar, mostrar-se atento, comunicar buscando significado na ação pela compreensão do estar e do fazer. Esclarecer os objetivos da atividade e mediar sua realização Ouvir as transferências – processo em que os desejos inconscientes do individuo se atualizam sobre determinados objetos, num certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da relação terapêutica. Buscar a superação da serialidade e a reaproximação do sentido do fazer, da criatividade e da existência. AULA PRATICA Atividade desestruturada (livre) Atividade semiestruturada Atividade estruturada (bem definida) A aplicação de uma destas atividades no grupo, vai depender do que a gente está analisando/trabalhando (interação, liderança, criatividade etc). Deve considerar fatores como: as pessoas (se elas se conhecem ou não), tipo de interação, quadro clinico com alguma limitação, o tempo de atividade etc. Quando há grupos distantes pode desenvolver atividades para aproximar as pessoas (dinâmica com bexigas, corpo, gincana, dança etc). Socialização é uma das coisas importantes a trabalhar. Nos casos de pacientes psiquiátricos é importante o auxilio da medicação e controle de sintomas.
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