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SÍNTESE DO DIOXALATOCUPRATO (II) DE POTÁSSIO DIHIDRATADO (K2[Cu(C2O4)2]2 H2O) Autores: ANDRADE, Izabel; MOTA, Thábita; SANTOS, Mikaele; SANTOS, Rafaella. Resumo: Os quelatos são formados a partir de um cátion metálico rodeado por ligantes polidentados, denominados de agentes quelatos. Neste caso, o agente quelato foi o ânion oxalato sendo este um ligante bidentado capaz de formar anéis de 5 membros. Partindo do sulfato cúprico pentahidratado (CuSO45H2O) e do oxalato de potássio monohidratado (K2C2O4H2O) produziu-se o dioxalatocuprato (II) de potássio dihidratado (K2[Cu(C2O4)2]2H2O). Fundamentando-se nos cálculos estequiométricos realizados, a porcentagem referente ao redimento do K2[Cu(C2O4)2]2H2O foi de 81,54%. Palavras-chave: Efeito quelato, pares de elétrons, metais de transição. Introdução A química de coordenação dos metais possui várias ramificações, sendo que uma delas é o efeito quelato. Este ocorre quando um cátion metálico se une a um ligante que contêm dois ou mais grupos doadores de pares de elétrons formando por fim estruturas em anel. Denomina-se o produto resultante como quelato e os ligantes doadores como agentes quelatos (ATKINS, 2012; ESALQ, s/a). A diferença entre os complexos e os quelatos se dá pela quantidade de grupos doadores de pares de elétrons que os ligantes possuem. Enquanto o complexo é formado a partir de agentes complexantes monodentados, o quelato se forma por meio de agentes quelantes polidentados (ESALQ, s/a). A estrutura em anel propicia aos quelatos uma grande estabilidade. A partir da constante de estabilidade, também conhecida como constante de formação, é possível analisar quantitativamente a estabilidade dos quelatos e dos complexos. “Esta constante define a relação entre a concentração do íon complexo do metal e as concentrações dos íons metálicos e dos ligantes livres na solução.” (ESALQ, s/a). Quanto ao meio ambiente, a produção de alguns quelatos libera gases tóxicos, como cianetos. Em contrapartida, há novos tipos de quelatos que sequestram metais do bloco d e como consequência, facilita sua retirada do meio em que se encontra (ATKINS, 2012). O experimento a seguir tem como finalidade introduzir o conceito de quelantes a partir da síntese do dioxalatocuprato (II) de potássio dihidratado. Materiais e Métodos A princípio pesou-se 1,09 g (4,369x10-3 mol) de CuSO45H2O os quais, posteriormente, foram dissolvidos em 10 mL de água, em um béquer (50 mL). Em outro béquer de 50 mL preparou-se então uma solução de oxalato de potássio monohidratado, com 4,00 g (2,16x10-3 mol) de K2C2O4H2O, anteriormente pesados, e 10 mL de água. A solução de CuSO4 5H2O foi agitada com o agitador magnético, bem como, a solução de K2C2O4H2O. Seguidamente, aqueceu-se a primeira, em uma chapa aquecedora, até a ebulição da água. Adicionou-se a solução de K2C2O4H2O à outra, enquanto esta ainda encontrava-se sob agitação; Assim, já aquecida, deixou-se a solução resfriar parcialmente e em seguida a levou para banho de gelo por 10 minutos. Pesou-se o papel filtro e filtrou-se a mistura a pressão reduzida. Lavou-se o béquer primeiramente com água e logo após com acetona, ambas geladas. Deixou-se o precipitado secar na estufa por, aproximadamente, 15 minutos. Pesou-se o precipitado e partindo-se dos valores obtidos, calculou-se o rendimento. Resultados e Discussão A solução de CuSO45 H2O, preliminarmente, apresentava coloração azul claro e transparente. Ao acrescentar-se o K2C2O4H2O a solução tornou-se, instantaneamente, azul mais escuro e opaca, devido ao excesso de oxalato, o qual não solubilizou completamente, o que já permite inferir que este é o reagente em excesso. Ocorreu formação de um precipitado com cristais pequenos que depositou-se gradualmente no fundo do béquer. Isso se deve ao fato de que o produto formado, K2[Cu(C2O4)2]2H2O, é solubilizado pela água quente e à medida que a solução esfria, este precipita. Na equação 1, é expressa a reação parcial ácido-base de Lewis em que há formação do quelato dioxalatocuprato (II) de potássio dihidratado a partir dos reagentes sulfato cúprico pentahidratado e oxalato de potássio monohidratado. Equação 1: Cu2+(aq) + K2 + (aq) + 2 (C2O4) 2- (aq) ��� �⎯� K2[Cu(C2O4)2]2 H2O(s) Como se trata de uma reação em solução aquosa a melhor maneira de se representar as espécies químicas é da forma como se encontram, dissociadas na forma de íons. O átomo central metálico do quelato é o Cu2+ e por conseguinte, é este íon que atua como átomo receptor do par de elétrons isolados, determinando assim o CuSO45H2O como ácido de Lewis. Já a base é o K2C2O4H2O, agente quelante bidentado, devido ao fato de possuir dois sítios de coordenação ou átomos doadores, no caso, dois de seus oxigênios que possuem os pares eletrônicos que são acomodados nos orbitais vazios do cobre. O produto formado apresenta conformação cíclica, com dois pentaciclos, a qual é representado no Anexo 1. É possível notar que quatro átomos de oxigênio se ligam ao cobre, portanto, são necessárias duas moléculas de oxalato para se ligar ao íon cúprico. A solução foi levada em banho de gelo para induzir a uma precipitação mais rápida. A água e acetona resfriadas também foram utilizadas com o mesmo fim, pois ao lavar o béquer contendo o precipitado com ambas ocorreu a diminuição da solubilidade do quelato. As massas respectivas ao papel filtro inicial, sem precipitado, e ao papel com o precipitado equivalem a 0,94 g e 2,20 g. As informações disponíveis no Quadro 1 foram inseridas de tal modo que é possível que os cálculos para apuração do rendimento do K2[Cu(C2O4)2]2H2O sejam verificados. Quadro 1: Dados necessários para a determinação do rendimento do K2[Cu(C2O4)2]2H2O Espécies químicas Número de mols teórico (Equação 1) (mol) Massa molar (g mol-1) Massa (g) Número de mols experimental (mol) Reagentes CuSO45H2O (aq) 1 249,5 1,09 4,369x10-3 C2O4 (aq) 2 76 4,00 2,26x10 -2 Produto K2[Cu(C2O4)2]2H2O (aq) 1 353,7 1,26 3,5623x10-3 Fonte: Próprio autor. Delimitando-se o CuSO45H2O como reagente limitante a partir tanto da informação transmitida no início dos resultados quanto dos cálculos estequiométricos determinou-se o rendimento de K2[Cu(C2O4)2]2H2O como 81,54%. Conclusão O método de síntese se mostrou eficaz ao considerar o rendimento. Quanto ao experimento, redirecionou a atenção sobre os quelatos permitindo uma breve explanação sobre, atingindo consequentemente os resultados esperados além de reafirmar conceitos antes vistos, como ácidos e bases de Lewis. Estabeleceu também a distinção entre os complexos e os quelatos. Referências ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna e meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 5 ed., 2012. p. 686. ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ (ESALQ). Equilíbrio dos Complexos e Quelatos. São Paulo: Universidade de São Paulo, s/a. Disponível em: <http://ce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade08.pdf>. Acesso em: 20/11/2016.
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