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1 Módulo de Fisioterapia Manipulativa na Coluna Lombar 2 Coluna Lombar Anatomia Óssea Generalidades A coluna possui três funções: • Função de mobilidade; • Função de cinética; • Função de proteção dos elementos nervosos. Corpo Vertebral É volumoso, reniforme e com grande eixo transversal, deixando-a com o aspecto de maior eixo transversal do que ântero-posterior. É constituído por uma capa de osso compacto, que circunda o centro que é formado por osso esponjoso. Pedículos São espessos, asseguram a união entre o corpo vertebral e o arco neural, seu eixo maior é antero-posterior voltado para frente no plano horizontal. 3 Lâminas São mais altas que largas, permitem a união entre a apófise transversa, o pedículo e a apófise espinhosa. Processos Transversos São longos (aproximadamente 1,5 cm), implantados na união pedículo/processo articular superior. Apresentam a inserção de certos músculos e ligamentos, são oblíquos para cima, para trás e para fora. Processos Espinhosos Estão no plano lombar, representados por lâminas verticais, retangulares, espessas e voltadas para trás. Apresenta a inserção dos ligamentos interespinhoso e supraespinhosos e da aponeurose lombossacra. Canal Vertebral É triangular, responsável pela proteção dos elementos nervosos. Processos Articulares Posteriores É situada entre pedículos e laminas, constituindo os elementos posteriores do tripé articular. 4 As articulações formadas são trocóides em semicilindros; • As articulações superiores são côncavas, voltada para trás e para dentro. • As articulações inferiores são convexas voltadas para frente e para fora. • As facetas articulares são cobertas por cartilagem articular. Características Especiais de Algumas Vértebras Lombares Primeira Lombar Possui os processos transversos menos desenvolvidos do espaço lombar. Terceira Lombar Possui processos transversos mais longos da coluna lombar. Quinta Lombar Seu corpo vertebral é mais alto anteriormente do que posteriormente. 5 Articulação Interapofisárias Posteriores Suas facetas articulares são verticais, voltadas para trás e para dentro, sua posição facilita a flexão, limitando, porém a rotação. Disco Intervertebral Os discos determinam as curvaturas espinhais e possuem uma altura que diminui de frente para trás e de cima para baixo. É constituído por duas partes: • Parte central (núcleo pulposo); • Parte periférica (anel fibroso). Anel Fibroso É constituído por uma sucessão de capas fibrosas concêntricas dispostas como cascas de cebola, estas fibras estão fixadas ao corpo vertebral por fibras de grampos de Sharpey. O anel está coberto em sua face anterior pelo ligamento longitudinal anterior e em sua face posterior pelo ligamento longitudinal posterior, suas inserções discais laterais opõe-se à deformação do disco. 6 Núcleo Pulposo E uma substancia gelatinosa transparente constituída por 88% de água e de mucopolissacarídeos. Localiza-se ligeiramente posterior em relação ao centro do disco, sendo mantido em sua posição pelas fibras do anel. Sistema Ligamentar Intervertebral Ligamento Longitudinal Anterior Está situado na face anterior da coluna, estende-se desde o processo basilar do occipital até a face anterior do sacro à altura da 2º vértebra sacral. 7 Adere à face anterior dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais, desce entre o músculo psoas no plano lombar. Ligamento Longitudinal Posterior Está situado sobre a face posterior dos corpos vertebrais e dos discos intervertebrais, estendendo-se do occipital até o cóccix. Ligamento Amarelo Retangular, espesso, resistente, estende-se desde o bordo superior da lâmina vertebral subjacente até o bordo inferior da lâmina da vértebra suprajacente. 8 Ligamento Interespinhoso Ocupam o espaço compreendido entre dois processos espinhosos vizinhos. Sua parte anterior tem relação com os músculos espinhosos e com os ligamentos intertransversos, sua parte posterior se confunde com os ligamentos supraespinhosos. São muito ricos em nociceptores. Ligamento Supraespinhoso. Cordão fibroso situado atrás dos processos espinhosos. Ligamento Intertransverso Unem entre si os processos espinhosos, relacionando cada um com o superior e o inferior. Ligamento Interapofisário Poderoso ligamento ricamente inervado, situado anteriormente e posteriormente à cápsula articular, reforçando-a. 9 Ligamentos Iliolombares Classifica-se em dois feixes: • Feixe Superior – estende-se desde o processo transverso da 4º vértebra lombar e vai até a crista ilíaca. • Feixe Inferior – compreende dois feixes, superior e inferior, que se estendem desde o processo transverso da 5º vértebra lombar à crista ilíaca e à asa sacral. Músculos da Coluna Lombar 10 A coluna lombar é provida de um sistema muscular que compreende as faces anterior, posterior e lateral do abdômen. Músculos abdominais • Músculo reto do abdome; • Músculo transverso do abdômen; • Músculos oblíquo externo e interno do abdome. Músculo Reto do Abdome. É constituído de uma série de corpos musculares, separados por interseções tendíneas e divididos no centro pela linha Alba. Ele conecta a parte anterior do tórax com a parte anterior da pelve, ele flexiona a coluna e resiste à sua extensão. Sua fixação é feita inferiormente na crista e sínfise púbica, superiormente no processo xifóide e na quinta à sétima cartilagem costal. Ação: flexiona a coluna lombar tracionando o tórax inferiormente, na direção do púbis. Músculos Oblíquos do Abdome Recobre toda face anterior e lateral do abdômen e é classificado em interno e externo. 11 Fixações: • Porção Externa – tem suas fixações, superiormente, na quinta à décima segunda costela. Inferiormente, metade anterior do lábio interno da crista ilíaca, ligamento inguinal e camada anterior da bainha do músculo reto do abdome. • Porção Interna – tem suas fixações, inferiormente, crista ilíaca nas profundezas da parte lateral do ligamento inguinal, metade anterior da crista ilíaca e aponeurose toracolombar. Superiormente, na décima à décima segunda costelas e bainha do músculo reto do abdome. Ação: bilateralmente, aumenta a pressão intra-abdominal e flexiona a coluna. Unilateralmente, ajuda na flexão lateral e na rotação da coluna. 12 Músculo Transverso do Abdome Localiza-se mais profundamente em relação aos demais músculos abdominais. Sua posição no corpo se assemelha a uma faixa de contensão abdominal. Tem suas fixações, lateralmente, da sétima à décima segunda cartilagem costal, fáscia lombar, crista ilíaca e ligamento inguinal. Medialmente, na cartilagem xifóide, linha alba e, através do tendão unido, tubérculo púbico e pécten. Ação: comprime o abdome, estabiliza a coluna lombar. Músculo Psoas Maior ouIliopsoas O músculo psoas maior, que se une ao músculo ilíaco na virilha para formar o músculo íliopsoas, é um dos músculos mais importantes do corpo, não apenas por sua função primária como flexor do quadril, mas também por sua função postural e clínica. 13 • Ilío – sua origem está na fossa ilíaca interna, passando pelo ligamento ílio-lombar, pela margem da articulação sacro-ilíaca e pela asa sacral, seu corpo se estende descendo para dentro e para frente, inserindo no trocânter menor terminando sobre o tendão do psoas. Inervação: Nervo crural (raízes de L1, L2 e L3). Obs.: o espasmo deste músculo pode manter uma lesão em flexão do quadril e uma anteriorização unilateral da base sacra. • Psoas – sua origem cobre os discos intervertebrais e as faces laterais de T12 a L5, cobre também os processos transversos das cinco vértebras lombares. O Psoas tem sua inserção sobre o trocânter menor. Inervação: Nervo crural (raízes de L1, L2 e L3). Ação: Flexiona o quadril. Obs.: principal músculo responsável pela fixação do ilíaco em posterior. Músculo Psoas Menor O músculo psoas menor está ausente em aproximadamente 40% da população e em algumas pessoas pode ser unilateral. Tem suas fixações, superiormente na décima segunda vértebra torácica e na primeira lombar e no disco intervertebral. Inferiormente, na eminência íliopúbica através do arco iliopectíneo (fáscia ilíaca). Ação: ajuda na flexão da coluna lombar. 14 Latíssimo do Dorso ou Grande Dorsal Músculo grande e potente que cobre toda a parte póstero-inferior do tronco; estende-se para trás e para as laterais e é fixado na região anterior do braço, ancorando, assim, o membro superior à região lombar e à pelve. Tem suas fixações: Inferiormente, processos espinhosos das cinco ou seis vértebras torácicas inferiores e lombares, crista sacral mediana e lábio externo da crista ilíaca. Superiormente, com o músculo redondo maior, lábio medial do sulco intertubercular do úmero. Ação: aduz o braço, gira-o no sentido medial e o estende. Quadrado do Lombo ou Quadrado Lombar Músculo estabilizador das regiões superior em relação à região inferior, responsável pela transferência de coordenações em atividades complexas, que envolva o membro superior e o membro inferior em ações diferentes (correndo e fazendo movimentos com os braços simultaneamente, andar a cavalo). 15 Tem suas fixações, inferiormente, na crista ilíaca, ligamento iliolombar, e processos costiformes das vértebras lombares inferiores. Superiormente, na décima segunda costela e processos costiformes das vértebras lombares superiores. Inervação: Nervos colaterais do plano lombar, nascidos das raízes T12, L1, L2. Ação: flexão lateral da coluna (unilateralmente), extensão da coluna (bilateralmente) e estabilização da coluna lombar. Obs.: o espasmo deste músculo é responsável pela lateroflexão da coluna lombar, por uma lesão expiratória da 12º costela e por uma lesão em Up-Slip do ilíaco. Músculos da Coluna Vertebral Músculo Eretor da Espinha Eretor da espinha é um termo coletivo utilizado para o grupo de músculos designados a estender e manter o equilíbrio da coluna vertebral e da caixa torácica. Esses músculos originam-se do sacro, do ílio e dos processos das vértebras lombares, seus ramos são fixados nas vértebras ao longo da coluna e costelas, em níveis ascendentes. Dividem-se em três grupos: • Músculo Iliocostal; • Músculo Longuíssimo; • Músculo Espinhal. 16 Músculo Iliocostal do Lombo. Suas fixações correspondem a: • Inferiormente, no sacro e ílio; • Superiormente, margens inferiores das seis ultimas costelas. Ação Muscular: Estende, flexiona lateralmente e rotaciona as vértebras lombares. Longuíssimo do Tórax. Suas fixações correspondem a: • Inferiormente, processos costiformes das vértebras lombares; • Superiormente, pontas dos processos transversos de todas as vértebras torácicas, nas ultimas nove ou dez costelas e entre seus tubérculos e ângulos. Ação Muscular: Estende a coluna vertebral. Músculo Espinal do Tórax Suas fixações correspondem a: • Inferiormente, processos espinhosos das vértebras lombares superiores e das duas torácicas inferiores; • Superiormente, processos espinhosos das vértebras torácicas médias e superiores. Ação Muscular: Sustenta e estende a coluna vertebral. 17 Músculo Multífidos Suas fixações correspondem a: • Inferiormente, desde o sacro e o ligamento sacroilíaco, os processos mamilares das vértebras lombares, os processos transversos das vértebras torácicas e os processos articulares das ultimas quatro vértebras cervicais; • Superiormente, processos espinhosos de todas as vértebras, incluindo a áxis. Ação Muscular: Estende, rotaciona e estabiliza a coluna vertebral. Músculos Rotadores Suas fixações correspondem a: • Inferiormente, desde o processo transverso de uma vértebra; • Superiormente, raiz do processo espinhoso das próximas duas ou três vértebras acima. Ação Muscular: Bilateralmente, extensão da coluna; Unilateralmente, rotação das vértebras; Propriocepção. 18 Relações Nervosas Conteúdo Nervoso Na origem do plexo lombossacral encontra-se o espessamento lombar prolongado pelo cone terminal na altura de L1. Desse espessamento emergem cinco nervos espinhais lombares, cinco nervos sacrais e um nervo coccígeo; sua disposição ao redor do filamento terminal constitui a chamada cauda eqüina. As raízes perfuram a dura-máter e depois do gânglio espinhal anastomosam-se para formar o nervo espinhal, ao sair do forame de conjugação, o nervo espinhal divide-se em: • Ramo anterior – inerva os músculos parietais e os músculos dos membros inferiores. • Ramo posterior – inerva os músculos espinhais. As raízes L2-L3-L4 dividem-se em dois ramos formando: • Nervo crural; • Nervo obturador. As raízes de L5-S1-S2-S3 do plexo sacral formam o nervo ciático. Do plexo sacro nascem cinco raízes colaterais posteriores: • Nervo glúteo superior – inerva o tensor da fáscia lata, glúteo médio e glúteo mínimo. 19 • Nervo piramidal; • Nervo do gêmeo superior; • Nervo do gêmeo inferior e do quadrado femoral; • Nervo glúteo inferior (ramos cutâneos, glúteos, perineais e femorais). Forame de Conjugação Cada forame é limitado para cima e para baixo pelos pedículos das duas vértebras, para frente e pela parte posterior-externa do corpo vertebral e pelo disco, para trás e pela articulação interapofisária. É no local de estreitamento lateral do canal lombar, onde a raiz espinhal antes de sua penetração no forame de conjugação apresenta risco de ser comprimida. No forame de conjugação a raiz ocupa apenas 35 a 50% do espaço total, o restante é ocupado por tecido gorduroso, veias radiculares, artérias espinhais e o nervo sinusvertebral, além dos ligamentos que se estendem na saída do forame diminuindo o calibre do canal. Fatores que diminuem o calibre do forame conjugado: • Na saída do forame estendem-se ligamentos que diminuem o calibre do canal; 20 • Um aumento na curvatura provoca uma diminuição da parte inferior do forame e um aumento em sua parte superior; • O conjunto radicular está rodeado por um cilindro vascular, aumentando o risco de estenose na diminuição do calibre. Inervação dos ElementosMetaméricos Depois da saída do forame de conjugação, cada nervo espinhal, divide-se em dois, anterior e posterior: • Ramo anterior – continua em direção ao nervo espinhal para distribuir-se nas partes laterais e anteriores do corpo. Os ramos anteriores de certos nervos espinhais vão unir-se para formar plexos nervosos (cervical, lombar, sacral e pudendo interno). • Ramo posterior – menos volumoso que o ramo anterior, vai para trás e por cima das apófises articulares posteriores com a finalidade de inervar os elementos posteriores da coluna graças a dois ramos, externo e interno. 21 Ramo interno do ramo posterior do nervo espinhal chama-se nervo Sinus Vertebral de Luschka e é responsável pela inervação das seguintes estruturas: • Corpo vertebral; • Ligamento longitudinal posterior; • Parte periférica do disco intervertebral; • Dura-máter; • Cápsula das apófises articulares posteriores. Relações com os nervos simpáticos nos planos lombar e sacral • Os nervos lombares interferem na regulação do tônus neurovegetativo dos órgãos genito-urinário, podendo ocasionar diversos sintomas (ereção, ejaculação, frigidez, síndrome dolorosa útero-ovariana). • A cadeia simpática lombar compreende cinco gânglios laterovertebrais, desta cadeia simpática nascem ramos que se comunicam em direção aos nervos espinhais do plexo lombar. • Na maioria dos casos os filamentos estão escondidos profundamente por baixo das arcadas fibrosas do músculo psoas. • Os gânglios laterovertebrais estão situados contra a parte ântero-lateral dos corpos vertebrais. • Ao nível sacral, existem quatro gânglios simpáticos situados na face anterior dos forames sacrais. • As duas cadeias laterovertebrais simpáticas se ramificam em um gânglio, gânglio impar, situado na frente do cóccix. 22 Biomecânica Flexão Durante este movimento a vértebra superior desliza para frente, o núcleo é o centro do movimento, o processo espinhoso é anterior e está separado do processo espinhoso subjacente, as facetas articulares se separam e o núcleo é bloqueado para trás. O movimento é limitado pela tensão capsuloligamentar e pelo ligamento comum vertebral posterior, porém, sobretudo sobre os ligamentos interespinhais e supraespinhais. Durante a flexão vertebral existe tensão nas seguintes estruturas: • No conjunto dural que se eleva; • Na cauda eqüina; • No ligamento sacrococcígeo; • No filamento terminal. As raízes lombares sobem e se deslocam nas cápsulas meníngeas no plano dos forames de conjugação. 23 Extensão Durante este movimento, a vértebra superior desliza para trás, o núcleo é o centro do movimento, o processo espinhoso é posterior e próximo do processo espinhoso subjacente, as facetas se imbricam e o núcleo está bloqueado para frente. O movimento é limitado pelas tensões capsulares, pelo ligamento longitudinal anterior e, sobretudo pelo choque dos processos espinhosos. Lateroflexão Neste movimento a vértebra inclina-se lateralmente, o centro do movimento está situado no plano da espinhosa, o processo transverso aproxima-se do processo transversa subjacente do lado da lateroflexão e se separa do processo transverso subjacente do lado 24 oposto a lateroflexão, a faceta articular do lado da lateroflexão está imbricado, o deslizamento das facetas se faz no plano frontal e o núcleo está bloqueado do lado oposto a lateroflexão. O movimento é limitado pela tensão do ligamento intertransverso. Rotação Neste movimento a vértebra superior gira, a transversa do lado da rotação é posterior, o processo espinhoso está deslocado do lado oposto ao da rotação, produz se um deslocamento diferencial sobre as facetas, ou seja, uma faceta desliza para trás enquanto a outra desliza para frente. A altura global do disco diminui, há cisalhamento na altura do anel aumentando a pressão sobre o núcleo. O movimento é limitado pelas fibras do disco, pelos processos articulares posteriores e pelos ligamentos intertransversos. Função de Alguns Músculos do Tronco. • Quadrado do Lombar – provoca uma lateroflexão vertebral e um fechamento do ângulo da 12º costela. 25 • Psoas – quando o quadril está fixado por seus músculos periarticulares, o psoas provoca na altura da coluna lombar lateroflexão e rotação oposta e um aumento da lordose, da mesma forma provoca a flexão do quadril. • Transverso Espinhoso – os pequenos músculos monoarticulares, são os Starters dos músculos poliarticulares, ou seja, starters dos músculos rotadores. Sua contração é responsável por uma extensão-rotação-lateroflexão homolateral. • Massa Comum Lombossacra – tende a provocar um aumento da lordose lombar e uma posteriorização do ilíaco. Disfunções- Segundo as Leis de Fryette As Leis de Fryette definem os movimentos vertebrais a um grupo de vértebras na fisiologia articular normal, movimentos que são efetuados automaticamente em todas as atividades de vida diária. Esse movimento se produz de uma forma diferente dependendo da posição que se encontra a vértebra, seja ela em NSR, FRS ou ERS. Entende-se por: NSR – Posição Neutra ou Easy Flexion É a posição neutra da vértebra ou de um grupo vertebral de maneira que as facetas articulares dos processos articulares não se encontram imbricados e nem desembricados e a carga corporal descansa em um estado de equilíbrio sobre o corpo vertebral. 26 FRS – Flexão É a posição vertebral ou de um grupo vertebral pela qual as facetas dos processos articulares se encontram desembricadas e a carga vertebral é descarregada na parte mais anterior do corpo vertebral obrigando o deslizamento posterior do núcleo pulposo. ERS – Extensão É a posição vertebral ou de um grupo vertebral pela qual as facetas dos processos articulares se encontram imbricadas e a carga vertebral é descarregada na parte mais posterior do corpo vertebral, fazendo com que o núcleo pulposo migre anteriormente. Primeira Lei de Fryette – NSR Características: • “N” neutro ou “Easy-Flexion”: em flexão facilitada as facetas estão paralelas, há a ausência de contato articular. • “Quando uma vértebra ou um grupo vertebral está em Easy-Flexion, para realizar uma rotação de um lado, a vértebra ou o grupo vertebral é obrigado a realizar uma lateroflexão do lado oposto”. • Essas disfunções são as mais freqüentes das disfunções em grupo- Escolioses. • As vértebras rodam do mesmo lado (convexidade). As vértebras que iniciam a rotação são chamadas de vértebra Starter- ponto chave para correção. • A fixação dessas disfunções se dão pelos músculos- Quadrado Lombar e Psoas. 27 Segunda Lei de Fryette – ERS/FRS “Quando uma vértebra ou um grupo vertebral encontra-se em estado de flexão ou de extensão para formar uma lateroflexão de um lado, esta vértebra ou este grupo vertebral é obrigado realizar primeiro uma rotação do mesmo lado”. ERS (Embricação) • A vértebra está em extensão, rotação e lateroflexão do mesmo lado. • A disfunção de embricação do lado da posterioridade da transversa. • O espaço interespinhoso subjacente está fechado. • Disfunção está fixada pelo espasmo do m. intertransverso homolateral. • Ex: ERS D – limitação FRS E. • Posterioridade aumenta na Flexão e diminui na Extensão. FRS (Desembricação) • A vértebra está em flexão, rotação e lateroflexão do mesmo lado. • A disfunção de desembricação se encontra do lado contrário da posterioridade. Só que o nome da disfunçãose dá pelo lado da posterioridade. • O espaço interespinhoso subjacente está aberto. • Disfunção está fixada pelo Disco intervertebral. • Ex: FRS E- limitação ERS D. • Posterioridade aumenta na Extensão e diminui na Flexão. Anatomia Palpatória O melhor modo de identificar os processos espinhosos vertebrais é, portanto, contar para baixo ou para cima a partir de marcos ósseos conhecidos e conferir com outras marcas de superfície. 28 Consideráveis tempo e prática estão envolvidos no desenvolvimento nas técnicas de palpação, porém uma vez dominada, ela se comprovará uma vantagem valiosa no futuro. As marcas de superfície mais óbvias são os processos espinhosos, entretanto sua palpação pode variar consideravelmente, em decorrência da lordose nas regiões de lombar e cervical e cifose nas regiões de torácica e sacra da coluna vertebral. Palpação da Coluna Lombar A região da coluna lombar tem uma lordose semelhante a da coluna cervical, dificultando um pouco mais a palpação dos processos espinhosos. Com o paciente deitado em decúbito ventral (pode-se fazer o uso de um apoio na região abdominal, a fim de diminuir a lordose e facilitar o relevo do processo espinhoso), os processos espinhosos podem ser palpados em uma fenda central pela linha mediana abaixo. Cerca de 3 cm para cada lado da linha mediana uma covinha pode ser visualizada na área póstero-superior da nádega, essa marca serve de ponto de localização para a espinha ilíaca póstero-superior, a qual pode ser facilmente palpada e atua como um marco importante para a identificação e outras estruturas. A partir dessas espinhas as cristas dos ílios podem ser acompanhadas para cima e para frente. O processo de L5 pode ser sentido em uma depressão funda, imediatamente acima do sacro, aproximadamente a 2 cm acima de uma linha traçada entre as espinhas ilíacas póstero-superiores. A partir desse ponto o processo espinhoso de L4 é facilmente reconhecido acima de L5. Com cuidado os pequenos intervalos entre os processos espinhosos de L4 a T12 podem ser palpados e cada processo identificado. O centro do processo espinhoso de cada vértebra, diversamente daquele na região torácica, situa-se em um nível imediatamente abaixo do centro do corpo da sua vértebra correspondente. Em cada lado da linha mediana existe uma poderosa coluna de tecido muscular, correndo desde a parte posterior do sacro para cima em direção à região torácica. A palpação profunda, laterais a esta massa de músculo, pequenos tubérculos pontudos podem ser sentidos, correndo para baixo em cada lado. Estes são as extremidades dos processos transversos, cada qual sendo localizado imediatamente acima do nível do 29 centro do seu processo espinhoso correspondente. Mais ao alto, no mesmo nível do processo espinhoso de L1, a extremidade da décima segunda costela pode ser palpada. Exame da Coluna Lombar Estudo dos Reflexos: Cremasteriano (L1, nervo genitocrural); Adutor (L3, nervo obturador); Patelar (L4, nervo crural); Aquileu (L5-S1, nervo ciático); Perineal bulbo-cavernoso e anal (S2 e S4). Teste Muscular Global Andar sobre os calcanhares (L4-L5); Andar nas pontas dos pés (S1); Ficar de cócoras e levantar-se (L3-L4). Localização de uma Atrofia Muscular Tríceps sural; Quadríceps.
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