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Resumo Proc Trabalho aula 18

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Processo do Trabalho 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Sumário 
1. Continuação – Procedimentos no Processo do Trabalho ...................................... 2 
1.1. Continuação – peculiaridades do rito sumaríssimo ........................................ 2 
1.2. Provas no procedimento sumaríssimo .......................................................... 2 
1.2.1. Prova documental .................................................................................. 3 
1.2.2. Prova testemunhal ................................................................................. 4 
1.2.3. Prova pericial ......................................................................................... 5 
 
 
 Processo do Trabalho 
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1. Continuação – Procedimentos no Processo do Trabalho 
1.1. Continuação – peculiaridades do rito sumaríssimo 
Ainda na temática do Processo do Trabalho, foi estudado que o procedimento é o 
caminho do processo até o final, desde o nascimento da petição inicial até a execução. Nesse 
sentido, continuando o estudo do procedimento sumaríssimo, será abordado o art. 852-E, 
um artigo muito cobrado em provas por tratar especificamente da questão da conciliação. 
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da 
conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do 
litígio, em qualquer fase da audiência. 
Referente ao princípio da conciliação (art. 852-E), já foi mencionado em aulas 
anteriores que a CLT tem dois momentos, dentro da audiência, para tratar de forma 
obrigatória sobre a conciliação: antes da defesa, momento no qual o juiz é obrigado a fazer a 
primeira proposta conciliatória; e depois das razões finais, onde o juiz é obrigado a fazer 
uma segunda proposta conciliatória. Na audiência do procedimento ordinário, portanto, 
existem duas propostas de conciliação, em prol do princípio da conciliação. 
Já no procedimento sumaríssimo, o art. 852-E, o juiz deverá ficar atento a isso, 
esclarecendo as vantagens e usando meios de persuasão, tentando chegar a uma 
conciliação, mas não há uma obrigatoriedade, como se exige no procedimento ordinário. 
O art. 852-E da CLT não exige, no procedimento sumaríssimo, obrigatoriedade de 
conciliação, não obrigando o juiz a mencionar a conciliação. A menção se torna faculdade do 
juiz no procedimento sumaríssimo. 
 
1.2. Provas no procedimento sumaríssimo 
Continuando o estudo das peculiaridades no rito sumaríssimo, tem-se o art. 852-H, 
concernente às provas no procedimento sumaríssimo – o dispositivo prevê como as partes 
vão apresentar suas provas nesse rito. 
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, 
ainda que não requeridas previamente. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á 
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta 
impossibilidade, a critério do juiz. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência 
de instrução e julgamento independentemente de intimação. (Incluído pela Lei nº 9.957, 
de 2000) 
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§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, 
deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá 
determinar sua imediata condução coercitiva. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
 
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida 
prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear 
perito. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
 
§ 5º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
 
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco 
dias. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
 
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão 
no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da 
causa. (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000) 
Esse artigo fala dos três meios de provas que se pode usar dentro do sumaríssimo: o 
parágrafo 1º fala sobre documentos, o parágrafo 2º e 3º preleciona sobre testemunhas, o 
parágrafo 4º e 6º prevê sobre a perícia. Estas são as três modalidades de prova são as mais 
específicas e as mais comuns dentro da sistemática do processo do trabalho. 
 
1.2.1. Prova documental 
O parágrafo 1º fala sobre documentos, como funciona a prova documental dentro do 
procedimento sumaríssimo. Os parágrafos seguintes tratam das testemunhas, caso haja 
prova testemunhal dentro do rito e qual seria a sua peculiaridade; e prelecionam ainda 
sobre a outra prova comum, a perícia (o parágrafo 3º). 
Quanto ao art. 852-H, §1º, a parte apresentará o documento em audiência, sem 
interrupção, e a parte contrária se manifesta na mesma audiência. A manifestação será feita 
imediatamente pela parte contrária, e isso sugere que o juiz não pode adiar audiência 
apenas para dar vistas à parte contrária, como por exemplo, para que o réu se manifeste 
sobre os documentos da inicial. 
Ou em outro exemplo, considerando-se que a defesa é entregue em audiência por 
conta do rito sumaríssimo, o juiz não poderá adiar a audiência, para que o autor fale sobre 
os documentos da defesa, como cartão de ponto, recibos de pagamento, TRCT. É sobre isso 
que trata este parágrafo §1º: a manifestação sobre documentos que uma parte juntar, pela 
outra parte, deve ser feita imediatamente, sem interrupção da audiência – o juiz não poderá 
adiar a audiência só pra pedir vistas dos documentos juntados pelas partes. 
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1.2.2. Prova testemunhal 
Sobre as testemunhas no rito sumaríssimo, cada parte tem direito de ouvir duas 
testemunhas. No caso, se houverem dois autores e dois réus, quantas testemunhas podem 
ser ouvidas? Sabe-se que há essa limitação do art. 852-H, §2º da CLT, e cada parte pode 
ouvir 2 testemunhas. 
Em litisconsórcios, por exemplo, se autor e colega ajuízam ação contra a mesma 
empresa, conforme o previsto no art. 842, que preleciona sobre as ações plúrimas (se o 
pedido for mesmo e contra a mesma empresa, poderão estar no mesmo processo), 
 Quantas testemunhas se pode ouvir para provar as alegações dos autores? 
 E se um autor processa duas empresas, uma terceirizada e outra tomadora de 
serviços, como ficará o número de testemunhas quando há litisconsórcio no 
polo passivo? 
Nos casos acima, não há súmula ou OJ sobre o tema, mas o entendimento que 
prevalece é o seguinte: cada partetem direito a duas testemunhas, mas se há mais de um 
réu, cada réu terá direito a duas testemunhas. Se tenho duas empresas no polo passivo, 
cada uma tem direito a duas testemunhas, num total de 4 testemunhas; três empresas no 
polo passivo, cada uma poderá ouvir duas, logo, no polo passivo, poderão ser ouvidas seis 
testemunhas. Isso porque estão obrigatoriamente no polo passivo, não tiveram opção para 
estarem em tal posição, mas conservam o direito à sua prova. 
Entretanto, se os autores se juntaram numa mesma reclamação (dois autores, três 
autores), tiveram a opção de assim fazê-lo, e abriram mão de cada um ter o direito de ouvir 
duas testemunhas. Neste caso, quando um autor chama um colega que trabalhou na mesma 
empresa, e movem a mesma ação, só terão direito a duas testemunhas no polo ativo. 
Se são três autores pedindo horas extras contra a mesma empresa – cabe ressaltar 
que é possível uma ação plúrima (art. 842), desde que tenha, como requisitos, os mesmos 
pedidos e em face da mesma empresa – estes três reclamantes poderão ouvir quantas 
testemunhas? No caso, terão direito a duas testemunhas, porque cada um tinha o direito se 
mover uma ação, em que cada um ouviria duas; como se juntaram, renunciaram ao direito 
de, cada um, ouvirem duas testemunhas. 
Se são três empresas no polo passivo, estas não tiveram direito ou opção e foram 
obrigatoriamente réus no polo passivo, e cada uma das empresas do exemplo terá direito a 
ouvir duas testemunhas. 
Há outra peculiaridade sobre o rito sumaríssimo, que é recorrente em prova: prova 
do convite. 
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 Pode-se pedir o adiamento da audiência trabalhista, ao argumento de que a 
testemunha não compareceu, posto que a CLT prevê que a testemunha 
comparece espontaneamente (ao contrário do CPC, que se apresenta o rol, 
intima-se e se sabe quem comparecerá à audiência)? 
No processo do trabalho, é dada preferência à surpresa. Não é necessário avisar 
quem é a testemunha - até para evitar possíveis retaliações, por parte da empresa, contra o 
empregado que testemunhará. Por exemplo: empregado que ainda trabalha na empresa e 
foi chamado para ser testemunha do colega; ou mãe que ainda trabalha na empresa e o filho 
é testemunha de colega contra a mesma empresa. É quase certo que a empresa, se 
soubesse com antecedência do fato, retaliaria a mãe dessa pessoa. Por esta razão, não existe 
rol de testemunhas na Justiça do Trabalho, em regra geral. 
 Quando a testemunha falta no rito sumaríssimo, pode-se adiar audiência, 
pelo não comparecimento da testemunha? 
O juiz, nestes casos, pedirá a prova do convite – a prova de que o advogado convidou 
a testemunha para comparecer na audiência. Essa prova pode ser uma carta com assinatura, 
ou e-mail, e hoje em dia já se admite a maleabilidade dessa prova. Recomenda-se, até por 
segurança, que isso seja feito por escrito, mas outros meios de prova serão admitidos, desde 
que prove que convidou – e aí a audiência será adiada e remarcada. 
No rito ordinário, não há essa exigência. No rito ordinário, pode-se requerer o 
adiamento da audiência por causa de falta da testemunha, sem exigência de prova do 
convite. A prova do convite é uma peculiaridade de rito sumaríssimo; costumam ser 
assuntos muito cobrados a questão documental, testemunhal e pericial, mas 
principalmente, se cobra sobre as testemunhas. 
 
1.2.3. Prova pericial 
 Quanto à prova pericial no rito sumaríssimo, prevista nos parágrafos 4º e 6º 
do art. 852-H, esta é cabível nessa espécie de rito? 
A resposta é positiva. Havia parte da doutrina que discutia sobre a impossibilidade, 
mas a lei é clara em seu texto, no parágrafo 4º. É cabível quando o fato exigir ou quando for 
legalmente imposta. Um exemplo de prova pericial legalmente imposta é a de insalubridade 
e periculosidade – que são obrigatórias, mesmo que haja revelia; se a empresa faltou a 
audiência, mesmo assim deverá fazer a perícia, se assim o autor requereu insalubridade e 
periculosidade (art. 195, § 2º da CLT). 
Art.195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, 
segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de 
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Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do 
Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas 
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou 
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades 
insalubres ou perigosas. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 
§ 2º - Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por 
Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma 
deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério 
do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 
§ 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do 
Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia. (Redação dada pela Lei nº 
6.514, de 22.12.1977) 
Desta forma, a perícia será feita no procedimento sumaríssimo nesses casos ou 
quando o fato o exigir. O parágrafo 6º prevê que as partes serão intimadas a se manifestar 
sobre o laudo no prazo de 5 dias. Atenção a esse prazo - prazos costumam ser recorrentes 
em provas. 
Então, é cabível prova pericial, e quando o perito fornecer o laudo, as partes se 
manifestarão no prazo COMUM (atenção, os examinadores gostam de colocar o prazo como 
sucessivo: cinco para uma parte, cinco para outra). O prazo é comum, todos devem se 
manifestar em 5 dias, ao mesmo tempo, sobre essa prova pericial. 
Após tratar da conciliação e das três provas (documentos, testemunhas e pericial), o 
parágrafo 7° desse artigo 852-H traz o prazo para interrupção da audiência. Quando a 
audiência for interrompida, a próxima audiência pode ser marcada pra dali há 30 dias, no 
máximo. Num comparativo com os demais prazos, segue a tabela abaixo com os outros 
prazos do procedimento sumaríssimo: 
Rito sumaríssimo 
§7º, 852-H Audiência interrompida 30 dias 
§6º, 852-H Manifestação sobre o laudo 
no prazo comum 
5 dias 
Art. 852-B, III Ajuizamento – apreciação 
na 1ª audiência 
15 dias 
 
Recomenda-se a confecção de tabelas - como feito no estudo de horários da CLT, de 
representantes, homologação, renúncia de estabilidade, para que o candidato não confunda 
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os prazos, costumeiramente trocados pelo examinador em prova. É necessário o claro 
conhecimento dos prazos, o que vale pontos preciosos para aprovação. 
Os examinadores, vez ou outra, questionam sobre desdobramentos do rito 
sumaríssimo. Prazos são de extrema importância paraa prova objetiva, para evitar 
confusões entre eles. 
Ao se falar em rito sumaríssimo, se lembra que na fase recursal, há também algumas 
peculiaridades. No estudo do recurso de revista, será trazida a situação do recurso de revista 
no rito sumaríssimo. Temática famosa entre os concurseiros, nas provas de analista e 
técnico, cabe recurso de revista no sumaríssimo, previsão contida no art. § 9º do art. 896, 
quando viola a Constituição Federal, viola súmula vinculante do Supremo ou violar súmula 
do TST. 
Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das 
decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998) 
[...] 
§ 9o Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso 
de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior 
do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta 
da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 13.015, de 2014) 
O assunto será visto mais a frente, no bojo do estudo do recurso de revista: se o 
recurso tiver sido manejado em ação que tramitou no sumaríssimo, será cabível, mas não da 
forma como é quando interposto em ação tramitando no rito ordinário – há um 
afunilamento relativo ao cabimento do recurso de revista – só se pode discutir nos três casos 
já antecipados.

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