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1 FACULDADE IEDUCARE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PROJETO DE SISTEMA DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO. EDGAR AUGUSTO DA GAMA GÓES ANÁLISE SOBRE REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DO MARAJÓ Breves – Pará 2018 2 FIED- FACULDADE IEDUCARE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PROJETO DE SISTEMA DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO. EDGAR AUGUSTO DA GAMA GÓES ANÁLISE SOBRE REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DO MARAJÓ Projeto de Pesquisa apresentado como requisito para a obtenção do Certificado de Especialista em projeto de sistema de prevenção contra incêndio e pânico apresentado à coordenadora acadêmica do Instituto Ieducare. Breves – Pará 2018 3 FOLHA DE APROVAÇÃO EDGAR AUGUSTO DA GAMA GÓES ANÁLISE SOBRE REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DO MARAJÓ Data da defesa: ____/____/______ Conceito: _____ _________________________________________________ Orientadora: Prof. Msc. Carlos Alberto Ferreira de Castro Instituição __________________________________ Prof. Dr. Instituição __________________________________ Prof. Dr. Instituição 4 Dedico este trabalho A meu Pai, Arthur Furtado Góes (in memoriam), grande guerreiro, enfrentou grandes batalhas, que apesar da falta de instrução, sempre me fortaleceu e me ensinou a superar grandes dificuldades, е que para mim sempre será o meu grande herói. A Minha mãe, Raimunda Alves da Gama (in memoriam) pela educação, ensinamentos, princípios e valores, que sempre se dedicou para que eu lutasse e conquistasse os meus sonhos, minha eterna heroína, sempre me deu apoio nas horas de dificuldade, desânimo e cansaço; 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, por ter me dado saúde e força e ter superado as dificuldades, permitindo que tudo isso acontecesse na minha vida. Agradeço minha esposa Jaqueline Silva, minhas filhas: Aline Caroline, Jamilly Beatriz e Emilly Larissa por terem compreendido minha ausência no seio familiar e terem me dado apoio para conquista deste sonho, tudo em prol da nossa felicidade. Aos professores por terem proporcionado conhecimento, não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de especialização profissional, que se dedicaram а mim e aos meus colegas de turma, não somente por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos. Aos Meus irmãos: Telma Gama, Tânia Gama, Cecile Góes, Diego Gama e Andrey Gama, pela incentivo e apoio. Agradeço meu orientador, Professor Carlos Alberto Ferreira de Castro, pela paciência, apoio e confiança. A Universidade IEDUCARE, seu corpo docente, direção е administração que oportunizaram а janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito е ética aqui presentes. Aos amigos Luiz Arthur, Francisco Júnior, Atila Portilho, Marcelo Alfaro e Josafá Varela, companheiros de trabalhos е irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação е que vão continuar presentes em minha vida pelo grau de amizade e companheirismo. A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado, que Deus abençoe sempre. 6 LISTA DE GRÁFICOS/FIGURAS Gráfico 1...............................................................................................................26 Gráfico 2...............................................................................................................27 Gráfico 3 ..............................................................................................................34 Gráfico 4…...........................................................................................................36 Gráfico 5 ..............................................................................................................37 Gráfico 6. .............................................................................................................38 Gráfico 7 ..............................................................................................................39 Gráfico 8. .............................................................................................................40 Gráfico 9. .............................................................................................................41 Gráfico 10 .............................................................................................................42 Gráfico 11..............................................................................................................43 Gráfico 12..............................................................................................................44 Gráfico 13..............................................................................................................45 Gráfico 14 .............................................................................................................46 Gráfico 15..............................................................................................................47 Gráfico 16..............................................................................................................48 Gráfico 17..............................................................................................................49 Gráfico 18..............................................................................................................51 Gráfico 19..............................................................................................................52 Gráfico 20..............................................................................................................53 Figura 1 ................................................................................................................29 Figura 2.................................................................................................................29 Figura 3 ................................................................................................................31 Figura 4 ................................................................................................................31 Figura 5 ................................................................................................................32 7 RESUMO No Brasil há um grande histórico de incêndios tanto em ambientes públicos quanto em privados. Diante disso, é alarmante a necessidade de um preparo adequado para os funcionários saberem como agir em situações de emergências como estas. O objetivo geral deste trabalho é: avaliar o Hospital Regional Público do Marajó no que diz respeito àutilização da regulamentação contra incêndio em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil. Para alcançar este objetivo, foram traçados os seguintes propósitos a nível específico: conhecer o espaço físico do Hospital Regional Público do Marajó. A pesquisa é baseada em análise bibliográfica, e exploratória, fundamentada nas descrições do Relatório Consubstanciado (2016) do HRPM. Utilizaremos as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Segurança contra Incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde- (2014), visando realizar um comparativo das normas estabelecidas pela Anvisa e as empregadas no espaço hospitalar em questão. Da mesma forma, serão utilizados os trabalhos de Gomes (2014), pois os Projetos de Prevenção e combate ao incêndio serão muito úteis para compreender a importância das análises e (re) organizações mitológicas para prevenir e combater casos de sinistro. Da mesma forma, Fernandes (2010), na obra Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Neto (1995), Seito (2008), com Sobre a segurança Contra Incêndio no Brasil. A presente inquirição se apresenta dividida em três capítulos, onde serão discutidas as leis da segurança contra incêndio dentro do contexto histórico. O segundo capítulo destina-se a apresentar as leis contra incêndio no Brasil. Já o terceiro capítulo é o resultado da pesquisa e posteriormente temos as considerações finais. PALAVRAS-CHAVE: Incêndio, Segurança e Prevenção. 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................10 2.A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE NO CONTEXTO HISTÓRICO................................12 3. REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM ESTABELECIMENTO ASSITENCIAL DE SAÚDE NO BRASIL...............................................................17 3.1.O HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DO MARAJO.......................................24 3.2 .O ESPAÇO FÍSICO DO HOSPITAL REGIONAL PÚBLICO DO AMRAJÓ E A REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM ESTABELECIMENTOS ASSITENCIAIS DE SAÚDE..................................................................................25 4.CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................54 5.REFERÊNCIAS..................................................................................................57 9 1. INTRODUÇÃO No Brasil há um grande histórico de incêndios tanto em ambientes públicos quanto em privados. Há um número considerável de reportagens sobre, como, o grande incêndio no edifício Joelma em 1974 na capital paulista deixando mais de 180 mortos; e mais recentemente em 2000, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, um curto-circuito em um aquecedor incendiou uma creche, vitimando doze crianças entre 2 e 4 anos e duas funcionárias da escola.1 Diante disso, é alarmante a necessidade de um preparo adequado para os funcionários saberem como agir em situações de emergências como estas. Em estabelecimentos assistenciais de saúde, como os hospitais, é norma amparada por lei que estes disponham de equipamentos adequados para combater e prevenir a ocorrência de um possível incêndio. Pois, do contrário, colocaria em risco a vida de todos os seus ocupantes, em especial a dos pacientes. Partindo desta inferência, o tema a ser trabalhado neste projeto é A Regulamentação contra incêndio no Hospital Regional Público do Marajó. É importante destacar que este projeto surgiu a partir da observação feita em uma visita a trabalho no hospital Regional Público do Marajó. Notou-se a grande complexidade do hospital, com mensurado em cerca de 8.000 metros quadrados2 e considerável número de leitos, o que torna preocupante caso um possível incêndio ou explosão no local venha a ocorrer. Diante disso questionou-se o seguinte problema: será que o Hospital Regional Público do Marajó utiliza a regulamentação de segurança contra incêndio em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil? O objetivo geral deste trabalho é: avaliar o Hospital Regional Público do Marajó no que diz respeito à utilização da regulamentação contra incêndio em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil. Para alcançar este objetivo, foram traçados os seguintes propósitos a nível específico: conhecer o espaço físico do Hospital Regional Público do Marajó, no que diz respeito à aplicação da regulamentação contra incêndio em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil; Analisar os dados coletados com os regulamentos de segurança contra 1 Dado retirado do site Exame Abril. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/os-maiores- incendios-no-brasil/. Acessado em 24 de setembro, às 13:29 horas. 2 Dado retirado do Projeto de proteção contra incêndio homologado pelo corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, através do protocolo sisgat nº 29823. 10 incêndio no Brasil, juntamente com as sugestões de alguns autores renomados da área; Identificar possíveis formas para melhorar a segurança do Hospital Regional Público do Marajó no que tange ao plano contra incêndio. A pesquisa é baseada em análise bibliográfica, e exploratória, fundamentada nas descrições do Relatório Consubstanciado (2016) do HRPM. O relatório descreve a realidade do hospital e sua praticas diárias. Utilizaremos as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Segurança contra Incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde- (2014), visando realizar um comparativo das normas estabelecidas pela Anvisa e as empregadas no espaço hospitalar em questão. Da mesma forma, serão utilizados os trabalhos de Gomes (2014), pois os Projetos de Prevenção e combate ao incêndio serão muito úteis para compreender a importância das análises e (re) organizações mitológicas para prevenir e combater casos de sinistro. Da mesma forma, Fernandes (2010), na obra Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Neto (1995), Seito (2008), com sobre a segurança Contra Incêndio no Brasil, se configuram como elementos indispensáveis para a construção e comparação das informações obtidas. Ademais, também serão instrumentos de pesquisa artigos de periódicos virtuais, fotografias e sites na internet dos órgãos competentes que abrangem os assuntos abordados no trabalho e etc, a fim de auxiliar no desenvolvimento do trabalho. A presente inquirição se apresenta dividida em três capítulos. O primeiro é intitulado “A segurança contra incêndios em estabelecimentos assistenciais de saúde no contexto histórico”, onde serão discutidas as leis da segurança contra incêndio dentro do contexto histórico. O segundo capítulo, denominado “Regulamentação contra incêndios em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil”, destina-se a apresentar as leis contra incêndio no Brasil. Já o terceiro capítulo é nominado com sua funcionalidade: “Resultados da pesquisa” e posteriormente temos as considerações finais. 11 2. A SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE NO CONTEXTO HISTÓRICO A história da relação do homem com o fogo remonta a pré-história e, entre narrativas de temor e veneração, (o fogo) é um dos muitos elementos da natureza que fazem parte do cotidiano humano. Seu controle e prevenção dependem de condições circunstanciais já que, em situações favoráveis, o fogo / incêndio - de pequena ou grande proporção -, pode ocorrer em qualquer espaço físico. Deacordo com a gênese da segurança contra incêndio, há registros em várias partes do mundo, nas mais variadas épocas. Segundo Menezes (2007), há registros na China em 564 a.C., na Roma antiga. Os hebreus no Século X a.C, efetuavam rondas com intuito de alarmar o povo em caso de incêndio. No Século XVII a.C. na Babilônia, o imperador Hamurabi criou um código de leis, para prevenção e intervenção em casos de incêndios, sendo que alguns destes vigoram até hoje. Em documentos históricos consta que o primeiro corpo de bombeiros funcionou em Roma no primeiro século antes de Cristo, organizado no ano 22 a.C. pelo Imperador Otávio Augusto (2) (27 a.C. a 14 a.C.). No Brasil, o embrião da preocupação em relação ao combate de incêndios chegou com os portugueses e os “vigias do fogo” que tinham a missão de combater incêndios nas embarcações que eram feitas de madeira. A origem do fogo está diretamente relacionada com a origem do homem, no início dos tempos ao bater uma pedra contra outra, gerava uma faísca que, junto a gravetos, iniciava uma fogueira a fim de se aquecer, cozer alimentos e mesmo iluminar a escuridão. O homem controlava o fogo para uso próprio, no entanto não controlava o fogo que vinha de relâmpagos e vulcões, e este sempre foi um desafio do homem durante milhares de anos, mesmo porque, esses fenômenos eram associados à ira dos deuses, verdadeiro castigo do céu, sendo, portanto, o fogo venerado na antiguidade. Ao dominar e controlar o fogo o homem subsistia, e quando fora de seu controle havia inúmeras perdas de vidas e de propriedades devido a incêndios. (FERNANDES, 2010, p. 11) Historicamente, o Brasil possui registro de incêndios de grandes proporções marcados tanto pela destruição material quanto pelo número de mortes. A proporção das perdas evidencia o quanto a ausência de um plano contra incêndio facilita a destruição material e humana diante de um caso de sinistro, visto tragédias como a do Gran Circus Norte-Americano, que, durante de passagem pelo Rio de Janeiro em 1961, matou 503 pessoas, onde 70% eram crianças. Em São Paulo duas tragédias 12 marcaram a história do país: o incêndio no edifício Andraus em 1972, e o no edifício Joelma em 1974. O incêndio no edifício Andraus fez 336 feridos e 16 mortos, o incêndio do edifício Joelma resultou em 179 mortos. Já no Rio de Janeiro, houve o Incêndio no edifício Andorinhas, com 20 mortos. Em Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul, no ano de 2013, houve a tragédia na boate Kiss, com 231 mortos, registrada como a segunda maior tragédia do país. Segundo Seito et al (2008), as mudanças que contribuíram para a mobilidade social em relação às condições de segurança surgiram conforme incidentes e necessidades foram aparecendo, todas motivadas por ocorrências e desastres relacionados as chamas. Em virtude disso, no decorrer dos últimos anos, notou-se uma enorme preocupação por parte dos órgãos de segurança - e em especial o corpo de bombeiros -, acerca da estrutura da segurança de alguns estabelecimentos. A preocupação está, evidentemente, relacionada à finalidade de transmitir conceitos e conhecimentos fundamentais sobre o controle e o combate aos incêndios e suas consequências, bem como as soluções para minimizar o risco e as decorrências de um eventual incêndio, auxiliando na definição de parâmetros e requisitos de segurança sobre o tema. O Brasil, apesar de levantamentos estatísticos sofríveis, é o segundo país do mundo em número de vítimas de incêndios. Cabe salientar, todavia, que os dados estão, quase que na totalidade, restritos às chamadas dos corpos de bombeiros. Como só 5 % dos municípios possuem grupamentos de incêndio é possível perceber a subinformação que prejudica os dados oficiais disponíveis. (Neto, 1995, p. 13) Como verificado, muitos ângulos da história registram a preocupação com o combate e o controle de casos de sinistro relacionados a incêndio. Todos os registros até aqui encontrados apresentam a necessidade de lidar com o fogo e a importância de compreender as especificidades relativas aos casos onde a ocorrência representa riscos ao patrimônio e à vida. É preciso pensar a realidade e as possibilidades a partir desses espaços que são bastante frequentados, tanto por pacientes e seus acompanhantes, quanto pelas pessoas que trabalham no local. Diante do exposto faz-se necessário dar assistência a esses espaços sociais no sentido de prevenir incêndios para resguardar patrimônio material e as vidas nele abrigadas. 13 Preponderantemente em estabelecimentos dessa natureza, há de se considerar que os problemas de saúde em si, bem como os problemas de mobilidade, podem dificultar drasticamente que grande parte dos pacientes consiga, sem auxílio, abandonar a edificação em caso de incêndio e, portanto, deve-se trabalhar incansavelmente na prevenção desse risco, no treinamento dos colaboradores e em equipar essas edificações com meios eficazes de resposta (ex.: medidas de proteção ativas) para a eventualidade da ocorrência de um incêndio (AHRENS, 2003 apud ANVISA, 2014, p. 11). A melhoria das condições de segurança contra incêndios deve-se principalmente à elaboração de medidas de prevenção e proteção. Compreende-se por medida de prevenção qualquer ação destinada a minimizar os riscos de ocorrência de incêndios e dentre outras coisas, tais como: Redução das fontes de ignição (chamas, superfícies aquecidas, fagulhas, centelhas e arcos elétricos), arranjos e construções físicas normalizadas, conscientização e manutenção preventiva, e fornecimentos de cursos de capacitação de profissionais que trabalham nesse espaço caso ocorra incêndios. No tocante a medidas de proteção a incêndios, pode-se conceituar como aquelas destinadas a diminuir suas consequências, limitando o seu crescimento, sua propagação para outros ambientes e propiciando condições adequadas para o controle das chamas, sua extinção e até mesmo sua auto extinção. Essas medidas podem ser subdividas em duas categorias a proteção passiva e ativa (ANVISA, 2014). Anualmente no Brasil, ocorrem mais de 267.000 incêndios que equivalem a 700 ocorrências por dia em todo o território nacional, sendo que essas mesmas ocorrências custam a vida de cerca de 1.000 pessoas por ano (idem). No caso dos hospitais, um incêndio de alta proporção, ou simplesmente um estado de pânico generalizado, pode significar risco de morte para grande parte dos ocupantes de forma que coloca em risco a saúde dos presentes no interior da edificação, principalmente os pacientes situação é mais delicada. A partir desses anseios é de suma importância que os planejadores tenham os insumos mínimos do processo de prevenção de incêndios. Isto, sem dúvida, se reveste da mais alta importância quando o seu objeto específico é uma categoria claramente singular da atividade humana. Uma posição de destaque em razão das peculiaridades e características das pessoas atendidas. As atividades dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde estão voltadas para uma coletividade limitada nas faculdades físicas e mentais. Condição derivada do estado de saúde ou da faixa etária. Situação onde se rebaixa ou anula a capacidade individual de responder 14 adequadamente às difíceis circunstâncias provocadas pela ocorrência de um sinistro. Esta ocasião desfavorável incide, de maneira especial, em um dos aspectos essenciais da proteção dos edifícios e pessoas: A EVACUAÇÃO. Neste sentido existe consenso internacional de que determinados estabelecimentos de saúde, entre eles alguns hospitais, são praticamente inevacuáveis. Consequentemente a necessidade de enfatizar a prevenção e a proteçãomais que qualquer outro pressuposto, passa a ter importância dobrada. A perspectiva de adotar, no planejamento dos EAS, todas as precauções possíveis para tratar de impedir a ocorrência do incêndio, PREVENÇÃO, ou controlar seu desenvolvimento, PROTEÇÃO, são um imperativo. (LUIZ NETO, 1995, p. 17) A genealogia da segurança contra incêndios em estabelecimentos assistências de saúde não pode ser vista sem o contexto histórico da formação de grupos cuja função era prevenir e conter casos de sinistro. O risco e a decorrência de um eventual incêndio necessitam de treinamento de usuários, de projetistas, de trabalhadores dos mais diferentes espaços e como tratamos de locais que lidam com a saúde. O contexto exige um conjunto de orientações sobre prevenção e combate a incêndios em ambientes como hospitais, onde deve ser elencada a importância dos pacientes e seus acompanhantes nas ocorrências de treinamentos. Deste modo, todos devem estar preparados para casos de sinistro com metodologias de prevenção do início do incêndio, prevenção do rápido crescimento do incêndio, com adequação e conhecimento dos meios de escape para os ocupantes. Sem deixar de mencionar que os ambientes devem ser projetados com divisão dos espaços internos para prevenir a propagação irrestrita do incêndio, instalações para controle de incêndio na edificação, além de um sistema de brigadas de incêndio para salvamento e controle do incêndio. Para Fernandes (2010), historicamente, a sociedade sempre atuou na forma de responder a grandes catástrofes e sinistros, mas nunca agindo de forma preventiva, sendo assim, foi/é necessários pensar a concretizar a prevenção do ponto em que é importante atuar na anticoncepção das causas de um problema e não na solução da dificuldade. A análise da segurança contra incêndios em estabelecimentos assistências de saúde no contexto histórico deve considerar sempre as influencias que levaram a sociedade e as instituições a se preocupar e a planejar a prevenção para que tragédias não se repitam. 15 Chegamos então ao Hospital Público Regional (HPRM) do Marajó em Breves-Marajó-Pará, onde esse trabalho se enfatiza. O Hospital Regional do Marajó (HRM) foi inaugurado em setembro de 2009 e atende pacientes dos municípios de Anajás, Bagre, Breves, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel. O HRM é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), uma organização social qualificada pela Secretaria Estadual de Saúde (SESPA). Oferece consultas em Clínica Médica, Pediatria, Cardiologia e Oftalmologia, e exames em análises clínicas, radiologia, ultrassonografia, mamografia, eletrocardiografia, endoscopia, tomografia, ergometria e ecocardiografia. Possui 50 leitos clínicos e 17 de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), além de 4 salas de cirurgia. Em média, são feitas cerca de 250 internações por mês. (SALERA JÚNIOR, 2013, p. 10) O Hospital Público Regional do Marajó é uma unidade hospitalar de média e alta complexidade, inaugurado em 25 de Setembro de 2010. Os seus trabalhos de atendimentos ambulatoriais atendem os municípios de: Breves, Anajás, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Portel e demais poluções ribeirinhas. De acordo com o IBGE (2010, apud Caetano (2013), o Município de Breves tem extensão territorial de 9.550,474 km2 e está localizado ao sudoeste da ilha do Marajó, Estado do Pará. A sede do Município situa-se à margem esquerda do Rio Parauaú, distante 160 km em linha reta de Belém, tendo como principal forma de acesso o transporte fluvial, com duração média de 12h de viagem para a capital do Estado, Belém, e por via aérea em até 45 minutos de duração. A posição geográfica da cidade e a distância da capital já foram subsidiárias de dificuldades na hora de prestar socorro em casos de tragédias incendiarias presentes na memória da sociedade brevense. Há muitas destas ocorrências na cidade de Breves. Entretanto, o corpo de bombeiros só foi fixado na cidade do ano de 2009, já que, um ano antes, um incêndio que começou por volta das 4h, em uma mercearia no centro comercial da cidade. As chamas alcançaram uma vila de casas de madeira, que foram completamente destruídas. O fogo foi controlado pelos próprios moradores, porque o município, até então, não tinha quartel do Corpo de Bombeiros. Não há registro de casos de sinistro em nenhuma das unidades de saúde presentes no município de Breves. Todavia, a necessidade um planejamento de combate é necessário, pois os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) estão frequentemente em transformação em razão de novos conhecimentos obtidos por médicos e o desenvolvimento de novas tecnologias no campo da medicina, o que também deve levar em consideração a demanda populacional que 16 é atendida. Assim, os projetos contra incêndio no ambiente construído devem ser pensados desde a construção do patrimônio à organização de brigadas, treinamentos, rotas de fuga, elementos de proteção e etc. Vale ressaltar que os EAS comportam equipamentos eletrodomésticos sofisticados e que exigem instalações complexas e serviços de manutenção constantes. Esses fatores contribuem significativamente para um elevado risco de incêndios nesse tipo de edificações, porém esse risco pode ser amenizado a partir de medidas de controles adequados, pois ao mesmo que as constantes intervenções fragilizam o sistema de segurança contra incêndios das edificações, representam também uma excelente oportunidade de implementar ou ainda medrar a segurança contra incêndios nesses ambientes como propõe a ANVISA. 3. REGULAMENTAÇÃO CONTRA INCÊNDIOS EM ESTABELECIMENTOS ASSISTENCIAIS DE SAÚDE NO BRASIL Devido à ocorrência de casos de sinistro, surgiram preocupações em relação a prevenção, controle e combate em casos de incêndio, principalmente pelos órgãos de segurança pública, como o corpo de bombeiros. Os já mencionados acidentes ocorridos nos mais variados espaços sociais, como em 2013, na boate Kiss3, - engendraram um novo olhar acerca da fiscalização e da construção dos espaços. O prédio, no dia da tragédia que marcou o país, não ofereceu possibilidade de fuga às pessoas do recinto e a tragédia, evidentemente abriu portas para que a fiscalização fosse repensada e intensificada. Para NETO (1995) e Seito et al (2008) o planejamento é uma ação de grande responsabilidade porque um diagnóstico, mesmo que simplificado, pode garantir a segurança em um incêndio tanto das edificações quanto das vidas presentes no espaço dela. O problema é cultural e a formação dos planejadores não escapou à influência do meio. O país assiste com frequência, especialmente no meio urbano em expansão, a perdas de vidas e enormes prejuízos econômicos. Ainda assim, a sociedade não produziu uma política de proteção contra incêndios. A segurança dos núcleos urbanos, de acordo com os órgãos internacionais de seguro, depende: • 35 % das entidades de defesa civil; • 35 % do sistema de abastecimento de águas; e • 30 % do planejamento e normas preventivas. Cada um desses segmentos exige a preparação de profissionais a altura de tamanhas responsabilidades. Isto, de forma articulada e complementar, ainda 3 Ver segundo parágrafo do capítulo anterior. 17 não aconteceu no Brasil. A disfunção existente entre os diversos órgãos que atuam em defesa da população é o maior indicador deste atraso que só agora, lentamente, vem sendo alterado. De um parágrafo na portaria nº 400 do Ministério da Saúde de 04.12.77, a este capítulo, novas exigências surgiram. Paradoxalmente, agora, as soluções ora referenciadas têm maiores oportunidadeseconômicas de serem incorporadas ao processo de planejamento. (LUZ NETO, 1995, p. 18-19) Considerando a questão cultural de formação e planejamento, é de suma importância confiabilizar as condições necessárias e participativas das esferas competentes à formação, planejamento, organização e fiscalização dos espaços sociais – neste caso, os da saúde. Espaços como o Hospital Regional Público do Marajó, merecem atenção especial uma vez que lidam com um grande número de pessoas diariamente. No Município de Breves, os Hospitais Regionais Públicos do Marajó, por exemplo, contêm 440 colaboradores – entre médicos, equipes de enfermagem, setor administrativo, serviço de apoio e demais componentes. De acordo com o Relatório Consubstanciado de Atividades (2016), além do número de funcionários, há o percentual diário de usuários, além da presença de diversos produtos inflamáveis no ambiente. Diante do exposto, faz-se necessário dar assistência a esses importantes espaços sociais no sentido de expor as regulamentações contra incêndios nesses espaços. Os mencionados estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) estão frequentemente em transformação em razão de novos conhecimentos obtidos por médicos e o desenvolvimento de novas tecnologias no campo da medicina e a obtenção de novos saberes também podem transformar os projetos contra incêndio e o ambiente construído. Vale ressaltar que os EAS comportam dispositivos eletroeletrônicos sofisticados que exigem instalações complexas e serviços de manutenções constantes. Fatores dessa natureza contribuem significativamente para um elevado risco de incêndios nesse tipo de edificações, principalmente os relacionados a fenômenos termoelétricos, porém o risco pode ser amenizado a partir de medidas de controles adequados, pois ao mesmo tempo em que constantes intervenções fragilizam o sistema de segurança contra incêndios das edificações, representam também uma excelente oportunidade para programar ou ainda ampliar a segurança contra incêndios nesses ambientes (ANVISA, 2014). Neste cenário, naturalmente surge o aumento dos riscos de incêndio dentre outros, com a necessidade de reação da sociedade frente a estes riscos. Devido à falta de infraestrutura de nosso país para reagir a algumas necessidades, este crescimento desenfreado e por vezes desestruturado no 18 que tange a segurança contra incêndios, faz com que tenhamos que melhorar a regulamentação preventiva contra incêndio, melhorar os equipamentos de segurança contra incêndio e principalmente investir na formação dos engenheiros, arquitetos, bombeiros, técnicos e na educação da população no que tange à segurança contra incêndio e pânico. (FERNANDES, 2010, p. 12) A melhoria das condições de segurança contra incêndios deve-se principalmente a elaboração de medidas de prevenção e proteção. Compreende por medida de prevenção qualquer ação destinada a minimizar os riscos de ocorrência de incêndios e dentre outras coisas, tais como: Redução das fontes de ignição (chamas, superfícies aquecidas, fagulhas, centelhas e arcos elétricos), arranjos e construções físicas normalizadas, conscientização e manutenção preventiva, e fornecimentos de cursos de capacitação de profissionais que trabalham nesse espaço, deixando-os preparados para intervir em caso incêndios. Já no que diz respeito a medidas de proteção a incêndios, pode-se conceituar como aquelas destinadas a diminuir os impactos causados por incêndios, limitando o seu crescimento, sua propagação para outros ambientes e propiciando condições adequadas para o controle das chamas, sua extinção e até mesmo sua auto extinção. De acordo com (Seito et al., 2008, apud Anvisa, 2014), os incêndios e suas ocorrências não se assemelham porque as características de cada incêndio são determinadas por diversos fatores que dependem da forma geométrica e dimensões da área atingida, da superfície específica dos materiais combustíveis envolvidos e etc. No Brasil, há uma diversidade de leis, decretos, instruções técnicas e portarias sobre prevenção e controle dos casos de sinistro, tanto em nível federal e estadual e municipal. Cabe aos decretos estaduais com parâmetros e exigências acerca das edificações corresponderem às necessidades que satisfazem à segurança e às condutas que devem ser seguidas nos casos de sinistro. Portanto é importante realizar estudos, fiscalizar, fazer as alterações necessárias e a manutenção. Além dos fatores citados, o arquiteto e os técnicos que trabalham na execução e/ou elaboração de projetos devem permitir a perfeita compreensão, utilização e manutenção da segurança do EAS. Para tanto, devem consignar em memoriais descritivos, peças gráficas, fotografias e disquetes as informações necessárias para a revisão e utilização futura do sistema. Tais informações, por exemplo, devem ser acessadas pelos bombeiros no hall de entrada principal do EAS. 19 Lá deve existir um armário privativo com estes dados atualizados periodicamente e a inscrição: Emergência-Privativo do Corpo de Bombeiros. (LUZ NETO, 1995, p. 64) No país não existe um documento unificado sobre tais procedimentos, resultando em fator negativo para a prevenção contra incêndios no Brasil, abrindo muitas brechas para interpretações, o que termina levando a erros e, consequentemente, a maiores riscos e o cenário a partir do contexto exige que os profissionais da área estejam, frequentemente, em atualização de estudo e aprendizagem, sempre alerta às evoluções e tendo em mente que sempre será melhor prevenir do que remediar, esse fator pode ser uma das possíveis explicações dessa área possuir um mercado promissor e que estar em crescimento constante (GOMES, 2014). Os aspectos já apresentados sobre a segurança contra incêndios em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde podem ser tratados independentemente. Porém, pela forte influência mútua que já é possível perceber, é fundamental que componham um todo coerente. Por exemplo, existe uma forte relação entre: Manutenção da Estabilidade Estrutural e o Combate ao Incêndio. O tempo que a estrutura resiste ao fogo deve estar associada ao tempo necessário para controlar o incêndio através dos sistemas próprios de combate e da atuação dos bombeiros. Este tipo de consideração é mais um princípio dos códigos internacionais que não foi introduzido anteriormente por razões óbvias. (LUZ NETO, 1995, p. 65) Seito (2008) apud Gomes (2014) resume o objetivo e a necessidade da evolução das normas, leis e técnicas de prevenção e combate a incêndios no Brasil. A preocupação tanto do poder Federal, quando do Estadual e Municipal tem ligação direta com o histórico de tragédias. No caso do município de Breves, onde está localizado o Hospital Regional Público do Marajó, o poder público “despertou” depois após o relatado incêndio que destruiu muitas casas e foi controlado pela população. Corpo de Bombeiros, fiscalização e aplicação de normas eram conceitos distantes, até então, do cotidiano brevense. Após esse caso de sinistro, o Corpo de Bombeiros foi fixado ao município e passou a fazer tanto a fiscalização quando trabalhos de prevenção. A localização do EAS, sua configuração e a população que o utiliza são fatores que influenciam diretamente na concepção de um sistema de segurança contra incêndio. Ao contrário do que parece, a definição do grau de exigência concernente à prevenção e proteção na edificação para saúde é mensurado a partir das condições urbanísticas e não da edificação isolada. 20 [...] A situação e o entorno do EAS, desta forma, se revestem de especial importância para garantir o acesso de ajuda externa e do controledo pânico. Adicionalmente para permitir a manutenção de suprimentos essenciais como água, luz e alimentos, mesmo nas situações mais críticas provocadas por um incêndio. A cooperação da vizinhança no caso de evacuação, trânsito de ambulâncias em emergências e situações semelhantes é fundamental. (LUZ NETO, 1995, p. 35, 36) De acordo com Neto (1995), estabelecimentos assistenciais de saúde apresentam um conjunto de atribulações específicas do ponto de vista da proteção contra incêndios. E em virtude da necessidade e importância de preservar a vida, o patrimônio e o meio ambiente, a preservação da própria edificação, vários fatores não podem ser esquecidos como o estado físico de cada um dos pacientes, as limitações de locomoção dos pacientes e até mesmo de seus acompanhantes, possuir um plano de controle e combate a incêndios, proporcionar o treinamento regular e adotar procedimentos capazes de conferir auxilio as instituições de saúde na prevenção eficiente, na rápida evacuação do público e no rápido combate a um incêndio. O ambiente hospitalar deve dispor, além de um bom planejamento e treinamento de seus colaboradores diários, de rotas de fuga liberadas e bem sinalizadas, alarmes, luminárias de emergências, hidrantes em funcionamento e extintores de incêndio em validade, são as chamadas proteção ativa e passiva. Tais elementos viabilizam a preservação das vidas e do patrimônio material. [...] o “problema incêndio”, até início dos anos 70 do século passado, era visto como algo que dizia mais respeito ao corpo de bombeiros. A regulamentação relativa ao tema era esparsa, contida nos Códigos de Obras dos municípios, sem quaisquer incorporações do aprendizado dos incêndios ocorridos no exterior, salvo quanto ao dimensionamento da largura das saídas e escadas e da incombustibilidade de escadas e da estrutura de prédios elevados. O corpo de bombeiros possuía alguma regulamentação, advinda da área seguradora, indicando em geral a obrigatoriedade de medidas de combate a incêndio, como al provisão de hidrantes e extintores, além da sinalização desses equipamentos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tratava do assunto por intermédio do Comitê Brasileiro da Construção Civil, pela Comissão Brasileira de Proteção Contra Incêndio, regulamentando mais os assuntos ligados à produção de extintores de incêndio. Inexistia, por exemplo, uma norma que tratasse de saídas de emergência. (SEITO et al, 2008, p. 23, 24) Dessa forma, é constatável que a avaliação e classificação de risco em decorrência do dano ao patrimônio eram as fontes reguladoras. Comprovando que não havia aprendizado decorrente dos grandes incêndios ocorridos nos EUA ou em outros países, abrindo espaço para uma sequência de tragédias históricas. 21 Um incêndio pode ocorrer em virtude de muitas causas, contemporaneamente, considerando o estado tecnológico, um curto circuito numa instalação elétrica pode ser o foco de um. Ouro fator a ser considerado é o armazenamento de produtos de fácil combustão e ações humanas como fumantes, que podem abandonar bitucas de cigarros em locais vulneráveis a esses locais. Por isso a obra, a manutenção e a segurança patrimonial do complexo hospitalar e as vidas nele presentes, exigem preparo e planejamento necessário. O ambiente precisa estar equipado com detectores de fumaça, alarmes e brigadas de incêndio treinadas. Estabelecimento Assistencial de Saúde e quais são suas necessidades operacionais básicas. Com esse entendimento, a equipe multidisciplinar envolvida no projeto ou ainda na operação desse EAS deve projetar ou atuar de forma consciente e assertiva na definição do risco de incêndio tolerável tanto de forma geral, quanto de forma específica para a edificação em questão. Os níveis aceitáveis de risco, assim como o foco da análise de risco de incêndio para definição das medidas de segurança necessárias, devem estar baseados no seguinte tripé (Coté et al, 2002): 1) Segurança à vida. 2) Proteção do patrimônio. 3) Continuidade dos negócios (operação do EAS). (ANVISA, 2014, p. 11) No caso do Hospital Regional Público do Marajó, existe um conjunto de normas que são fundamentadas em leis e regulamentações que foram instituídas de acordo com a história e as necessidades referentes aos casos de sinistro. Entretanto, por muito tempo os compostos da segurança deixaram de estar concretamente presentes, como é o caso do 11º Grupamento de Bombeiro militar, fixado na cidade de Breves somente no ano de 2009. No caso do município do EAS ser atendido por Corpo de Bombeiros Militar, sugere-se que seja realizada consulta formal quanto à possibilidade do abrandamento dos requisitos mínimos de altura, largura e peso definidos nessa seção em razão das viaturas efetivamente disponíveis para atendimento do EAS. Na ausência de Corpo de Bombeiros Militar, recomenda-se que sejam seguidos os parâmetros mínimos aqui estabelecidos. (ANVISA, 2014, p 34) No decorrer das últimas décadas, o desenvolvimento tecnológico produziu modificação no sistema construtivo brasileiro uma vez que o número elevado de instalações e equipamentos de serviço aumentou os riscos de incêndio, principalmente em áreas hospitalares, cuja estrutura e aparato tecnológico buscam não somente atender, mas primar pela qualidade e segurança dos pacientes. Esse fato leva em consideração a normatização que o Brasil apresentou em diversos avanços nas últimas décadas após as referidas catástrofes, quando se tornou 22 assaz necessário garantir que situações de sinistro sejam prevenidas, combatidas e da forma mais organizada possível. As regulamentações objetivam refletir e acompanhar todo e qualquer tipo de evolução a ser introduzida, tanto no processo produtivo como no uso do edifício, contribuindo para a implantação efetiva de um sistema global de segurança contra incêndio. De acordo com dados levantados pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça34, somente cerca de 15% dos 5.565 municípios brasileiros35 possuem bombeiros militares, deixando evidente a necessidade de investir-se em treinamento qualificado para que os próprios colaboradores dos EAS possam lidar com ocorrências de incêndio. (ANVISA, 2014, p.70) Para Gomes (2014), ANVISA (2014) e Seito, Et al (2008), é a regulamentação que possibilita condições mínimas de segurança exigidas contra incêndios devem ser atendidas em todos os locais de trabalho e demais edificações. Os princípios atribuídos e seus critérios gerais de atuação objetivam garantir a aplicação dos regulamentos, pois a regulamentação tem, como via de regra, atender de forma igual os interesses da administração pública e dos consumidores e empresários. Para Gomes (2014), ANVISA (2014) e Seito, Et al (2008), é a regulamentação que possibilita condições mínimas de segurança exigidas contra incêndios devem ser atendidas em todos os locais de trabalho e demais edificações. Os princípios atribuídos e seus critérios gerais de atuação objetivam garantir a aplicação dos regulamentos, pois a regulamentação tem, como via de regra, atender de forma igual os interesses da administração pública e dos consumidores e empresários. Os comandos devem ser escritos de forma concisa e clara, visando a fácil compreensão e prática. Não deve trazer detalhes técnicos, como medida de prevenção e proteção contra incêndios, pois são objeto da normalização, que deve conter detalhes técnicos que providenciem a sustentação da regulamentação, contemplando, especialmente, as condições relativas ao projeto, fabricação/construção, instalação, funcionamento, uso, manutenção e avaliação dos dispositivos utilizados na garantia da segurança contraincêndio dos edifícios. Ao realizar uma analogia entre a regulamentação e a normalização, conclui-se que a normalização é também um resultado do consenso entre as partes envolvidas e os interessados na questão. As inspeções realizadas nas edificações e as possíveis avaliações dos seus projetos contra incêndios são de responsabilidade da atividade 23 de fiscalização cujo objetivo é verificar o atendimento à regulamentação. O processo de fiscalização requer profissionais qualificados e vinculados de forma direta ou indireta ao corpo de bombeiros e à administração municipal, onde devem ser aptos a esclarecer questões técnicas e normas que não estão contidas em regulamentações. Vale ressaltar que a formação geral de trabalhadores também é um quesito importante, pois o risco de incêndio nos locais de trabalho é acentuado. Portanto conscientizar para a importância da prevenção e proteção contra incêndio, durante o uso do edifício, é um parâmetro educacional ligado à formação dos trabalhadores. Destacam-se também a importância da formação de responsáveis pela segurança contra o incêndio nas empresas e na formação de arquitetos e engenheiros especializados, capacitando para a área pessoal de nível superior. As ocorrências, mais frequentes de incêndio, tanto pequenas como grandes, são nas edificações residenciais, sendo que alguns exemplos de início de ignição verificam-se em: vazamento de gás de botijões com explosões, curtos-circuitos em instalações elétricas por excesso de carga, manuseio de explosivos e outros produtos perigosos em locais não adequados, esquecimento de ferro de passar roupa, fogões e eletrodomésticos ligados, entre outros. A prevenção de incêndio compreende uma série de medidas, tais como a determinada distribuição dos equipamentos de detecção e combate a incêndio, o treinamento de pessoal, a vigilância contínua, a ocupação das edificações considerando o risco de incêndio, a arrumação geral e a limpeza, visando impedir o aparecimento de um princípio de incêndio, dificultar a sua propagação, detectá-lo o mais rapidamente possível, e facilitar o seu combate ainda na fase inicial. No Brasil as perdas por incêndios em edificações têm aumentado em importância, visto que os sinistros vêm envolvendo cada vez maiores riscos, em face da urbanização brasileira. Com o consequente aumento dos riscos de incêndio, será necessário um investimento cada vez maior na área de segurança contra incêndio e pânico. (FERNANDES, 2010, P 13) O serviço prestado de combate a incêndios deve ser realizado unicamente por profissionais com treinamento adequado para minimizar o tempo de chegada ao local onde o fogo está instalado. Esses profissionais devem possuir amplo conhecimento sobre segurança contra incêndios e da sistemática de como estes têm início, se desenvolvem e se alastram, para que se realize a interrupção de sua evolução durante as fases iniciais do processo, reduzindo as perdas que poderão vir a ocorrer. 24 3.1 O Hospital Regional público do Marajó Faz-se necessário explicar que todos os dados apresentados aqui são referentes ao site oficial do HRPM e da sua página da rede social Facebook. Ademais, também foram obtidos a partir da leitura de documentos como o Relatório Consubstanciado de Atividades de 2016 da Secretaria de Saúde Pública e dos dados coletados durante a pesquisa de campo deste trabalho. Consoante ao Relatório Consubstanciado de Atividades (2016, p. 01) da Secretaria de Saúde Pública, o Hospital Público Regional do Marajó é uma unidade hospitalar de média e alta complexidade, com 70 leitos, inaugurado em 25 de 2010, localizado no município paraense de Breves, Ilha em uma das ilhas que compõem o arquipélago do Marajó. A instituição é direcionada para atendimentos ambulatoriais e hospitalares de média e alta complexidade nas especialidades de clínica médica, cirurgia geral, obstetrícia de alto risco, neonatologia, pediatria, cardiologia, oftalmologia, traumato- ortopedia, urologia, ginecologia oncológica, Mastologia, otorrinolaringologia e medicina intensiva, trabalhando integrado através da Central de Regulação do Estado do Pará, a todos os Municípios da sua área de abrangência (a saber, Breves, Anajás, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel). Ainda conforme o relatório é importante ressaltar que o hospital é administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano - (INDSH), Organização Social, qualificada pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará para desenvolver as atividades e serviços de assistência à saúde no Hospital Regional do Marajó, teve seu primeiro Contrato de Gestão Nº 031/2010, renovado em setembro de 2017 através de aditivo contratual, originado do processo licitatório passado a vigorar através do Contrato de Gestão 038/2015, publicado no Diário Oficial Nº 33005 pag. 13. A estrutura do estabelecimento dispõe de leitos devidamente adequados, com o aparato tecnológico necessário para prover um atendimento de qualidade e segurança aos pacientes, sendo divididos da seguinte forma com as respectivas quantidades: leitos de internação (53) e leitos complementares (17). (Relatório... P.04). O hospital, que tem mais de oito mil metros quadrados, possui cinco ambulatórios. Este, por sua vez, oferece consultas em Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cardiologia, Obstetrícia de Alto Risco, Pediatria e Neonatologia e Trauma- 25 Ortopedia, funciona vinte e quatro horas divido em turnos de trabalho, gera emprego para mais de trezentos colaboradores4, no seu quadro funcional possui médicos, enfermeiros, técnico de enfermagem, peritos, seguranças, funcionários da administração e equipe de manutenção e limpeza. 3.2 O espaço físico do Hospital Regional público do Marajó e a regulamentação contra incêndios em estabelecimentos assistenciais de saúde no Brasil A análise realizada a respeito da regulamentação contra incêndio e pânico do Hospital Regional Público da Região do Marajó, trabalhou com dados coletados através da observação de campo e realizou entrevistas, fez uso de formulários. Fora realizada a pesquisa de campo e observação cotidiana no Hospital Regional do Marajó, com diálogo frequente com os funcionários dos mais diversos setores do hospital. O trabalho, visão ampla das reais condições de lócus de pesquisa da temática e observação, foi realizada em sete dias, de forma que se configurou como suficiente para a observação com êxito. De acordo com Minayo (2009), a observação de campo consiste em fazer a coleta de dados, aproximando o pesquisador da realidade sobre a qual possui interesse, bem como manter interação com os atores que compõem a realidade, os fatos e fenômenos exatamente como ocorrem. Assim sendo, a coleta de dados utilizou entrevista com 10 colabores do hospital. Esses colaboradores estiveram, no momento da pesquisa, distribuídos em: 4 profissionais do setor da saúde, 4 funcionários do setor administrativos e 2 de serviços gerais. A pesquisa baseada em análise participativa, descritiva e exploratória, fundamentada na realidade vivencias pelos colaboradores cotidianos do hospital conforme o proposto iniciou com a pergunta: “Você tem conhecimento se os funcionários do HRPM disponibilizam o número do telefone de emergência do Corpo de Bombeiros de Breves e do comandante? ”. Do setor da saúde, entrevistou-se uma enfermeira e três técnicos de enfermagem. Ao responderem sobre a disponibilidade do número do telefone de emergência do Corpo de Bombeiros de Breves e do comandante, já que por motivo de força maior, o quartel não disponibiliza de um telefone de emergência padrão 193,4 Página oficial do Facebook do Hospital Regional Público do Marajó acessada às 20h40min de 10/nov/2017. 26 sim um telefone móvel, tanto a enfermeira quanto os técnicos responderam não ter. O auxiliar administrativo, um coordenador do HRPM, um técnico de segurança do trabalho e um porteiro também responderam “não”. Os únicos entrevistados a responder “sim”, confirmando que ter conhecimento e disponibilizar o telefone do Corpo de Bombeiros e do comandante, foi o eletricista e o assistente de departamento de pessoal. Gráfico 1: Conhecimento dos Contatos de telefones de emergência dos bombeiros Fonte: Do autor, 2018 O acesso ao telefone ajuda a coordenar as ações de socorro a se desenvolver em situações de emergência. A negativação acerca do telefone do Corpo de Bombeiros ou comandante, na qualidade de elemento de acesso apontou que em caso de incêndio, há um percentual negativo em relação a prevenção, controle e combate de um princípio de caso de sinistro no HRPM uma vez que a primeira ordem é ligar para os bombeiros. Ao que foi informado, telefonistas, em caso de emergência dessa natureza, ligarão e emitirão o chamado, fazendo "ALERTA! INCÊNDIO". Visto isso os colaboradores deverão comunicar ao brigadista do setor para que o mesmo lhes dê instruções de como proceder ou venha a buscar as devidas instruções. Na pergunta 02, indagamos aos entrevistados se sabiam identificar as placas de sinalização de emergência de indicação de rota de fuga e a partir e como elas funcionam em meio à escuridão após o corte da energia elétrica. O HRPM possui placas sinalizadoras que indicam contra situações que a respeito de pontos que podem ocasionar e/ou que ocasionam incêndios. Transitando pelo prédio, é comum ver pelas paredes placas com alertar dizendo: 20% 80% 1 - “Você tem conhecimento se os funcionários do HRPM disponibilizam o número do telefone de emergência do Corpo de Bombeiros de Breves e do comandante?”. Sim Não 27 “proibido fumar”, “proibido produzir chama”, “perigo, gás inflamável”, “perigo, risco de choque elétrico”. As sinalizações descritas aparecem anexadas em pontos estratégicos de acordo com as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas, dimensionadas por um projetista habilitado em segurança do trabalho, em toda área que compreende o espaço do hospital. As respostas podem ser vistas no gráfico 2, abaixo: Gráfico 2: Identificação de placas de sinalização Fonte: Do autor, 2018 Sobre o processo de identificação das placas de sinalização, o assistente de departamento de pessoal, o auxiliar administrativo o coordenador de RH, o técnico de segurança do Trabalho, o Porteiro e o eletricista confirmaram conhecer e saber utilizar enquanto que a enfermeira e os três técnicos de enfermagem informaram que não sabiam. Quanto a presença das placas de sinalização, é afirmável de que elas são encontradas nós dois andares do HRPM, nas escadas e nos corredores, assim como as luminárias de emergência, que tem a função de iluminar o caminho que serve como rota de fuga, o sistema não pode ter uma autonomia menor que 1 hora, conforme norma específica,5 como pode ser visto nas figuras 1 e 2. 5 NBR 10898 da Associação Brasileira de Normas Técnicas. 60% 40% 2 - Você sabe identificar as placas de sinalização de emergência de indicação de rota de fuga? Como elas funcionam em meio à escuridão após o corte da energia elétrica? Sim Não 28 Figura 1: Placa de orientação e salvamento que auxilia na saída do ambiente. Figura 2: Sistema de iluminação de emergência. As placas de sinalização devem ser confeccionadas em materiais resistentes ao fogo, que não produzam fumaça tóxica, devem obrigatoriamente ser confeccionadas em material fotoluminescente para atender as normas e estar localizadas nas rotas de fuga numa edificação em caso de sinistro. Dessa forma, assim como uma boa sinalização e iluminação de emergência, é importante que a edificação hospitalar tenha uma adequada saída de emergência, acertadamente dimensionada por um profissional habilitado em Projeto de Proteção Contra incêndio e Pânico aprovado pelo Corpo de Bombeiros. Seguindo esses procedimentos iniciais, a população poderá abandonar a edificação sinistrada ou em caso de pânico, de forma que sua integridade física seja garantida. As placas também permitirão, também, o acesso de guarnição do corpo de bombeiros para combater incêndio e fazer o resgate de vítimas. Para isso, é importante que as saídas de emergências estejam desobstruídas, tendo suas aberturas para o sentido da fuga, bem sinalizadas e com uma luminária de emergência. A localização de um extintor de incêndio não mais que 5 metros da entrada principal da edificação, de acordo com a Norma Brasileira6 é importante, entre outros, pois um eventual sinistro onde a saída de emergência for bloqueada por chama ou fumaça poderá causar pânico generalizado ou até a morte por intoxicação da fumaça. Considerando que grande parte da população dos EAS não se encontra familiarizada com as rotas de fuga da edificação, deve-se assumir que a maioria das pessoas, instintivamente, considerará que as vias utilizadas para acesso devem ser utilizadas como as vias principais de saída de emergência. 6 NBR, Sistema de Proteção por extintores da Associação Brasileira de Normas Técnicas. 29 Assim, embora haja necessidade de dispor saídas em lados diametralmente opostos no sentido de assegurar caminhamentos distintos na eventual obstrução de uma rota de fuga, há de se entender o comportamento esperado nesses casos e assim projetar saídas complementares junto aos acessos principais da edificação. (ANVISA, 2014, P. 55) A sinalização de prevenção e combate a incêndio conforme as normas NBR 13434-1, 13434-2 e 13434-3 da ABNT, é imprescindível a qualquer estabelecimento. De acordo com as normas internacionais e Instruções Técnicas dos Corpos de Bombeiros dos estados brasileiros, existem cinco tipos de sinalização que compõe a sinalização de prevenção e combate a incêndio, sendo estas: 1) a sinalização de proibição; 2) sinalização de alerta; 3) sinalização de orientação e salvamento; 4) sinalização de equipamentos de combate a incêndio e alarme e 5) sinalização complementar. O tamanho das placas de sinalização é definido de acordo com as distâncias de visualização conforme projeto aprovado pelo corpo de bombeiros. Aproximadamente, também, 70% dos incêndios têm lugar entre as 20 horas e as 5 horas da manhã. Motivados por uma ação pessoal acidental, ou mesmo por um incendiário, este é o período do dia mais favorável à falta de atenção. Ou seja, durante o período da noite, a sinalização e a iluminação de emergência têm papel capital no processo de planejamento. (NETO, 1995, P. 25) Transitando pelo prédio do HRPM, é comum ver pelas paredes placas de alerta advertindo: “proibido fumar”, “proibido produzir chama”, “perigo, gás inflamável”, “perigo, risco de choque elétrico”. As sinalizações descritas estão situadas em pontos estratégicos em toda área que compreende o espaço do HRPM podem ser observadas nas figuras 3, 4 e 5. Figura 3 30 Figura 4 Figura 5 As edificações devem ser dotadas de placas de sinalização de emergência fotoluminescente7, indicando a rota de fuga até a saída do prédio, porém muitas delas “MUITAS DELAS” QUEM, CARA PÁLIDA? Desconhecem isso, ou por falta de um treinamentoou por falta de cultura que nosso de prevenção que nosso país possui. As placas de sinalização fotoluminescente de rota de fuga, mesmo no escuro refletem raios luminosos, permitindo sua visualização e auxiliando as pessoas a seguirem a um local seguro. Durante a pesquisa constamos a sinalização do local do extintor com as placas e setas visíveis de qualquer ponto do prédio, normalmente nas cores 7 Norma Brasileira nº 13434 sinalização de segurança contra incêndio e pânico da Associação Brasileira de Normas técnicas. VER NOTA D13 31 vermelho e amarelo, e indicando a classe de incêndio a que o extintor se destina. Cada uma das placas foi situada em pontos estratégicos da área do HRPM – como na figura 03, temos na indicação dos cilindros de gás que ficam na parte externa do hospital. Conforme afirma Neto (1995), a rotina adotada para isso no EAS devem ser tão rigorosas quanto possível e acionadas à mais leve suspeita de vazamento. A presença das placas por todos os lados do prédio aponta que o HRPM, observa que as normas de segurança tem grande relevância para o dia a dia vivenciado pelos colaboradores e que o planejamento da sinalização intuiu resguardar as vidas no interior do hospital. Ter sinalização adequada contribui para potencialização das medidas de prevenção e proteção contra incêndios. Os estacionamentos externos, por exemplo, não devem interferir ou impedir o acesso de veículos dos Corpos de Bombeiros. Seu uso normal não deve bloquear ou esconder os hidrantes e sinais momentaneamente. Estas áreas podem, eventualmente, ter utilização para absorver a evacuação do prédio e a recepção de vítimas de grandes acidentes. Na figura 04 temos a imagem de um dos muitos alarmes de incêndio presentes no espaço do hospital. Ele está associado aos equipamentos de detecção de incêndio que se apresentam distribuídos no Estabelecimento Assistencial de Saúde em que este trabalho fora desenvolvido. Este é mais um dos pontos positivos das adequações constatadas no espaço da edificação e todos eles têm a distância exigida do ar-condicionado, conforme prescrito na ABNT NBR 17.240, objetivando minimizar o tempo de resposta no caso de sinistro e resguardar a eficiência em situações de severa movimentação de ar, de acordo com Anvisa (2014). Como averiguado, as sinalizações mostram que as regras do regimento de segurança e regulamentação de prevenção contra incêndio estão presentes no cotidiano do hospital que não negligencia a importância desses elementos que caso de pânico, independente do horário, ajudará na emergência da ação e serão colaboradoras dos efeitos positivos na ora de retirar pessoas do prédio. A sinalização de saída é exigida nos acessos e descargas das escadas de emergência em geral (exceto as edificações de ocupação A, de acordo com a NBR 9077/93), nos acessos e descargas dos locais de reunião de público, e nas edificações com serviços de hospedagem, comerciais varejista, de serviços profissionais, serviços pessoais, serviços técnicos, nos educacionais, nos de cultura física, e nas edificações que prestam serviços de saúde e institucionais. (FERNANDES, 2010, P. 40) 32 As sinalizações devem alertar os transeuntes e deverão colaborar para as ações com efeitos positivos que contam com iluminação e sinalização de emergência que devem viabilizar a fuga em casos de pânico. Pois, um dos principais itens para que se obtenha êxito no abandono da área sinistrada é conhecer bem a rota de fuga, já que a primeira medida no início de um sinistro é desligar a chave geral de fornecimento de energia elétrica da edificação sinistrada, mas para que isso ocorra a edificação terá que obedecer, entre os itens exigidos pelo Corpo de Bombeiros, um excelente dimensionamento das placas de sinalização de emergência fotoluminescente constante em norma brasileira da Associação Brasileira de Norma Técnicas8, feita através de um profissional habilitado em Projeto de Proteção Contra incêndio e Pânico aprovado pelo corpo de Bombeiros. Em casos de pânico e sinistro, as placas de sinalização são ferramentas importantíssimas de comunicação para quem deseja abonar a edificação sinistrada e oferecer opções de trajeto até a saída de emergência, onde no exterior da edificação, para alertar pessoas sobre riscos existentes em meio à escuridão, identificar equipamentos de combate a incêndio. As placas de sinalização de emergência fotoluminescentes9 tem que ser enquadrada em norma, verificar se elas resistem até 30 horas de luminosidade sem energia elétrica. Outro fator que contribui para o êxito no abandono da área da edificação em caso de sinistro é iluminação de emergência, deve ser bem dimensionada por profissional habilitado em Projeto de Proteção Contra Incêndio e Pânico para edificação com área superior a 750 m210, deverá ser feita periodicamente inspeção para testar a funcionalidade da mesma, pois auxiliar o abandono de área sinistrada, deve obedecer aos requisitos de Norma Brasileira11 para uma eficiência na sua utilização e o tempo de funcionamento do sistema de iluminação de emergência deve garantir a todas as pessoas na área, até o restabelecimento da iluminação normal, ou até que outras medidas de segurança sejam tomadas, principalmente em casos de apagão, o que eventualmente causa pânico nas pessoas. 8 NBR nº 13434 que trata da sinalização de segurança contra incêndio e pânico da ABNT 10 De acordo com o Decreto Estadual 357/2007 do Estado do Pará, as edificações com área superior a 750m2 devem obrigatoriamente apresentar projeto de proteção contra incêndio e controle de pânico. 11 NBR nº 10898 Sistema de Iluminação de emergência. 33 A terceira pergunta do formulário indagava dos entrevistados acerca da compreensão da distinção e identificação das classes de incêndio. Dos entrevistados, 60% disseram conhecer as classes e as definiram em incêndios de classe A, B, C e D. Os incêndios de Classe A, são incêndios produzidos a partir de materiais sólidos como tecidos, papel, algodão, borracha e madeira, os incêndios de Classe B, são distinguidos em incêndios em líquidos que ocorrem através da combustão de gases inflamáveis a partir de materiais como gasolina, óleo, querosene, parafina, tintas, graxas, GLP. Classe C – a conflagração das chamas é prevista a partir de equipamentos elétricos energizados. É o caso de máquinas elétricas, transformadores, geradores, motores, computadores, quadros de força e cabos enquanto que os de Classe D – É classificação dada a metais pirofóricos como selênio, magnésio, sódio, zinco, titânio, urânio, lítio, potássio, antimônio e zircônio. Na análise da entrevista, o assistente de departamento de pessoal, o auxiliar administrativo, o coordenador de RH e o eletricista mostraram, em suas respostas, conhecer bem as classes de combustão de forma que descreveram em seus formulários com propriedade o assunto. O técnico de segurança do trabalho o porteiro assinalaram “sim” aludindo conhecer as classes de incêndio, mas em nenhum momento descreveram. A enfermeira e os três técnicos de enfermagem responderam “não”. Gráfico 3: Placas de Incêndio Fonte: Do autor, 2018 Para que um incêndio seja controlado ou combatido, é necessário que a, no momento de sinistro, tenha conhecimento da classe de incêndio, pois a Sim 50% Não 33% Disse "sim", mas não especificou 17% 3 - Você distingue as classes de incêndio? 34 identificação da classe é o que viabiliza o controle/combate, mas para que sejadada a solução adequada é necessário saber. O HRPM possui Brigada de Incêndio – i.e., grupo organizado de pessoas voluntárias ou não, a partir dos próprios colaboradores que são treinados e capacitados para atuar de forma eficaz com o suporte dos recursos necessários a prevenção, abandono e combate a um “princípio” de incêndio e se necessário prestar os primeiros socorros, dentro de uma área limitada preestabelecida. Dimensionada e formada para prestar os primeiros atendimentos, realizar treinamento periódico visando bom empenho em caso de sinistro, a brigada de incêndio é composta por funcionários que trabalham no hospital. É responsável por conhecer bem as instalações, funcionários de serviços gerais como o eletricista que é íntimo dos fenômenos termoelétricos e teria soluções para os problemas das instalações elétricas sabendo localizar a chave geral de fornecimento de energia para a edificação, desligando-a, como uma das primeiras medidas no início de um sinistro. A brigada de incêndio é um subsídio da segurança da unidade hospitalar, o preparo prévio para casos de sinistro e que reduz o risco de um incêndio evoluir para um grande incêndio, devido a treinamentos que recebem e que lhes capacita para agir em situações de emergências. Entretanto a pesquisa mostrou que é necessário que além dos brigadistas, outros sujeitos ligados ao hospital sejam treinados para um possível caso de sinistro. Institucionalmente o incêndio é entendido como uma “ocorrência indesejável”. Como tal deve ser evitado ou controlado. Importante explicar que o brigadista não deverá ser treinado para combater grandes incêndios, pois só deverá ser treinado para combater princípio de incêndio no máximo pequeno incêndio, devendo ficar essa responsabilidade ao Corpo de Bombeiros, mão de obra especializada no assunto, deverá a brigada de incêndio conhecedora do endereço e telefone do Corpo de bombeiros local a prestar auxílio assim que chegar pra atuar. Outro fator que tem que ser analisado pelo brigadista é a população flutuante que se encontra diariamente no interior da edificação, como pacientes e acompanhantes, muitos deles debilitados e algumas vezes com idade já avançada, qual seria o comportamento desse público em meio a um sinistro e de que forma o brigadista poderia ter êxito no abandono da área. 35 É plausível planejar os insumos mínimos de prevenção de incêndios porque se reveste como parte do exercício de proteger o hospital e que possam corresponder adequadamente às difíceis circunstâncias provocadas pela ocorrência de um sinistro, mas que possam ser desfavoráveis incide aos aspectos essenciais da proteção do edifício e das pessoas. As normas de segurança e a obediência das orientações de emergência devem ser aplicadas aos elementos estruturais e de compartimentação que sejam definidos a partir da altura da edificação e da disponibilidade ou não de Bombeiros Militares no município do EAS. De acordo com Gomes (2014), inferindo sobre a evolução das normas, leis e técnicas de prevenção e combate a incêndios no Brasil, destaca cada um dos avanços foram resultado direto da reação da sociedade aos maiores incêndios ocorridos na história do País. Cada tragédia resultou em prejuízos, tanto materiais quanto humanos por causa do percentual de vítimas. As perdas ajudaram a formular as legislações que a partir da década de 1970 passou a absorver conhecimentos internacionais que passaram a nortear as deliberações que hoje são utilizadas pelo país, estados, municípios e ambientes como hospitais. A quarta questão, ainda voltada para o caso de incêndio, investigou se entre os entrevistados, se durante um caso de incêndio, alguém voltaria à edificação sinistrada para pegar objetos de valor. Dos entrevistados, todos disseram que não retornariam ao prédio, porque, segundo eles, caso de sinistro é preciso optar pela saída do prédio devendo retornar a ele apenas se o Corpo de Bombeiros liberar. Gráfico 4: Princípios de Incêndios Fonte: Do autor, 2018 Cada um dos entrevistados deixou claro que compreendia a importância de verificar a situação em um caso de sinistro e avisar o responsável pela segurança 0% 100% 4 - Em caso de principio de incêndio, voltaria à edificação sinistrada para pegar objetos de valor? Sim Não 36 para que viesse a analisar a propagação, a fim de controlar as chamas com os meios disponíveis. Caso contrário, tentar controlar a evolução aguardando se possível à brigada de primeira intervenção e evacuar os locais conforme o toque da sirene soasse a todos para que deixem o prédio se dirigindo para um determinado ponto de encontro. Um dos quesitos é retirar as pessoas, iniciando pelas salas mais distantes e encaminhá-las para a rota de fuga mais próxima, sempre as orientando sobre os procedimentos inerentes para que a vida humana seja preservada com exatidão. Outro fator relevante é garantir a integridade estrutural da edificação, o tempo necessário para evacuar os ocupantes que não são imediatamente ameaçados pelo desenvolvimento do incêndio. Dando prosseguimento aos dados que construíram o corpo deste trabalho, na quinta pergunta, questionamos qual das equipes de profissionais, presente no HRPM, é responsável pela evacuação e salvamentos dos pacientes e familiares. Na quinta pergunta, foi inquirido sobre quais equipes de profissionais seriam responsáveis pela evacuação e salvamento dos pacientes e seus familiares em um caso de sinistro e 70% das respostas apontaram os brigadistas como responsáveis pela atividade. A existência de um plano de emergência contra incêndio é de grande importância, principalmente para o HRPM que é um complexo hospitalar, composto por edificação extensa. No hospital, muitos procedimentos e orientações, como apontados, estão destinados a ação dos brigadistas que em caso de ocorrência de princípio de incêndio, incêndio propriamente dito ou outro tipo de emergência, como o vazamento de gás de cozinha e etc, são responsáveis em promover ações eficazes para a minimização de danos e possíveis vítimas. Porém, é necessário que os demais profissionais/colaboradores estejam aptos a agir em um caso de sinistro, pois considerando todas as possibilidades em um momento pânico, os indivíduos que estão cotidianamente no interior do prédio devem saber seguir determinados protocolos de segurança indispensáveis a própria sobrevivência. 37 Gráfico 5: Equipes de profissionais de evacuação e salvamento Fonte: Do autor, 2018 Quando questionados, na sexta pergunta, se haviam participado de algum treinamento contra incêndio voltado para o HRPM e o período em que se deu, as respostas foram um tanto confusas porque apenas 60% deles conseguiu afirmar participação. A melhoria das condições de segurança contra incêndio é obtida através de medidas de prevenção e de medidas de proteção: Medidas de prevenção de incêndios são aquelas destinadas a minimizar os riscos de ocorrência de incêndios e compreendem, dentre outras: redução das fontes de ignição11, arranjos e construções físicas normalizadas, conscientização e manutenção preventiva e corretiva dos sistemas, bem como a preparação para correta atuação caso ocorram, através de treinamento, reciclagem constante e realização de simulados. (ANVISA, 2014, p. 11) A PAE (2017) explica que é preciso elaborar e atualizar o Plano de Segurança Contra Incêndio e Emergência e sempre acompanhar, supervisionar e apoiar as atividades da Brigada de Incêndio, oferecendo suporte técnico e treinamento básico para prevenção e combate a princípio de
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